Pitaco: As tais igualdades tão propaladas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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27 Comentários

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  1. Conclusão precipitada

    Pessoa errada, lugar errado na hora errada.

    Filho pega os pertences da mochila e guarda, levanta do chão, vai para a casa, faz uma compressa na cara e tenta outra prova, porque é jovem, o mundo está com as portas abertas pra ele. Amanhã, ele estará do outro lado e poderá ser o juiz, o chefe de polícia, o professor, o advogado ,  uma grande pessoa, com a vantagem de ter  mais resistência e experiência  e  não ser um opressor.

    Mais força e menos vitimismo. A queixa libera mas não liberta.

      1. Os privilégios

        Faça essa caminhada e veja qual é o seu lugar.

        Igualde, sim, hipocrisia, nunca.

        Quem é preto sempre vai ser o primeiro suspeito e o primeiro culpado.

        O último a ser servido

        Se for preto e mulher, vai ser suspeito, culpado, servidor e assediado.

        Seu dia a dia é esse. Se sucumbir a esse peso e não fizer o próprio caminho vai se consumir em auto-piedade.

        Ações afirmativas são benvindas e devem ser incentivadas. Uma vida dura assim é merecedora.

        Vitimismo, não. O vitimismo enfraquece, envenena e desenvolve o ressentimento.

        O que as pessoas discriminadas precisam mais que o protecionismo, é o direito de autodefesa

         

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    1. O cara é impedido de fazer

      O cara é impedido de fazer uma prova que acontece apenas de ano em ano, uma prova que pode representar a chance de cursar uma faculdade de forma gratuita e mudar a sua vida, sofre racismo e é agredido e você vem falar em vitimismo.

      Na boa, não te falo para você ir para determinado lugar em respeito aos demais comentaristas.

      1. Vitimismo

        Oi, Marcos,

        não sei quem você é, não sei onde mora, não sei a sua cor e nem a sua condição econômica.

        Sei da realidade do candidato, que é a de muitos brasileiros, se não da maioria,

        e que forja os verdadeiros vencedores.

        Digo o que disse por experiência de vida.

        Se minha mãe se doesse a cada injustiça sofrida por mim ou por ela, a cada preconceito enfrentado, a cada dificuldade surgida, a cada não pela cara, ninguém de nós teria chegado a lugar nenhum e nem eu estaria aqui respondendo pra você. Ela sempre foi à luta contra tudo e contra todos e nunca a vi reclamar da vida, que foi muito mais dura que a do jovem barrado, e muito mais dura que a da mãe dele. Na época em que minha mãe nasceu, mulher não tinha escolhas. O pai dela era alcoolatra e a mãe dela faleceu quando ela contava com 12 anos, deixando mais 4  irmãos para ela cuidar.

        Oportunidade na vida a gente faz todo dia.

         

        Abraços

        1. Recolher as pedras

          Há pouco respondi ao seu comentário inicial, e supunha que você nunca tivesse sofrido privações para ter este  tipo de

          opinião.

          Considero ainda pior que alguém que já sofreu humilhações e dificuldades não tenha a humildade de reconhecer a dor alheia

          e imponha seu ethos baseado no discurso meritocrático burguesóide a quem não conhece para estabelecer comparações

          de “a minha dor é pior que a sua e nem por isso eu chorei”. 

          Cada um sabe onde seu calo aperta, e a dificuldade para carregar sua cruz. Não ter sequer o direito de chorar suas dores e

          gritar sua indignação é cruel, injusto, antinatural, desumano e desumanizante. Adoece o corpo, a alma e o caráter. 

          É da elaboração das dores e demais emoções que nos fazemos humanos e não da sua repressão: e quem disse que chorar

          e resistir e superar são mutuamente excludentes?

          A lição de Jó não é para qualquer um. 

