FIFA exige R$ 28 mil de festa popular na Copa do Mundo

Por Implacável
 
Uma carta aos “donos da bola”
 
 
Senhor Blatter,
 
Não nos conhecemos — o que, aliás, não faz a nenhum de nós dois a menor falta. Sou a dona do nome que batiza a rua da querida Tijuca, onde uma multidão crescente se reúne para exaltar o ludopédio. Trata-se de turma animada, um pouco barulhenta para os meus padrões, mas de uma alegria inegociável. São bem daquele tipo que faz a fama do Rio de Janeiro.
 
Felicito-me por observar de longe, posto que nunca fui de me misturar a multidões. Cruzei meu tempo aí entre convescotes restritos, sempre em torno de quem me era próximo e familiar. Tolerava, por conveniente, as celebrações pagãs de nossos escravos, uma gente alegre nos seus rituais que lembravam o lugar de onde vieram. (Contam-me que aquelas danças, batuques e rezas deram no carnaval, mas isso é outro assunto.) Não conheci a era de grandes ajuntamentos, tampouco me lamento por isso.
 
Mas veja o que são os paradoxos. À distância, faço gosto daquela festa que acontece à sombra do meu nome, a cada quatro anos, a pretexto de celebrar a competição da qual o senhor se arvora proprietário. Alegra-me a vaidade de ter o nome associado a tal manifestação de alegria, a ponto de até relevar o desfrute da corruptela “Alzirão”.
 
Pois agora, sou surpreendida por essa sua intenção despropositada de cobrar pela festa que o senhor não realiza, não patrocina, não abriga. Ora, francamente, senhor Blatter? Onde o senhor pensa que está?
 
Aprendi a temer o direito de propriedade e afinal entendi os conceitos que vieram depois de mim, como o da valorização de marcas e eventos. É o tal jogo jogado. Mas não posso admitir o castigo àquela turma que começou a se reunir ainda em 1978, em torno de uma televisão modesta, na esquina com o confrade Conde de Bonfim. Por causa deles, a brincadeira cresceu, ganhou fama, atraiu mais gente, virou Associação Recreativa e Cultural e, nove Copas depois, em 2010, juntou 40 mil pessoas por dia na rua — na minha rua. Jamais sua.
 
Agora, desavergonhadamente, o senhor acena com uma cobrança de R$ 28 mil. Quer mais esse caraminguá para sua entidade, que, permita-me lembrá-lo, distribuiu US$ 37 milhões em bônus para seus executivos ano passado. Não lhe concedo intimidade e, por isso, deveria me conter, mas não consigo: ganância, além de pecado, tem limite! Como se diz hoje em dia por aí, fala sério!
 
Vivi na época certa, quando esse jogo peculiar que enfeitiça os brasileiros ainda não havia chegado por estes trópicos. Regalei-me no sossego das minhas terras, hoje retalhadas em quadras urbanas, coalhadas de prédios, que nem de longe lembram o vale emoldurado pela intocada Mata Atlântica dos meus dias.
 
Mas digressiono. O ponto, distinto senhor, é que entendo minha gente e, daqui, observo o século XXI, seus problemas e pendores. Sei que o Brasil aceitou as condições impostas por sua entidade para realizar o evento. Só que enxergo também que começa a lhe faltar mercado — daí, os senhores, habituados à asséptica Suíça, terem alargado fronteiras para se aventurar por áfricas, rússias, brasis. Esta via, portanto, precisa ter mão dupla.
 
Assim, alguma soberania e dignidade precisam nos sobrar. Veja o drama de outros conterrâneos, proprietários de cadeiras perpétuas no vizinho Maracanã. O direito deles, concedido quando da construção do estádio, está sendo desrespeitado pela sua turma. Não pode. Lastimo, ainda, a cumplicidade do Estado com a ilegalidade em relação a estes frequentadores do nosso templo esportivo.
 
Sim, trata-se de desrespeito não a uma, mas a duas leis estaduais, a 57/47 e 335/49. Elas determinam o uso daquele assento, comprado nos primórdios do estádio, por seus donos para sempre, em quaisquer eventos realizados ali. Agora, acenam com uma indenização a ser paga com dinheiro do contribuinte. Sei daqui que muita gente não recebeu a reparação ainda daquele torneio de 2013, a Copa das Confederações. E com os ingressos do Mundial todos vendidos, o desrespeito está cristalizado. Uma pena.
 
