Brasil séc. XXI, uma alternativa robótica contra a violência política da extrema direita, de Fábio de Oliveira Ribeiro

Brasil séc. XXI, uma alternativa robótica contra a violência política da extrema direita

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Duas notícias veiculadas no Twitter me chamaram a atenção ontem. A primeira diz respeito ao projeto de modernização das Forças Armadas dos EUA, a segunda notícia que a caravana de Lula foi alvo de disparos de armas de fogo.

No final do vídeo associado à primeira notícia um robô empurra para fora do avião um objeto cilíndrico. A certa distância do avião, vários drones se destacam daquele objeto e rumam para seus objetivos.

Esta cena evoca o que ocorria na primeira versão da série Battlestar Galactica (1978/1979), mas o significado dela se ajusta melhor ao episódio final da última série da franquia (2003/2009).

Na primeira versão de Galactica, os Cylons eram inimigos mortais dos seres humanos que haviam sobrevivido a um holocausto planetário. O respeitável público era levado a se identificar com os guerreiros coloniais, que faziam piruetas no espaço enquanto combatiam e derrotavam as naves inimigas pilotadas pelos guerreiros mecanizados. Mais elaborada, a última versão da franquia termina da maneira que tudo teria começado. Os próprios seres humanos teriam criado seus inimigos Cylons (o tema já havia sido explorado em 1984 pelo filme Terminator).

O vídeo demonstra que a ficção e o pesadelo criado pelas guerras dronicas não foram capazes de inibir os estrategistas militares norte-americanos. Eles continuarão perseguindo hegemonia global mediante a produção e controle de drones de combates cada vez maiores ou menores, mais sofisticados e adequados a todos os tipos de cenários. Impossível dizer como eles reagirão quando seus drones começarem a ser hackeados e utilizados contra eles mesmos.   

No Brasil a violência se apresenta não como resultado da inovação técnica e sim como um atavismo cultural. Teleguiados por jornalistas que destilam ódio partidário e ideológico diariamente, os adversários de Lula já trocaram os discursos inflamados na internet pelas pedras e pelas armas de fogo com a complacência das autoridades policiais de alguns estados da região sul.

Eles parecem ter esquecido que um dos estopins da Revolução de 1930 foi o assassinato político de João Pessoa. Duas pessoas sofreram lesões graves por causa das pedras atiradas contra a caravana do ex-presidente petista. É impossível prever o que ocorrerá se o próprio Lula for agredido, apedrejado ou, pior, ferido por um disparo de arma de fogo.

No Brasil a hegemonia dos EUA não será consolidada com o emprego de drones de combate como os que foram apresentados pelo Sputnik. Os filmes e séries norte-americanas (inclusive aquelas que são produzidas no Brasil com dinheiro gringo) que são distribuídas pela Rede Globo e suas concorrentes, bem como pelas TVs a cabo e pelo Netflix, se encarregam de domesticar os corações e as mentes de dezenas de milhões de brasileiros.

Durante as manifestações de 2013 vi, com meus próprios olhos, jovens defendendo no Facebook a entrega do Pré-Sal aos norte-americanos porque eles saberiam o que fazer com aquela riqueza e nós não. Os brasileiros segundo os garotos do MBL são incompetentes e corruptos, os norte-americanos são melhores que nós.

Algo semelhante foi dito por Deltan Dellagnol. Aliás, aquele procurador federal acrescentou que os antepassados dos norte-americanos eram idealistas que queriam construir um país melhor do que a Inglaterra. Os nossos antepassados, segundo ele, eram apenas criminosos que queriam apenas se dar bem. Dellagnol nem chegou a ser incomodado pelo Conselho Nacional do Ministério Público por causa de suas declarações ofensivas. Se fosse procurador federal norte-americano e dissesse algo semelhantes nos EUA ele provavelmente perderia o emprego.

No século XXI o mundo será dividido entre os drones de combate “made in USA” e qualquer ser humano que ouse desafiar ou questionar a hegemonia do império global dos olhos azuis. Mas no Brasil a divisão continuará a mesma que existia no início do século XX, ou seja, entre os brasileiros que querem construir um país e aqueles que se esforçam para destruir o que foi construído para atender os interesses da Embaixada dos EUA veiculados nos filmes e nas séries de TV norte-americanas.

