O histórico da crise da dívida externa brasileira

Sugerido por Roberto São Paulo-SP

Do O Globo

30 anos da crise da dívida externa

Como o Brasil passou pelo setembro negro de 1982, quando o país chegou ao fundo do poço e era visto pelo sistema financeiro internacional como o ‘próximo a quebrar’.   

1973—Primeira crise

Capa do Globo em 18/10/1973. Foto: Reprodução

Primeira crise do petróleo exige dos governos no mundo grandes ajustes, mas o Brasil preferiu continuar crescendo com empréstimos externos. A dívida externa chegou a US$ 12,6 bilhões no fim daquele ano.

1979—Segunda crise

Para contornar a crise do petróleo, surge a bicicleta de 20 lugares. Foto: Reprodução

O início da segunda crise do petróleo com a revolução do Irã leva os preços a dispararem novamente, mas, diferentemente da primeira crise, essa é mais prolongada, por isso a dívida brasileira começou a disparar

1981—Recessão no Brasil

Brasil tem seu primeiro ano de recessão desde o “milagre” diante da queda do preço das commodities e restrição maior de liquidez no mundo, consequência da elevação da taxa de juros dos EUA, ameaça o fluxo de recursos no mercado internacional

Agosto de 1982—-Moratória mexicana

Foto: Arquivo O Globo

Diante da restrição de crédito externo, o México, que também crescia com base em empréstimos externos, decreta moratória e coloca em risco todas as economias em desenvolvimento do mundo

Setembro de 1982—–Pacote do FMI não vem

Reunião do FMI, em Toronto. Foto: Reprodução

Reunião do FMI em Toronto não define um esperado pacote de ajuda aos países subdesenvolvidos. Nesse encontro, o governo brasileiro descobriu que estava no topo da lista de apostas do país que seria o próximo a quebrar

Dezembro de 1982—–Brasil pede ajuda ao FMI

Reunião de enviados do FMI com autoridades brasileiras, no Planalto. Foto: Jamil Bittar / Agência O Globo

O governo brasileiro procura formalmente o FMI em busca de um pacote de ajuda e chama todos os seus credores para renegociar os pagamentos programados. A dívida externa chega a US$ 83,2 bilhões, com US$ 13 bilhões vencendo em até um ano

1987——Sarney anuncia moratória

Sarney anuncia a suspensão temporária do pagamento dos juros da dívida externa. Foto Gustavo Miranda / Agência O Globo

O presidente José Sarney anuncia a moratória da dívida externa, que já superava os US$ 10 bilhões, interrompendo negociação iniciada em 1986.

1994—–Plano Brady

Nicholas Brady, Secretário do Tesouro dos Estados Unidos. Foto: Reprodução

Em abril, o governo adere ao Plano Brady, transformando sua dívida externa com credores privados em títulos negociáveis com prazos e condições financeiras mais favoráveis ao Brasil do que nos contratos anteriores

1995—-Volta ao mercado

Depois de quinze anos ausente, o Brasil volta ao mercado internacional de capitais lançando os bônus negociáveis

2002–Empréstimo do FMI

Pedro Malan, durante entrevista coletiva sobre o acordo fechado com o FMI. Foto: Arquivo O Globo

Diante da turbulência internacional, o governo brasileiro volta ao FMI em setembro e recebe empréstimo de US$ 41,75 bilhões, que os candidatos às eleições presidenciais daquele ano se comprometeram a pagar

2005—–Dívida quitada

Lula e o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, anunciam que o governo não renovou empréstimo com o FMI. Foto: Jamil Bittar/Reuters

O governo brasileiro não renova o empréstimo feito em 2002 e, no fim do ano, quita o restante da sua dívida de US$ 15,5 bilhões, livrando-se da cartilha de exigências do Fundo

2009—-Brasil credor

Durante a crise internacional, o Brasil é convocado para aumentar sua participação no FMI, de US$ 10 bilhões para US$ 14,5 bilhões, em um esforço mundial para salvar os países em dificuldades financeiras e passa a ser credor do organismo

2012—-Novo aporte brasileiro

A presidente Dilma Rousseff recebe Christine Lagarde, Diretora-geral do FMI. Foto: Gustavo Miranda/Agência O Globo

O Brasil é novamente convocado pelo FMI para fazer um aporte adicional para ajudar os países em dificuldades na zona do Euro, mas coloca como condição uma participação mais efetiva dos países em desenvolvimento nas decisões do Fundo

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http://oglobo.globo.com/infograficos/divida-crise/

Redação

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  1. Programa de Resgate Antecipado da DívidaPública Federal Externa

    —-Programa de Resgate Antecipado usualmente envolve menores volumes financeiros por operação e possui um caráter mais frequente, sendo executado pelo Tesouro regularmente desde janeiro de 2006.
    Em 2013, o resultado desse programa foi o resgate antecipado, em valor de face, de US$ 3,27 bilhões em títulos denominados em dólares, montante equivalente a US$ 4,57 bilhões em valor financeiro. O gráfico a seguir apresenta o impacto conjugado do Programa de Resgate Antecipado, em seus oito anos de existência, com as emissões regulares de títulos de referencia (benchmarks) de 10 e 30 anos em dólares——–vale mencionar o efeito do programa de resgate antecipado e da operação de gerenciamento de passivos, que juntos retiraram R$ 10,1 bilhões em títulos da DPFe de circulação, bem como o pré-pagamento de dívida contratual externa no valor de R$ 5,6 bilhões.—–

