O Filme “Nas Terras de Sangue e Mel”

 


 VoaNews


Um filme de Angelina Jolie


Hollywood focaliza as mulheres que sofreram abusos na guerra da Bósnia
Em “The Land of Blood and Honey” Angelina Jolie faz sua estréia como diretora, em um drama poderoso relacionado à “limpeza étnica” da Guerra da Bósnia. O drama, e mais outro filme sobre as atrocidades na Bósnia, foram extraídos de histórias verdadeiras da brutalidade contra as mulheres que aconteceram no conflito de 1990.


“Quem era você … antes da guerra?” pergunta o comandante sérvio Danijel à sua prisioneira, uma mulher muçulmana de Sarajevo, chamada Ajila. O complicado relacionamento entre os dois é apresentado durante todo o filme, escrito e dirigido pela atriz e ativista de direitos humanos Angelina Jolie.


“Eu só queria contar uma história sobre seres humanos de lados opostos e como a guerra pode afetá-los”, explica Jolie.


Suas visitas aos campos de refugiados e zonas de guerra como embaixadora humanitária da ONU motivou Jolie a pesquisar e escrever o roteiro sobre os estupros e assassinatos sistemáticos que ocorreram durante o conflito bósnio.


“Quando comecei a me inteirar sobre isso e viajei para a região, eu senti que deveria saber mais. Isso aconteceu na minha geração e como pude ignorar grande parte dos acontecimentos? E por que demoramos tanto tempo? Então, aconteceu de escrever o roteiro, que simplesmente ficou sobre a minha escrivaninha por um tempo, até que um dia Brad o viu e me convenceu a mostrá-lo para alguém e tentar “, diz Jolie.


‘Brad’, é claro, é o seu marido, o célebre companheiro, Brad Pitt. Preocupada de que o projeto pudesse parecer um “capricho” de estrela de Hollywood, Jolie manteve seu nome fora do roteiro, que foi inicialmente enviado para membros do elenco como Zana Marjanovic, que interpreta Ajila.


“Penso, em primeiro lugar, que é uma representação da realidade na Bósnia. Eu sou de um casamento misto”, observa Marjanovic. “Muitos dos meus amigos são. E é sobre todas essas coisas bonitas que poderia ter acontecido entre essas pessoas que a guerra tornou impossível. Isto é, na verdade, o que eu sinto em relação à terra onde nasci e onde agora vivo.”


Atores sérvios atuam como os homens da milícia que brutalizam suas prisioneiras muçulmanas. Goran Kostic co-estrelou como Danijel, o pertubado comandante amante de Ajila. Ele afirma que seu personagem não representa todos os sérvios.


“A culpa é individual. Não podemos culpar o outro lado e dizer que todos os sérvios são iguais ou vice-versa. Acho que qualquer um entende a natureza do conflito, onde nenhum lado é o lado limpo ou o lado “correto “. Mas nós, como artistas temos o dever da autocritica, e espero que outros artistas de diferentes grupos em diferentes países tenham a mesma força e coragem para se autocriticarem.


O filme Na Terra de Sangue e Mel não é o único que retrata a brutalidade contra as mulheres durante a Guerra da Bósnia. O “Como Se Eu Não Estivesse Lá” é baseado em um romance do jornalista croata Slavenka Drakulic. Foi transformado em filme pela diretora-escritora irlandêsa Juanita Wilson.


“Eu penso que há muitas pessoas vivendo com consequências devastadoras e vai levar muito tempo para se curarem”, diz Wilson, “mas eu acredito firmemente que contar suas histórias seja uma parte muito importante dessa cura e até que essas pessoas tenham voz e possam retratar o que aconteceu com eles, nunca haverá nenhum entendimento entre qualquer um de nós neste planeta”.


Como Wilson, Jolie espera que seu filme possa ajudar a trazer compreensão.


“Espero que traga o diálogo na região e em todo o mundo … e que as pessoas se lembram desta época”, diz Jolie. “Muitas pessoas que viram o filme me disseram ‘Eu me sinto envergonhado’ e há muitas pessoas que realmente deviam.


“In The Land of Blood and Honey” está atualmente em cartaz nos cinemas americanos. “As If I Am Not There” de Juanita Wilson é o canditado da Irlanda para o Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador