Debate sobre futuro do auxílio emergencial compromete governo

Por um lado, Bolsonaro vê na prorrogação da ajuda um meio de conquistar o apoio popular. Por outro, o apoio do empresariado liberal ao governo tem perdido força

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil

Jornal GGN – O embate em torno do futuro do auxílio emergencial, programa criado para proteger a população de baixa renda durante a pandemia do coronavírus, tem dividido o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). As informações são da BBC Brasil.

Por um lado, Bolsonaro vê na prorrogação da ajuda um meio de conquistar o apoio popular. Mas, por outro, o apoio do empresariado, conquistado por meio da promessa de um liberalismo econômico, tem perdido força.

Com a pandemia e o desemprego em alta, o governo pretendia pagar R$ 200 para a população de baixa renda, mas o Congresso ampliou o benefício para R$ 600. O auxílio foi anunciado com duração de três meses, mas em julho o governo anunciou o prorrogação por mais dois meses.

O embate foi ampliado nesta semana com a pauta do “teto de gastos”, já que a prorrogação da ajuda às minorias comprometeria a regra.

Para o ministro da Economia e defensor do liberalismo, Paulo Guedes, os apoiadores que aconselham Bolsonaro a “furar” o teto de gastos estão levando o mandatário para uma zona de impeachment.

Em seguida, Bolsonaro passou a defender a manutenção do teto de gastos, após reunião com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara do deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Bolsonaro também disse, durante transmissão ao vivo, que Guedes tem 99,9% de poder sobre os temas da sua pasta. “A questão da economia, o Paulo Guedes, é 99,9% com ele. Tenho que ter 0,1% de poder de veto. O teto é o teto, certo? O piso sobe anualmente e cada vez mais você tem menos recursos para fazer alguma coisa”, afirmou. “A ideia de furar teto existe, o pessoal debate, qual é o problema?”, completou Bolsonaro.

No entanto, com o pagamento do auxílio nos últimos meses, a avaliação de Bolsonaro atingiu o melhor índice desde o início do seu mandato. De acordo com a pesquisa Datafolha, feita nos últimas dias 11 e 12 de agosto, subiu de 32% para 37% os entrevistados que consideram seu governo ótimo ou bom e caiu de 44% para 34% os que o consideravam ruim e péssimo.

Ainda, a discussão sobre o futuro do auxílio joga luz sobre o novo programa do governo, o Renda Brasil, que irá substituir o Bolsa Família, marca do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governo afirmou que pretendia lançar o novo programa o mais rápido possível para dar continuidade ao pagamento do auxílio.

Redação

1 Comentário

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  1. Bolsonaro é capaz de estratégias que não vou mais denominar como suicidas, pois ele está sobrevivendo.
    Num ambiente de crise, uma crise sobre uma crise passa despercebida ou se torna pouco relevante.
    Um tomate com metade podre na hora da xepa é melhor que não ter encontrado tomate algum.
    Se tiver que cortar em algum lugar para manter o auxílio, acredito que fará.
    A outra possibilidade é privatizar o que puder para fazer caixa, o que não tem nada a ver com o discurso de menos Estado. Até podem se apoiar nisso, mas o primeiro caso é o ponto. Mas há fortes resistências sobre isso. O negócio é esperar o desenrolar dos exitosos tropeços do governo.
    No entanto, não estaríamos pensando no assunto se a oposição não deixasse a narrativa pro governo.

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