O senhor manda na festa, passeia para lá e para cá escoltado por batedores na sua fantasia de chefe de Estado, posa de poderoso na tribuna, embolsa os lucros — e os prejuízos ficam com o governo e com o povo. Desde o meu tempo (na verdade, antes), essa terra é tolerante e generosa com quem não merece. Mas haja obsessão por dinheiro, não?
 
Alongo-me e peço desculpas, porque muito havia a ser dito. Deixe a festa dos meus em paz. O senhor e sua entidade são milionários muito além do que fizeram por merecer.
 
Sem mais,
 
Alzira Brandão.
Redação

27 Comentários

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  1. Mais direto impossível!

    Um belíssim tapa com luva de pelica, apesar de eu achar que mereciam mesmo é uma surra de vara de marmelo…

    Parabéns pelo texto brilhante e incisivo!

  2. quer a copa!!

    é assim só tem serviço completo. um verdadeiro contrato caracu e com certeza a gente não entrou com a cara.

    até pra fazer uma festinha vão ter que pagar. o mais cruel é a exigencia de que sejam passadas as propagandas dos patrocinadores inclusive!

  3. Ideia para a rapaziada do

    Ideia para a rapaziada do Alzirão.

    Enfeitem a(s) rua(s) com bandeiras, espalhem as telas de TVs, arranjem as cervejas de todas as marcas porque a elas interessa uma publicidade gratis-0800, e uma grande faixa: FESTA JUNINA FORA DE ÉPOCA!

    E mandem fazer um diploma de Honra ao Mérito de bronze (a rapaziada não se importará fazer uma vaquinha) e enviem, enrolado, para Monsieur Blattterr:

    NOSSA HOMENAGEM A SUA GENITORA.

     

  4. Excetuando a elite burguesa

    Excetuando a elite burguesa que nem se preocupa com os IPVAs, IPTUs, CONTROLAREs, IMPOSTO DE RENDA,  edemais impostos agregados, com a falta completa de qualquer reciprocidade de serviço publico em beneficios dos cidadãos, o que se tem para comemorar?

    Os jogadores hoje, são muito diferentes daqueles do passado, antes o povo torcia como se torce para o sucesso de uma Nação. Hoje iremos torcer pelos salarios milionarios das estrelas que se tornaram os jogadores de futebol?

    Quem tem possibilidade de ir aos estadios até que se justifica, vai ser um show, um espetaculo, dos melhores circos existentes.

    Sobra o que para o povão? Comemorar o que? Torcer para que?

    Que se vestir de chapelão de palhaço com rariz e tudo, bem caracterizado vai ser isto mesmo.

    PALHAÇO.

    Comemorar o que?

     

  5. Carta padrão Facebook

    Essa carta esta me cheirando a mais uma daquelas correntes tucanóides do Facebook para criar indignação e detonar com a Copa e o governo.

    Ora, se for o evento da FanFest ao qual ela se refere, a FIFA tem todo o direito, no meu entendimento, de receber o valor pleiteado (ou contratado na Carta de Condições), pois são dela os diretos comerciais a serem utilizados em quaisquer eventos comerciais da Copa que envolvam a marca FIFA / Copa do Mundo 2014 (Copyright)

    Lógico, nada impede que se organizem eventos paralelos populares que não estejam sob seu patrocínio, organização e/ou tutela.

    É assim com eventos sob populares e patrocinados de cervejarias, oktoberfest, trios elétricos, micaretas e etc.

    Portanto, há de se ter cuidado com essas jogadas da oposição para provocar a ira de incautos, no famoso “efeito manada” com intuito de engrosar o coro dos indignados nas manifestações.

      1. Então caro reaça,Este

        Então caro reaça,

        Este documento corrobora o que falei: a utilização comercial quebra direitos da FIFA

        A capacidade interpretativa do brasileiro é realmente de doer.

        Não devia, mas vou resumir para você, a modo de reduzir o nivel de analfabetismo:

        Os  Exibidores  de  “Eventos  de  Exibição  Pública” (em qualquer local ou espaço que não  seja  uma  residência  privada)  devem  cumprir  as  regras  definidas  neste Regulamento.

        É necessária uma Licença formal somente para as seguintes categorias de Eventos de Exibição Pública:

        –  Eventos de Exibição Pública Comerciais (conforme definição abaixo) > PAGAM TAXA!
        –  Eventos de Exibição Pública Não Comerciais Especiais (conforme definição abaixo) > NÃO PAGAM TAXA!

