Sob Temer, mais pobres passaram a usar lenha no lugar do gás de cozinha

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência RBS
 
 
 
Jornal GGN – A “política de preços” do governo Temer obrigdou os “mais pobres” a trocar o forno de cozinha por um improvisado a lenha, no fundo de quintal. É o que relata a Folha desta sexta (8) após visitar três famílias em Parelheiros, na periferia paulista.
 
Uma pesquisa Datafolha que foi às ruas estudar o impacto dos reajustes mostrou que mais de 80% da população que ganha menos de 2 salários mínimo se diz afetada pela política de Temer.
 
Segundo a reportagem, Germínia Pereira, de 54 anos, têm de colher galhos velhos no quintal de casa para cozinhar para as 10 pessoas que moram com ela num terreno invadido em uma área de mananciais. Quando o botijão de gás que custa R$ 72 acabou, ela não tinha mais recursos para comprar outro.
 
Sidney dos Santos, de 22 anos, usava uma estrutura parecida. Só estava cozinhando no forno convencional porque 3 amigos fizeram uma vaquinha para ele comprar o gás e preparar com mais facilidade a refeição de 2 filhos, que são sustentados pelo dinheiro que ele ganha como pedreiro – R$ 34 por dia.
 
A situaão de Karen Faria, de 29 anos, que mora com o marido e 3 filhos, não é diferente. No barraco de madeira, ela precisou abandonar o fogão e passou a usar pedaços de madeira que colhe em um ferro-velho para cozinhar.
 
IMPACTO NO ORÇAMENTO
 
Segundo o Datafolha divulgado nesta sexta (8), 67% dos brasileiros com mais de 16 anos acham que o aumento do gás de cozinha compromete muito o orçamento familiar. A maioria absoluta (86%) avalia que o preço subiu muito nos últimos seis meses.
 
“A percepção do aumento do preço é maior entre as famílias mais pobres, para quem o combustível tem um peso maior no orçamento”, apontou a Folha. 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

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  1. Cinismo esclarecido e crimes.

    Mais uma vez, a Folha – auxiliar de todas as horas do golpe contra Dilma – faz uma matéria parecendo se preocupar com os resultados da política que ajudou a implantar no Brasil.

    Pior: não cita nomes de políticos e partidos culpados por esse crime. A intenção clara de preservar seus parceiros no golpe.

     

     

  2. verdade…

    nas comunidades já se nota a movimentação de motoboys com amarrados de lenha,

    tipo aqueles que a classe média alta compra para lareiras

  3. sob….

    Esta matéria tem tudo a ver com outra do ‘refis das petroleiras’. O gás é nosso. Poderíamos fazer o preço que quisessemos para dar conforto, melhores condições de vida ao cidadão brasileiro, excepcional vantagem às nossas indústrais e centros de produção tecnológico, com a absurda oferta de gás que possuímos. E os excedentes poderiam ser exportados. É o que o Planeta inteiro faz. Aqui, dizem ser nova politica de preços da Petrobrás. Só que o Governo passou há seis meses o monopólio do gás de cozinha aos interesses de empresa estrangeira, a italiana  AGIP Liquigás, tirando este controle da brasileira Petrobrás. Por coincidência, a partir daí vieram 80% de aumento nos preços do gás. A inflação acumulada de mais de 2 décadas, ofertado em seis meses. Não é possível nem a discussão. É uma conversa de outra dimensão, de outra galáxia, o que nós brasileiros fazemos contra nós mesmos. É um exercício de sadismo ou masoquismo. A aberração é inexplicável. , 

  4. Comprei gás de cozinha hoje

    O vendedor do gás da nossa quadra passou hoje pra avisar que a partir de amanhã já é preço novo. Paguei hoje 90 reais. Ele disse que vai pra 95. Aí você imagina a pessoa que recebe um ou dois salários mínimos gastar com gás de cozinha de 5% a 10% do seu orçamento mensal…

    1. pior que quase todos estão sendo pegos de surpresa…

      93% deles já arrastavam mensalmente os 35% máximo para comprometimento do ganho mensal com empréstimos,

      sem falar que quase metade destes assim que detona os 35% máximo procura agiotas e passa a arrastar mais 20%

      olha, meu amigo, é algo assustador o que a mídia golpista está escondendo a respeito disso e sendo muito bem paga por este governo safado para não despertar a ira desse povo sofrido

      esta merda de imprensa comprada não mudou nada, continua exatamente como era na época dos milicos

  5. A consequência prática para
    A consequência prática para essa nova realidade é o aumento da criminalidade nesse setor que já é dominado por milícias em alguns Estados.