Mas quando os Cylons gringos começarem a ser supostamente hackeados para atacar alvos dentro do nosso território as coisas ficarão mais complicadas. A OAB, que defendeu o golpe de 2016, provavelmente invocará os “direitos humanos” das coisas mecanizadas para que elas não sejam destroçadas a tiros. Os médicos que sonham com um Geen-Card farão curso de robótica para dar assistência médica aos pobres drones gringos lançados injustamente contra o Brasil. Sempre atento aos interesses da Embaixada dos EUA, o MPF iniciará uma investigação de proporções lava-jatianas para descobrir se os drones gringos não foram hackeados por petistas malvados que fizeram cursos de combate virtual em Cuba ou na Rússia.

O Brasil era mais feliz e engraçado no final dos anos 1980. A dívida externa era grande, mas a liberdade para sonhar com um país maior e melhor não era interditado pelo discurso jornalístico. Agora o nosso país se tornou tão pequeno, tão mesquinho, tão previsível e tão violento quanto era antes da Revolução de 1930.

Talvez a solução seja roubar um robô norte-americano para programa-lo com a consciência patriótica e social de Getúlio Vargas e a generosidade e o bom humor de Lula. Depois bastaria acrescentar algumas habilidades do Fedor russo e manda-lo fazer campanha presidencial para o PT nos estados do sul. Assim, quanto alguém resolvesse atirar no presidente ele reagiria da maneira adequada: metendo bala no marginal que ousou usar a violência com propósitos políticos.

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

11 Comentários

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  1. E pensar que o discurso

    E pensar que o discurso patético do Delladnol representa na íntegra o que pensam e sentem grande parte de nossas elites sociais e classes médias…..   Haja desespero!

  2. Muito blablablá para nada

    “No século XXI o mundo será dividido entre os drones de combate “made in USA” e qualquer ser humano que ouse desafiar ou questionar a hegemonia do império global dos olhos azuis. Mas no Brasil a divisão continuará a mesma que existia no início do século XX, ou seja, entre os brasileiros que querem construir um país e aqueles que se esforçam para destruir o que foi construído para atender os interesses da Embaixada dos EUA veiculados nos filmes e nas séries de TV norte-americanas.”

    No Brasil temos um cenário onde há idiotas que querem destruir o país e deixar do jeito que está e os imbecis que também querem destruir o país, mas querem viver no passado ilusório.

    Não importa se é esquerda ou direita, estamos perdidos de qualquer jeito aqui no Brasil.

    E quanto aos EUA, a mesma fala imbecializante de sempre da esquerda anacrônica e burra.

    1. Você fala como um verdadeiro

      Você fala como um verdadeiro consumidor do “american way of life” veiculado pelos filmes e séries “made in USA” na Rede Globo e no Netflix. Sua desaprovação soa como elogio, meu caro. No dia que alguem gritar na sua cara “Vai para Miami, filho-da-puta!” ficarei muito satisfeito.

      1. Você é o problema do Brasil

        Estou defendendo os EUA? Não.

        Apenas critiquei a mesma fala de sempre, ainda mais de um texto ridículo, que faz uma menção dos drones americanos com a situação política do Brasil, que, vejam só, foi causado por uma população fascista de esquerda e de direita.

        Se for para defender um país, eu não defenderia os EUA. Não gosto do seu modo de vida e, muito menos, dos rumos políticos atuais, com o atual presidente. Iria para Portugal sem pestanejar, pois julgo o Europeu menos xenófobo que o norte americano.

        Por fim, já estou acostumado com as falas típicas de idiotas, como o senhor,desta bosta de país. Só mostra a verdadeira face do brasileiro, que é ser uma escória fascista, que culpa os outros pelos próprios fracassos enquanto cidadão de uma democracia frágil e fracassada, como a nossa.

        O dia que precisar ir para outro país, levarei você e a sua família, para usarem suas cabeças para desentupir vasos sanitários. Fica a dica.

        1. Blá, blá, blá… No fundo

          Blá, blá, blá… No fundo você é apenas um cretino, ou seja, um ávido consumidor de lixo cultural “made in USA” que não gosta de ser chicoteado.

          Quando alguem gritar na sua cara “Vai para Miami, filho-da-puta”! não cometa o erro de sacar sua arma. Caso faça isso você não irá mais para lugar algum.

          Se não for preso porque cometeu um homicídio você será morto por seu adversário. Pequena perda direi em qualquer dos casos.

          1. “Que belo argumento”

            Argumento típico de uma escória favelada de esquerda desta bosta de país. 

