Precisamos conversar sobre o PT no poder, por Sergio Saraiva

Por Sergio Saraiva

O que você se lembra dos governos do PT?

Isso é mais importante do que você inicialmente pode imaginar. Principalmente porque, dentro de um mês, você escolherá o próximo presidente do Brasil.

Com o impedimento de Lula pelo TSE – apesar da resolução da ONU a favor seu favor – Haddad deverá ser o candidato do PT à presidência da República. Veja, nada mudou. Porque Haddad é Lula e Haddad é PT. E, com Haddad, o PT pode voltar ao poder.

Você quer o PT de volta ao Governo Federal?

Caso você tenha 30 anos ou mais, você conhece a história do PT no poder. Então, reflita por alguns minutos e responda:

Qual era a taxa de desemprego no Governo Lula? Qual a chance de um trabalhador conseguir um emprego com carteira assinada, naquela época? Você conseguiu algum aumento salarial, naquele período? Melhorou de emprego?

Qual a chance do filho de um trabalhador entrar na universidade pública, durante os governos do PT? E nas faculdades particulares? Havia como pagar as mensalidades? Aliás, quantas universidades públicas o PT construiu? Foram treze anos no poder.

E na saúde? O PT acrescentou algum médico ao serviço público de saúde? Deu acesso a remédios para os mais pobres?

Mesmo que você seja de classe-média, pode ao menos pensar no que é a vida dos mais pobres. Os mais pobres tinham mais comida no prato, só porque Lula estava no poder? Podiam comprar um botijão de gás, por mês, por exemplo?

E você, tinha acesso a financiamento para compra da casa própria? E para a compra de um carro? Ou, então, para um simples eletrodoméstico? Você tinha crédito nos governos do PT?

Você conseguia, ao final do mês, pagar as suas dívidas, durante os governos do Lula? Sobrava alguma coisa para a poupança?

Qual era o preço do combustível, da energia elétrica e dos alimentos, durante os governos do PT?

Caso você seja um aposentado, qual a valorização que Lula trouxe para o salário mínimo? A vida do aposentado melhorou, com Lula? E, hoje, está pior?

Não vou nem perguntar se o Brasil era respeitado no exterior, no tempo do Lula. Ou se não passávamos de mais um cachorro vira-latas internacionalmente. Mas poderia perguntar.

As respostas a essas perguntas são muito importantes para o futuro do Brasil. Futuro que nós vamos começar a desenhar, a partir das eleições de outubro. Se você não conhece as respostas, procure-as. Não é difícil encontrá-las.

Mas, por favor, pense nisto: Haddad é Lula.

A vitória de Haddad é a vitória de Lula. Com Haddad, Lula volta. E volta também tudo que o foram os governos Lula.

É isso que você quer novamente para o Brasil?

 

PS: mais questionamentos como estes podem ser encontrados na Oficina de Concertos Gerais e Poesia.

 

 

Redação

12 Comentários

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  1. Título chamativo! Mas conversar entre os mesmos é conversa fiada

    vejo gente participante do blog todos com uma mesma visão, variam nuances, e eventuais opiniões divergentes são raríssimas. Parece que o pessoal não lê outras coisas (fora da internet) e mesmona internet parece que o uso de celulares e tablets generalizoou, então , leitura rápida, entendimento superficial, às vezes malentendimento de simples frases, não é à-toa que na França já estãoproibindo celulares em escolas públicas (parece que há outros países fazendo isso).

