Vice-presidente do PT acredita em aliança com PSD no primeiro turno e adverte PDT no Ceará

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Após lançamento oficial, campanha de Lula deve focar agora na formação de uma "comissão de programa de governo", diz José Guimarães. Assista

Alckmin e Lula. Foto: Ricardo Stuckert
Alckmin e Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Vice-presidente do PT e um dos coordenadores da campanha de Lula à presidência, o deputado federal José Guimarães (PT-CE) disse em entrevista exclusiva ao GGN que acredita na aliança com o PSD de Gilberto Kassab ainda no primeiro turno e na divisão do PDT de Ciro Gomes em alguns estados, como é o caso do Ceará, onde Ciro, presidenciável de terceira via, já foi governador.

O PT no Ceará quer lançar o ex-governador Camilo Santana para o Senado e apoiar a reeleição de sua vice, Izolda Cela, filiada ao PDT. Com isso, o Ceará teria uma situação de palanque duplo, com Izolda apoiada por Ciro e Lula. Porém, segundo o Diário do Nordeste, Izolda não é unanimidade e o PDT pode querer lançar outro nome, para evitar o palanque duplo.

“São opiniões bastante divergentes. Se o PDT não tiver a compreensão de que, para ganhar a eleição, tem que ter o PT na aliança e o palanque tem que ter Lula, eles podem perder a eleição no Ceará, e isso pode interferir nacionalmente”, disse Guimarães. O campo progressista enfrentará no Ceará a candidatura do Capitão Wagner, apoiado por Jair Bolsonaro.

“Eu alimento duas ideias: primeiro, que o PSD possa nos apoiar no primeiro turno e, segundo, que o PDT, lá na frente, vai reavaliar isso [a candidatura própria no Ceará e o palanque com Lula]. Porque está em jogo as bancadas na Câmara, o tamanho de cada partido, o tamanho do fundo eleitoral de acordo com os eleitos. Os partidos não vão arriscar não atingir a cláusula de barreira”, advertiu o vice-presidente do PT.

“O que não abrimos mão é de palanque de Lula no Ceará e de uma candidatura que expresse o que o governo Camilo Santana fez no Ceará com apoio do PT”, acrescentou Guimarães na entrevista aos jornalistas Luis Nassif e Marcelo Auler.

AS ALIANÇAS DO PT

O PT realizou no último sábado (7), no Expo Center Norte, zona norte de São Paulo, o lançamento oficial da candidatura de Lula para a presidência da República na eleição de 2022. O pré-candidato a vice-presidente, ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), testou positivo para Covid e participou do evento através de vídeo.

Faltando cinco meses para o primeiro turno das eleições gerais, o PT construiu no plano nacional um arco de alianças que, até o momento, conta com 7 partidos na coligação: PT, PCdoB e PV, federados; Rede e PSOL, outra federação, PSB e Solidariedade.

Em entrevista ao GGN no último dia 4, o vice-presidente do PT, José Guimarães, afirmou que o partido ainda está em tratativas para receber apoio do MDB e do PSD no primeiro turno.

Kassab, na semana passada, declarou que Ciro Gomes é a “única terceira via viável” e que o apoio ao pedetista não está descartado. A legenda, porém, já ensaiou ter candidato próprio e está rachada em vários estados. Em Minas Gerais, por exemplo, há tendência de apoio à candidatura de Jair Bolsonaro, e o PT trabalha para evitar esta aliança.

Já o MDB tem respeitado a pré-candidatura da senadora Simone Tebet, que aparece com menos de 1% de intenções de voto na pesquisa espontânea publicada pelo instituto Ipespe na sexta (6).

Em março, durante entrevista ao GGN, o senador Renan Calheiro disse que Tebet tem a legenda, mas se a candidatura não decolar até o começo da campanha eleitoral, o MDB no Nordeste deve pressionar por uma aliança com Lula no primeiro turno.

O DIA APÓS O LANÇAMENTO DA CHAPA LULA-ALCKMIN

Segundo Guimarães, a partir de segunda (9), após o lançamento da candidatura, o PT deve formar uma “comissão de programa de governo” para “sintetizar as ideias que servirão de base para a mobilização nacional em torno do programa de reconstrução.”

O vice-presidente do PT lembrou que há ainda alguns palanques para resolver com o aliado PSB. “Ainda tem São Paulo, Rio Grande do Sul, Espirito Santo. Pernambuco nós já resolvemos [com o apoio a Danilo Cabral, do PSB]. É um processo lento, mas gradual e seguro.”

Na última sexta (6), durante sabatina para o portal UOL, o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, declarou que a “tendência” é que o campo progressista tenha duas candidatura no Estado: uma do PT, e outra de Márcio França, com o PSB.

Assista:

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  1. Kassab, o ‘Menino’ que diziam ser de Maluf, por 30 anos sem deixar o apoio incondicional a PT e PSDB. Entendemos os Latifúndios Urbanos na Capital Paulista entre a Boca do Lixo e Cracolândia, capitaneados por SECOVI, que NUNCA foram atingidos ou citados por 40 anos de PT e PSDB no comando paulista. A Verdade é Libertadora.

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