As 3 irmãs do choro no Choro das 3

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN –  E é nas 7 cordas do violão de Lia, ou no bandolim de Elisa, se perdendo no sopro de flauta de Corina, amarrando tudo no ritmo do pandeiro do pai Eduardo. Quer mais? Queira, que Choro das 3 é tudo de bom neste universo de sons. As 3 irmãs do Choro das 3 são personagens nesta entrevista concedida a Luis Nassif, do Jornal GGN.

Lia começou com 6 cordas, tinha aula com Luizinho, aqui em São Paulo. Daí Luizinho mudou, fazendo com que a moça se bandeasse para o lado das 7 cordas, tendo aulas com Gagliardi, já conhecido da família.  Lia entende que a maior mudança ocorrida no violão de 7 cordas, nos últimos tempos, é a divisão em duas escolas: a do Dino e a do Rapahel Rabello. A violonista prefere seguir a escola do Dino mas, depois do Raphael Rabello, ela sente que o “7 cordas passou a ser uma função solista também”. “Inclusive a gente vê, hoje, muita gente tocando que a gente brinca que virou uma metralhadora. Fazer harmonia, dar base para o conjunto, deixou de ser prioridade”, critica ela.

Corina lembra que o conjunto de choro traz as características de uma formação barroca, mas com instrumentos populares.

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Elisa tinha um bandolim do Lineu Bravo que empenou, um mês antes do Festival em Paris. O pai havia trocado as cordas e, sendo mais pesada, empenou o bandolim. O Lineu não iria arrumar, ela chorou, daí o Manuel disse que ela ia gostar do bandolim dele. Este Manuel é o Luthier Manuel Andrade. E ela comprou. E foi com este que foi para o Festival. Na volta, apaixonada pela guitarra portuguesa, Manuel mostrou duas folhas de jacarandá e disse: “esse aqui vai dar um bandolim”. Daí, o bandola já com forma, ele deixou com um som meio de guitarra portuguesa. “E ficou maravilhoso!”, disse ela. E ele queria que fosse um protótipo, mas morreu antes de fazer uma série.

Nos Estados Unidos, as tarraxas do bandolim começaram a se soltar. A mãe da menina falou para ela ligar e reclamar da mercadoria. Ela não ligou. Depois soube que as tarraxas se soltaram no dia em que ele começou a passar mal, enfartando.

https://www.youtube.com/watch?v=BH0gputy2L0&list=PLZUPpD2EGpfpCu46A68TKzsfGzD8yq3PH&index=2 height:394]

E Corina, com sua flauta. Ela diz que o Brasil tem uma linguagem própria de flauta., na maneira de se tocar, e Benedito Lacerda é seu grande ídolo. Benedito criou um estilo, explica Corina, antes era mais quadradinho. Daí ele deu um balanço diferente. E mesmo Altamiro, que veio depois. Mas hoje, no Brasil, a flauta tem muito a influência do jazz.

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E eis aqui, muito prazer, o Choro das 3. Um grupo mais que familiar formado pelas três irmãs: Corina (flauta), Lia (violão de 7 cordas) e Elisa (bandolim, clarinete, banjo e piano), e o pai, Eduardo (pandeiro).

O grupo se dedica à música instrumental brasileira, tendo como base o choro, gênero instrumental que surgiu no Brasil no séc. XIX. Já se apresentou em todo o Brasil e exterior, sendo considerado um dos principais e mais representativos grupos de choro do Brasil e do mundo.

[video:https://www.youtube.com/watch?v=Lxq8JVR49Wo&index=3&list=PLZUPpD2EGpfpCu46A68TKzsfGzD8yq3PH height:394

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

8 Comentários

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  1. Muito Legal!
    Outro dia fui ao Canal para uma busca e me deparei com a “série”; fiquei por lá, ouvindo, ouvindo…
    O Choro, acho, fica em algum “quartinho” dentro da gente e é só ouvirmos uns acordes que ele sai, dá um “rolé”, alegra o momento …
    É choro, mas é alegria…
    Muito bom!

