Enrique Lister e Hemingway na Guerra Civil Espanhola, retratados por Robert Capa

Por Motta Araujo

Rara fotografia do célebre Robert Capa de Enrique Lister e Ernest Hemingway na Guerra Civil Espanhola.

Lister foi o mais importante general republicano na Guerra Civil, foi general do Exército Soviético, combateu para a libertação de Leningrado e também general do Exército da Iugoslávia na Segunda Guerra sob as ordens de Tito.

Foi enviado por Moscou ao México onde foi orientador militar de Fidel Castro na preparação da Revolução Cubana.

General de três paises, Enrique Lister morreu em Madrid em 1994.

 

Redação

14 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. http://horia.com.br/blog/luis

    http://horia.com.br/blog/luisnassif/dos-herois-da-guerra-civil-espanhola

    Lister é um grande personagem do Seculo XX, heroi de muitas guerras , lutador extraordinario, daria um filme épico tipo Lawrence da Arabia, teve importante ligação com a Revolução Cubana, depois de tantas batalhas em campos de luta e na vida, chegou inteiro até nossos tempos.

    Fiz um resumo biografico dele anos atrás aqui no blog, reproduzo acima.

  2. Fidel na época nem era

    Fidel na época nem era comunista, AA. Um simples nacionalista que bebia no ideário de José Martí, só isso. Nunca ouvi nada desse Lister em México (e isso que sou quase um especialista na revolução cubana).

    1. http://www.usinadeletras.com.

      http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=12462&cat=Ensaios

      Fidel era comunista desde criancinha, ocultou essa condição até alcançar o poder e só então se revelou comunista, isto consta em todas as biografias de Fidel. Quanto a “”esse Lister”” se vc nunca ouviu falar dele é porque não leu nada sobre a Guerra Civil Espanhola, um dos acontecimentos centrais do Seculo XX, evento preparatorio da Segunda Guerra Mundial e ai fica dificil explicar o resto, mas Lister foi criado em Cuba, lutou contra a ditadura de Gerardo Machado, conhecia perfeitamente as condições de luta em Cuba e porisso foi enviado pelo PC da URSS para ajudar Fidel, Lister vivia em Moscou e era General do Exercito Sovietico, esses eventos estão perfeitamente registrados e constam das melhores biografias de Fidel.

  3. Difícil! Lister chegou a Cuba

    Difícil! Lister chegou a Cuba com onze anos e retornou à Espanha com 18 anos. Fez carreira política e militar na Europa.Formou-se na Academia Militar da URSS , antes   trabalhou como operário na construção da primeira estação de metro em Moscou. Fidel Castro não teve  a honra de conhecê-lo ,muito menos   tomar aulas táticas. 

    Versões fantasiosas , dão  conta  de que assessorou  Cuba na crise  dos mísseis outras que foi tutor militar de Fidel.

    Lister envolveu-se profundamente na criação  do seu partido o comunista   operário  espanhol que rompeu  como  PCE de Santiago Carrilho,depois  da intervenção  soviética  na Checoslováquia, em 1968.

    1. Nada a ver. Lister se

      Nada a ver. Lister se encontrou com Fidel no Mexico no fim da decada  de 50, não quando era adolescente em Cuba 35 anos antes.

      1. A informação sobre Enrique

        A informação sobre Enrique Lister no Mexico em 1959 foi dada pelo Coronel da KGB Oleg Gordievsky, chefe-residente da KGB em Londres, Lister, General do Exercito Vermelho,  esteve à frente de um grupo de 100 conselheiros militares sovieticos que falavam espanhol a pedido de Ramon Valdes, chefe do serviço de inteligencia de Fidel.

  4. Quem é o general mercenário?

    Quem é o general mercenario?