    1. já está acontecendo…

      milicianos cuidando da cobrança sobre os que estão perdendo as condições de arcar com seus compromissos

      explosão da agiotagem vem daí………………………

      grande parte das coisinhas que vendem é comprada com empréstimos de agiotas…………………………….

      e a mídia, principalmente Globo, somando nas pesquisas como se fossem todos bem empregados

      é uma putaria nunca vista o que estão fazendo para o Temer ficar bem na foto

  6. Adeus Mata Atlântica, Clima e Saúde públicas!
    Nassif, ou os partidos oposicionistas fazem parte da base aliada do Temer ou pretendem fazer, é a conclusão a que se chega diante do silêncio sepulcral sobre a causa desse aumento de 59% no preço do gás de cozinha entre junho último e a meia-noite de domingo próximo. Muito embora a Petrobrás tenha ficado sem reajustar esse preço entre 2003 e 2015, o mesmo subiu 56% nesse período por conta do mercado distribuidor, motivo pelo qual a escalada de aumento dos últimos cinco meses não pode ser creditada à necessidade de recompor o valor do produto – mesmo porquê o Sindigás afirma que com tais reajustes o Brasil passa a cobrar 41,8% a mais do que o do mercado internacional de GLP. Como a Liquigaz – que desde 2004 pertencia à Petrobrás – foi vendida ao grupo Ultragaz em novembro de 2016 por R$ 2,8 bilhões, quando valeria pelo menos o dobro segundo o Sindigás, tudo indica que essa majoração brutal precede a formalização dessa privatização pelo CADE. Ou seja, o grupo Ultragaz – na verdade grupos AGIP/ENI, Azienda General Italiana Petroli-Ente Nazionale Idrocarburi, a maior empresa italiana, com faturamento de US$ 130 bilhões em 2010 – não irá sofrer desgaste algum com esse sobrepreço nos 99 milhões de botijões sob seu domínio, através de 21 distribuidoras e 48 mil revendedores. Como 48,3% desses botijões estão na região Sudeste, fica fácil entender que a Mata Atlântica e o Cerrado que aqui remanescem vão perder suas últimas reservas, transformadas em matéria prima para fogões de lenha (sem que a FSP, como a matéria acima evidencia, informe que o fogão em destaque fumega graças aos desmatamentos no Parque Estadual da Serra do Mar, dentro da Área de Proteção aos Mananciais que dessedenta e regula o clima de SP). Ou seja, além dos partidos políticos supostamente oposicionistas, a base aliada de Temer também conta com as Ongues que vivem da questão ambiental, além do Ministério Público, que deveria zelar para que tais patrimônios nacionais sob a guarda da Constituição Federal e das Constituições Estaduais não desapareçam por completo do mapa, agravando as estiagens e colapsos hídricos nos sistemas que abastecem a população. À rigor, tal zelo básico em evitar um regresso trágico à lenha como fonte de energia deveria ter feito o CADE suspender tais aumentos abusivos (feitos sob o pretexto-fake do inverno estar encarecendo o preço internacional do GLP, uma mentira deslavada), mas como o mesmo está subordinado ao Ministério da Justiça brasileira, restariam apenas os ministérios do Meio Ambiente e o da Saúde para intervir, já que a fumaça dessa queima envenena a atmosfera e a saúde das crianças, enfermos e idosos, mas isto seria esperar demais do principal responsável por essa tragédia contra a economia e saúde popular. A ditadura ainda chamada de Governo Federal.

  7. O aumento desproporcional do preço do gás sendo….

    O aumento desproporcional do preço do gás sendo este substituído por queima de Biomassa pode ser caracterizado como um CRIME CONTRA A SAÚDE PÚBLICA ou mesmo como CRIME CONTRA AS RELAÇÔES DE CONSUMO.

    No artigo 7º da lei 8137 está tipificado como crime:

    Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:

    e no parágrafo VII está determinado ser crime 

    VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária;

    Ou seja, quando o governo sobe o preço acima da capacidade de pagamento pela população e esta fica induzida a queima de biomassa em ambiente fechado, há um aumento de particulados que certamente produzem danos sérios a saúde.

    No mínimo que a Petrobrás ou o próprio governo não faz uma campanha explicando os malefícios que induz o uso de queima de biomassa em ambientes fechados ele está permitindo que uma verdadeira epidemia sobre a população pobre.

