“Um jogo de sinuca não é só um jogo de sinuca”: autor de chacina em Sinop era madeireiro e já foi preso

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Ezequias Souza Ribeiro já era um velho conhecido da Justiça e tinha um mandado de prisão em aberto

Edgar Ricardo de Oliveira (esq.) e Ezequias Souza Ribeiro. Foto: Divulgação redes sociais

O assassino Ezequias Souza Ribeiro, um dos autores da chacina em Sinop, município a 503 km de Cuiabá (MG), já era conhecido da Justiça antes mesmo do episódio cruel que causou a morte de sete pessoas na última terça-feira (21), entre elas uma menina de 12 anos. 

Ezequias, que foi morto ontem (22) durante conflito com a Polícia Militar (PM), já foi preso por roubo, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo, lesão coorporal, ameaça, além de possuir um mandado de prisão em aberto. 

A lista não acaba por aqui: Ezequias respondia a um processo de execução fiscal no valor de R$ 203 mil movida pelo Estado de Mato Grosso contra Madeireira Flor de Julho, em que ele consta como corresponsável, além de ser acusado pelo Ministério Público do Estado por transportar uma quantidade de madeira serrada diferente da que havia sido declarada pela Madeforte Industrial Madeireira Eireli EPP, da qual era sócio-administrador, conforme apurou o jornalista Pedro Coutinho, do Olhar Jurídico. 

Segundo a polícia, Ezequias e Edgar Ricardo de Oliveira mataram a tiros as sete pessoas após perderem cerca de R$ 4 mil em uma aposta em jogo de sinuca. No entanto, com o histórico criminal de pano de fundo, é possível afirmar que: “um jogo de sinuca não é só um jogo de sinuca”, conforme pontuou o jornalista Alceu Castilho, nas redes sociais

“Precisamos chamar os traficantes de madeira ilegal de traficantes. Assim como os traficantes de minérios precisam ser chamados de traficantes de ouro, de cassiterita, de manganês. Ezequias teve várias empresas nos últimos dez anos. Quase todas de madeira (…) Se a gente não conta a atividade do cabra fica parecendo uma briguinha qualquer de sinuca, de gente bêbada. Não era. Era gente apostando alto. Ostentando maços com 10 mil reais”, destacou Castilho. 

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A chacina

Um vídeo registrado pelas câmeras de segurança do bar em Sinop mostra o momento do crime. Ezequias estava acompanhado do cúmplice Edgar Ricardo de Oliveira.

De acordo com a polícia, os homens perderam uma primeira partida de sinuca que valia dinheiro. Eles foram buscar mais um montante, voltaram ao bar e perderam novamente. Depois de serem alvo de piadas de outros participantes do jogo, foram até o carro e pegaram duas armas.

Conforme a gravação, um dos homens – com uma pistola – pede para que as algumas das vítimas fiquem de costas, viradas para a parede. Em seguida, o outro homem chega com uma espingarda e 12 mm e atira nas vítimas.

Algumas das pessoas que estavam no local tentam correr, mas são atingidas nas costas fora do bar. Seis morreram no local – inclusive a menina de 12 anos – e um homem foi socorrido em estado grave pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu.

Após a execução, os homens ainda roubam o dinheiro que está em uma das mesas de sinuca, além de outros objetos, e fogem em uma caminhonete que estava estacionada em frente ao local.

Prisão

Edgar Ricardo de Oliveira se entregou à Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (23). Ele estava foragido desde terça-feira (21), quando ocorreu o crime. 

Assim como Ezequias, Edgar tinha passagens pela polícia, mas por registro de violência doméstica.

Segundo seu advogado Marcos Vinícius Borges, o assassino confesso “demonstra arrependido” pelas mortes. Além disso, o próprio criminoso afirmou em coletiva de imprensa que tentou “poupar” vidas durante a ação.

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

5 Comentários

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  1. Acho que a morte pra uns desgraçados desses,seria um prêmio. Tinha que ficar vivo e serem mortos aos poucos bem devagar cortando pedacinho, por pedacinho pra sofrer bastante antes de morrer. Tempos difíceis nosso país se tornou terra de ninguém.

  2. Supremacistas amorfos. Acima de tudo. Padrão boné americano, assertivo extremados, só andam de off-road e invariavelmente têm coleções de armas de pesado calibre. Matador. SE QUERO, POSSO; SE POSSO, FAÇO.

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