    Ambos aqueles dois bem na foto…meu caro AA

    Vamos aos fatos subversivos de fonte primária nas atas clandestinas do PCE:

    De Jorge Semprún para general Enrique Líster:

    “Com Líster encontrei-me outras vezes nesses meses; naquela época, com efeito, Benigno Rodriguez tinha o costume de me convidar para acompanhá-lo à casa de Antonio Cordón, militar profissional da Artilharia, que ingressou no partido comunista durante a guerra civil e que foi elevado a general por Juan Negrín, poucos dias antes da derrota republicana. […] Seja lá o que for, ali me encontrei às vezes com Enrique  Líster: algumas vezes diante de um guisado asturiano, uma sopa galega, uma paella valenciana ou de um cozido à la madrilena (é notório  que nós os exilados (em Paris) adorávamos os pratos típicos da perdida e pranteada pátria). Comê-los em companhia de amigos era como comungar com as essências nacionais, era algo tão eucarístico como as rodas do moinho. […]. Mas eu estava dizendo que em certos dias em Paris, lá para 1947, ao redor de pratos típicos nacionais, nos reuníamos, Benigno e eu, com Antonio Cordón, Juan Modesto, Enrique Líster e suas respectivas mulheres; é que os exilados, sobretudo os militares, mantiveram com bastante decoro a sacrossanta instituição da família tradicional; o prato de guisado, o círculo da família e a fábula política foram os três pontos da vida do exilado. […] Àquelas refeições ocasionais do bulevar de Sebastopol comparecia, como já disse, uma boa parte do estado maior da oficialidade comunista do Exército Republicano, todos heróis, todos coronéis ou generais, todos diplomados pela Academia Frunze de Moscou, onde prosseguiram estudos depois da heróica derrota na Espanha. E ali, em casa de Cordón, entre o chouriço e o feijão, entre as ervilhas e os bons bocados, ouvindo Líster ganhar à posteriori a Batalha de Brunete, digamos, ou apresentar a passagem do Ebro pelo Vº Corpo do Exército como a operação militar mais brilhante do século XX, foi-se entranhando em mim a convicção de que eu não pude mais me livrar: que a guerra civil espanhola era uma coisa demasiado séria para ser abandonada aos ex-combatentes de um lado e outro lado. […]; foi ali, em casa de Cordón, ouvindo Líster narrar suas façanhas militares contra as forças confederais do Conselho de Aragão, digamos, onde comecei a compreender que a guerra civil só seria mitologia enquanto fosse coisa deles, dos que a fizeram e nos desfizeram, fazendo-a tão mal que ela não seria mais que história, por fim, só um saber prático que nos permitisse viver com ela, assumindo-a criticamente e não morrendo de amores por seus labirintos enganosos, quando fosse uma coisa nossa: de nós que não a fizemos, de nós que fomos esmagados pelo peso ideológico de tão grande lenda de signo contraditório…

    […]

    Convém, todavia, lembrar, antes de examinar o que Carrillo dizia a este respeito em seu livro Demain L’Espagne, que o primeiro dirigente comunista que aludiu publicamente ao papel desempenhado por Stalin na dita ocorrência foi Enrique Líster. Em seu panfleto Basta! no começo do terceiro capítulo, Líster diz o seguinte: “Em outubro de 1948, em uma reunião conjunta do Escritório Político do Partido, do Comitê Executivo do Partido Socialista Unificado da Catalunha e de um reduzido número de delegados de alguns destacados guerrilheiros e camaradas do aparelho decidiu-se dissolver as guerrilhas. […] Um mês antes, em setembro de 1948, uma delegação do Partido tinha tido uma entrevista com Stalin. De regresso informaram ao Escritório Político que Stalin havia aconselhado uma mudança de tática em nosso Partido: dissolver os sindicatos clandestinos, ingressar nos sindicatos oficiais, nos quais eram obrigados a se filiar todos os operários e dissolver as guerrilhas”.

    […]

    …ao ler o panfleto anticarrillista de Líster, que este não fala por conta própria, que é a voz de seu senhor. Ou seja, a voz de Brejnev, de Suslov e de Ponomarev, dos dirigentes russos que manipularam durante uma época o velho general, vaidoso e ressentido contra o secretário geral do PCE, desde que este condenou a intervenção militar russa na Tcheco-Eslováquia, em agosto de 1968.”

    De Robert Capa para general Hemingway:

    Quem libertou Paris de verdade mesmo foi general Hemingway, um fotógrafo judeu-húngaro, um tanque de republicanos espanhóis e o povo de Paris…

    “Nem todo mundo teve bons momentos. O exército blindado de Patton estava rodando sem muita oposição, mas a infantaria tinha de lutar duro para impedir que os alemães seguissem na retaguarda de Patton.