    O Tesouro Nacional realizou em outubro a emissão de um novo benchmark de 10 anos de referência denominado em USD, o Global 2025, no montante de USD 3,25 bi. Desse montante, US$ 3,2 bilhões foram colocados nos mercados europeu e norte-americano e US$ 50 milhões no mercado asiático. O título foi emitido ao preço de 99,521% do seu valor de face, o que resultou em taxa de retorno para o investidor (yield) de 4,305% com spread de 180 pontos-base acima do US Treasury de mesmo prazo de referência, 10 anos.
    Como meio de pagamento dos novos títulos emitidos, USD 1,55 bilhão foram recebidos em dinheiro e USD 1,72 bilhão em títulos externos já existentes em mercado. Adicionalmente, foram recomprados mais US$ 500 milhões de títulos já existentes com parte dos recursos em dinheiro obtidos com a emissão.—

    Dívida Pública Federal: Relatório Anual 2003— NÚMERO 11(53 páginas .pdf)—–Apresentação(.pdf-21 páginas)
    Ministério da Fazenda—Secretaria do Tesouro Nacional—Janeiro-2014

    —MENSAGEM DO MINISTRO DA FAZENDA
    O ano de 2013 começou com a expectativa de que seria um ano com muitos desafios, ainda reflexo do agravamento da crise internacional iniciada em meados de 2008. Além dessa necessidade de superar as dificuldades econômicas trazidas pelo cenário externo, havia a missão de reduzir as pressões inflacionárias e ampliar o volume de investimentos.
    Ao longo do ano, verificaram-se importantes mudanças no panorama dos países desenvolvidos. Em especial, vale citar o caso dos EUA, onde, a despeito da disputa política em temas fiscais, observou-se recuperação da atividade econômica e do mercado de trabalho. Prova disso foi o início da retirada dos estímulos monetários promovidos pelo Federal Reserve Bank já a partir de dezembro de 2013. Atrelado a esse abrandamento da crise internacional, observou-se evolução no nível de atividade econômica doméstica, em especial devido à recuperação da Formação Bruta de Capital Fixo. Para tanto, o Governo Federal adotou, ao longo de 2013, um conjunto de medidas que não só impactou o investimento neste ano, como deve continuar gerando efeitos positivos nos anos seguintes. Entre as ações adotadas pode-se citar o bom resultado dos leilões de concessão, como o do campo de Libra, dos aeroportos de Galeão (RJ) e de Confins (MG) e de várias rodovias. Esses leilões de concessão proporcionarão incrementos significativos nos investimentos em médio e longo prazo.

    Conjuntamente, a formação de capital foi favorecida pelo Governo Federal via amplas desonerações tributárias. A desoneração da folha de pagamentos, iniciada em 2012 e cujos benefícios já atingiram mais de 40 setores da economia, e o programa de redução da tarifa de energia elétrica são exemplos de medidas adotadas nesse campo. Essas ações não só geraram aumento da competitividade das empresas, como também permitiram ampliação da renda disponível das famílias.
    No mesmo sentido, a desoneração da cesta básica se soma aos esforços do Governo Federal para promover maior justiça tributária e social.

    Importante salientar, ainda, que as diretrizes e os fundamentos que têm guiado a política econômica nos últimos anos continuaram sólidos. Os compromissos com o controle da inflação, a manutenção do câmbio flexível e a geração de superávits primários consistentes foram mantidos.
    Conjugada a essa política econômica, a melhora da atividade produziu, em 2013, a despeito de um ambiente macroeconômico global ainda instável, o menor registro histórico da taxa de desemprego no Brasil, de 4,6%.

    Assim, em 2013 o Brasil concretizou importantes decisões que devem impulsionar os investimentos nos próximos períodos, sem que para isso tenha se descuidado das conquistas sociais alcançadas, do controle da inflação, de resultados fiscais salutares, do regime de câmbio flexível e da administração prudente do endividamento público, como podemos ver refletida neste Relatório Anual da Dívida Pública Federal.
    GUIDO MANTEGA—-MINISTRO DA FAZENDA

    —-Dívida Externa
    Em relação ao mercado externo, foi mantida a política de aumento da eficiência da curva de juros, na qual o Tesouro aproveita condições propícias de mercado para promover emissões qualitativas ou resgatar antecipadamente títulos que não são pontos de referência (benchmarks).
    Referente às emissões, foram realizadas duas ofertas públicas de títulos em dólares para o prazo de referência de 10 anos. A primeira, em maio de 2013, correspondeu à reabertura do título Global 2023, no valor de US$ 800,0 milhões, sendo US$ 750 milhões nos mercados europeu e norte-americano, e US$ 50 milhões no mercado asiático . O título foi emitido a uma taxa de 2,75% a.a., apenas 0,98 pontos percentuais acima do título do Tesouro americano com vencimento em fevereiro de 2023, menor diferença da história para esse tipo de emissão.(16)
    A segunda emissão externa, ocorrida em outubro de 2013, fez parte de uma operação de gerenciamento de passivo externo, que também retirou do mercado alguns papéis mais antigos, conforme detalha o Quadro 3(tabela6). O título emitido foi o Global 2025, novo ponto de referência de 10 anos da curva em dólares, cuja abertura proporcionou ao investidor uma taxa de retorno de 4,305% a.a., equivalente a um prêmio de 180 pontos-base sobre o título do Tesouro americano de mesmo prazo. A emissão atingiu um volume total de US$ 3,25 bilhões.

