O “sigilo total” sobre Ricardo Teixeira e Rossel

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Enviado por Webster Franklin

Do Tijolaço

O “sigilo total” sobre Ricardo Teixeira e Rossel, ex-Barça. A grana se foi, doutores do MP…

Por Fernando Brito  

rosselteixeira

Lê-se no Estadão a seguinte pérola sobre a discrição do Ministério Público Federal, aquela instituição que vaza tudo, real ou imaginário, quando o acusado é de esquerda:

“O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro abriu procedimento investigatório para aprofundar as investigações sobre o envolvimento dos ex-­presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, e do Barcelona, Alexandre Rosell e outras três pessoas em esquema de corrupção dando seguimento ao indiciamento feito pela Polícia Federal que encontrou crimes praticados pelo grupo. O procedimento tramita com grau máximo de sigilo, quando nenhuma informação sobre o andamento está disponível nem mesmo os nomes das partes.

Não é possível saber quem é o juiz do caso, o procurador responsável ou a Vara Federal onde tramita. Esse tratamento torna a tramitação do processo oculta, como se não existisse e impede que a sociedade tenha conhecimento sobre se o MPF apresentou denúncia contra os indiciados, além de outras movimentações. O MPF não explicou porque garantiu sigilo máximo ao caso.

Conforme o Estado revelou nesta terça-­feira, 2, o inquérito na PF que culminou com o indiciamento e a investigação do MPF/RJ foi concluído em janeiro deste ano. As investigações duraram dois anos. Além de Teixeira e Rosell, foram indiciados: Claudio Honigman (descrito como parceiro comercial de Teixeira e Rosell e sócio do ex-­presidente do Barcelona na 100% Brasil Marketing), Vanessa Almeida Precht (sócia da Alianto Marketing LTDA) e Claudio Abrahão (irmão de Wagner Abrahão, presidente do Grupo Águia, que realiza as viagens da CBF).”

 

Será que o MP sabe que Sandro (como é conhecido) Rossell já levou a grana embora? Se não sabe, é só ler o post deste Tijolaço ( em agosto de 2013!!), mostrando que a Alianto, empresa com que fazia negócios com a turma de Ricardo Teixeira, reduziu seu capital de R$ 12 milhões para R$120 mil?

Para colaborar, repito a imagem publicada há quase dois anos!

E com a esfarrapadíssima desculpa de que, em apenas quatro meses, descobriram que “entenderam estar o capital social da Sociedade excessivo em relação ao seu objeto social”, como está na ata registrada na Junta Comercial do Rio de Janeiro e publicada no Diário Oficial?

Uma redução de cem vezes no capital “excessivo”?

Quer dizer: eu tinha R$ 100 para comprar bananas e descubro que só preciso de um real?

É óbvio que a manobra visa cobrir a responsabilidade da empresa de Rossell e da “laranja” de Ricardo Teixeira,  Vanessa Precht e ainda liberou Rossell para “extraditar” seu rico dinheirinho.

A PF só indiciou a turma em janeiro deste ano, como mostra o Luiz Carlos Azenha, no Viomundo.

E em seguida o MP decreta “sigilo total”!

Fica minha sugestão a Eduardo Cunha e a Renan Calheiros: em lugar de elegerem-se  presidentes da Câmara e do Senado e terem investigação sem sigilo no STF, candidatem-se a presidente da CBF, para ter o “foro privilegiado” que o MP dá a Rossell e, por tabela, a Ricardo Teixeira.

http://tijolaco.com.br/blog/?p=27234

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

21 Comentários

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  1. Não precisa ser gênio para

    Não precisa ser gênio para perceber que a polícia federal e o ministério público federal atuam conforme o freguês, ou seja, o investigado.

    Se o infeliz for desafeto da globo vai ser bombardeado nos noticiários e assim a PF e o MPF sentem-se à vontade para divulgar as informações do processo a todos, se for do lado de lá a PF e o MPF ficam quietinhos.

    É o velho esquema ‘maçônico’ das elites brasileiras.

  2. A “decisao” brasileira eh

    A “decisao” brasileira eh mais canalha ainda quando se considera que o FBI vai ficar com os presos e a grana e a reputacao enquanto os PFs brasileiros vao ficar com…  com petistas!

    Vai ser burro assim nos quintos dos infernos, credo!