    1. Dilma e os temerosos democratas
      Então você prefere o que fizeram com o país depois do golpe contra ela e o povo que a elegeu?
      Conhece o Haddad e o que ele fez como secretário e ministro da Educação e depois como prefeito em São Paulo?
      Qual o seu problema com a Dilma, ela ser honesta, ser mulher, ter tido coragem de enfrentar a corrupção endêmica do Estado representada pela parte podre do MDB na figura de Eduardo Cunha? Ela errou em algumas decisões, que ela própria admitiu numa mostra de capacidade rara na política, a auto avaliação sincera, mas não agiu de má-fé nem por oportunismo político ou pessoal. Não fosse pela coragem dela em enfrentar as chantagens do legislativo e do judiciário não estaríamos agora conhecendo qual é o verdadeiro funcionamento das instituições brasileiras. Há quem prefira viver na ilusão de que a situação do país é culpa de bodes expiatórios que não aceitaram o jogo hipócrita da política rasteira, e que por terem sido fiéis a princípios democráticos – que dividem entre os cidadãos a responsabilidade pelo destino do país – tiraram esses críticos de sua zona de conforto para participar da democracia de fato – a começar por conhecer as entranhas das instituições de fachada que impedem pessoas como ela, responsável e não voluntarista, de exercer suas funções. Mas parece que tem gente que não aprendeu a lição e continua apenas esperando que terceiros façam por si o que não são capazes, construir a democracia e não lutar pela manutenção de sua condição de refém, atitude que parece estar presente em muitos que a criticam de maneira leviana. Se fosse tão fácil lutar contra o golpismo genético brasileiro, o conservadorismo, a ganância e a violência das elites medíocres – muitas que apóiam hoje Bolsonaro, sem nenhum pudor e muito orgulho -, por que bravos democratas “tão melhores que ela” não retomaram o país e não têm a confiança do povo para governar? Por tanto maniqueísmo e raríssima responsabilidade é que o país caminha em areia movediça, que o digam o judiciário e a mídia, e talvez porque muitos que ainda se acham democratas repetem, em 280 caracteres ou menos, até com memes (tão engraçadinhos…), o discurso pronto que emana destes articuladores do golpe em andamento.

      P.S. Ouvindo a propaganda eleitoral em MG na rádio UFMG Educativa (acessível pela internet, https://ufmg.br/comunicacao/radio-ufmg-educativa), tenho a impressão que o sr. Aécio Neves não se apresenta nominalmente como os outros candidatos a deputado federal, sendo identificável apenas pela voz.
      A Dilma não se esconde, nem se quisesse, porque é corajosa para enfrentar seus críticos, os honestos e os canalhas, e sabe que o povo a respeita porque na condição privilegiada de observador mantido subalterno, esse mesmo povo conhece seu país, a elite que são seus patrões, e sabe porquê ela não pôde governar. Certamente os motivos do povo são diferentes dos seus.

      Sampa/SP, 02/09/2018 – 14:11 (alterado às 14:22, 14:40, 15:06 e 15:19).

      1. Dilma foi uma ótima ministra

        Dilma foi uma ótima ministra e espero que venha a ser uma ótima senadora. Mas como presidenta, desculpe, era a pessoa errada no lugar errado. Com Haddad, tudo indica que isso irá se repetir. Então, não. Votarei em outros quadros da esquerda. Abraços

        1. O bom debate
          1 – Sua resposta o coloca no time dos críticos honestos, parabéns.
          2 – Discordo sobre a inadequação que você atribui a eles, mas desejo sorte ao seu candidato de esquerda num país tão difícil de viver, e acho que de governar também, por sua diversidade cultural e história mal resolvida de colonização, que persiste e se agrava.
          3 – Se queremos que a política se aperfeiçoe precisamos sair do modelo habitual de políticos que conhecemos e nos perguntar o que realmente esperamos de um/a governante, um personagem idealizado cuja perfeição abstrata leva ao natural desapontamento, ou pessoas que saibam tomar as melhores decisões no chamado por alguns de “trato da coisa pública”?
          Dilma, muitos esquecem, caiu porque vinha mexendo, com reflexos profundos se mantidas as decisões, em duas encrencas que poucos enfrentaram, a máquina de indicações políticas, em estatais, para fins corruptos, e a usura bancária. Caiu porque não fez política no seu limite “as usual”, e seus maiores erros se devem a ter tentado conciliar o jogo político com as questões técnicas em que é reconhecidamente competente – quem resolveu a crise tucana do apagão, por exemplo?
          Haddad não falhou como prefeito, como alegam os que covardemente dizem que ele “não ganhou” do AgriPinóquio (dizem que ele se chama Agripino e odeia o nome) Dória, pois aqui quanto melhor o governo maior a rejeição desta cidade retrógrada, basta ver, historicamente (homenagem ao seu ofício), quem a cidade reelegeu e quem ela teve o sadomadoquismo de não reeleger.
          Não pretendo te convencer da qualidade deles, mas acho necessário que a gente como cidadã/o comece a avaliar polític@s com exigências mais factíveis, por exemplo, se perguntando, “e se fosse eu governando, faria melhor, nas condições que o país/cidade apresentava?”
          Grata pela atenção.

          Sampa/SP, 02/09/2018 – 20:48 (alterado às 20:55 e 21:01).