    Programa de Resgate Antecipado
    Assim como a operação de gerenciamento de passivos descrita no quadro anterior, o Programa de Resgate Antecipado busca o aprimoramento da curva de juros externa, retirando de circulação títulos que não refletem adequadamente o custo atual de financiamento da dívida externa, bem como aqueles que estão próximo ao seu vencimento, de modo a diminuir os riscos de refinanciamento dessa dívida. A diferença em relação a uma operação de gerenciamento de passivo é que o Programa de Resgate Antecipado usualmente envolve menores volumes financeiros por operação e possui um caráter mais frequente, sendo executado pelo Tesouro regularmente desde janeiro de 2006.
    Em 2013, o resultado desse programa foi o resgate antecipado, em valor de face, de US$ 3,27 bilhões em títulos denominados em dólares, montante equivalente a US$ 4,57 bilhões em valor financeiro. O gráfico a seguir apresenta o impacto conjugado do Programa de Resgate Antecipado, em seus oito anos de existência, com as emissões regulares de títulos de referencia (benchmarks) de 10 e 30 anos em dólares:
    Gráfico 13: Resultado da Estratégia Adotada para a DPFe entre 2006 e 2013

    O Tesouro Nacional realizou em outubro a emissão de um novo benchmark de 10 anos de referência denominado em USD, o Global 2025, no montante de USD 3,25 bi. Desse montante, US$ 3,2 bilhões foram colocados nos mercados europeu e norte-americano e US$ 50 milhões no mercado asiático. O título foi emitido ao preço de 99,521% do seu valor de face, o que resultou em taxa de retorno para o investidor (yield) de 4,305% com spread de 180 pontos-base acima do US Treasury de mesmo prazo de referência, 10 anos.
    Como meio de pagamento dos novos títulos emitidos, USD 1,55 bilhão foram recebidos em dinheiro e USD 1,72 bilhão em títulos externos já existentes em mercado. Adicionalmente, foram recomprados mais US$ 500 milhões de títulos já existentes com parte dos recursos em dinheiro obtidos com a emissão. A relação dos títulos aceitos pelo Tesouro na operação é apresentada no quadro abaixo:
    Tabela 6: Títulos comprados ou trocados na Operação 15(17)

    Os títulos relacionados na tabela acima fazem parte do programa de compra antecipada do Tesouro Nacional, por possuírem cupons elevados, não mais condizentes com a condição atual de financiamento soberano no mercado externo. Ao realizar a troca de vários instrumentos já existentes pelo novo título, o Tesouro Nacional permitiu aos investidores manterem seus níveis de exposição ao Brasil, já que o novo título emitido conta com um volume significante em mercado.

    Compra Antecipada de Dólares
    Outra prática utilizada pelo Tesouro Nacional para reduzir os riscos associados ao seu endividamento externo é a compra antecipada de dólares para pagamentos no curto e médio prazos.
    Ao longo de 2013, o Tesouro Nacional adquiriu em adiantamento US$ x,x bilhões, quantia esta que, somada às compras líquidas realizadas em anos anteriores e ainda não utilizadas, é suficiente para pagar 36,6% de toda a dívida externa a vencer até 2017. O gráfico a seguir apresenta o valor adquirido antecipadamente para cobrir os vencimentos da DPFe em cada ano, considerando o montante de dólares comprados até 31 de dezembro de 2013:
    Gráfico 14: Percentual de Dólares Adquiridos para Pagamento da DPFe*

    Impacto das Operações da Dívida Externa sobre o Fluxo de Dólares

    Quanto ao impacto no mercado de câmbio das operações do Tesouro Nacional como gestor da dívida externa, tem-se que, em 2013, a instituição foi responsável por um fluxo líquido de saída de dólares de aproximadamente US$ 5,1 bilhões, conforme descrito na Tabela 7. O saldo dessas operações é calculado pelo balanço líquido de resgates e emissões, bem como pelo resultado das operações relacionadas ao Programa de Resgate Antecipado da DPMFe e pela compra antecipada de dólares para pagamento de compromissos futuros.