          Se você e sua família superaram suas dificuldades, parabéns. Não dá o direito de impor sua estratégia de sobrevivência a

          terceiros que estão forjando as suas próprias, às suas próprias custas, incluindo ser julgado de cima por quem já venceu a

          tormenta mas não aprendeu a principal lição da resiliência, a humildade e a solidariedade. 

           

           

          SP, 07/11/2017 – 14:16

          1. Acho legal essa sensibilidade sua

            Gostaria de tê-la encontrado no caminho da vida e que pessoas como o jovem perseguido também .

            Eu ia ficar olhando pra você, me sentindo uma pessoa injustiçada e esperando que o mundo mudasse e parasse de me agredir.

            Será que ia dar certo?

            Você acha mesmo que aconselhar uma pessoa a se recompor e tentar de novo é insensibilidade?

            Você acha que o Ministro  Joaquim Barbosa  deveria processar o  Ministro Barroso por tê-lo chamado de “preto de alma branca” em plena cerimônia em sua homenagem?

            Foi um brutal insulto.

            E aí, ele se sentaria e choraria?

            O que as pessoas têm que entender é que quem é discriminado, não está sofrendo uma agressão pontual.

            Faz parte do quotidiano. Se não tiver uma estratégia de sobrevivência, quebra.

            Esse é o dia a dia de todos os pobres e não brancos.

            A propósito,  o que é “discurso meritocrático burguesóide”?

             

             

             

             

        2. Vergonha do Brasil da Meritocracia da Miséria e da Mediocridade

          Escarradamente revelas a maior deformidade que o comportamento autoritário dessa gente contra os desiguais gera.

          A anormalidade do sobrevivi a isso tudo ou sobreviveram-me com sacrifício a isso e cá agora, nas franjas da fronteira do outro lado, aprovo que provem e continuem provando dessa desumanidade aplicada a vós despossuídos, os que querem ter o mérito de chegarem ao lado de cá, o lado dos opressores que utilizam os vencedores meritórios lambedores das migalhas e os médios aspirantes ao alpendre da Casa Grande, como bate-paus e tampões a protege-los dessa diferenciada arraia miúda, que lhes fornece o fruto do suor que torna-os confortáveis e imunes a sofrerem a qualquer tempo e situação, essa barbaridade, fruta da intolerância que brota a crueldade bruta nos semelhantes imantados e repelidos, em pleno seculo XXI.  

          1. Sobrevivência e anormalidade

            Na mente do branco, vida de preto é uma anormalidade. Ele não sobreviveria a uma vida dessas dado seu grau de privilégios. Ele nem mesmo é capaz de imaginar. Ser preto, ser pobre, ser mulher preta e pobre.  Difícil imaginar.

            Mas o branco, só fica feliz quando tem um preto para humilhar ou ter dó dele.

            Ele precisa provar para si mesmo que tem alguma humanidade, que é capaz de de se comover com as injustiças que sustenta ou permite e que ainda pode sentir indignação.

            Convido a todos que consultem as estatísticas no Brasil e no mundo sobre o tratamento dado às pessoas não brancas e às negras em geral. Ás mulheres também.

            Convido mais, que façam uma viajem de turismo e embarquem na pele de uma pessoa negra e pobre por um só dia.

            Talvez assim possam perceber o nível de suas hipocrisias e auto indulgẽncias.

             

             

        3. É mole

          Voce conhece a familia dele, sua mae,ou mesmo sua vidaa pra comparar com a sua e dizer foi mais dura??

          Mesmo que fosse, assim ele deve ficar calado, humilhado, perder  todo esforço de um ano todo,nao só dele,como de toda familia, eaceitar?  É ruim heim.  Ano que vem tem mais e por ai afora? Tem que espernear sim, botar a boca no trombone.

          é cada uma.

          1. Nãoo, Cleide

            Leia de novo, por favor, o que eu disse.

            Tem que protestar sim, é claro, já que hoje pode, deve procurar seus direitos.

            Na época em que eu fui criada, tanto fazia.

