Bolsonaro e ministro da Justiça estavam juntos no dia da ligação de Ribeiro

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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No tal dia, Bolsonaro viajou com quatro ministros para Los Angeles, nos Estados Unidos, para participar da Cúpula das Américas

Agência Brasil

Jair Bolsonaro (PL) esteve com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, no último dia 9, na mesma data em que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro ligou para sua filha e revelou que o mandatário alertou sobre uma possível operação da Polícia Federal (PF). As informações são do Uol.

No tal dia, Bolsonaro viajou com quatro ministros para Los Angeles, nos Estados Unidos, para participar da Cúpula das Américas. Além de Torres, estavam também o chanceler Carlos França; o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; além do secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.

Ribeiro foi preso na última quarta-feira (22) pela PF, por meio da operação “Acesso Pago”, que investiga a atuação do ex-ministro em um esquema de facilitação de distribuição de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), tendo pastores evangélicos como intermediários de prefeitos. A PF realizou ao todo quatro mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Goiás, Distrito Federal e Pará.

O ex-ministro foi solto no dia seguinte, após a decisão do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que ordenou a soltura dele e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. 

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Ontem (24), no entanto, vieram à tona diálogos entre Milton Ribeiro e sua filha, divulgados pelo O Globo, apontando que Bolsonaro procurou o ex-ministro, mais de uma vez, para possivelmente antecipar informações sobre a ação da PF.

“Hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?”, disse o ex-ministro à filha.

Além disso, no dia da prisão, a esposa de Ribeiro confirmou a um familiar que ele sabia com antecedência de uma operação da PF, mas não queria acreditar.

“No fundo ele não queria acreditar, mas ele tava sabendo. Falei: pra ter rumores do alto, a coisa… é porque o negócio já tava certo”, disse Myrian Ribeiro, em telefonema interceptado pela PF.

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