    Ernest Hemingway me mandou um recado em Granville. Desde o começo da campanha francesa, ele se ligara à 4ª Divisão de Infantaria. Disse que a infantaria estava fazendo uma guerra boa para um fotógrafo e que eu devia parar de perder tempo atrás de uma porção de tanques. Mandou um luxuoso Mercedes recém-capturado para me buscar e, relutante, eu entrei e fui levado ao seu campo de batalha. 

    Os 48 pontos não tinham deixado nenhuma cicatriz visível na cabeça de Papa e ele havia raspado sua indiscritível barba. Ele me recebeu animado. Tinha se tornado membro honorário da 4ª Divisão e era tão respeitado por sua coragem e conhecimento militar como por sua literatura. Possuía um pequeno exército próprio dentro da divisão. O general comandante, Barton, tinha destacado para ele, como relações públicas, o tenente Stevenson, antigo ajudante de Teddy Roosevelt. Havia também um cozinheiro, um motorista e um ex-campeão de motociclismo, que atuava como fotógrafo. Ele tinha sua própria ração de scotch. 

    Oficialmente, eram todos pessoal de relações públicas, mas sob a influência de Papa se transformaram num bando de índios sanguinários.

    Hemingway, como correspondente de guerra, não tinha permissão para portar armas, mas sua força-tarefa levava todas as armas imagináveis, tanto alemãs como americanas. Eram até motorizados. Além do Mercedes, tinham capturado uma motocicleta completa, com sidecar.

    Papa disse que havia um ataque interessante em curso poucos quilômetros adiante e achava que devíamos investigar. Carregamos o sidecar com algum uísque, umas metralhadoras e um punhado de granadas e partimos em direção ao local do ataque.

    O 8º Regimento da 4ª tinha a tarefa de retomar a cidadezinha, e Papa havia planejado tudo. O regimento já havia começado o ataque, uma hora antes, do lado esquerdo do vilarejo, e ele estava convencido de que podíamos pegar um atalho e ir até o lado direito sem muita dificuldade.

    Ele me mostrou no mapa como seria fácil, mas eu não gostava nada daquilo. Papa olhou para mim desgostoso e disse que eu podia ficar para trás. Eu não tinha nenhuma escolha senão ir com ele, mas deixei claro que estava indo sob protesto. Disse a ele que a estratégia húngara consistia em ir atrás de um bom número de soldados e nunca tomar atalhos solitários através de uma terra de ninguém.

    Partimos pela estrada que levava ao vilarejo. Papa, seu motorista ruivo e o fotógrafo da motocicleta foram na frente, enquanto o tenente “Stevie” e eu seguíamos uns bons quinhentos metros atrás. Avançávamos cautelosamente, consultando o mapa a intervalos frequentes. Por fim, chegamos à última curva fechada antes da estrada que levava diretamente à cidade. Não ouvi nenhum tiroteio na direção da cidade e comecei a me sentir muito incomodado. Papa riu da minha cara e eu segui sob protestos ainda maiores. Quando ele chegou à curva, algo poderoso explodiu a dez metros dele. Era um morteiro. Ele foi lançado no ar e aterrissou numa vala. O ruivo e o fotógrafo, que logo abandonou a motocicleta, recuaram. Nós quatro estávamos bem protegidos do nosso lado da curva. Papa, do outro lado, não. Além disso, a vala era rasa e pelo menos três centímetros de seu traseiro ficavam visíveis. As balas traçantes que atingiam o chão logo acima de sua cabeça e o tiroteio que vinha de um tanque leve alemão na estrada do vilarejo continuavam sem parar. Durante duas horas ele ficou encurralado, até os alemães encontrarem um alvo mais urgente, o atrasado 8º Regimento.

    Papa saiu correndo, então, e chegou ao nosso lado da curva.

    Estava furioso. Não tanto com os alemães, mas comigo, e me acusava de ter ficado de braços cruzados para poder tirar a primeira foto do cadáver do famoso escritor.

    Durante a noite, as relações ficaram um tanto abaladas entre o estrategista e o perito militar húngaro.

    A estrada para Paris nos chamava. O 3º Exército chegou a Laval, a uns noventa quilômetros de Paris, e eu me apressei para me juntar a eles. Alguns tiroteios aqui e ali, mais um bando de abatidos prisioneiros alemães, outra cidade mencionada nos communiqués e chegamos a Rambouillet. Era a nossa última parada antes de Paris e lá fizemos uma pausa, dessa vez por razões políticas.

