Jornal GGN – O economista Paul Singer morreu nesta segunda-feira, dia 16, em São Paulo. Singer tinha 86 anos e estava internado no Hospital Sírio-Libanês. O sepultamento se dará no Cemitério Israelita do Butantã.
Ele foi um dos responsáveis pela fundação do PT em 1980 e participou da formulação do programa de desenvolvimento pregado pelo partido, que partia do fortalecimento do mercado interno via distribuição de renda. Foi autor de vários livros, entre didáticos e de pesquisa econômica, tornando-se referência para a divulgação do pensamento da esquerda.
Paul Singer nasceu na Áustria, em 1932, e chegou ao Brasil com 8 anos, fugindo do nazismo com a família. Na juventude, foi sionista, mas sem muita convicção, tendo pertencido a uma corrente socialista dentro do movimento.
Aos 20 anos filiou-se ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, quando começou a trabalhar como eletrotécnico. Neste período, ajudou a organizar a greve dos 300 mil, em 1953, quando a indústria de São Paulo foi paralisada por mais de um mês. Em 1954 se naturalizou e filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro.
Em 1956, autodidata, ingressou na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP. Ali, junto com o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, a antropóloga Ruth Cardoso e o filósofo José Arthur Giannotti, foi convidado a participar do Seminário de Marx. O grupo ali formado daria origem ao Cebrap, atuante na oposição à ditadura militar. Singer chegou a ficar preso por uma semana, em 1974, mas não passou pelo horror da tortura.
Envolveu-se com a fundação do PT, sendo responsável pelo programa econômico de Lula, quando candidato ao governo de São Paulo, em 1982, nos estertores da ditadura. Lula não ganhou, mas o programa virou marca do partido. Paul Singer defendia a ampliação do mercado interno via inclusão social, o que aconteceu durante a Presidência de Lula.
Em 1989, foi secretário de Planejamento de Luiza Erundina, então prefeita de São Paulo, mas não conseguiu trazer para o município as ideias que dependiam de ação do governo federal.
Em 2002, pela Fundação Perseu Abramo, Paul Singer publicou o livro “Introdução à Economia Solidária”, onde propunha “um poder público com a missão de captar parte dos ganhos acima do considerado socialmente necessário para redistribuir essa receita entre os que ganham abaixo do mínimo considerado indispensável”.
No ano seguinte assumiu a Secretaria Nacional de Economia Solidária, ligado ao Ministério do Trabalho, em 2003, no Governo Lula. Ali defendeu a criação de bancos comunitários como instrumento de erradicação da miséria.
Dentre seus livros, destaque para “Desenvolvimento e Crise”, de 1968, e “A Crise do Milagre”, de 1977.
Com informações da Folha
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Mais do mesmo
É engraçado saber que um dos fundadores do partido dos trabalhadores brasileiros… Era um judeu sionista… Pois, se analisarmos bem o brasil hoje… É praticamente um pais importador de marcadoria… E com metade de seu orçamento voltado para pagar as maiores taxas de juros do planeta… Tudo começa a se encaixar agora para mim… O país se tornou um país consumista… Não é comunista… É consumista de produtos importados do exterior… Não tem indústria interna… Não produz nada… Só importa do exterior… O que houve foi que, se aproveitando do boom de commodities… O partido realizou uma grande distribuição de renda ao povo… E este dinheiro já foi todo embora para importar produtos chineses do exterior… Com quem este dinheiro foi parar? Voltou para os chineses… Engraçado… A china apoia os movimentos comunistas por aqui… Mas, o mesmo dinheiro que eles gastaram para importar nossas matérias primas… Eles receberam de voltar exportando os produtos manufaturados produzidos por lá… Ou seja… Mais duas décadas perdidas para o país! Um país com metade de seu orçamento comprometido com juros para bancos… E outra metade comprometido para importação de produtos do exterior… Sem indústria… Sem manufatura… Vamos todos nos tornar cabelereiros ou feirantes… É só o que nos resta… Não que isto não tenha o seu valor… Mas não deveria ser uma máxima como esta se tornando… Me corriam se eu estiver errado!
Mais um dos nossos que se
Mais um dos nossos que se vai.
Definitivamente deus não é barsileiro.
Se for, é de direta.
Um pouco mais órfã…
Este vai fazer falta. Já começo o dia pranteando esta perda.
Mas haverá milhares de jovens combativos e bem orientados para sucedê-lo. Jovens como Marielle, que saberão ler e utilizar a obra de Paul Singer, graças ao legado dos governos Lula e Dilma – multiplicação de vagas nas universidades, cotas, ProUni, ReUni, etc.
Estes jovens virão. E farão a diferença. Já estão vindo, aliás.
Pensar nisso me conforta.
Os canalhas não conseguirão deter a próxima primavera. Quanto mais a atrasarem, mais forte ela virá.
Hoje na Folha de São Paulo,
Hoje na Folha de São Paulo, FHC faz um artigo sobre o economista Paul Singer.
Erra a Folha que deveria entrevistar o LULA para falar de Singer.
Erra o FHC que deveria hoje escrever sobre o Aécio Neves e sua provável condenação no STF
Professor Singer e a inspiração para o Partido dos Trabalhadores
Com o falecimento do professor Singer, o Partido dos Trabalhadores perde um de seus grandes pensadores. Intelectualmente forjado dentro da quadra cebrapiana (junto com Fernando Henrique e Gianotti), jamais esqueceu de sua atuação profissional como metalúrgico, ao chegar ao Brasil fugido no nazifascismo, que assolava a Europa.
O pensamento econômico “singeriano” esteve, sim, presente como uma pilares das políticas sócio-econômicas da era Lula, materializados em diversos programas.
Que a memória e o legado do professor Singer sirva, a partir de agora, como uma inspiração para o tão necesário rejuvenescimento deste importante partido. Que os diversos herdeiros de seu pensamento inovador e progressista possam dar a devida continbuidade ao legado.
Paul Singer tinha 86 anos…
Paul Singer tinha 86 anos… De longe parecia bem menos e ainda com muita energia. Vai fazer falta para todos os que querem bem e para este conturbado ano eleitoral.