Será o fim dos princípios?, por Aracy Balbani

Em meio à avalanche de sandices para desmonte institucional que assola o país, fica o alerta à população e aos profissionais comprometidos com a ética.

Será o fim dos princípios?, por Aracy Balbani

Notícias recentes estimulam algumas reflexões.

Ao embaixador, as batatas!

Ignorando a relevância da formação presencial em escolas de culinária renomadas, a inusitada meritocracia gourmet brasileira pretende alçar o rango de sobrevivência dos nossos jovens intercambistas no exterior a notável credencial curricular. Circulam rumores sobre instituir o cargo de diplomata-chef, a ser preenchido por qualquer criatura capaz de cometer ato culinário tradicional de terra estrangeira. Ainda não há estimativa do número de nossos compatriotas que dominam o preparo de escargots após passarem temporada na França. Melhor evitar especulações sobre brasileiros com experiência em acepipes de carne canina ou insetos comestíveis.

Se a tendência vingar, quem comporá a banca degustadora do aspirante que se meter a preparar baiacu para ser nosso representante no Japão? Caso o candidato falhe na remoção da potente toxina do peixe, a reprovação será fatal… para os examinadores.

Profissionais das caçarolas dos restaurantes de iguarias estrangeiras e amadores voluntários das barracas de pratos típicos em festa beneficente das nações, aha, uhu! Yes, you can. Sim, vocês podem!

Evento oportuno

O Conselho Federal de Medicina (CFM) abriu inscrições para o 2º Fórum de Doenças Raras, que será realizado em Brasília no dia 1º de agosto. Na programação preliminar, Sra. Rosângela Wolff Moro é uma das convidadas para a mesa sobre Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras.

A oportunidade é imperdível para agregar conhecimentos médicos e perguntar à “conge” do Ministro Sérgio Moro detalhes de uma PEC enviada por Paulo Guedes à Câmara dos Deputados na semana passada. Na PEC, o governo ensaia limitar a atuação dos conselhos de classe, entre os quais o próprio CFM e a OAB, além de acabar com a obrigatoriedade de adesão dos profissionais aos respectivos conselhos.

Em meio à avalanche de sandices para desmonte institucional que assola o país, fica o alerta à população e aos profissionais comprometidos com a ética.

Redação

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