Jornal GGN – A piora do relacionamento do presidente Jair Bolsonaro com o Congresso nacional pôde ser vista com mais clareza nos últimos dias: tanto os parlamentares retaliaram o presidente, como o mandatário deixou claro que seu desejo era “tratorar o Parlamento”.
A confusão gerada pelo presidente pôde ser vista esta semana: 304 deputados e 45 senadores derrubaram o veto do presidente sobre um projeto de lei que, na prática, aumenta o contingente de quem tem direito a receber o benefício de prestação continuada (BPC).
Os opositores comemoraram a derrota, que foi marcada também por uma traição do Centrão. A orientação das lideranças foi de votar a favor da manutenção do veto, mas tal postura foi seguida por menos de 150 parlamentares. Notando a falta de apoio, o líder do Governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), pediu que a pauta de votações da sessão fosse suspensa e foi atendido.
O efeito da derrubada do veto é incerto: analistas do Congresso projetam de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões, mas técnicos do Ministério da Economia afirmam que seria de R$ 20 bilhões.
De acordo com o jornal El Pais, o pano de fundo dessa decisão são os protestos programados para o próximo dia 15, convocados por apoiadores de Bolsonaro e tiveram o apoio declarado do presidente – além de usar as redes sociais do governo para falar dos protestos, Bolsonaro chegou a dizer que as eleições vencidas por ele em 2018 tinham sido fraudadas.
“Bolsonaro é cada vez mais uma ameaça à democracia. Ele tem de provar o que fala, senão, tem de responder criminalmente sobre essa falta irresponsável”, afirmou o líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
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