    Estoque(18)
    O estoque da DPF encerrou o ano de 2013 em R$ 2.122,8 bilhões, dentro dos limites do PAF 2013. Em relação ao ano anterior, houve um aumento de 5,7%, sendo que os principais fatores dessa variação estão discriminados na Tabela 9, a seguir:

    No que se refere à DPMFi, houve aumento de R$ 111,4 bilhões em seu estoque, devido, em grande parte, à apropriação de juros (R$ 195,1 bilhões) que superou o resgate líquido (R$ 145,4 bilhões) do período. Some-se a isso o resultado das emissões diretas, no montante total de R$ 61,7 bilhões, compreendendo principalmente as operações realizadas em favor dos bancos públicos (BNDES e CAIXA) e aquelas referentes aos aportes à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

    Já a DPFe apresentou acréscimo de 3,7% em reais, passando de R$ 91,3 bilhões para R$ 94,7 bilhões. Em dólares, porém, esse passivo apresentou declínio de 9,5%, saindo de US$ 44,7 bilhões ao final de 2012 para US$ 40,4 bilhões em 2013. Com uma estratégia que privilegia atuações de cunho mais qualitativo no mercado externo, a variação registrada é consequência de emissão líquida no período, no montante de R$ 880,4 milhões, somada à apropriação de juros, que agregou mais R$ 22,9 bilhões ao estoque. Em contrapartida, vale mencionar o efeito do programa de resgate antecipado e da operação de gerenciamento de passivos, que juntos retiraram R$ 10,1 bilhões em títulos da DPFe de circulação, bem como o pré-pagamento de dívida contratual externa no valor de R$ 5,6 bilhões.

    Composição da DPF e Risco de Mercado
    Em 2013, o Tesouro Nacional deu continuidade à substituição de títulos vinculados a taxas de juros flutuantes(especialmente à taxa Selic), por dívida prefixada ou remunerada por índices de preços, avançando, dessa forma, na redução do risco de taxa de juros da DPF. Em comparação com o ano anterior, aumentaram a participação dos prefixados (de 40,00% para 42,02%) e a da dívida vinculada à inflação (de 33,87% para 34,53%). Em contrapartida, houve queda da parcela de flutuantes na DPF (de 21,73% para 19,11%), embora esta tenha encerrado o ano ligeiramente acima do limite superior de 19% definido no PAF 2013.
    Por fim, a dívida cambial apresentou pequena redução no período em análise, passando de 4,40% para 4,35%, valor que se situa dentro dos limites do PAF (entre 3% e 5%). Atualmente, essa parcela do endividamento está majoritariamente associada à dívida externa, que tem representado uma proporção relativamente estável no estoque total da DPF, na medida em que o Tesouro Nacional prioriza uma atuação mais qualitativa em sua gestão.
    A evolução da composição da DPF está associada diretamente à gestão de seu risco de mercado. Este diz respeito à possibilidade de elevação no estoque da dívida devido a flutuações nas variáveis econômicas que afetem os custos dos títulos públicos, tais como: alterações nas taxas de juros de curto prazo, de câmbio e de inflação, ou na estrutura a termo da taxa de juros. Nos últimos anos, a estratégia do Tesouro Nacional foi bem sucedida na redução desse risco, privilegiando-se a colocação de instrumentos de financiamento com custos menos voláteis.

    O Gráfico 15 ilustra que, ao final de 2013, a parcela da dívida resultante da soma de títulos prefixados e remunerados por índices de preços representava 76,55% do total, contra apenas 10% em dezembro de 2002. Nota-se uma evolução considerável nessa composição ao longo do tempo.
    Enquanto os prefixados trazem previsibilidade aos fluxos nominais da dívida, os títulos vinculados à inflação têm vantagens para a gestão de riscos, pois seu custo mostra maior estabilidade em termos reais e tende a ser positivamente correlacionado com as receitas governamentais. Além disso, esses títulos auxiliam no objetivo de prover alongamento do prazo médio da dívida.

    Importa mencionar que o mercado brasileiro de títulos com taxas de juros prefixadas ainda é caracterizado por instrumentos com prazo médio reduzido. Nesse ambiente, a estratégia do Tesouro procura evitar que a substituição de dívida a juros flutuantes (LFT) por prefixados de curto prazo resulte em aumento da parcela da dívida vincenda em 12 meses, pois tal estratégia não representaria uma redução relevante do risco de mercado.
    Diante de tal preocupação, um indicador mais conservador é o percentual da dívida sujeito à repactuação de taxas no curto prazo, isto é, o risco de repactuação. Seu objetivo é avaliar a exposição da DPF a aumentos de custo que decorram de variações na taxa de juros Selic. Para tanto, seu cálculo consiste na soma da parcela da DPF vincenda em 12 meses com o volume de títulos remunerados por taxas de juros flutuantes com prazo superior a 12 meses. Trata-se, portanto, da parcela da dívida que teria seu custo renovado ao longo de 12 meses em caso de alteração nas taxas de juros de curto prazo.
    O Gráfico 16 apresenta a evolução desse indicador ao longo dos últimos anos, mostrando que o Tesouro tem obtido sucesso em sua estratégia de gestão do risco de mercado. Os fatores favorá- veis nesse processo são o alongamento dos prefixados e a colocação das NTN-B, tipicamente de longo prazo, que também sinalizam para a existência de um mercado de renda fixa com considerável grau de desenvolvimento no país, uma base de investidores diversificada e um ambiente macroeconômico marcado pela estabilidade e confiança dos agentes.