    O aumento de morbidez no caso de aumento de particulados em ambientes domésticos sem a devida ventilação ou sem a retirada da fumaça por chaminés é comprovado cientificamente em toda a bibliografia internacional e nacional.

    Logo se há uma denúncia do incremento do uso de queima de biomassa, a Petrobras ou o próprio ministério da saúde é obrigado alertar sobre a substituição do gas de cozinha (que a geração de particulados é ínfima) por métodos mais perigosos a saúde.

    A ausência de indicação ou a simples omissão de informação, poderia ser classificado como afirmação falsa.

  8. A troca do bujão de gás por lenha é bem mais grave do que….

    A troca do bujão de gás por lenha é bem mais grave do que se pensa.

    Tags do Blog: ameaça à saúde pública, saúde pública, crime contra as relações de consumo, preço do gás,

    O aumento desproporcional do preço do gás fazendo com que as pessoas comecem a cozinhar com biomassa tipo lenha ou carvão, está sendo visto por todos como simplesmente mais uma maldade do Governo Federal do que algo extremamente grave.

    A não divulgação dos riscos para uma população que se desacostumou de uso de lenha ou carvão para cozinhar é algo extremamente grave. este quando substituído por queima de Biomassa pode ser caracterizado como um CRIME CONTRA A SAÚDE PÚBLICA.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte no seu site de mídia sobre a popluição do ar caudada pela cocção de alimentos através de combustíveis sólidos (lenha, carvão ou mesmo excrementos de animais) no artigo intitulado “Contaminación del aire de interiores y salud” o seguinte:

    “Datos y cifras

    Unos 3.000 millones de personas cocinan y calientan sus hogares con fuegos abiertos y cocinas en los que queman biomasa (madera, excrementos de animales o residuos agrícolas) y carbón.

    Cada año, más de 4 millones de personas mueren prematuramente por enfermedades atribuibles a la contaminación del aire de los hogares como consecuencia del uso de combustibles sólidos para cocinar.

    Más del 50% de las muertes por neumonía en menores de 5 años son causadas por partículas inhaladas en interiores con aire contaminado.

    Cada año, 3,8 millones de defunciones prematuras debidas a enfermedades no transmisibles, en particular accidente cerebrovascular, cardiopatía isquémica, neumopatía obstructiva crónica y cáncer de pulmón, son atribuibles a la exposición al aire de interiores contaminado.”

    Como nas últimas décadas o uso de gás de GLP se vulgarizou para lares mais pobres, as pessoas não dispõem de instalações com ventilação e chaminés, como ainda há na zona rural, que permitam a minoração dos danos dos particulados gerados pela queima de combustíveis sólidos (que não são gerados com o GLP).

    Se a Petrobrás que ainda possui controle estatal partiu para uma política de aumento dos preços do GLP para adapta-lo aos preços internacionais, há uma clara evidência que o uso de biomassa para cocção, claramente sendo esta usada como substituto do GLP haverá um aumento de mortes causadas por doenças já elencadas no próprio artigo da OMS citado, onde nos 4,3 milhões de óbitos atribuídos a cocção são distribuídos como segue:

    “12% se deben a neumonía

    34% a accidente cerebrovascular

    26% a cardiopatía isquémica

    22% a neumopatía obstructiva crónica, y

    6% a cáncer de pulmón.”

    Chama-se a atenção que grande quantidade de óbitos (principalmente aos devido a pneumonia) são em crianças com menos de 5 anos, logo não é necessário esperar muito tempo para as mais débeis começarem a sentirem os efeitos mórbidos dos particulado.

    Como no artigo 7º da lei 8137 está tipificado como crime:

    ….

    Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:

    VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária;

    Ou seja, quando o governo sobe o preço acima da capacidade de pagamento pela população e esta fica induzida a queima de biomassa em ambiente fechado e instalações inadequadas, haverá um aumento de particulados no ambiente que certamente produzem danos sérios a saúde ou até mortes. O que era de se esperar que no mínimo a Petrobrás ou o próprio governo fizesse uma campanha institucional esclarecendo os riscos do uso de combustíveis sólidos, os malefícios eles produzem e as possíveis formas de mitigar os riscos.

    A ausência de indicação ou a simples omissão de informação, poderia ser classificado como afirmação falsa, e se este processo de uso continuar sem um esclarecimento público, tanto a direção da Petrobrás como os responsáveis pela saúde da população deveriam ser indiciados por homicídio doloso.

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