
Jornal GGN – E mais uma vez o bolsonarismo causa mal-estar entre os diplomatas. Agora, foi a vez do assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, declarar que o Itamaraty atuava “como um escritório avançado da ONU” antes da eleição de Jair Bolsonaro.
A afirmação de Martins foi feita ao seu padrinho político, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – e que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
Em seu programa de entrevistas no YouTube, Eduardo dedicou no último sábado (22/02) quase uma hora para Martins falar o que considera “o redesenho da política externa”, que para o assessor “não era distintamente brasileira”.
“Tínhamos uma orientação política que levava nosso corpo diplomático a atuar muito alinhado aos cânones globalistas, com aquilo que era decidido nas agências internacionais e não tinha a ver com nossos valores”, disse Martins, cujas funções foram retiradas da assessoria direta do presidente e subordinadas à Secretaria de Assuntos Estratégicas, chefiada pelo almirante Flávio Rocha.
Eduardo e Filipe consideram o ministério pré-Bolsonaro como um cartório. “Propostas legislativas eram uma grande repetição de propostas que nasciam no exterior. O Itamaraty agia muito com base nessas diretrizes”, afirmou o assessor.
O vídeo circulou entre diplomatas, gerando um misto de consternação e de chacota por conta da confusão de conceitos e das diversas contradições nas falas. As informações são do jornal Folha de São Paulo.