        – É um “Evento de Exibição Pública  Comercial” quando o Exibidor realiza-o com fins comerciais.

                 –  é cobrada uma taxa de entrada direta ou indireta para assistir a exibição da Competição; e/ou
                 –  há exploração de patrocínio ou outros direitos comerciais de associação ao evento; e/ou
                 –  são obtidas vantagens comerciais de qualquer outra forma a partir da organização do evento.

        Para fins de esclarecimento, Eventos de Exibição Pública em “estabelecimentos comerciais”, tais como pubs, boates, bares e  áreas de uso comum de shopping centers, são considerados “Eventos de Exibição Pública Não Comerciais”, a menos  que  sejam  realizadas,  junto  com  as  atividades  de  exibição  pública,  outras  práticas  comerciais,  tais  como  a cobrança direta ou indireta de taxas de entrada ou atividades com patrocínio.

        – Um Evento de Exibição Pública é considerado um “Evento de Exibição Pública Não Comercial” quando o Exibidor não obtém qualquer tipo de vantagem comercial por organizar o evento.

        Me parece que reunião de pessoas em volta de um telão na rua se enquadra nesta última. Se há exploração comercial é outra história. reveja o que comentei anteriormente.

        E por favor, releia o regulamento da FIFA para ver se com a repetição consegue assimilar…

         

         

        1. Larga mão se der estúpido,

          Larga mão se der estúpido, rapaz. Olha o que você escreveu acima. Poder até pode, como diz a denúncia do post, só que tem que pagar. 

          E mesmo que não tivesse que pagar, como em alguns casos, só o fato de ter que se cadastrar para reunir as pessoas para assistir o jogo da selação e a obrigação de ter que assistir na emissora oficial já é uma afronta.

          Suas palavras foram essas :

           

          Lógico, nada impede que se organizem eventos paralelos populares que não estejam sob seu patrocínio, organização e/ou tutela.

          É assim com eventos sob populares e patrocinados de cervejarias, oktoberfest, trios elétricos, micaretas e etc.

          Portanto, há de se ter cuidado com essas jogadas da oposição para provocar a ira de incautos, no famoso “efeito manada” com intuito de engrosar o coro dos indignados nas manifestações.

           

          1. Mais claro, adiciona água

            Interpretação de texto, reaça:

            “Lógico, nada impede que se organizem eventos paralelos populares que não estejam sob seu patrocínio, organização e/ou tutela.”

            Outros eventos populares, privados ou públicos > NÃO COMERCIAIS!!!!!

            “É assim com eventos sob populares e patrocinados de cervejarias, oktoberfest, trios elétricos, micaretas e etc.”

            Então, estes eventos pagam, meu texto afirma isso “É assim com eventos…” > COMERCIAIS!!!!!

            A única ressalva que concordo contigo, é que no texto global estes dois paragrafos podiam ter sido invertidos para melhorar a compreensão de pessoas como você. Mas tudo bem.

            Esclarecido?

            E ESTÚPIDO É TEU PAI QUE TE CRIOU ASSIM…

             

  6. Festa desde 1978

    Senhores, essa festa de rua existe desde 1978 e é feita de 4 em 4 anos, não tem nenhuma correlação com as “Fan Fest” da senhora FIFA!

    Aqui no Rio de Janeiro existem várias outras festas nesse molde durante a Copa do Mundo, a mais famosa é justamente a da Alzira Brandão.

    Em tempo, esse texto é do Jornalista Aydano André Motta e foi publicado no site do O Globo.

    http://oglobo.globo.com/rio/carta-ao-dono-da-bola-12371588

     

    1. Esclarecimento

      Caro Implacável,

      O texto  não esclarece que não é sobre a Fanfest (não o evento popular em si, mas a cobrança da FIFA).

      O texto é de um jornalista ok, mas feito sob encomenda como tantos outros para circular nas redes sociais, além de surreal.

      Quanto a sua festa fique tranquilo, não hã juiz de direito que possa cobrar taxa alguma. Não tem amparo legal.
      Quem procurou a Associação de Moradores? a FIFA, a Prefeitura, a CBF?

      Teria que cobrar de toda e qualquer vizinhança, bar ou restaurante que se reuni-se na rua pelo Brasil afora durante o evento…

      Como último recurso, existe ainda o alegação de que a festa surgiu espontaneamente organizadas por populares, sem comando ou responsabilidade de quaisquer entidade ou pessoa juridica.

      Simples

  7. Acabaram os Pachecos

    Engraçado a postura de alguns….