            Hoje cabe protesto e providência. A lei, (só na letra), “proteje” os “desiguais”

            O que eu disse, foi RECUPERE-SE, LUTE, NÃO SE PERCA NA AUTOPIEDADE,

            VÁ EM FRENTE porque não vai ser só hoje que você será perseguido.

            Acho incrível que o aconselhamento ao positivismo  gere tanta oposição.

             

        4. É mole

          Voce conhece a familia dele, sua mae,ou mesmo sua vidaa pra comparar com a sua e dizer foi mais dura??

          Mesmo que fosse, assim ele deve ficar calado, humilhado, perder  todo esforço de um ano todo,nao só dele,como de toda familia, eaceitar?  É ruim heim.  Ano que vem tem mais e por ai afora? Tem que espernear sim, botar a boca no trombone.

          é cada uma.

    2. Do adestramento em lugar do exercício da cidadania

      Não te conheço mas seu comentário é o cúmulo do cinismo e a demonstração estupefaciente de onde veio a “decisão” da ministra do STF: um cidadão ser privado de seu direito de ir e vir (que você chama estranhamente, a dar razão aos trogloditas de uniforme, de “pessoa errada na hora errada e no lugar errado” – quais seriam o lugar certo e a pessoa certa? a hora certa não era a da prova? ou qual seria na sua concepção?), apanha, tem sua privacidade invadida e seu direito a prestar uma prova pública cerceado pelo fato de ser negro, e você chama o justo grito de indignação de vitimismo?

      Pimenta na ferida alheia para muitos é refresco. E bancar o estóico com o sofrimento alheio é manifestação típica de alguém que nunca sofreu humilhação, discriminação e perda de direitos pela naturalização da desigualdade e da violência, real e simbólica. Nunca sequer teve que chamar a atenção de alguém que lhe pisou o pé, quanto mais teve direitos, vários, violados e ao mesmo tempo. Não sabe o que é esta dor e onde ela aperta e sufoca. 

      Sobre a situação descrita, o grito de indignação é o primeiro passo mas não pode ser o último. 

      Sabe-se o lugar, a data e a hora provável do ato criminoso, que seja investigado. Que os ativistas de direitos humanos – e tem quem acha que a decisão do STF não é grave porque se trata apenas de uma redação… – atuem para restabelecer o mínimo de todos os direitos perdidos por este rapaz e sua família e exijam da polícia e dos governos apuração e providências.

      Quanto ao rapaz e sua família, quem sou eu para dar conselhos, mas precisamos aprender (e eu me incluo nisso porque já me arrependi de não tê-lo feito), para nossa própria defesa, a nos preparar para reagir em ato, pacificamente. E depois também porque o rio da violência, especialmente a simbólica através da qual se exerce o poder neste mundo, não muda de curso por natureza. 

      É óbvio que um rapaz que se prepara para prestar uma prova não sai de casa pensando em estratégias de autodefesa pessoal, e por não admitirmos que estamos num país racista, autoritário e onde a lei depende da cara e do bolso do freguês, desliga-se o instinto natural de defesa. Gritemos e lutemos pela justiça.

      É preciso “estar atento e forte, não temos tempo de temer a covardia” (paráfrase da música de Caetano, “Divino maravilhoso”: “é preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte”). 

      Uma pergunta: a rua não devia estar vazia em se tratando de dia de prova e grande afluxo de pessoas: ninguém fez nada? ninguém registrou? ninguém interveio? Que país é este?

      Cantemos contra a injustiça, como bálsamo e aprendizado.

       

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=irCsZO4mx7E%5D

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=6TtjniGQqAc%5D

       

      SP, 07/11/2017 – 13:30

      1. Poliana

        Você é branca e mora bem, não?

        Faz muito bem em se indignar.

        Se você tivesse que enfrentar essa realidade todo dia só se indignar não ajudaria.

