Retrato de uma Oligarquia: Vôo do Ministro ao seu Estado em 1926.

São cenas históricas, mostram um vôo pioneiro da aviação brasileira, durante a República Velha. Um hidroavião decola das águas calmas da enseada de Jurujuba, na baía de Guanabara e termina sua viagem em águas catarinenses. É um registro raro da vista aérea dos areais da zona sul carioca, das cidades de Itajaí e Florianópolis, na década de vinte do século passado.

http://www.youtube.com/watch?v=9Ov7DwgwZ9I

Fica também o registro de uma oligarquia incrustada no poder desde a primeira república, um dos quadros do documentário mudo descreve:

“D. Adelaide Konder, orgulhosa de
sua estirpe, entre os quatro filhos:
Adolpho, o Governador; Victor, o
Ministro; Marcos, o Deputado leader e
Superitendente de Itajahy; e Arno, o
Addido Comercial do Brasil na
America do Norte”.

Um outro quadro narra:

“Marcos Konder e Irineu
Borrnhausen respectivamente
Superintendente e presidente
da Camara de Itajahy”.

O poder estava cercado pelos sete lados, da câmara municipal de vereadores ao ministério federal, estava tudo dominado. Essa situação ultrapassou os tempos da República Velha. Dona Adelaide deixou uma descendência que ocupou e ainda ocupa, posições de poder no Estado. Antônio Carlos Konder Reis, neto de Adolpho Konder, governou duas vezes Santa Catarina; na primeira, por um mandato biônico concedido pelo general Geisel, em 1975, na segunda ao assumir como vice, o mandato do governador falecido, em 1994. Irineu Borrnhausen, genro de D. Adelaide, também foi governador do Estado nos anos 1950, assim como foi seu filho, Jorge Konder Bornhausen, governador biônico nomeado pelo general Figueiredo, para suceder o primo Konder Reis.

A oligarquia ainda está de pé, o filho do Jorge, Paulo Bornhausen, foi líder do DEM na Câmara e é hoje candidato a senador por Santa Catarina. Cabe aos catarinenses decidirem nas urnas o futuro do “filhinho de papai” e da sua mofada oligarquia.

Redação

12 Comentários

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  1. um historioador ou um

    um historioador ou um comentrista epecializado

    ba matéria poderia nos contar com

    maiores detalhes voos menos nobres

    do que este na

    guerra do contestado, onde houve

    pelo menos duas experiencias fracassadas

    de pilotos oficiais que voavam

    pela primeira vez para

    arrasar os lutadores dessa guerra.

  2. Mais de 100 de dominação das

    Mais de 100 de dominação das Terras Catarinas por estas famílias provam o porque do estado ser tão insignificante em termos econômicos, mesmo tendo uma rica influência da cultura européia.

    PS: Aos 4m40 parece mais a Ilha do Mel, no litoral do Paraná, com o istmo entre duas praias, sendo que a legenda fala em Itajaí.

    1. Lindo este país…

      …, mas como é feia a plutocracia que o explora!

      OBS: cinemaníacos, procurem restaurar esses documentos de época, pois trazem a história mais perto.

    2. Tais maluco?

      Santa Catarina, tem pouco menos de 7 milhões de habitantes (11.a), mas no entanto tem o 6.o PIB e a 4.a renda per capita do Brasil, além de deter, na média, os melhores índices de desenvolvimento humano do país. 

       

