A importação dos controles de ponto

Por Consultoria RH

Nassif,

O pior é quando realmente há um estímulo do governo para isto.

Veja o caso da Portaria 1510 do MTE.

Havia uma situação estável neste mercado (equipamentos eletrônicos de controle de ponto) antes da portaria 1510, para a indústria nacional deste setor.

Diversas empresas nacionais fabricavem equipamentos (relógios de ponto) de excelente qualidade, atendendo plenamente à CLT e à demanda do mercado. Havia uma espécie de reserva de mercado aos nacionais, visto que nossa Legislação Trabalhista exigia melhor desempenho dos produtos e maior conhecimento destas práticas por parte dos fabricantes, comerciantes, etc…

ComoCom o surgimento da Portaria 1510, o MTE “emburreceu” os equipamentos de ponto, o que permitiu que produtos sem estes requisitos específicos trabalhistas tivessem aqui um campo fértil. Ainda houve a criação de uma demanda momentânea, que estima-se ser de 6 milhões de equipamentos. Prato cheio para os chineses. Produção em larga escala, período curto de vendas, produto sem muito entrave mercadológico. (a inserção de uma impressora no relógio foi coisa muito simples de resolver).

Mas aí faltava um detalhe: a portaria limitava a homologação a fabricantes nacionais. Sem problemas! Esta questão ficou resolvida em 2 tempos: com a portaria 1001/10, o MTE equiparou o importador ao fabricante nacional. Estranho, pois há uma série de compromissos que são requisitos para a comercialização que sinceramente, não há como equiparar uma indústria nacional, com planta instalada, patrimônio, sócios brasileiros a uma estrutura minimalista de um mero importador… coisas do Brasil.

Nos próximos capítulos sem dúvida assistiremos a falência de muitos fabricantes nacionais do setor, a menos que alguém no governo trate de dar uma boa sacudida no Sr. Ministro Lupi, fazendo-o ver que ao final das contas…. perdemos mais empregos no Brasil, mas agora por culpa do Ministério do Trabalho e Emprego.

Em tempo: não tivemos com esta invasão de importados uma melhora da tecnologia empregada, e muito menos uma redução de custos. Que retrocesso!

Luis Nassif

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