Magnus Carlsen, o gênio norueguês de 23 anos, é o novo campeão mundial de Xadrez. Magnus venceu o indiano Vishy Anand por 6,5 a 3,5. O match foi jogado praticamente em um único sentido, com o talento nórdico mantendo sempre a iniciativa do jogo, com muita segurança e sem nenhum temor do ex-campeão, que jogava em casa. O cetro da arte de Caissa retorna novamente em Europa, após longo período estacionado em India e esse resultado terá, certamente, uma grande repercussão, não só no ambiente enxadrístico.
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FIDE WORLD CHAMPIONSHIP FINAL 2013: NASSIF X J. BARBOSA
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Desde que Kasparov perdeu
Desde que Kasparov perdeu para um microcomputador em 96 o xadrez,jogo de tabuleiro, perdeu a importância.
Já o xadrez,xilindró,continua rendendo discussões.
Fora da delegacia?
Nassif: há mais de 3 décadas sem acompanhar tornios de xadre, toda vez que alguém fala “xadrez” eu já penso no samba do Bezerra de Silva, “Polícia Civil”. Coisa boa e bonita. Mas fico contente em saber que você abriu espaço para este esporte esquecido. Alias, a culpa e dele mesmo: onde já se viu, esporte que obriga a pensar. Absurdo. Na medida do possível, mande mais notícia, do esporte, evidentemente. Que do outro…
Xadrez em novo ciclo
De fato, o Xadrez perdeu espaço na mídia desde a época da rivalidade Karpov-Kasparov, com auge nos anos 1980. E olha que mesmo essa época nem se compara com o fenômeno Bob Fischer em termos de popularidade!
Um pouco mais recentemente, a disputa homem-máquina entre Kasparov e Deep Blue recolocou por um breve momento o Xadrez nas manchetes principais, mas isso logo passou.
Kasparov ainda manteve-se como uma celebridade, mas quando ele perdeu o título de campeão mundial o Xadrez passou a ver seus campeões como grande anônimos! Desde então, apenas o pequeno círculo de praticantes sabe reconhecer nomes como Kramnik ou Anand.
Um campeão mundial de apenas 22 anos “é notícia”. Além disso, trata-se de um europeu, algo muito raro, e essa novidade dá esperanças de que o Xadrez volte a ter seus momentos de fama. Na Europa, e principalmente na Noruega, é óbvio, o Xadrez está em alta. Sem contar que em países como Rússia e Índia o esporte ainda tem um enorme prestígio.
Certamente os principais jornais da Europa, dos EUA, da Índia e da Rússia noticiaram a vitória do Magnus Carlsen – e desconfio que na Argentina não foi diferente. No Brasil é que o Xadrez está muito apagado – nem mesmo o fato de que o Mequinho voltou a jogar (bem!) tem merecido grandes coberturas…
São milhões e milhões de pessoas que declaram “jogar ao menos uma partida de xadrez por semana”!! Há, portanto, uma energia latente que pode ser explorada. O desafio é conseguir fazer com que um esporte onde as partidas duram 5h e são jogadas por duas pessoas sentadas e caladas possa se tornar um “produto” da TV…
A ironia é que, do ponto de vista estritamente esportivo, o Xadrez vive um momento de elevadíssimo nível. Os computadores permitem que as preparações sejam muito produtivas e profundas. Além disso, há todo um século XX de enormes avanços teóricos sobre aberturas, finais e temas táticos que permitem que os mestres de hoje se apoiem em um vasto conhecimento. Sem contar que, a exemplo de vários outros esportes, também o Xadrez é hoje bem mais profissional. Os tempos românticos de um gênio bon vivant como o Capablanca ficaram no passado!
Outra vantagem é que, com os programas de computador, o Xadrez deixou definitivamente de ser um mero confronto entre dois calculistas exímios: se o Xadrez fosse apenas isso – cálculo -, então seria uma grande bobagem, pois ninguém é capaz de vencer os potentes programas que calculam de modo infalível. Isso seria o mesmo que disputar contra uma calculadora de bolso para saber quem é melhor de tabuada! Restou aos pobres mortais voltar a ver o Xadrez como um confronto entyre duas mentes HUMANAS sujeitas a falhas, ao nervosismo, à pressão do tempo e à capacidade de concentração (e também de cálculo). Enfim, o Xadrez se humanizou com o advento dos computadores, voltou a ser apenas o que é: um jogo intelectual, uma disputa entre duas mentes.
Oi J_ Rodrigues
Só agora vejo
Oi J_ Rodrigues
Só agora vejo o seu post e concordo integralmente com ele. Aqui na Itália a repercussão foi boa. O Corriere della Sera abriu um espaço online e comentou ao vivo as partidas. Vamos torcer para que o Xadrez volte a ter uma boa cobertura também no Brasil.