      PosiçãoUnidade federativaPIB
      em R$ mil
      (2011)Dados relativos a 2011Mudança comparada a 20101Estável (0) São PauloAumento 1.349.465.0002Estável (0) Rio de JaneiroAumento 462.376.0003Estável (0) Minas GeraisAumento 386.156.0004Estável (0) Rio Grande do SulAumento 263.633.0005Estável (0) ParanáAumento 239.366.0006Aumento (1) Santa CatarinaAumento 169.050.0007Aumento (1) Distrito FederalAumento 164.482.0008Baixa (2) BahiaAumento 159.869.0009Estável (0) GoiásAumento 111.269.00010Estável (0) PernambucoAumento 104.394.00011Estável (0) Espírito SantoAumento 97.693.00012Aumento (1) ParáAumento 88.371.00013Baixa (1) CearáAumento 87.982.00014Aumento (1) Mato GrossoAumento 71.418.00015Baixa (1) AmazonasAumento 64.555.00016Estável (0) MaranhãoAumento 52.187.00017Estável (0) Mato Grosso do SulAumento 49.242.00018Estável (0) Rio Grande do NorteAumento 36.103.00019Estável (0) ParaíbaAumento 35.444.00020Estável (0) AlagoasAumento 28.540.00021Aumento (1) RondôniaAumento 27.839.00022Baixa (1) SergipeAumento 26.199.00023Estável (0) PiauíAumento 24.607.00024Estável (0) TocantinsAumento 18.059.00025Aumento (1) AmapáAumento 8.968.00026Baixa (1) AcreAumento 8.794.00027Estável (0) RoraimaAumento 6.951.000
        PosiçãoUnidade federativaRenda
      per capita
      em R$1 Distrito Federal1.665,422 São Paulo1.036,513 Rio de Janeiro993,214 Santa Catarina967,455 Rio Grande do Sul940,286 Paraná870,597 Espírito Santo795,338 Goiás785,179 Mato Grosso do Sul784,97– Brasil767,0210 Mato Grosso735,3211 Minas Gerais733,2412 Rondônia646,7813 Roraima578,3814 Amapá575,4215 Tocantins571,5116 Rio Grande do Norte531,5617 Pernambuco508,8218 Amazonas508,2819 Sergipe508,2020 Acre497,4421 Bahia481,1822 Paraíba462,2923 Ceará445,8824 Pará429,5725 Alagoas421,3226 Piauí408,2727 Maranhão348,72

       

  3. O inicio da VARIG

      O Konder era Ministro da Viação, ou seja: estava no grande “rolo” da época, a concorrencia entre os alemães do Sindicato Condor, os franceses da Aeropostale – e logo depois com os americanos da PAA.

       A ligação destes Bornhausens com aeroportos é de longa data, ou vcs. acham que as free-shops aeroportuarias são de quem ?

        Leiam: blog.hangar33.com.br/atlantico – o – primeiro – aviao – comercial – brasileiro

                      ou culturaaeronautica.blogspot.com.br/2013/05/o-nascimento-da-aviacao-comercial.html

  4. Agora,

    naqueles tempos, ser o tal “aeroviário” – a pessoa que trabalha no aeroporto e leva os passageiros ao avião, ainda tinha que ter conhecimentos de navegação, no caso, fluvial, não é ? 

    Ô vida dura na aviação daquela época: 120 km por hora, só desce na água, só voa de dia, e pela costa! E ainda tinha comitiva e recepção no destino!

     

     

  5. Um filme que me remete à infância

    Por coincidência, cresci (duas décadas depois) na mesma rua anunciada pelos autores do filme, na Vila Isabel (a de Noel).

    Se bem me lembro, o no. 37 era um antigo e enorme casarão colonial português, daqueles com escadaria dupla na frente, que ficava no meio de um terrenão gradeado de uns 2 mil m2. Ficou meia abandonada nos meus tempos e foi lá dentro que eu “perdi minha virgindade” com a filha do caseiro…

    Psshh, não contem pra ninguém, pois o cara é(ra) super bravo e dizem(iam) que anda(va) com uma espingarda…

    Esta rua, onde também morava o Jamelão (no 45, “Vila Sto.Antonio”) tem outra curiosidade que já contei aqui:

    Na casa vizinha onde morava ocorria, todos os domingos, o encontro de acertos dos banqueiros de bicho do RJ, quando o entorno ficava coalhado de reluzentes Cadillacs, Oldsmobiles, Pontiacs, Buicks, Mercurys, Chryslers, DeSotos, e quetais, todos “do ano”.

    Obrigado pelo filme, cujo alvo é completamente outro.

    Mas ricocheteou em mim, hehe.

     

  6. A nova geração não sabe nada.

     

    Sou de Itajaí, nascido e criado aqui.

    Meu velho e finado pai nos dizia: “Filhos, nunca votem nos Bornhausens, eles são da antiga UDN. Quando o partido deles perdia eleições na cidade, eles fechavam as fábricas que comandavam, quando venciam, reabriam.”