    notas:
    (15)-Fonte: Banco Central
    (16)-Pelo mecanismo conhecido como green shoe , a emissão é realizada em horário compatível com os mercados norte-americano e europeu e o emissor se reserva o direito de reabri-la logo em seguida no mercado asiático, com volume e condições predeterminadas. Tal estratégia é especialmente benéfica para expandir a base de investidores, motivo pelo qual tem sido utilizada com frequência nas emissões soberanas brasileiras.
    (17)-O valor de face corresponde ao valor que impacta as estatísticas contábeis de estoque da DPF, enquanto o valor financeiro refere-se ao valor efetivamente gasto com a recompra, baseado nos valores de mercado dos títulos na época de cada operação.
    (18)-Os valores apresentados na tabela levam em conta o estoque apurado com base na taxa interna de retorno (TIR) média das emissões, que é usada como taxa de desconto para determinação do valor presente dos títulos. Esta metodologia é também utilizada para cálculo dos indicadores divulgados no Relatório Anual da Dívida. Por outro lado, os valores contábeis registrados no SIAFI consideram a metodologia por apropriação. Neste caso, faz-se a demonstração dos saldos de valores arrecadados (ou simplesmente reconhecidos) com os juros e deságios apropriados. Este enfoque se caracteriza por ser marcadamente contábil e atender às disposições da Lei 4.320/64, associadas às exigências complementares mais recentes dadas pelos Princípios Fundamentais de Contabilidade (Resolução n° 750/93). Base: Lei 4.320/64.

    URL:

    https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/publicacoes/relatorio-anual-da-divida

    https://www.tesouro.fazenda.gov.br/images/arquivos/artigos/Relatorio_Anu

  2. As ações do BC no mercado de câmbio em 2009

    Em 2009 o Banco central do Brasil realizou vários leilões de dólares, além das  vendas destinadass ao financiamento dos exportadores(venda de dólar com o compromisso de recompra)

    anexo:

    05/08/2009 – Apresentação do presidente do BC na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal  (PDF – 915 Kb)——-Henrique Meirelles
    Banco Central do Brasil Publicado na Internet em 05/08/2009

     

     

     

  3. Petrobras inicia produção em novo poço de Sapinhoá

    Agência Petrobras ——Publicada em 20/2/2014 12:52:55

    A Petrobras informa que entrou em produção, na última terça-feira (18), às 17p5, o poço 9-SPS-77A, no campo de Sapinhoá, no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos. Esse poço, com produção de 33 mil barris de petróleo por dia, está interligado ao FPSO Cidade de São Paulo, por um sistema pioneiro de conexão à plataforma. Por esse sistema, o trecho ascendente das tubulações de produção é sustentado por uma boia submersa ancorada a 240 metros de profundidade. O poço está localizado a uma profundidade d’água de 2.118m.

    Na posição em que está instalada a boia de sustentação dos dutos, denominada BSR (Boia de Sustentação de Risers), fica imune aos movimentos da plataforma. Esse sistema inovador viabiliza o uso, em partes do projeto, de dutos rígidos de aço (Steel Catenary Risers – SCR) em grandes profundidades.

    A boia, que mede 40m x 52m e pesa 1.936 toneladas, está ancorada por oito tendões de aço de 1.828m cada, conectados a quatro estacas fixadas no leito marinho.

    O sistema foi construído e instalado pela empresa Subsea 7. A instalação dessa boia, que tem capacidade para comportar dutos de três poços produtores e dois injetores, começou em julho de 2013. Esse trabalho enfrentou e superou diversas dificuldades, devido às condições meteorológicas no período de inverno e ao pioneirismo do projeto.

    A instalação da boia foi concluída em 25 de dezembro de 2013. Em 22 de janeiro concluiu-se a instalação dos dutos rígidos de aço para a interligação dos primeiros dois poços. A conexão do poço 9-SPS-77 ao FPSO foi finalizada em 17 de fevereiro, com a instalação dos dutos flexíveis e sua abertura para produção no dia seguinte.

    O próximo poço produtor deverá ser interligado ao FPSO Cidade de São Paulo até o final do primeiro trimestre.

    Três novas boias à vista

    Essa foi a primeira boia de uma série de quatro sistemas semelhantes contratados para serem instalados nos campos do pré-sal da Bacia de Santos. Com a instalação dessas boias e a interligação dos demais poços, a produção dos FPSOs Cidade de São Paulo e Cidade de Paraty continuará a crescer gradualmente até atingir o pico, previsto ainda para o ano de 2014.

    Dos quatro sistemas previstos, dois serão instalados no campo de Sapinhoá (Projeto Piloto de Sapinhoá – FPSO Cidade de São Paulo) e dois no campo de Lula, no Projeto Piloto de Lula Nordeste – com o FPSO Cidade de Paraty. O FPSO Cidade de São Paulo tem capacidade para processar até 120 mil barris de petróleo por dia e está em operação desde 5 de janeiro de 2013, quando foi interligado diretamente ao poço SPS-55. O FPSO Cidade de Paraty, com capacidade para processar até 120 mil barris de petróleo por dia, entrou em operação no dia 6 de junho de 2013, com a produção do poço LL-11, também interligado diretamente à plataforma.