          1. Cristiane, eles possuem

            Cristiane, eles possuem muitas qualidades. Raras, no mundo da política. Mas diferentemente do Lula, eles não possuem às qualidades de um estadista, de uma liderança do Executivo: Dilma está comprovado; Haddad, tudo leva a crer. Os dois poderiam ser muito mais úteis no Congresso. Sem Lula, prefiro apostar em outra pessoa: Boulos, Ciro ou até mesmo Marina (cria do PT), dependendo de como estará o quadro político nos dias que antecedem o voto. Abraços

  2. Acredito que a escolha de

    Acredito que a escolha de Hadad foi correta. Pelo que se observa, dos cogitados, sómente o Hadad concordou em defender o Lula até o limite, ao passo que Jaques vagner e ciro, jamais iriam se sujeitar a essa legítima defesa. Se, essa situação ocorresse com qualquer um que se sentisse injustiçado e estivesse lutando com todas as forças para provar sua inocência, com certeza iria confiar naquele que não tem a vaidade ou a busca  pelo “puder”. Muito  fácil, depois da decisão do ste mandar Lula as favas e Hadad começar a sua campanha para a presidência. Mas, pelo que vejo, Hadad é pessoa leal e seu objetivo, tudo indica, é conseguir reverter essa situação e colocar quem de direito na disputa LULA. Sei que será difícil ou melhor, pela justiça deste país, impossível reverter, essa situação, mas admiro o Hadad pelo seu despreendimento a lealdade. É 13.

  3. Chamado exclusivo à classe

    Chamado exclusivo à classe média burguesa, pronta á reinvindicar suas propinas oriundas do Golpe.

    E nesse caso devemos esperar pela “discreta” conversão do Blog à direita, e à unção de seu candidato da opus “dei” fascista?

    Ou poderemos ter a esperança de aqui continuar participando, nós que resistimos à toda sedução corrupta do demônio golpista?

    E de qualquer forma, tudo o que nos tem sido roubado, deverá ser devolvido. A todos…

  4. Haddad.

    Não deve ser fácil para uma pessoa bem preparada como Haddad sair por aí com uma máscara e apresentar-se como mero fantoche de Lula.

    1.  
      Realmente, não se pode

       

      Realmente, não se pode esperar compreenção e entendimento do que venha ser solidariedade, ideologia, militância política, praticas justas, responsabilidade, carárter.

      De fato, estas coisas não costumam frequentar o universo, muito menos, fazer parte do ideário da pequena burguesia reacionária incrustada na classe média.

      Orlando

  5. A luta não termina na eleição
    Sobre a possível candidatura de Haddad, acho que quem o ataca pensando estar defendendo Lula, não se dá conta de que faz o jogo do fogo amigo-pior-que-inimigo.
    Se Haddad está na posição em que está, é por orientação e escolha de Lula, como seu representante caso o judiciário decida manter sua perseguição. E Haddad está agindo de maneira impecável até agora, um verdadeiro combatente pela causa que une a todos, Lula livre para o Brasil voltar a ser feliz.
    Estou com Lula e com o partido nas escolhas feitas até aqui. Com Lula sempre. Se ele já indicou que se o golpe não recuar prefere disputar as eleições com Haddad como seu representante, tem o meu apoio. E é para as pessoas que criticam Haddad pensarem nos seus verdadeiros motivos, se estão mesmo defendendo Lula ou suas próprias mesquinharias – não esqueçam que ele já esteve sob a orientação de Lula no ministério da Educação, e o resultado todos conhecem. Não é hora de picuinhas, o Brasil é maior que isso e o povo precisa de gente que se preocupa com sua situação, e Haddad não teria sido escolhido por Lula em momento tão difícil se fosse o oportunista que gente, essa sim duvidosa, tenta pintar.
    Pessoas como o jornalista José Arbex Jr, que tem coluna no site Nocaute, são mais radicais mas tem boa fé, o que não se pode dizer de campanhas feitas por jornais golpistas e até por revista que se diz de esquerda, visivelmente tentando prejudicar Haddad para permitir a continuidade do golpe, ainda que por vias diferentes.

    Lula livre e candidato, é a luta que apoio, e o que mais meu líder decidir que eu tenha motivos pra apoiar, como é o caso de Haddad como seu porta-voz e representante contra o golpismo, este que será nossa batalha por algum tempo.

    Sampa/SP, 02/09/2018 – 22:37

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