    Quando a Copa do Mundo era lá fora, na puta que pariu, tinha que carimbar passaporte, tomar vacina, viajar trocentar horas pro Japão ou pras zoropas (pros esteites já era um luxo só), gastar uma mala de dinheiro… neguinho não reclamava.

    Fazia a maior festa, vestia camisa da Seleção, torcia com peruca verde-amarela (apesar de nunca antes ter pisado um estádio de futebol), a midia soltava o Pacheco (não esse otário aqui do blogue), ganhava rios de dinheiro e o melhor de tudo, ninguém se dizia “indignado” pois o dinheiro não saia dos “meus impostos” (mas claro que saia do seu bolso, o que dava na mesma).

    E tudo isso acabou, adivinhem porque/ Porque o PT trouxe tudo isso para dentro do Brasil.

    Assim não pode, assim não dá….

    1. Sobre Pachecos & Manés.

      Perfeitamente, brou! 

      Fosse a Copa sob um governo tucano já não haveria mais perucas verde/amarelas pra vender na 25 de Março.

      A Pachecada Média já teria esgotado os estoques. Seguem dez estrelas pro seu comentário

      (agora, graças às novas e avançadas tecnologias, não é mais possível estrelar quando o comentário tem mais do que duas ou três linhas) .

      1. Resposta

        Caro Artaud,

        Agradeço o elogio. Reaças tem que dar nos dedos!. Alem de ordinários são tapados…

        Sobre a ativação das estrelinhas em textos compridos, repasso a dica que aprendi aqui mesmo no blogue, é só clicar no “link permanente” no rodapé do comentário.

        Mas carece não, não foi por isso que informei. (kkkk!)

    2. Ninguém reclamava por 2

      Ninguém reclamava por 2 motivos:

      Motivo 1. Não pagávamos a conta do evento.

      Motivo 2. Podíamos ir no Alzirão tomar cerveja vendo o jogo.

      E um adendo: O PT NÃO TROUXE NADA DISSO PRA DENTRO DO BRASIL. Foi o PT quem pagou a construção dos estádios? Misturar Estado com Governo já é foda, agora misturar Estado com Partido é assinar atestado de tosquice totalitária. 

      Por mim, faria mais uma Copa na ‘puta que pariu’ e veria pela TV. Tranquilão.

  8. E tema mais uma, só pode o

    E tema mais uma, só pode o sinal da globo, senão a “puliça” da FIFA vai lá e confisca o telão.

    O regulamento leva em consideração, principalmente, o número de espectadores previsto e a exigência de compra de ingressos.

     

     

    Os proprietários de bares e restaurantes que pretendem exibir as partidas de futebol da Copa do Mundo de 2014 já podem se programar segundo as regras oficiais. O diretor executivo de Operações e Competições do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Trade, e o diretor da TV FIFA para a Copa de 2014, Sven Schaeffner, anunciaram a forma como serão gerenciadas as licenças da programação. O regulamento leva em consideração, principalmente, o número de espectadores previsto e a exigência de compra de ingressos.

    Para facilitar a classificação, os Eventos de Exibição Pública de partidas possíveis foram separados em Não-Comerciais, Não-Comerciais Especiais e Comerciais. A última categoria é a única que exige pagamento de taxa de licença. “O valor obtido com a licença será destinado a projetos sociais brasileiros, relacionados com o futebol”, explicou Sven Schaeffner. As demais regras variam de acordo com o tipo de evento, conforme explicação abaixo:

    Não-Comerciais

    Não exigem licença e não há necessidade de registro prévio. Nessa categoria enquadram-se as exibições públicas por aparelhos de TV ou telões instalados em bares, restaurantes, hotéis, shopping centers e outros estabelecimentos públicos, bem como em eventos realizados em praças, praias, estádios ou outros locais públicos com capacidade inferior a 5.000 (cinco mil) pessoas, desde que não haja cobrança de ingresso, realização de promoções comerciais, sorteios ou distribuição de brindes ou qualquer forma de obtenção de lucro com a exibição. Também não pode haver qualquer tipo de patrocínio ou publicidade.

    Não-Comerciais Especiais

    São considerados eventos de Exibição Pública Não-Comerciais Especiais aqueles com previsão maior ou igual a cinco mil pessoas. Esses seguem as mesmas regras dos Não-Comerciais, mas os organizadores precisam obter autorização prévia (Licença Especial) por meio do site http://www.exibicaopublicafifa.com.br. Essa categoria não gera cobrança de taxa.