    Nunca chequei a veracidade destes fatos, todavia, se isto não acontecia, quem sabe algo próximo disto.

    Passei minha juventude inteira, durante a Ditadura Militar,  sob a tutela de prefeitos apoiados por esta família. A ARENA fazia o que queria por aqui.

    Os Bornhausens foram ministros, governadores, deputados, senadores e tantas outras funções importantes em nível nacional e estadual, todavia, não conheço uma só ação deles que possamos dizer que beneficiou diretamente o pobre, fizeram defesa de uma lei trabalhista, ou na área da saúde pública, etc.

    A ironia de tudo, é que o prefeito atual, do PP, que teoricamente é aliado de Dilma, aliás, que fez elogios recentemente à ela, quando Dilma veio para declarar nossa universidade (UNIVALI) como de “utilidade pública”, agora faz campanha aberta contra Dilma, mesmo tendo o governo dela e de Lula colocado 2 bilhões de reais na cidade (documentado). O atual superintendente do Porto, sr. Antonio Ayres, declarou que só para o nosso Porto, Dilma mandou 380 milhões de reais e isto é muita grana. Mesmo assim, não se vê uma placa sequer do Governo Federal na cidade, declarando obras. É como se não existisse Governo Federal para nós.

    Aqui em nossa cidade, quando alguém diz que irá votar em Dilma, os outros olham com olhar de compaixão, como se estivéssemos com lepra. Depois saem de perto e as vezes nunca mais conversam conosco.

    Até os nossos candidatos à deputados e governadores (o candidato à vice-governador do PT é vereador na cidade), evitam colocar a foto de Dilma em seus banners.

    Ano passado, fazendo meu estágio em Licenciatura em História, falando sobre o período da Ditadura Militar, ao citar Dilma, um dos alunos, adolescente, bradou do fundo da sala: “Dilma, aquela endemoniada!”. Até assustou. Pude perceber o quanto a juventude de minha cidade está desinformada pela mídia, jornais (o jornal mais lido na cidade é contra Dilma, à favor do prefeito atual, o resto é da RBS, não preciso falar mais nada) e também pelas redes sociais. O Facebook e o “zap-zap” são as maiores fontes de informações políticas de minha cidade e infelizmente, quem proporcionou este acesso, que foi o governo atual, não se preparou para receber o pessoal na rede, falando de suas obras, projetos e desmentindo boatos.

    Aqui na cidade, todos tem certeza, por exemplo, que Lulinha é bilionário, que Lula e Dilma são ladrões e que o PT quer implantar o comunismo no Brasil.

    Até José Dirceu e José Genoíno, são tidos como quadrilheiros da pior espécie. Não conhecem a História deles, nem os motivos  de ambos, certamente.

    Agora, todos votarão no Paulinho Bornhausen para o Senado, sem conhecer nada sobre este senhor.

    Tivemos um prefeito PETISTA, o Volney Morastoni, que para chegar ao poder teve que se aliar ao PMDB local. Pegaram o pessoal do PMDB fazendo rolo no Porto de Itajaí, o jornal local fez um estardalhaço, colocou a foto do prefeito na capa, chamando de quadrilheiro e contra o prefeito, nada foi provado. Detalhe: O inquérito deu em nada e o Juiz Federal, de família tradicional e política da cidade,  que liberou ilegalmente os grampos, foi exonerado. Mas… Volney não conseguiu reelerger-se.

    Reconheço: Os Bornhausens são muitos fortes em nosso município. Nosso único e grande hospital tem o nome da mãe deles e nossas 4 maiores avenidas carrega o nome deles. É impossível esquecê-los.

    Nossa cidade é linda, o povo maravilhoso e trabalhador. Nos falta cultura política.

     

     

  7. Arno Konder e Irineu

    Arno Konder e Irineu Bornhausen é o nome de duas ruas que circundam a galeria São Luiz, em frente ao Largo do Machado, no Rio de Janeiro

  8. Os bons

    Pois é. E a  Marina estava lá abraçando o filhotinho candidato e falando dos homens bons que ela vê só nos milionários que a rodeiam. Êta candidata da nova política eihn!!!

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