Estudo revela que 76% dos brasileiros preferem ser empreendedores a trabalhar para os outros

Jornal GGN – Três em cada quatro brasileiros prefeririam ter um negócio próprio do que ser empregados de terceiros. É o que revela a pesquisa Empreendedores Brasileiros: Perfis e Percepções 2013, realizada pela Endeavor Brasil, com apoio da Ibope Inteligência. Ainda segundo o estudo, quase 90% da população acredita que empreendedores são geradores de empregos e praticamente todos concordam que ter um negócio próprio é assumir responsabilidades e colocar a mão na massa.

A pesquisa revela que os empreendedores com funcionários representam apenas 4% da população brasileira. Eles são mais desenvolvidos economicamente – sua renda pessoal é quase o dobro em comparação com a renda do total de empreendedores – e têm maior nível de escolaridade: 24% completaram o ensino superior, enquanto a média dos empreendedores brasileiros é de 16%. Além disso, esse grupo recorre a mais fontes de informação, como jornais e internet, e busca mais treinamento e cursos na área. Apesar disso, ainda existe um grande déficit educacional a suprir. Entre os quatro maiores problemas enfrentados pelos empreendedores brasileiros, segundo o estudo, três estão ligados à falta de conhecimento, principalmente em gestão de pessoas, fluxo de caixa e em como administrar um negócio.

Como muitos acreditam que o empreendedorismo é algo intrínseco às pessoas colocam o preparo em segundo plano. Ao analisar as relações de empreendedores com associações de classe e instituições voltadas para empreendedorismo, a pesquisa mostra que, embora quase 100% dos proprietários de negócios formais conheçam instituições como o Sebrae, apenas 46% deles já tiveram  algum tipo de relacionamento com a instituição; entre os informais, a mesma taxa fica em 31%. Por isso, poucos se preparam e priorizam treinamento.

O estudo mostra ainda que cerca de 88% da população acredita que empreendedores são geradores de empregos e que 74% dizem que o empreendedorismo é a base de criação de riqueza porque beneficia o país. Ao mesmo tempo, 60% da população concorda com frases do tipo: “empreendedores exploram o trabalho de outras pessoas” e “empresários pensam apenas no seu próprio bolso”.

Falta de recursos

Embora 76% dos brasileiros prefiram empreender, apenas 19% acham muito provável abrir um novo negócio nos próximos cinco anos. Além disso, entre aqueles que já têm negócios próprios, somente 14% (ou 4% do total da população brasileira) têm funcionários, isto é, geram empregos. Muito mais do que em outros países, dinheiro é sempre um problema para o brasileiro, especialmente quando se fala em investir em um negócio próprio. Entre aqueles que acham pouco provável empreender no futuro, 66% diz que a falta de recursos financeiros é a principal razão para isso, um dos maiores índices do mundo.  

O relatório se baseou no índice que mede o sucesso dos empreendedores usado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que leva em conta o crescimento em número de funcionários e renda. Para distinguir as principais características e dificuldades dos empreendedores, os pesquisadores tiveram acesso a entrevistas com mais de três mil brasileiros, divididas em duas amostras, uma representativa da população brasileira (2,24 mil respostas) e outra com empreendedores nacionais (mil), entre proprietários de empresas, potenciais empreendedores e outros jovens e adultos que não pretendem abrir um negócio próprio.

Veja abaixo nove perfis de empreendedores brasileiros (formais):

Apaixonado: a maioria é mulher, entre 25 e 35 anos. Em geral, possui empresas nas áreas de saúde, estética e venda de acessórios. Enfrenta dificuldades burocráticas e falta de investimento. Poderia se beneficiar de cursos sobre acesso a capital, inovação e networking.

Antenado: geralmente é jovem e tem maior renda familiar. Enfrenta obstáculos de conhecimento e investimento e demanda um mentor e coaching, além de ajuda com recursos humanos.

Independente: empreendedor mais maduro e estável. Não acessa muito a internet, portanto acessa conteúdo por meio de revistas e ou jornais. Para resolver problemas financeiros, requer educação sobre linhas de financiamento e oportunidades de acesso a capital.

Arrojado: a maioria é composta por homens com maiores rendas pessoal e familiar. Para crescer, precisaria de ajuda sofisticada e mentoring/networking com especialistas,  para resolver problemas de conhecimento empresarial, obstáculos financeiros e pessoais.

Perfis daqueles que pretendem ser empreendedores mas ainda não são:

Desbravador: quer empreender para ganhar mais dinheiro, mas não possui experiência e renda. Demanda conteúdo básico e prático sobre diversos temas, como finanças pessoais.

Empolgado: quer empreender para ter mais independência pessoal. É mais jovem do que a média. Possui interesse em educação à distância e conteúdo inspiracional.

Provedor: composto principalmente por mulheres e pessoas mais velhas, com baixa escolaridade e renda pessoal. Neste caso, são necessários engajamento por meio de eventos locais ou na comunidade e conteúdos mais simples.

Veja o estudo abaixo:

 

 

Redação

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