    1. Não quero e nem pretendo

      Não quero e nem pretendo acrescentar nada.

        Mas eu definiria músuca como ”estado de espírito”—aspas minhas mesmo,muito embora ouvimos centenas de vezes por aí.

          Não concordo  plenamente,por isso minhas aspas, porque JAmais TERIA estado de espírito pra ouvir algumas músicas.

                   J A M A I S !

                    iSSO não as rebaixa, reflete apenas meu gosto musical—possivelmente não dos  melhores.

  2. Pois é…
      Eu que odiava

    Pois é…

      Eu que odiava chorinho, de tanto NASSA martelar , comecei a ouvir.

        E não é que estou gostando ?

        Mas atenção : Pra iniciantes não deve ser um ritmo.Sugiro que fique no silêncio do seu quarto e aprecie.

                Ai desfrute.

                Nota: Meu processo contra o Nassa é eminente. Ele está me viciando.

               E meu pedido de recompensa será altíssimo: 

                    SÓ RETIRO A QUEIXA CONTRA O NASSA QUANDO TODA MÚSICA ”FUNK” FOR PROIBIDA NO PÁIS.

                        Eu tentei, tentei mesmo, mas essa não tem  maneira de gostar.

                          Pra não perder a viagem :

                    https://www.youtube.com/watch?v=kbKFdgiqwyA

                            

                       

     

                             

  3. choro das 3

    Eu não as conhecia e, simplesmente, adorei.

     

    Gosto do Blog do Nassif pelos artigos, que são plurais e por encontrar essas maravilhas.

     

    Adorei!!!

  4. Para o Choro das 3

                  Na década de 50 costumava ouvir discos 78 rpm, era a nata do Choro e dos instrumentistas, Pixinguinha e Benedito Lacerda, Jacob do Bandolim, Dante Santoro, Abel Ferreira, Severino Rangel ( Ratinho ) para citar alguns. Ouvia melodias de harmonias esmeradas carregadas de sentimento.Vibrava com os violões  fazendo respostas em duas vozes. 

                  Meu pai tocava flauta, saxofone, clarineta violão e bandolim, meus irmão e eu, nos empenhavam  nos acompanhamentos que tinham que ser certinhos  como nos discos.

                  Na década de 60 afeiçoei-me ao bandolim, pois ouvia vários discos do Jacob,  passei a garimpar todas as gravações do exímio bandolinista, chamou-me a atenção seu esmêro, seu temperamento, seu jeito de tocar, sua interpretação, e, consegui  “achar ” todas as gravações.

                  Aqueles que se aventuravam no bandolim , mesmo que buscassem um estilo próprio, tinha que ter alguma  “coisa ” do Jacob. Percebi essa preocupação através do Instituto Jacob do Bandolim, quando muitos perceberam seu virtuosismo seu seu jeito de jogar as frases do bandolim dentro do coração das pessoas.

                  Com o devido respeito a todos os seguidores do mestre Jacob, fui tomado de grande entusiasmo quando ouvi o ” Choro das 3 “. A Elisa, Corina e Lia, cada qual com seus instrumentos possuem esses atributos. Interpretam o Choro com o toque mágico dos grandes mestres, comunicam como nenhum outro o ” espirito do Choro ” . Quando ouvi a Elisa interpretar o Despertar da montanha, senti isso, e, pensei,  se o Jacob ouvisse essa menina, certamente iria chorar.

                   Não exagero, pois as meninas já correram o Brasil e o mundo e, o que é bom, realmente prevalece.

                   Não posso esquecer do Sr Eduardo, parabenizando-o pelo talento do trio.

                   Poderia continuar tecendo elogios e elogios, mas tenho que me conter, não sou crítico musical .

                                                                             Fica aqui o meu abraço.

                                                                                    Douglas D Souza.

         

     

     

     

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