  3. Trecho da matéria:
    Quatro

    Trecho da matéria:

    Quatro acionistas compõem oficialmente a constituição societária da Mowa Sports: Gregório Marin Júnior (maior acionista), Alfredo Monteiro Correia, Flávio de Souza e Guilherme Salvador Santa Rosa. Além dos sócios citados, a empresa tem um corpo de executivos que mais uma vez remete à Índia, com suas castas, hereditariedades e endogamias: Marcus Vinícius Del Nero, filho do atual todo-poderoso da CBF, Marco Polo Del Nero, é o diretor de arte.

    A capacidade de absorver os que têm laços com os corredores da CBF abrigou também Rafael Carrion Fernandes. Depois de anos na assessoria de imprensa da CBF, o genro de Wagner Abrahão é agora executivo da Mowa. A saída de Ricardo Teixeira, o parelha fiel de Abrahão, não diminuiu a força deste último na CBF. O dono do Grupo Águia (um dos dois, junto com o grupo Traffic, detentor do direito de comercializar no Brasil os pacotes de hospitalidade da Match), de estreitas relações com a CBF, tem o genro na Mowa mesmo na era José Maria Marin.

    Já seria uma boa história, suficiente para tentar se entender por que uma seleção, com o hercúleo desafio de defender seu prestígio em casa, contra todos os fantasmas de clima de frouxidão na concentração, descendentes da Casa do Joá, de 1950, e de Weggis, em 2006, tem alguns terceirizados em suas dependências mais íntimas a serviço da menina dos olhos, a CBF TV. 

    Com duas dúzias de pessoas, um elenco maior do que o próprio time da seleção brasileira, a Mowa Sports, representando a CBF TV, adentrava os ambientes de uma concentração. Enquanto o time tinha poucos e sofríveis treinamentos, a “Orquestra Mowa” tocava afinada nas dependências restritas aos atletas da Granja Comary. Uma orquestra de terceirizados da CBF maior do que grande parte das equipes de televisão do mundo inteiro ali presentes. Adentrando recantos da concentração onde nas demais seleções reinava a privacidade.

    Mas é com o cruzamento dos dados dos sócios da Mowa Sports que a teia se amplia e conduz a trama para bem longe do futebol. E pode-se percorrer os caminhos para entender a influência e a força da empresa portadora da chave que abre as portas dos recantos mais íntimos da seleção brasileira.

    Gregório Marin Júnior tem participação em diversas outras empresas. Algumas delas em comum com outros sócios da Mowa. Mas é em uma delas que a participação do majoritário da Mowa chama atenção e fornece pistas para que se alguns caminhos fiquem mais iluminados.

    Ao lado do pai, Gregório Marin Preciado e da mãe, Vivência Talan Marin, Gregório Marin Júnior foi acionista da Gremafer Comercial e Importadora Ltda, atualmente sob bloqueio judicial. Vivência é prima-irmã, por parte de mãe, do ex-governador José Serra (Gregório Marin Preciado e José Serra tinham em sociedade um terreno no Morumbi, de 828 metros quadrados). Em 1993, a Gremafer contraiu empréstimo de valor equivalente a US$ 2,5 milhões junto ao Banco do Brasil, em uma agência de São Bernardo do Campo. O empréstimo socorria também a Aceto Vidros e Cristais, de Gregório Marin Preciado.

    Já no ano seguinte, a Gremafer, de Gregório Marin Júnior e de seu pai, Gregório Marin Preciado, não consegue honrar o empréstimo do Banco do Brasil. Imóveis são dados como garantia. Mesmo em dívida, as empresas dos Gregórios pai e filho doaram R$ 87.442,82 para a campanha de José Serra ao senado, em 1994. No fim de 1994, ano em que Fernando Henrique Cardoso vence o pleito presidencial, pedem dois meses para a renegociação. Eleito senador, Serra vai para o Ministério do Planejamento e Ricardo Sérgio de Oliveira, que tinha sido o arrecadador das campanhas de Serra e FHC, vai para a diretoria internacional do Banco do Brasil. Antes disso, o BB decide arrestar imóveis dos devedores. No intervalo entre a decisão do BB e do bater de martelo da justiça, o terreno é vendido por José Serra e Gregório Marin Preciado.

  4. Continuação

    Serão acusados e condenados, mas como o processo é de sigilo máximo, nem eles mesmos ficarão sabendo. Segredo de justiça é segredo.

