Bolsonaro: Governo só reconhece como família união entre homem e mulher

"Vamos ler lá [na Constituição] o que é família. Quando alguém mudar a Constituição, eu falo das outras famílias", disse o presidente, menosprezando a união homoafetiva

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Passou à margem da cobertura da grande mídia, mas Jair Bolsonaro voltou a disparar absurdos contra minorias na quinta-feira (1/8). Desta vez, menosprezando a união homoafetiva – que já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, em 2011 – e usando a Constituição Federal como escudo.

Durante lançamento do programa Médicos Pelo Brasil, Bolsonaro disse: “Estamos com um governo que respeita a família. E para quem tem qualquer dúvida: parágrafo 3º do artigo 226 da Constituição. Vamos ler lá o que é família. Quando alguém mudar a Constituição, eu falo das outras famílias.”

O trecho da Constituição de 1988 ao qual se refere Bolsonaro diz o seguinte: “É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e continua de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família.”

Apesar do ataque homofóbico, Bolsonaro foi aplaudido pelo público que acompanhava a cerimônia.

Redação

5 Comentários

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  1. Esse é mais um exemplo da guerra semiótica e de guerrilha feita por Bolsonaro e seus seguidores. Esse tipo de ataque, que caracteriza Bolsonaro desde que lhe foi permitido – não agora, mas, há anos – atentar contra a lei e contra a democracia e contra, por que não? a humanidade.
    O que vemos são pessoas que, em nome de um esgarçamento da liberdade de expressão, levada muito além do limite aceitável, discursar e agir com barbárie criminosa. Se Bolsonaro, ícone desse comportamento, tivesse sido cassado e devidamente punido pelos seus pares no Congresso não teríamos isso. Se, aqueles, civilizados e democratas, não ignorassem ou desdenhassem desses episódios pontuais, aqui e ali, cada vez mais comuns, quando alguém diz ou age para que o politicamente incorreto parece normal não teríamos isso. Se os democratas e civilizados agissem na defesa da própria expressão, mostrando que politicamente correto não é algo para se zombar, mas a expressão do avanço civilizatório, não sendo um slogan ou expressão banal, mas um código que orienta as atitudes das pessoas – no âmbito do tecido social e da politica – corretas, ou seja, certas, adequadas e balizares para uma sociedade democrática, não teríamos isso.
    Precisamos resgatar a atitude politicamente correta e, de uma vez por todas, dar um fim ao que causa a doença Brasil, esse mal que nos assola. Sejamos intolerantes com quem não é tolerante, inclusivo, civilizado e democrata, enfim, que não seja humano.

  2. “Apesar do ataque homofóbico, Bolsonaro foi aplaudido pelo público que acompanhava a cerimônia”.
    Não adianta, depois de tudo o que este cretino vem fazendo (até mesmo água da transposição do SFrancisco ele desviou), e ainda tem gente para aplaudir o lesa-pátria perverso. Quando se tem puxa-sacos e gente covarde, o final sempre será triste.
    E já que o assunto é o Programa Mais Médicos, rebatizado para Médicos pelo Brasil, o desgraçado arrebentou com a assistência de saúde para mais de 12 milhões de pessoas, que só Deus sabe como estão fazendo para se cuidar, fico pensando como um médico digno da profissão se atreve a bater palmas para um energúmeno como o Bolso. Haja espírito de corpo, ou melhor, de porco.

  3. sem discutir a amplitude dos termos expressos no parágrafo seguinte (o 4º.) onde “também…”, repare-se que no 3º., “com objetivo de constituição de família”, “é reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e continua de um homem E uma mulher…”
    ‘E’, e não, necessariamente, ‘COM’.
    importa, pois, a “convivência contínua”.
    acho.
    algo como a diferença entre o “pode” e o “poderia” nos termos de uma discussão jurídica que, há não muito tempo e de ilustres Excelências no Supremo, tanto tempo tomou.

  4. Bolso não está sozinho, ele representa o mais podre, que estava no armário.
    Ele se reúne só com os podres.
    Ele sabe disso. Os seus assessores, sabem disso.

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