Coronavírus: Pesquisadores brasileiros e britânicos sequenciam 427 genomas

Estudo identifica três cepas principais, e sinaliza que isolamento social pode ter reduzido diversidade genética do Sars-CoV-2

Jornal GGN – Um trabalho de colaboração entre centros de pesquisa brasileiros e do Reino Unido ajudou a sequenciar 427 genomas do Sars-CoV-2 encontrados no Brasil, sendo que 102 foram registrados como cepas iniciais, isto é, mais de 100 linhagens que entraram no país no começo da pandemia.

Dessas linhagens, apenas três conseguiram se espalhar, em um sinal de que o isolamento social pode ter ajudado a diminuir a diversidade de cepas com maior circulação.

Em entrevista ao portal G1, Ester Sabino, pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IMT-FM-USP), explica que as três cepas que se espalharam pelo Brasil foram transmitidas antes que o primeiro caso fosse oficialmente confirmado. Sem a adoção de medidas de isolamento, sua transmissão acabou sendo facilitada.

Ao lado de Jaqueline Goes e Nuno Faria, Ester Sabino ajudou a sequenciar o genoma do Sars-Cov-2 responsável pelo primeiro caso detectado no país. Pouco mais de três meses depois, o banco de dados cresceu. Assim, foi possível traçar uma árvore mais completa da genética do vírus no país.

As três cepas que se disseminaram pelo país chegaram por São Paulo e Ceará, mas não é possível determinar de forma precisa a origem exata de cada uma delas fora do Brasil. O que é possível dizer é que tais cepas vieram da Europa e dos Estados Unidos, e o fato de a diversidade genética ter sido reduzida é um sinal de que as medidas de isolamento adotadas funcionaram.

 

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Redação

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