    Exibição pública comercial

    A única das categorias que precisa quitar uma taxa para exibição é a de Eventos de Exibição Pública Comerciais, ou seja, aqueles que tenham patrocínio, distribuição de brindes, cobrança direta ou indireta de ingressos ou qualquer outra forma de exploração que na opinião da FIFA/Globo seja considerada comercial. Serão permitidas associações comerciais apenas com afiliados de marketing da FIFA e patrocinadores de transmissão da Globo e empresas não concorrentes com as mencionadas na lista constante do site da FIFA. Para o caso da categoria Comerciais, há necessidade de obtenção de prévia autorização e pagamento da Licença.

    As explicações completas estão disponíveis no site  http://www.exibicaopublicafifa.com.br.  

     

    1. Incorreto

      Você esta passando informações equivocadas.

      Releia o que analisei no seu comentario lá embaixo…

      Só paga quem obtêm exploração comercial do evento FIFA e seus Copyright

      Fora isso, festa popular na rua não paga.

      Desenhando, quem vai ganhar dinheiro encima da copa em locais públicos, paga. Quem for so torcer e festejar na rua, não.

      É por esas e outras que os coxinhas bóiam…

      1. Amigo, larga mão de ser

        Amigo, larga mão de ser estúpido.

        Está escrito com todas as letras no regulamento. Leia.

        Juntou 50 pessoas prá ver o jogo, se tem patrocínio ou distribui brindes ( um apito, um abanador, uma bandeirinha ), é evento comercial. Tem que pagar. Entendeu  ?

        Se a Brahma põe um telão na praça TEM QUE PAGAR.

        Se não tiver patrocínio, distribuição de brindes, etc, mesmo assim tem que assistir na GLOBO e tem que pedir autorização, o que por si só já é uma afronta.

        http://www.exibicaopublicafifa.com.br/static/pdf/Regulamento_FIFA_Eventos_de_Exibicao_Publica_FWC2014_v2.pdf

         

      2. “Evento Fifa” é para ser do

        “Evento Fifa” é para ser do estádio para dentro. Quem liga a TV, já comprou e pagou pelo aparelho. No máximo se paga direito autoral ao Ecad porque a lei já tinha essa previsão.

        A Lei brasileira foi sempre assim, liberal e saudável. Pela nossa lei, cada um que cuide do seu comércio. Porém, baixaram essa Lei Geral da Copa que é, sim, temerária e restritiva, com cara de contrato comercial americano, além de ser recheada de tipos penais novos, que são sempre perigosos para a liberdade.

        Ninguém interpretou a Lei Geral em um caso concreto, mas há margem para a Fifa agir como se fosse o Dom Pedro II no seu congado, interferindo com o seu evento no estabelecimento comercial do alheio. E, pior, se não conseguir cobrar, aparentemente a União fica responsável pelos prejuízos. Isso nem a associação de vítimas de bala perdida no RJ conseguiria. Nessa copa eu estou com o pessoal do “não vai ter Copa”, e vou torcer pelo Ministério Público da União e pela AGU, que vão ter que reverter essa bela obra nos tribunais.

  9. A palhaçada já começa quando

    A palhaçada já começa quando a Copa do Mundo , que sempre existiu, de repente vira Copa Fifa de Football, ou algo que o valha.

    E termina quando se defende uma entidade corrupta achando que se está defendendo o governo.

    1. Desnorteada

      Cara Coxinha Nira,

      1) A FIFA detêm os direitos da Copa, e pode mudar não só o seu nome como seu regulamento, pois foi ela que a criou lá nos primórdios do futebol em 1930. Só não pode mudar as regras do jogo, isso não cabe a ela.

      2) Tem razão, é uma entidade extremamente corrupta. imagina o desespero deles (Blatter e cia) ao ver que Dilma pressionou pela queda do Ricardo Teixeira, “sócio” da Globo e manteve José Maria Marin sob rédea curta até agora, reduzindo as chances de tramóia. Todas as exigências que se cumpriram estão dentro do Caderno de Encargos da FIFA e devem ser atendidas independente do País que a realize.

      3) Ninguem defende a FIFA para defender o Governo. Defende-se o Governo, ponto. E desde que ele esteja agindo certo.

      4) Não é com a criação de factóides, distorcidos, como esta “suposta” carta de um colunista do PIG, fabricados a medida para circular nas redes sociais e atiçar mais indignação de coxinhas alienados, que justificam a afirmação de que a FIFa ou o Governo estão agindo errado.