  5. A direita protege os seus…

    A Casa Grande protege os seus: PIG, PSDB, CBF, FIESP, MPF, Judiciário, nada acontece contra essa turma, a despeito de inúmeros casos escandalosos de corrupção e crimes lesa-pátria. Não custa repeti-los:

    – FHC/reeleição;

    – PSDB/privatização;

    – PSDB/mensalão com prescrição;

    – Globo/sonegação;

    – HSBC/suiçalão;

    – Furnas/machão;

    – Zelotes/sonegação;

    – PSDB/trensalão;

    – Alckimin/secadão;

    – Serra/vampirão;

    – Filha do Serra/sorvetão;

    – Helicoca/carreirão;

    – Cachoeira/canetão;

    – Banestado/evasão;

    – CBF/televisão;

    – Castelo de Areia/tucanistão;

    – Menino Pobre/mansão;

    – Beto Racha/pancadão;

    – etc, etc, etc

    Vou parar por aqui, isso já está ficando sem graça.

  6. A direita protege os seus…

    A Casa Grande protege os seus: PIG, PSDB, CBF, FIESP, MPF, Judiciário, nada acontece contra essa turma, a despeito de inúmeros casos escandalosos de corrupção e crimes lesa-pátria. Não custa repeti-los:

    – FHC/reeleição;

    – PSDB/privatização;

    – PSDB/mensalão com prescrição;

    – Globo/sonegação;

    – HSBC/suiçalão;

    – Furnas/machão;

    – Zelotes/sonegação;

    – PSDB/trensalão;

    – Alckimin/secadão;

    – Serra/vampirão;

    – Filha do Serra/sorvetão;

    – Helicoca/carreirão;

    – Cachoeira/canetão;

    – Banestado/evasão;

    – CBF/televisão;

    – Castelo de Areia/tucanistão;

    – Menino Pobre/mansão;

    – Beto Racha/pancadão;

    – etc, etc, etc

    Vou parar por aqui, isso já está ficando sem graça.

  7. Quem irá ter Coragem?

    Mas, quem é que tem coragem de enfrentar a globo? Assisto diariamente a ESPN e a Fox, e não vejo ninguém, ninguém fazer nenhum comentário, ainda que velado, sobre isso. É impossível que a emissora do jardim botanico não esteja envolvida nesse esquema. Mas, quem é policial, juiz, promotor ou seja lá qual a autoridade que for que vai querer enfrentar um dos maiores grupos de mídia do mundo? O senador Romário? Vi hoje um vídeo da Carta Capital em que o Mino Carta fala isso abertamente! Quem que tem poder de investigação vai querer investigar a venus platinada? A Record, junto com Luiz Carlos Azenha e Amaury Ribeiro Jr. fizeram uma série de reportagens sobre a CBF em 2011 quando a globo detonou o Clube dos 13 e negociou os direitos de transmissão do campeonato brasileiro direto com os clubes. Ali tinha indícios mais do que suficientes para se investigar seriamente a emissora bem como ricardo teixeira e a cbf. E o que aconteceu? NADA! Nenhum grande jornal se interessou, nem folha, nem estadão, NADA. Essa é a questão! Quem tem disposição de enfrentar um dos maiores grupos de mídia do mundo? Quem?

  8. Holofotes/Parcialidade Midiática X Eficiência/Profissionalismo?

    Eu acho que o excesso de holofotes e o que muita gente tem entendido nos jornais da internet, como parcialidade e até partidarização tucana pode estar prejudicando o trabalho do Ministério Público Federal e da Justiça Federal. O risco é ficarem com a mesma credibilidade da Veja, O Globo, Folha etc.

  9. com tanto sigilo, como acreditar em inocência???

    são muito caras de pau. uns com processo secreto, outros querendo aceitar provas ilícitas. cara de pau sem limite.

  10. Está no g1 e em Época
     Carta revela que Ricardo Teixeira era sócio secreto do ex-presidente do Barcelona – ÉPOCA | Temphttp://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/06/carta-revela-que-ricardo-teixeira-era-socio-secreto-do-ex-presidente-do-barcelona.html

     

  11. Sigilo também

    para o MPF se proteger. Como “ninguém” tem peito para denunciar em rádios e TVs, que são as únicas que atingem a grande massa e tem ampla repercussão, o MPF está tranquilo.

    A REDE GLOBO também não se preocupa com o que é publicado nas redes sociais e colunas de jornais.

    A preocupação é com TVs: o Pânico já foi condenado por vários atores da Globo por causa de sátiras.

    O google foi condenado a pagar o autor Aguinaldo Silva por não cumprir ordens da Justiça de remover links que levassem a vídeos do youtube do programa do Pânico “que denegriam a sua imagem” e o Pânico e Band estão proibidos de mostrar a imagem e o nome do autor.

  12. A tradição jurídica tem nome

    A tradição jurídica tem nome para isso, nada oculto, seria elogioso, é clandestino mesmo em favor ou contra o réu.

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