    A instalação da segunda boia, destinada ao campo de Lula, foi concluída em 7 de fevereiro, em menos de um terço do tempo gasto para instalar a primeira, graças às melhorias introduzidas nos procedimentos de instalação. Nessa boia estão sendo conectados, agora, os dutos rígidos de aço para escoamento da produção, que deverá começar no segundo trimestre deste ano.

    A terceira boia, destinada ao campo de Sapinhoá, já está na locação definitiva desde o dia 10 de fevereiro. A conexão às fundações já foi iniciada, com a fixação dos tendões de aço. A instalação deverá ser concluída ainda neste trimestre.

    A quarta e última boia, destinada ao campo de Lula, está fundeada em águas abrigadas, na área de São Sebastião, pronta para navegar até a locação final. Ela deverá sair para a locação no próximo mês de março e a instalação deverá estar concluída no segundo trimestre deste ano.

    O campo de Sapinhoá é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda (30%) e a Repsol Sinopec Brasil S.A. (25%).

    O campo de Lula é operado pela Petrobras (65%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda (25%) e a Petrogal Brasil S.A. (10%).

    URL:

    http://www.agenciapetrobras.com.br/materia.asp?id_editoria=8&id_noticia=

     

  4. Cinco Novas Plataformas iniciam produção neste ano

    —–25 plataformas entrarão em produção entre 2013 e 2017 e 38 novas unidades vão passar a produzir petróleo e gás no período 2013-2020.—-

    Em 2016, a previsão é que a produção alcance 2,5 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), em 2017, o volume subirá para 2,75 milhões e, em 2020, para 4,2 milhões. A produção em barris de óleo equivalente (petróleo e gás) atingirá 3 milhões em 2016, 3,4 milhões em 2017 e 5,2 milhões em 2020. O pré-sal terá parcela crescente nesse aumento de produção. A marca de 1 milhão de bpd no pré-sal será superada em 2017, quando responderá por 42% da produção, e atingirá 2,1 milhões de bpd em 2020.
    Petrobras . Blog Fatos e Dados—01.Fev.2014

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    plataformas-61Em 2014, colocaremos novas unidades estacionárias em operação: P-58, P-61 (que terá a Tender Assisted Drilling – TAD), P-62, Cidade de Ilhabela e Cidade de Mangaratiba. Em 2013, outras cinco unidades começaram a produzir. Foram elas: FPSO Cidade de São Paulo (Sapinhoá), FPSO Cidade de Paraty (Lula Nordeste) e FPSO Cidade de Itajaí (Baúna), todas na Bacia de Santos, além da P-63 (Papa Terra) e a P-55 – Roncador Módulo III, ambas na Bacia de Campos.

    Atualmente, a P-58 (Parque das Baleias), P-62 (Módulo IV do campo de Roncador) encontram-se nas suas locações e entrarão em produção no primeiro trimestre deste ano.

    A P-61 tem seu primeiro óleo previsto para o segundo trimestre (campo de papa- terra) e irá operar em conjunto com a SS-88 TAD que deixou a China e tem previsão de chegada ao Brasil até o fim deste mês. A TAD fará a perfuração e completação dos poços que serão interligados a P-61.  Os FPSOs Cidade de Ilhabela e Cidade de Mangaratiba mantêm o cronograma de entrada para o terceiro e quarto trimestres de 2014, respectivamente. Ambas operarão no pré-sal da Bacia de Santos, sendo a primeira no campo de Sapinhoá, na área de Sapinhoá Norte, e a outra, na área de Iracema Sul.

    De acordo com o PNG 2013-17, 25 plataformas entrarão em produção entre 2013 e 2017 e 38 novas unidades vão passar a produzir petróleo e gás no período 2013-2020. (Os números estão de acordo com o que foi divulgado no PNG). Segundo nosso diretor de Exploração e Produção, José Formigli, pouquíssimas empresas no mundo têm essa demanda por novas unidades. “Isso é porque elas não têm o portfólio que temos”, compara o diretor, destacando o índice de sucesso exploratório de 100% no pré-sal.

    Em 2016, a previsão é que a produção alcance 2,5 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), em 2017, o volume subirá para 2,75 milhões e, em 2020, para 4,2 milhões. A produção em barris de óleo equivalente (petróleo e gás) atingirá 3 milhões em 2016, 3,4 milhões em 2017 e 5,2 milhões em 2020. O pré-sal terá parcela crescente nesse aumento de produção. A marca de 1 milhão de bpd no pré-sal será superada em 2017, quando responderá por 42% da produção, e atingirá 2,1 milhões de bpd em 2020.

    Produção crescente
    “Deixamos de dizer que apenas a descoberta do pré-sal é uma realidade. A produção é uma realidade”, diz a presidente Graça Foster, destacando que a marca de 320 mil barris por dia foi atingida apenas sete anos após a primeira descoberta.

    E lembra: “Na porção norte-americana do Golfo do México, foram necessários 17 anos para se atingir uma produção significativa, enquanto na nossa Bacia de Campos, levamos 11 anos. Tivemos desafios tecnológicos relevantes no pré-sal. E superamos. Houve redução do tempo de perfuração de poços de 134 dias para 70 em 2012″, disse.

