Taques sabia da grampolândia e nada fez, diz ex-secretário do governo tucano

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A situação do governador de Mato Grosso Pedro Taques (PSDB) ficou um pouco mais complicada, após a entrevista do ex-secretário de Segurança do Estado, Mauro Zaque, ao jornal El País, no dia 24. Zaque ali cravou que Taques foi informando, ainda em 2015, sobre a existência de um esquema de grampos ilegais batizado de “grampolândia”, e nada fez desde então. O caso – possivelmente chefiado pelo próprio Taques, segundo investigadores – só veio a ser apurado neste ano, por iniciativa da OAB local.

Ao El País, Zaque disse: “Avisei o governador sobre os grampos em duas oportunidades. Em fevereiro e em outubro de 2015, quando apresentei as provas. Nessa segunda vez eu disse a ele: e agora ‘nhonhô’, você queria provas? Estão aí! O que você vai fazer? Nada foi feito e eu pedi exoneração do cargo.”

Um dos presos da operação “barriga de aluguel” é o suspeito de ser o mandante das interceptações ilegais ao lado do governador: seu primo Paulo Taques, ex-secretário da Casa Civil. “Hoje, Paulo está preso juntamente com outras nove pessoas sob a suspeita de tentar obstruir as investigações”, apontou o jornal.

Pelos cálculos de fontes do Judiciário, o esquema de escutas clandestinas coloca sob suspeita cerca de 70.000 interceptações telefônicas ocorridas entre janeiro de 2014 a setembro de 2017. Até o vice-governador Carlos Fávaro (PP) teme ser um dos alvos do esquema, acrescentou.
 
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Apesar de ter sido informado em 2015, o governo Taques não iniciou as investigações. Foi preciso a seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil apresentar ao Tribunal de Justiça quatro notícias-crime sobre as irregularidades que podem envolver não só o governo, mas também o Ministério Público e Judiciário.
 
“As apurações mostram que Paulo pagou 50.000 reais a um policial para que ele comprasse um equipamento de gravação de ligações telefônicas. O advogado também seria o responsável por alugar a central da “grampolândia”, um escritório em um prédio comercial Cuiabá de onde parte dos policiais militares faziam as interceptações ilegais, batizadas de “barriga de aluguel”. Seus alvos eram políticos, advogados e um jornalista”, escreveu o El País.
 
Uma das pessoas grampeadas duas vezes, uma ilegal e outra ilegal, foi Tatiane Sangali, uma ex-amante do primo do governador. Como desculpa, Paulo Taques usou um suposto plano envolvendo Sangali, para matar o governador. O jornal anotou que o esquema é digno de enredo cinematográfico.
 
Hoje, o caso está no Superior Tribunal de Justiça. “No último dia 16, o ministro Mauro Campbell, avocou as seis investigações e ainda não se decidiu sobre qual andamento dará a cada um dos casos. Há três possibilidades. Uma, de devolver todas as investigações para o Tribunal de Justiça. Outra, de dividir os processos entre o TJ e o STJ, separando as condutas entre quem tem foro privilegiado (como o governador) e quem não tem. E a última, é de coordenar sozinho as apurações, possivelmente determinando que a Polícia Federal assuma a responsabilidade.”
 

Ao El País, Mauro disse: “Avisei o governador sobre os grampos em duas oportunidades. Em fevereiro e em outubro de 2015, quando apresentei as provas. Nessa segunda vez eu disse a ele: e agora ‘nhonhô’, você queria provas? Estão aí! O que você vai fazer? Nada foi feito e eu pedi exoneração do cargo.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Taques, Taques

    Agora que a mascara da ética e da moral caiu do rosto de Pedro Taques, lembro daquele bate-boca dele com o deputado Silvio Costa, em que Taques defendia Demostenes e ainda atacava o deputado. Não demorou tanto assim, a revelar o moralista de meia-pataca que era. E com o Judiciario e o Ministério Publico de MT no bolso. Aqueles mesmos que sairam à rua contra a corrupção, fora Dilma etc. Taques envolvido em um esquema de mafiazinha da provincia.

  2. Taques: sepulcro caiado ?

    Pedro Taques usou todo o seu poder político como governador de Estado para apoiar o golpe contra Dilma.

    A cada dia que passa surgem provas cabais de que os inimigos de Dilma eram todos criminosos.

  3. Demóstenes 2 – o Ressurgimento

    Parece continuação de franquia hollywoodiana.

    Outro egresso do MP, de partido conservador, com discurso de moralidade ferrenho, até ser apanhado com a boca na botija.

    E depois a corrupção era do PT, do PT, do PT….

     

  4. Mafiosos fazem escola

    Pós-graduados no sistema de ‘justi$$a’ em safadezas que deixam as máfias como amadores, mas nem se preocupam pois são do partido da couraça, ou seja, são do psdb, os blindados. E nada acontecerá!

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