O Silêncio

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Enviado por Antonio Francisco

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  1. O silêncio, letra de Arnaldo Antunes

    Música de Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

    O Silêncio

    Arnaldo Antunes

    antes de existir computador existia tevê

    antes de existir tevê existia luz elétrica

    antes de existir luz elétrica existia bicicleta

    antes de existir bicicleta existia enciclopédia

    antes de existir enciclopédia existia alfabeto

    antes de existir alfabeto existia a voz

    antes de existir a voz existia o silêncio

    o silêncio

    foi a primeira coisa que existiu

    um silêncio que ninguém ouviu

    astro pelo céu em movimento

    e o som do gelo derretendo

    o barulho do cabelo em crescimento

    e a música do vento

    e a matéria em decomposição

    a barriga digerindo o pão

    explosão de semente sob o chão

    diamante nascendo do carvão

    homem pedra planta bicho flor

    luz elétrica tevê computador

    batedeira, liquidificador

    vamos ouvir esse silêncio meu amor

    amplificado no amplificador

    do estetoscópio do doutor

    no lado esquerdo do peito, esse tambor

  2. Bom demais!

    Do tempo em que Arnaldo Antunes era realmente bom demais! Álbuns como “Ninguém”, “Um Som” e “O Silêncio” estão entre as pérolas da música brasileira nos anos 1990, anos que tiveram grandes álbuns de Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S.A., Otto, Tomzé… Num tempo em que ainda existiam álbuns, com belos encartes que traziam as letras e a indicação de todos os participantes de cada uma das faixas. “Incrível esse baixo, deixa ver quem é.” Tava lá. Um tempo em que a produção musical ainda era valorizada. 

    Sim, sou velha e ando saudosista. Mas é bom ter vivido os anos áureos da música popular dos anos 60 aos 90. Hoje vivemos um tempo em que as canções são lançadas no youtube e o que menos importa é a música. “Intelectuais” ficam comentando a bunda com celulite revolucionária de Anitta, a atitude de Pabblo Vitttar e não sei mais o quê. Quem são os músicos? Não importa, claro. A música é só um detalhe insignificante no meio da palhaçada. Desculpem! Quis dizer performance. E quem não gosta, porque se acostumou com música popular de outro nível – e eu não falo só do que vinha da classe média -, é chamado de reaça e elitista. Preconceituoso é quem considera que aquele lixo representa a cultura popular!

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