        Haveria que se recompor, estabelecer uma estratégia de sobrevivência porque você saberia que para o negro,o mundo é assim na maior parte do mundo.

        E, me desculpe a franqueza, a hipocrisia branca é uma sumidade.

        Talvez por isso se alardeie que no Brasil não há preconceito.

        Os brancos o praticam e nem percebem.

        Sobre  pessoa errada, hora errada e lugar errado

        seria a desculpa que o rapaz teria dar a si mesmo para tentar se recompor, já que em qualquer batida policial ele é sempre o primeiro suspeito e aquela hora, a mais importante para o futuro dele, a polícia não tinha que estar ali para atrasar um ano de sua vida.

        Ele sabe e  as estatísticas comprovam à exaustão que ele, enquanto garoto negro, é o primeiro a ser abordado pela polícia.

  2. A cor da puliça

    Não será surpresa se o policial que fez a abrdagem tambem for negro, eles, como os policiais brancos, pensam que a opressão do negro está ligado a sua condição economica miserável, na qual não se incuem e não tem relação com a sua cor.

  3. brasil atual, país da esbórnia da “elite” hipócrita e corrupta.

    Ou os OPRIMIDOS E MARGINALIZADOS se unem, na defesa do direito de todos e contra os HIPÓCRITAS opressores e seus falsos discursos sobre igualdade social e práticas de amostras “grátis” para viciar no clientelismo, ou terão, INFELIZMENTE, MUITO QUE CHORAR.

  4. Quando não há indignação da

    Quando não há indignação da coletividade, estes fatos se tornam ROTINA e depois COSTUME.

    Por isso somos hoje uma sociedade MAL ACOSTUMADA, MAL EDUCADA, MAL GERIDA, onde os LADRÕES praticam seus crimes  e ao mesmo tempo SÃO GOVERNO, ou municipal, ou estadual e principalmente TEMERÁRIO.

    Haverá um dia em que não só os gritos sairão pelas bocas, HAVERÁ UM DIA DO BAST(a)ILHA!

  5. Estavam sentindo falta

    A polícia estava sentindo falta de praticar esse tipo de ato. Agora que não precisam mais dar obediência vai ser uma festa e o corporativismo vai impedir investigações. Vão dar a desculpa: “ele é negro, tá acostumado a isso”. Tá feia a coisa.

  6. Dia desses o GGN repercutiu

    Dia desses o GGN repercutiu artigo da Revista Forum sobre triagem ideológica com professor da Esalq, confessada pelo próprio. Rui Daher questionou.  Até o momento não sei ao certo, talvez só por ignorância minha, qual a conclusão. Essa introdução é para realçar a importância de se checar esse “pitaco”. Estou duvidando ? Posso até estar um pouco mas não é esse o motivo do meu comentário. Se o que a mãe diz é verdadeiro há  necessidade de fazermos algo mais. Ela não tem o que fazer a não ser indignar-se, ou alguém imagina que ela poderia recorrer à Justiça ? Mas nós ficarmos indignados não resolve o problema do filho dela que almeja estudar numa faculdade. Um pitaco interrogativo : Não haveria alguma Faculdade particular onde ele pudesse estudar com recursos de um “crowdfunding” ? 

  7. Racismo

    O racismo é dose para leão.

     

    Porém, este depoimento está mais para FAKE NEWS.

    Jovem de 19 anos chorando ao invés de se revoltar.

    Abordagem militar no Domingo próximo ao horário de almoço ……. , isto é raro ……..

    Mora na Periferia …………  (ISTO É FAKE NEWS COM CERTEZA)

     

     

    TÔ NA DÚVIDA SE É FAKE NEWS OU PALHAÇADA ………

     

  8. Muita tristeza

    A gente sabe que essas coisas acontecem todos os dias, mas ler um depoimento de uma mãe revoltada pela dor e humilhação do filho, uma pessoa humilde, lembra que nos vivemos realmente num Pais totalmente distopico. 

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