    O povo de Paris tinha se levantado e estava combatendo ele mesmo os alemães nas ruas. O Comando Supremo Aliado decidiu que nessas circunstâncias seria interessante fazer com que a nata do novo exército de De Gaulle, a 2ª Divisão Blindada francesa, inteiramente equipada pelos americanos, entrasse em Paris à frente do exército de libertação.

    A divisão francesa se reuniu em Rambouillet e se preparou para o último assalto. Era um coquetel muito balanceado de guerreiros. Marinheiros franceses que tinham conquistado fama com Montgomery no deserto da Líbia, ainda usando suas velhas boinas de marinheiros com pompons vermelhos. Republicanos espanhóis e negros senegaleses, franceses foragidos de campos de prisioneiros alemães, todos exibindo o sorriso fácil dos lutadores.

    Todas as máquinas de escrever internacionais se reuniram em torno de Rambouillet também, e todos os correspondentes de guerra credenciados disputavam e conspiravam para ver quem seria o primeiro a entrar em Paris e fazer história naquela grande cidade de não muitas luzes então.

    Hemingway havia tomado Rambouillet muito antes do exército França Livre e de jornalistas chegarem. Seu exército particular de quatro homens convocara vários rapazes entusiasmados da Resistência e agora chegara aos quinze integrantes. A força mista tinha a cara de Papa, imitando seu andar de urso marinheiro, cuspindo frases curtas pelos cantos da boca em diversas linguagens. Levavam mais granadas de mão e conhaque do que uma divisão inteira. Toda noite saíam para infernizar os alemães que ainda restavam entre Rambouillet e Paris. Papa não tinha mais lugar para peritos húngaros em seu exército, então voltei a procurar Charlie Wertenbaker, que possuía um jipe próprio para rodar por Paris.

    Em 24 de agosto, os franceses arregaçaram as mangas de seus tanques e partimos. Na noite de 25, acampamos debaixo de uma placa de estrada que dizia: PORTE D’ORLÉANS – 6 KILOMÈTRES. Era a melhor placa de estrada debaixo da qual eu jamais havia dormido.

    O sol tinha pressa de nascer naquela manhã e não nos demos ao trabalho de escovar os dentes. Os tanques já faziam as calçadas tremerem. Naquela manhã alegre, quando pegamos a estrada, até nosso motorista, o recruta Strickland, esqueceu suas boas maneiras da Virgínia e a cada cinco minutos cutucava as costelas de meu distinto patrão.

    Cerca de três quilômetros de Paris, nosso jipe foi detido por um tanque pertencente à 2ª Divisão Blindada francesa. Disseram que não podíamos seguir adiante: o general Leclerc tinha dado ordens estritas para não deixar ninguém, além dos membros da 2ª Divisão, entrar na cidade. O velho garotão estava definitivamente perdendo o charme. Desci do jipe e comecei a discutir com os homens do tanque. Eles falavam francês com entonação espanhola. Então vi o nome do tanque. Pintada na torre estava a palavra “TERUEL”.

    No inverno de 1937, quando eu estava com os republicanos espanhóis, participei com eles de uma de suas grandes vitórias, a batalha de Teruel. Falei para os homens do tanque:

    – No es derecho…vocês me deterem. Eu sou um de vosotros e eu próprio participei naquela batalha gelada e feroz.

    – Se isso for verdad – responderam – e você estiver falando a verdade, então você é mesmo um de nosotros e tem de subir aqui conosco e entrar conosco em Paris neste verdadero tanque Teruel! Subi no tanque. Charlie e Strickland seguiram no jipe.

    A estrada para Paris estava aberta e todos os parisienses saíram à rua para tocar o primeiro tanque, beijar o primeiro homem, cantar e chorar. Nunca houve tanta gente tão contente tão cedo.

    Eu sentia que essa entrada em Paris havia sido feita especialmente para mim. Num tanque feito pelos americanos, que tinham me aceitado, rodando com os republicanos espanhóis, com quem eu havia lutado contra o fascismo tantos anos antes, eu estava voltando a Paris, a bela cidade onde eu aprendera a comer, beber e amar.

