TCU pode paralisar distribuição de R$ 22 bi a acionistas da Petrobras

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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O ex-diretor da estatal Guilherme Estrella entrou com um processo no TCU para bloquear os recursos

O ex-diretor da Petrobras foi ao TCU, nesta semana, entregar o pedido de suspensão dos pagamentos aos acionistas da Petrobras – Foto: Flávia Freitas

A Petrobras poderá ser impedida de distribuir R$ 21,99 bilhões de dividendos entre os acionistas da empresa, em um julgamento que deverá ocorrer pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O pedido partiu do ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, que entrou com um processo no TCU para suspender a distribuição desses recursos entre todos os acionistas. E é a segunda parcela de pagamentos que foram antecipados aos acionistas, após a medida ser aprovada pelo Conselho de Administração da estatal, sem passar por outros questionamentos.

O primeiro pagamento foi feito em dezembro, ainda no governo de Jair Bolsonaro. Essa segunda remessa de pagamento de mais de R$ 20 bi estava prevista para ser realizada amanhã (19), quinta-feira. Mas Estrella pediu ao TCU uma decisão sobre a medida que, segundo ele, é “totalmente atípica”.

“Esta distribuição de dividendos não atende ao melhor interesse da empresa (mesmo que se tratasse de empresa totalmente privada) e menos ainda ao fim público que inspirou sua criação. Trata-se de um verdadeiro abuso de poder de controle que, nesse caso, por agradar também aos acionistas privados, acabou sendo perpetrado sem qualquer questionamento”, entendeu ele, em declarações a O Globo.

Estrella é geólogo e um dos especialistas reconhecidos por detectar o pré-sal no Brasil. Como diretor do setor de Exploração e Produção, atuou na administração da estatal.

Para ele, é preciso fazer estudos para comprovar que a distribuição dos dividendos não comprometeria os ganhos da Petrobras. Mas manifestou que a divisão, por si só, “é desproporcionalmente maior que as distribuições de dividendos feitas por todas as grandes petroleiras do mundo, sejam elas estatais ou estritamente privadas”.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Parabéns pela ação. Espero que seja duradoura. É muito dinheiro assaltado da petrobras
    Ninguém tem noção da montanha que é diferença entre 1 milhão e 1 bilhão.
    1 milhão de segundos = 11 dias
    1 bilhão de segundos = 31 anos

  2. Uma parte desta bolada fica com o governo. É preciso ver se o indecente que ocupava o Palácio do Planalto e seu posto de gasolina não haviam contabilizado essa grana como parte do orçamento. Se sim,será mais uma das arapucas orçamentárias deixada pela turma da Faria Lima.

  3. Agradecemos ao Dr. Estrela, essa ação valiosa!!! Grande brasileiro consciente o roubo de alguns da Petrobrás gera a miséria de milhões, ou se não gera, ao menos não impulsiona o país, não deixa margem de lucros que a empresa posso, como no passado, subsidiar projetos que melhoram a vida das pessoas e das cidades desse país. Parabéns, bravo guerreiro!!!

  4. E lá vai mais um Don Quixote. E eu daqui, como mais um Sancho Pança, a torcer, rezar, fazer simpatias,cruzar dedos… para que ele tenha sucesso nesse nosso eterno pleito de soberania. GOSTO DE QUEM GOSTA DE FAZER (O que presta, claro!)

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