    Essa redução no tempo de perfuração gera grande economia de recursos. Os investimentos na construção de poços (exploratórios e de desenvolvimento da produção) somam US$ 75 bilhões no PNG 2013-2017. Isso representa 32% dos investimentos do Plano e 51% dos investimentos em Exploração&Produção no Brasil. Em função dessa relevância, foi criado o PRC-Poço, Programa de Redução de Custos de Poços. “As plataformas são a parte mais visível, mas os poços, que ficam abaixo delas, são o que custa mais caro”, explica Formigli.

    Postado em: [Atividades]

    URL:

    http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/cinco-unidades-iniciam-produca

     

  5. Linhas recompra de dólares atingiu estoque de US$14,5 bilhões

    II – Reservas internacionais
    As reservas internacionais, no conceito liquidez, totalizaram US$375,5 bilhões em janeiro, redução de US$332 milhões em relação ao estoque do mês anterior.
    Em dezembro, a liquidação de operações de linhas de recompra atingiu compras líquidas de US$2,5 bilhões, enquanto o estoque totalizou US$14,5 bilhões.
    A receita de remuneração das reservas somou US$254 milhões.
    As variações por preços aumentaram o estoque em US$805 milhões, e as variações por paridades o reduziram em US$1,6 bilhão. No conceito caixa, o estoque de reservas atingiu US$360,9 bilhões em janeiro, aumento de US$2,1 bilhões em relação ao mês anterior.

    Notas econômico-financeiras para a imprensa—-Setor Externo
    Banco Central do Brasil – NOTA PARA A IMPRENSA – 21.2.2014

    URL:

    http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPEXT

    anexo:

  6. Crise de petróleo

    A Petrobras tornou a crise do petróleo no Brasil apenas um fato histórico e esta fazendo do petróleo um ativo brasileiro da maior importância . Congratulaçõss petroleiros, o petróleo é nosso!

  7. A dívida externa brasileira – seus números, causas e agentes

    Nassif e amigos, o que esse levantamento meia-boca do jornal carioca deixa evidente é a TOTAL AUSÊNCIA de números, tanto quanto de fatos e contextualização histórica dos eventos (que tem muita participação do setor privado nacional). Vamos lembrar:

    1950 – A dívida externa governamental é de pouco menos de US$ 1 bi.

    1970 – A dívida externa é de pouco menos de US$ 10 bi.

    1973 – A crise mundial do petróleo chega ao Brasil, mas afeta pouco a dívida pública – o comprometimento maior se dá no setor privado nacional (setores agropecuário, indústria e comércio), que tem seu montante de endividamento quadruplicado até o final da década para continuar competitivo e produtivo, apto para seguir atendendo às demandas interna e externa crescentes. É a fórmula do “milagre brasileiro”: economia fechada, mercados internos cativos (porque restritos a interesses nacionais) e de pouca competitividade, além de quase nenhum estímulo (público ou privado) à inovação e tecnologias de ponta. E gestões de negócios acomodadas, incompetentes (mas mascaradas no lucro certo de um mercado cativo) e pouco familiarizadas com alto risco e livre concorrência, realidade esta preponderante no mercado global.

    1980 – dívida externa pública chega a US$ 80 bi, e este aumento significativo se dá pela ESTATIZAÇÃO da dívida privada nacional – era o regime militar, na undécima hora, ajudando o “empresariado nacional parceiro” com a tática de assumir dívidas de grupos privados como sendo suas (antes que a redemocratização os tirasse do poder).

    1982 – Divida externa está em cerca de US$ 100 bi.

    1986 – O governo civil decreta moratória e dá o calote nos pagamentos dos juros da dívida externa durante o Governo Sarney, em função de irregularidades apuradas em sua contabilização durante o processo de 1980. Tal postura mostra a negativa do Estado pós-ditadura em reconhecer e assumir o volume da dívida do regime militar registrado no “caixa” federal. Com isso, o Brasil é isolado de todo o sistema financeiro internacional, com a rolagem da dívida freada (os juros incidentes aumentam brutalmente) e o corte de qualquer linha de financiamento externo. A culpa recai totalmente no governo – e nada no setor privado.

    1988 – Mesmo com o cenário interno em convulsão (Plano Cruzado, congelamento, desabastecimento, gradual volta da inflação) e nenhum contato com o setor financeiro internacional, a dívida externa cresce moderadamente, só ultrapassando os US$ 150 bi – no ano seguinte recomeçavam as negociações com os credores externos para a normalização das relações econômicas.

    1990 – Além do retorno da rolagem da dívida externa, uma das condições adicionais impostas para a volta do Brasil ao mercado global de capitais era a abertura irrestrita do mercado nacional aos players estrangeiros (com a condenação do setor produtivo nacional em sua quase totalidade), e isso foi feito ironicamente pelo primeiro governo eleito diretamente em sufrágio universal (Collor). Houve ainda o recondicionamento da moeda nacional a um valor referenciado (dolarização), o que apenas acelerou o processo desindustrializante iniciado pelo fim de toda e qualquer proteção aduaneira a setores nacionais (o resultado foi uma queda brusca da produção nativa, com diminuição substancial do volume de capitais de giro pelo “choque brutal” na realização de lucro dos vários segmentos e a consequente falência de centenas de empresas locais).