            Vejam só, “não passo de um cretino e consumidor de lixo cultural “made in usa”. Fala muito dos EUA, sendo que nem defendi o país, apenas critiquei a fala idiota de sempre de culpar os outros pelos próprios fracassos. 

            Você que tem verdade de ir para os USA e viver a American Way Of Life, em Miami. Vai em frente, mas lembre-se. Sempre será a escória terceiromundista, mesmo que vá para o Gabão.

            Armas são para os fracos e não me abalo com frase típicas de lixo desta bosta de país, como o senhor e os demais deficientes intelectuais de esquerda, tão atrasados na ideologia como no entendimento do mundo. 

            Mas já que mencionou a violência e até mesmo tentou me ofender como alguém que prega a violência e intolerante. Não se preocupe, pois sou tão fascista como o senhor, mas não me rebaixo ao seu nível, pois viver a sua vidinha de merda e descontente já é suficiente para mostrar que sou melhor que você, escória.

            Vai lá chorar no colo do Lula e desejar que o passado volte, para viver de ilusão. Pois é isto que este povo de merda quer mesmo, fantasiar um mundo que nunca será alcançado, pela própria incapacidade do brasileiro de dialogar com próximo, como nós, fascistas de merda, nos mostramos.

            Relinche bastante escória, pois não quero mais dialogar com fascistas como o senhor, muito menos sujar minhas mãos batendo ou atirando em alguém tão infeliz e tão desprezível como o senhor.

            Viva na sua miséria moral e tente ser feliz.

            FUI

          2. Argumento típico de um

            Argumento típico de um esquizofrênico endinheirado que consome lixo cultural estrangeiro e que, por causa disso, se sente eternamente deslocado no país em que nasceu. Mas quando viaja, você se sente um cachorro vira-latas ao ser tratado como turista indesejado no país que se tornou seu objeto de desejo. 

            Seu ódio não é eloqüente, sua esquizofrenia nem chega a ser interessante. Você não tem a profundidade de um personagem dramático. No máximo você é um palhaço que odeia cachaça no Brasil e acha bonito tomar caipirinha no exterior.

            Você só me faz rir. Quando alguem gritar “Vai para Miami, filho-da-puta!” você lembrará de mim. Mas amanhã eu já terei esquecido você. Não costumo perder muito tempo com vermes insignificantes.

          3. Twig,
            vá para portugal ajudar

            Twig,

            vá para portugal ajudar a estragar aquele país. O Brasil precisa se livrar de bostas como você.

            Dou R$ 500,00 para ajudar a pagar a passagem. Mas quero ver a passagem, o embarque e a declaração de saída definitiva do país.

      2. Só para te deixar um tiquinho feliz

        Continue se iludindo, pois é bonito ver gente pregando ódio e sendo fascista, culpando os outros pelos próprios fracassos.

         

  3. “O Brasil era mais feliz e

    “O Brasil era mais feliz e engraçado no final dos anos 1980. A dívida externa era grande, mas a liberdade para sonhar com um país maior e melhor não era interditado pelo discurso jornalístico. Agora o nosso país se tornou tão pequeno, tão mesquinho, tão previsível e tão violento quanto era antes da Revolução de 1930.”

     

    A mais pura verdade.

    Que país miserável estamos nos tornando. Temos de dar o merecido crédito para a globo.

  4. Perdeu, Tio Sam
    Fábio, entendo nada de geopolítica, mas depois que li a série de 5 (longos) artigos publicados aqui no GGN sobre o Putim nem tenho dormido direito.

    https://jornalggn.com.br/noticia/as-novas-armas-da-russia-5-implicacoes-para-o-brasil

    Pelo que entendi os EUA foram pro saco. Se o vídeo do drone for recente, provavelmente, é uma reação patética ao discurso de Putim de 1o de março, quando expôs o potencial de destruição dos novos armamentos russos, e que são MUITO, mas MUITO superiores ao poder de fogo dos americanos.

    A supremacia militar do mundo está com os russos, e isso muda tudo. E talvez explique a retirada hj das tropas americanas da Síria (mais uma derrota ianque); a guerra diplomática entre os dois países, com expulsões mútuas de diplomatas; o protesto diplomático da Islândia no próxima Copa do Mundo.

    Vale a pena ler os artigos e analisar as implicações para o Brasil. Ao que parece, os golpistas nos penduraram no lado mais fraco. Gente burra.

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