Como nasceu a Aquarela de Ary Barroso

Por jns

Assim Nasceu a Famosa Aquarela do Marrento Ary

Ary Evangelista Barroso foi compositor, pianista¸ locutor de rádio, vereador e, acima de tudo, um boêmio inveterado.

Ary Barroso compôs a sua “Aquarela do Brasil” em uma chuvosa noite carioca.

O inquieto Ary, que não parava uma só noite em casa, foi impedido de sair para a tradicional circulada na noite e nos bares durante uma forte tempestade.

Sem saída, ficou resmungando com a mulher Ivone e o cunhado Antônio no seu apartamento do Leme.

As crianças dormiam e faltava assunto.

Em uma de suas previsíveis crises de mau humor, refugiou-se ao piano.

Ensaiou alguns acordes, fez anotações e compôs a magistral “Aquarela do Brasil”.

O inspirado Ary deu um tempo nas teclas e voltou para a conversa modorrenta.

Tomou uma garrafa de vinho, ficou ainda mais enfadado, retornou ao  piano, compôs “Três Lágrimas” e foi dormir.

Simples assim…

A partir deste episódio auspicioso, a  música brasileira contraiu uma eterna dívida com a chuva torrencial que prendeu em casa o imortal Ary Barroso, segundo o seu biógrafo Sérgio Cabral, autor de “No Tempo de Ary Barroso”.

Cabral conta, ainda, que a censura do Estado Novo  vetou o verso “terra do samba e do pandeiro”, achando-o depreciativo.

Ary foi pessoalmente ao Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP, se desdobrou na argumentação e dobrou os censores.

Ele nunca deixou de ser um cara invocado.

Quando soube que Frank gravara a “Aquarela do Brasil”, limitou-se a dizer: “Não pedi nada a Sinatra.

Quando foi convidado para assumir a direção musical da Walt Disney Production, no ano de 1944, em New York, ele desdenhou: “Não posso ficar… aqui não tem Flamengo.”   

Um dia, Carlos Lacerda telefonou de Estocolmo: “Ary, estou na Suécia, num bar, tem um  sujeito tocando ‘Maria’ e eu queria que você ouvisse”, disse, encantado.

Lacerda colocou, então, o telefone sobre o piano para ele ouvir a sua música na interpretação do músico sueco e perguntou, empolgado: “Ouviu? O que Você achou?

O ranzinza Ary, sem perder o costume, fez um pedido: “Agora, Carlos, faz o seguinte: bota o telefone no ouvido desse cara que eu vou tocar ‘Maria’ para ele aprender a tocar direito.”

Texto sampleado de Cassimiro de Farias Cardoso

(…)

Quincas Gonçalves era garçom em São Paulo, quando resolveu participar do programa de calouros de Ary Barroso.

Quincas cantou, Ary ouviu e perguntou: “O que você faz em São Paulo, meu filho?

Ele respondeu: “Sou garçom!

Ary  aconselhou o calouro: “Continue garçom que você ganha mais”.

Ele estav detonando o grande Nelson Gonçalves.

Por Cláudio Alencar

VÍDEOS

A “Aquarela” intrumental com a versatilidade do Mestre Robson no violão

“Aquarela” export em “Brazil” de Kate Bush

Luis Nassif

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