      Sugiro peneire mais as suas análises.

      1. Caro Rissole Tony,
        em nenhum

        Caro Rissole Tony,

        em nenhum momento critiquei o governo. O fato da Copa se realizar aqui não me faz confundir Fifa e governo, fato que justamente tentei apontar no meu comentário. Não defendo o besteirol Nào vai ter Copa, e outras baboseiras. Daí a simpatizar com a cobrança de pedágio para festas de rua, vai uma distância, até porque nunca soube de grandes enriquecimentos dos que organizam a festa ( embora não sejam tempos de se colocar a mão no fogo, etc ).

        Se o prezado conhecesse minha “vida pregressa ” aqui no blog , veria que esses enquadramentos fáceis e rasteiros tipo coxinha, e outros , não se aplicam, a não ser que agora valham para críticas  à Fifa. Aí, realmente, fica difícil.

        Por fim, sei que pode ser complicado, mas sugiro retire os antolhos antes de entrar no modo automático.

         

         

      2. Pegando carona no seu item

        Pegando carona no seu item 1… Gostoso ver o pessoal aqui se apegando ferrenhamente ao direito de propriedade!

        Mais um pouco e vcs viram ‘neoliberais’.

        A propósito, a FIFA detém a marca ‘Brasil 2014’. Interessante, não? Privatizaram o país!

  10. Jornalismo esportivo

    Com exceção de 1950, quando eu tinha cinco aninhos, todas as demais Copas foram realizadas fora do Brasil. Volta para cá lanhada e com carradas de feridas que ficarão abertas por bom tempo.

    Muito se errou, sem dúvida. Obras inacabadas, desvios de dinheiro público, orçamentos estourados, enfim, mazelas nativas, delícia das folhas e telas cotidianas.

    Na Federação de Corporações, no entanto, muitas ações permanecem recônditas até que um chato as mencione.

    Vocês irão lembrar, não importa a idade que tenham hoje, ou a mídia a que tivessem acesso na época, a grandiosa mobilização da imprensa esportiva preparando as coberturas.

    Mobilização também no sentido do ir e voltar. Quem vai? Era a pergunta no meio jornalístico.

    Dependendo do país sede, antes de se torcer para a seleção trazer o caneco, nas Redações, disputava-se quem seria convocado para cobrir o evento in loco.

    O mais usual frequentador de milhas aéreas, aqueles que não gostam de dormir fora de seu colchão, o obsessivo do feijão com arroz, quem já não suportava mais check-ins e fazer malas, na agora agá, não abria mão da estadia de, pelo menos, 30 dias em Londres, Roma, Paris, Munique, Johannesburgo, Seul, Tóquio, mesmo Santiago ou Guadalajara.

    Experimentados cronistas, às vezes, ainda esnobam: “África do Sul, nem pensar. Já fui a tantas, deixa pra garotada mais nova. Ainda mais se for para ver aquele futebolzinho medíocre que estão jogando”.

    Claro que o argumento “me forçaram, não posso dizer não”, já os fizera deixar as malas prontas com um mês de antecedência e reservar passagens e hotéis para uma esticada com a patroa após o final da Copa.

    “Ah, vou aproveitar pra um ‘girinho’ com a família, a cobertura sempre é muito cansativa, preciso de férias”.

    Não duvido, tantas são as histórias sobre fusos horários, batalhas para entrar nos treinamentos das seleções, multidões nas entrevistas coletivas, jantares tarde da noite, disputas no Centro de Imprensa, trânsito que fez o profissional descer do ônibus e andar quilômetros a pé.

    É mesmo dura a vida de quem é enviado para cobrir a Copa ou escrever crônicas sobre ela. Uai, a novidade das últimas Copas, não lembram?

    Celebridades do jornalismo, das letras, da música, enfim, da cultura, também são enviados para assistir aos jogos e, de forma poética, transmitir suas sensações para nós, eternos ufanistas, que não percebemos de imediato o ridículo que seria fazer evento dessa magnitude no único país do planeta em que saúde, educação, e saneamento são precários.     

    Agora, onze companheiros leitores, vocês chegaram a cogitar se parte dessa ranzinzice não vem do fato que ficar em Manaus, Cuiabá, Brasília, Natal, Porto Alegre, Fortaleza, Itaquera, e outras sedes, é muito pouco para tanto sacrifício?

    Bem que a Espanha poderia ter sido a escolhida.

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