Carta ao governo Lula pede democratização da comunicação para superar o fascismo e reconstruir o Brasil

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"A ausência de uma comunicação democrática contribuiu para o que ocorreu nos últimos 6 anos no país – e que agora precisa ser revertido"

Centenas de jornalistas, associações de classe, comunicadores e pesquisadores assinam uma carta propondo uma “agenda” para o novo governo Lula no campo da comunicação. O documento pede que Lula trate as políticas de democratização da comunicação e de inclusão digital como “estratégias para a reconstrução do País” e também para superação do fascismo.

“Mais do que apenas uma agenda setorial, democratizar e modernizar as comunicações é condição para evitar a ascensão de movimentos autoritários que ameaçam a democracia e as políticas sociais em nosso país”, diz a carta. “É urgente que o próximo governo trate as políticas de comunicação e inclusão digital como estratégicas para a reconstrução do país.”

A carta propõe, entre outras agendas, a universalização do acesso à internet, a regulação das plataformas digitais, o fortalecimento das mídias alternativas, independentes, comunitárias, etc; o estímulo à educação midiática, o enfrentamento à violência contra jornalista, a recuperação da EBC, entre outras medidas consideradas “urgentes” para o setor da comunicação.

Na visão dos signatários, “a ausência de uma comunicação democrática no Brasil contribuiu para o que ocorreu nos últimos 6 anos no país – e que agora precisa ser revertido.”

“Temos agora, porém, além do histórico de concentração na propriedade dos meios de comunicação, desafios mais profundos pela frente, seja em função das novas tecnologias digitais e de seu controle por grandes plataformas globais, seja pela intolerância que se aprofundou a partir do discurso de ódio e violência propagado pela extrema direita.”

“Não é mais possível que a sociedade brasileira fique refém do discurso que visa interditar a necessidade de democratizar o setor e atualizar sua regulação, quando esta agenda vem sendo implementada em todo o mundo, inclusive em países liberais. A Constituição Federal veda a censura, condena os monopólios e oligopólios e preconiza a relevância das culturas nacional e regionais, comandos que precisam ser implementados à luz do cenário atual.”

Leia a carta abaixo:

CARTA-Comunicacao-Democratica-e-Vital-para-a-Democracia

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. Por falar em democratização da comunicação, o Elon Musk, que comprou recentemente o tweeter, deu um ultimato aos seus empregados da mencionada rede social:

    “No futuro, para construir um Twitter 2.0 inovador e ter sucesso em um mundo cada vez mais competitivo, precisaremos ser extremamente ‘hardcore’. Isso significará longas horas de trabalho em alta intensidade. Somente um desempenho excepcional constituirá uma nota de aprovação.”

    No Manifesto Comunista, publicado em 1848, Marx e Engels escreveram:

    “O trabalho dos proletários perdeu, com a extensão da maquinaria e a divisão do trabalho, todo o caráter autônomo e, portanto, todos os atrativos para os operários. Ele torna-se um mero acessório da máquina ao qual se exige apenas o manejo mais simples, mais monótono, mais fácil de aprender. Os custos que o operário ocasiona reduzem-se por isso quase só aos meios de vida de que carece para o seu sustento e para a reprodução da sua raça. O preço de uma mercadoria, portanto também do trabalho é, porém, igual aos seus custos de produção. Na mesma medida em que cresce a repugnância [causada] pelo trabalho, decresce, portanto, o salário. Mais ainda: na mesma medida em que aumentam a maquinaria e a divisão do trabalho, na mesma medida sobe também a massa do trabalho, seja pelo ACRÉSCIMO DAS HORAS DE TRABALHO SEJA PELO ACRÉSCIMO DO TRABALHO EXIGIDO NUM TEMPO DADO, pelo funcionamento acelerado das máquinas, etc”.

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