    1993 – Mesmo com setor produivo nacional em crise há dois anos, a dívida externa fechou o ano em cerca de US$ 160 bi. No entanto, os reflexos das medidas do início da década junto à economia nacional começam a se fazer cada vez mais presentes: encolhimento das cadeias produtivas nativas, redução de players nacionais (surgimento de grandes monopólios estrangeiros e queda da competitividade), diminuição de postos de trabalho (alta do desemprego), perda do poder aquisitivo da população e baixa brusca do consumo interno, com retração da economia – e o governo passou a adotar medidas recessivas.

    1994 – A adesão (via Plano Real) às políticas neoliberais resumidas no Plano Brady e no Consenso de Washington (que apontavam o corte maior de investimentos e estímulos estatais para reduzir gastos públicos) só agudizaram o cenário de crise interna. Para piorar, adotou-se ainda o discurso de culpar o Estado nacional como agente ineficiente e perdulário, taxando empresas e autarquias públicas atuantes nos vários setores como paquidérmicas, desnecessárias e monopolistas (portanto, daninhas à livre-concorrência, esta tida como vital para dar qualidade, competência e custos menores aos serviços oferecidos à população). O passo seguinte era óbvio.

    1998 – O grande paradoxo na história da div. externa brasileira encontra-se aqui – o volume de endividamento externo atinge os US$ 250 bi, mais que dobrando de valor em apenas 5 anos. Isso, mesmo com políticas tidas como mitigadoras como o livre fluxo de capitais entre o Brasil e a economia global, uma política econômica focada na cartilha do FMI (aperto nos gastos públicos) e forte diminuição do aparato público (autarquias e agências de controle) nos vários mercados. Houve ainda a privatização de grandes estatais como Vale do Rio Doce, Embraer, CSN, Embratel, Engesa, etc, justificadas como uma forma de “fazer caixa” e livrar-se de áreas de atuação com demanda de investimentos públicos custosos e frequentes, bem como de ativos públicos (infraestrutura) deficientes, inadequados e/ou sucateados. Para isso, grandes parcelas de setores econômicos (serviços de telefonia, energia, distribuição de água, gás, bancos e derivados de combustível, entre outros) foram licitados e entregues a agentes privados transnacionais (ou cartéis nacionais que, imediatamente, repassaram a operação desses setores a grupos estrangeiros, para somente lucrar com a intermediação). No discurso que justificou tal prática, eles teriam expertise e foco para atender com mais eficiência as demandas, construindo negócios (girando mais capital) e fazendo crescer setores inteiros da economia nacional. Um conto de fadas, mera propaganda para vender em definitivo infra pública e entregar mercados e ativos nacionais subavaliados a corporações estrangeiras em valores inferiores a seu potencial e viabilidade econômicas. Essas multinacionais pagavam menos (mesmo com o custo embutido na ponte dos grupos brasileiros) e ainda açambarcaram setores inteiros, “matando” players brasileiros e dominando vastas áreas de negócios. E a dívida externa (tanto pública quanto privada) explodiu, puxada pelo crescente déficit da balança comercial, com a receita (pífia) conquistada nas privatizações de nada servindo para amortizar o déficit público.

    2002 – A dívida externa recua levemente com aportes do FMI (quase US$ 42 bi), mas o Brasil encerra o ano sem quaisquer reservas acumuladas (volume de dólares), o que faz com que o País seja considerado de alto risco no setor financeiro internacional; este, assim, eleva consideravelmente os juros mensais que incidem sobre a rolagem da dívida. Com isso ela dá novo salto e atinge, no ano seguinte, um volume estimado pelos credores externos (há controvérsias com os valores reconhecidos pelo nosso governo) em quase US$ 350 bi. No ano seguinte a dívida atinge seu maior número histórico: US$ 375 bi.

    2007/2008 – o País acumula divisas (reservas em dólares) em montante superior ao da dívida externa considerada, pagando os compromissos de vencimento imediato e reduzindo grandemente (pelas reservas em dólares mantidas) o risco e, obviamente) os juros mensais incidentes sobre os valores devidos com vencimentos futuros junto a credores estrangeiros públicos (Banco Mundial, FMI, etc.) e bancos/agentes privados (Clube de Paris, etc.)

    2009 – torna-se credor, bem como investidor das instituições financeiras globais (FMI e Banco Mundial), realizando aportes de divisas nessas entidades.

    Será que alguém ainda se lembra…

    Abs.

     

     

     

     

     

    1. Agradecimento

      Olá,

       

      Hoje 02SET2016 gostaria de lhe agradecer pelo resumo histórico e bem explicado.

       

      A mim, leigo, curioso, leitor, foi de grande ajuda.

       

      Gostria de receber suas atualizações, se for possível.

       

      Abraço

       

      Cleber

       

      PS: [email protected]

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