    Os milhares de rostos no visor de minha câmera foram ficando mais e mais borrados; aquele visor estava muito, muito, molhado. Passamos pelo quartier onde eu havia morado seis anos, passamos por minha casa junto ao Lion de Belfort. Minha concièrge estava acenando com um lenço e eu gritava para ela de cima do tanque em movimento: “C’est moi, c’est moi”.

    Nossa primeira parada foi em frente ao Café de Dome, em Montparnasse. Minha mesa favorita estava vazia. Garotas com vestidos estampados leves subiram ao nosso tanque e logo estávamos cobertos de marcas de batom. O mais bonito dos meus espanhóis foi o mais solicitado, mas ele murmurou: “Eu preferia ser beijado pela velha mais feia de Madrid do que pela moça mais linda de Paris”.

    Em volta da Câmara dos Deputados, tivemos de lutar e algumas marcas de batom se dissolveram em sangue. No fim da noite, Paris estava livre.

    Eu queria passar a minha primeira noite no melhor dos melhores hotéis: o Ritz. Mas o hotel já estava ocupado. O exército de Hemingway havia entrado em Paris por outra estrada e depois de uma breve e alegre luta tinha realizado seu principal objetivo: liberado o Ritz dos rústicos alemães. O ruivo estava de guarda na entrada, exibindo alegremente os dentes que não tinha. Ele disse, na melhor imitação de Hemingway: 

    – Papa pegou bom hotel. Muita coisa na despensa. Você suba depressa.

    Era tudo verdade. Papa fez as pazes comigo, me deu uma festa e a chave do melhor quarto do hotel.

    A libertação de Paris foi o dia mais inesquecível do mundo. Sete dias depois do mais inesquecível foi o dia mais triste. A comida acabara, o champanhe acabara e as moças tiveram de voltar para casa e explicar os acontecimentos da libertação. As lojas estavam fechadas, as ruas vazias e de repente me dei conta de que a guerra não havia acabado. Na verdade, ela continuava a quarenta quilômetros.”

    Ligeiramente Fora de Foco, de Robert Capa. Tradução de José Rubens Siqueira. Cosac Naify, 2010.

     

     

  5. Heróis ou assassinos ?

     Não apenas panfletos politicos, leiam: Oleg Gordievsky e Andrew Cristopher, KGB: The inside History e ” A Batalha pela Espanha” de A. Beevor .

      E meu caro AA, de acordo com o “desertor”, ex-rezident da KGB em Londres, O. Gordievsky, o encontro ocorrido em 1959, na Cidade do México, entre Lister ( como enviado do GRU, não da KGB), não teria sido com Fidel, e sim com Ramiro Valdez ( chefe do serviço de inteligência cubano), quando de acordo com “Gordy”, o GRU e a KGB ofereceram alguns agentes fluentes em espanhol ( não está claro que Lister esteve em Cuba), para que estes reforçassem os recem-criados ” Comites de Defesa da Revolução”.

       Quanto a ser “general iugoslavo”, ele foi designado por Dimitrov/Stalin, em novembro de 1944 para atuar junto com as guerrilhas de Tito na Iugoslavia, sendo enviado para lá com seu colega de Espanha ( Guerra Civil ) e da Academia Frunze, Jesus Hernandez – que posteriormente abdicaria da cidadania espanhola, e assumiria a iugoslava, sendo “attachée” desta embaixada na Cidade do México, durante muitos anos.

         Tanto Lister como Hernandez, fazem parte daquelas personagens que são amadas por uns e odiadas por outros, afinal assassinaram muitos esquerdistas espanhóis, como os trotskistas, e Lister é conhecido em alguns circulos espanhóis, como o “matador de anarquistas”. 

    1. Meu caro Junior, Gordy não

      Meu caro Junior, Gordy não diz que Lister steve em Cuba em 1959 e sim no Mexico, lembrando que àquela época (1959) o México era um santuario para esquerdistas de todo o planeta, era o unico Pais do mundo que só reconhecia como governo legitimo da Espanha o Governo da Republica no exilio, não reconhecia a Espanha de Franco, foi tambem no Mexico que Castro organizou as bases da Revolução portanto esse encontro de Lister com os cubanos estava no contexto certo.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador