Escalada da crise: Bolsonaro quer trocar comando do Exército

Colocar no comando da ativa alguém visto como aliado de Bolsonaro pode ser arriscado. No mínimo, um movimento "malvisto" pela "Marinha e Força Aérea"

Jornal GGN – É destaque na Folha de S. Paulo desta segunda (4) que Jair Bolsonaro pretende escalar um pouco mais a crise política tirando o general Edson Pujol do comando do Exército.

“A retirada de Pujol do Exército tem sido comentada há algumas semanas, e ela foi discutida na reunião realizada no sábado entre o presidente e os três comandantes militares, além dos ministros fardados de sua gestão”, afirmou o jornal.

O motivo da remoção seria a “resistência” de Pujol a aderir aos movimentos de Bolsonaro para minimizar a importância da pandemia de coronavírus. Em vídeo divulgado há algumas semanas, Pujol afirmou que o Exército faria de tudo para combater a doença dentro e fora da instituição.

O nome de confiança de Bolsonaro para substituir Pujol seria o atual chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Questionado, Ramos respondeu: “Tem uns seis generais mais longevos do que eu na fila.” Mas, no passado, isso não foi problema. “Eduardo Villas Bôas não era o mais longevo ao ser escolhido comandante do Exército por Dilma Rousseff (PT) em 2015.”

Segundo apurou a Folha, colocar no comando da ativa alguém visto como aliado do governo Bolsonaro pode ser arriscado. No mínimo, um movimento “malvisto” pela “Marinha e na Força Aérea também”, que são “forças menos próximas do ethos bolsonarista.”

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Redação

7 Comentários

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  1. O que pode ter ocorrido na reunião com os ministros militares, é que algum deles deve ter tido:
    “Peço a Deus que não tenhamos problema nesta semana. Chegamos no limite. Não tem mais conversa. Daqui pra frente não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço”

    e o presidente entendeu como apoio e deixou a reunião feliz.

    Mas eles poderiam estar se referindo ao presidente e não aos outros poderes.

  2. É preciso deixar de ter ilusões com as Forças Armadas na defesa da Democracia. Lembrar que os militares nacionalistas foram mortos, torturados ou expulsos das Forças Armadas no golpe de 1964.
    Hoje as Forças Armadas são comandadas por militares entreguistas, sucessores do general Silvio Frota. Este general era tão de extrema-direita que até o general Geisel o exonerou do comando do Exército.
    Bolsonaro e o general Augusto Heleno são os mais conhecidos herdeiros do general Frota que dirigem o atual governo de militares.

  3. Rapaz … aí leio nos jornais, nos blogs, vejo na TV jornalistas dizendo que o governo do Bolsonaro está no fim, que ele não tem mais apoio das FA… ou seja, um governo moribundo. Devo acreditar nisso Luis Nassif? Acho que este Maluco ainda tem a força. Ainda faz o que quer sem ser incomodado. Não dá trégua. Nem acaba um assunto ele já bota um outro pior na pauta. Não pode o Ramage. Vai outro mesmo. Tal ministro não é bem aceito..coloca esse outro mesmo que tb é amigo. E assim ele vai. Agora quer substituir o general Pujol. Devo duvidar de sua capacidade de fazer isso? Aliás, eu nem sabia que isso era permitido. Ou seja, o presidente não gosta de tal general, simplesmente tira ele da parada. Tomara que ele não consiga … Mas olha, nada me tira da cabeça que esse Jair ainda manda! E sua manada se sente cada vez mais em alta, cada vez mais protegida, inclusive batendo em jornalistas e enfermeiros. Na boa! Assim como o chefe, eles acreditam que têm a força!

  4. “Povo de memória curta, esse é o João!” — Millôr Fernandes.

    Nassif: não se iluda. Na DemocraciaDaBaioneta só muda a mosca…

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