Dilma dá tom de lição a Obama em Nova York

A presidente Dilma Rousseff chegou a Nova York na manhã de segunda-feira (23) com uma confortável antecedência de 24 horas sobre seu pronunciamento de abertura da 68º Assembleia Geral da ONU. Promete ser histórico. Não do ponto de vista ornamental, como simples sequência da tradição inaugurada em 1947, pela qual é o Brasil que abre os trabalhos, mas das verdades e consequências que esse pronunciamento pode exibir e provocar diante do chamado concerto das Nações. Dilma e o Brasil ficaram indignados com o episódio de espionagem americana cujo início, meio e fim ainda não se conhecem de todo. O Brasil quer agora a construção “de uma nova governança contra a invasão de privacidade”.

A denúncia do mau comportamento dos EUA de Barack Obama no principal palanque o mundo será, necessariamente, feita por Dilma. Isso já foi adiantado pelo Palácio do Planalto. Como tem acontecido, a presidente não irá tergiversar, como gostam de fazer muitos políticos, sobre o assunto principal. O que não se sabe, porém, é até que ponto ela pretende levar o seu discurso.

Dilma pode, se quiser, aplicar um verdadeiro sabão em Obama, o comandante em chefe da maior máquina de guerra e espionagem do mundo. Sob ordens dele, apesar de ter dito a Dilma que não sabia de nada mas que iria saber, os Estados Unidos violaram classicamente a privacidade da presidente do Brasil, do governo, da maior estatal do País e de milhões de cidadãos. Também se descobriu que outros países amigos, como o México, também havia sofrido o mesmo tipo de bisbilhotagem à própria revelia. Um feito ao contrário sem precedentes. Uma c… internacional. Mais uma.

A presidente está no direito de exigir, com toda a veemência, que os americanos limpem a sujeira que fizeram. Diplomaticamente, isso já vai sendo feito, por meio dos movimentos anunciados, discretos e silenciosos, como convém, do chanceler Luís Alberto Figueiredo. Ele se reuniu longamente com autoridades americanas antes de a presidente cancelar a viagem de Estado que faria aos Estados Unidos, no próximo mês. Figueiredo será o principal conselheiro da presidente no tom do discurso que será pronunciado diante da ONU.

Dois anos atrás, Dilma ocupou o mesmo palanque para dar um recado cujo ponto central foi o de mostrar o exemplo de combate à crise que vinha sendo praticado ao Brasil – de estímulo à economia em lugar de patrocínio à retração – e a importância do avanço e consolidação da multilateralidade para os destinos do mundo. Em ambos os tiros acertou na mosca.

A eleição, em maio, do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo para a chefia da Organização Mundial do Comércio (OMC) já representou uma compreensão, na prática, do posicionamento disseminado por Dilma. No campo econômico mais amplo, praticamente todos os bancos centrais do mundo, inclusive o americano, trocaram, desde o ano passado, as muitas regras de contenção da atividade econômica para diferentes pacotes de estímulo ao crescimento – a exemplo do que fizera, antes, o BC do Brasil.

Dilma, portanto, mesmo tendo feito um discurso na ONU que, a princípio, despertou oposição entre os países ricos e ceticismo da mídia internacional, está com o moral alto. Ela tem procurado ser propositiva ao mundo, o que angaria simpatias.

A presidente sabe que a espionagem americana é um reflexo sinistro do poderia exacerbado que os EUA querem exercer sobre o mundo. Com seus interesses econômicos à frente, a diplomacia americana tornou-se um centro de administração de guerras em curso e, infelizmente, provocação de novos conflitos. Tudo isso deverá ser dito por Dilma à ONU, mas o estilo escolhido vai fazer toda a diferença. A presidente não costuma usar meias palavras. Barack Obama poderá iniciar a assembleia geral da ONU por baixo.

Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff chegou ontem (23) às 6h55 (5h55 no horário local) a Nova York, onde fará o discurso de abertura da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas na manhã desta terça-feira (24). Dilma não tem compromissos oficiais durante o dia. Uma das principais mensagens que ela pretende passar em sua fala na ONU é propor o que ela chamou de “nova governança contra a invasão de privacidade”. O tema é consequência das denúncias da espionagem feita pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (nas, na sigla em inglês) e que levaram a presidenta brasileira a adiar a visita de Estado que faria a Washington em outubro.

As denúncias foram publicadas nos últimos meses a partir de dados divulgados pelo norte-americano Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa que prestava serviço para o governo norte-americano. Há denúncias de que cidadãos comuns de vários países e, inclusive, a presidenta Dilma Rousseff, seus assessores e a Petrobras tenham sido espionados. A presidenta Dilma adiantou que esse será também o principal tema a ser tratado em seu discurso durante a Cúpula do G20, realizada início do mês em São Petersburgo, na Rússia.

Antes do discurso, previsto para as 9h, ela se encontra com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Dilma será a primeira chefe de Estado a falar, sendo seguida pelo presidente norte-americano Barack Obama, com quem conversou na semana passada sobre as denúncias de espionagem e cobrou explicações.

Os dois presidentes também falarão sobre o conflito na Síria. Tanto Dilma quanto Obama condenarão o uso de armas de destruição em massa. A presidenta brasileira, no entanto, deve explicitar mais uma vez a posição do governo do país de não uso de força militar contra o governo sírio. Obama, por outro lado, busca apoio para uma intervenção caso o governo de Bashar Al Assad não entregue as armas químicas imediatamente.

Amanhã (24) Dilma deve retornar à ONU às 15h para a primeira reunião do Fórum de Alto Nível de Desenvolvimento Sustentável, que reúne ministros de Meio Ambiente anualmente e chefes de Estado a cada quatro. A meta é implementar as metas estabelecidas no documento final da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, intitulado O Futuro que Queremos. Os países se comprometeram, durante a conferência do Rio de janeiro, em 2012, a definir objetivos para o desenvolvimento e a eliminação da pobreza no mundo.

Terça-feira, Dilma também se encontra com o presidente mundial da companhia Telefônica, Cesar Alierta. Ainda não há previsão de encontro com outros chefes de Estado. Na quarta-feira (25), Dilma fará o encerramento de um seminário sobre oportunidades em infraestrutura no Brasil e embarca de volta para Brasília.

Redação

41 Comentários

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      1. Agripino e outras “topeiras”.

        Ele, Agripino e/ou qualquer outro político de 1/2 tijela, que ouze “peitar” a Dilma !

        A resposta será neste mesmo tom. Na bucha. Ou na fuça.

        E se alguem duvida disto, que ouça o recado dela hoje na ONU, ao Obama.

    1. Gosto desse estilo

      Assis, eu gosto desse estilo que você relembra com este vídeo. 

      Claro que nem sempre é o mais adequado, mas em geral ela fica muito mais espontânea quando se solta desse jeito. Ela reage muito bem quando está pressionada.

      Depois que ela foi eleita presidenta, muitos de seus pronunciamentos foram claramente “domesticados” pelo protocolo de assessores. Mas sempre que ela deixou de lado o script protocolar e respondeu de forma espontânea, saiu-se muito bem.

      Legal ver este vídeo novamente. É dessa Dilma que eu mais gosto.

       

    2. Assis, toda vez que revejo

      Assis, toda vez que revejo esse vídeo, arrepio-me!  Como é bom assistirmos a firmeza de Dilma desbancando esse BABOZEIRA chamado Agripino!  Esse dia é inesquecível!

  1. O Brasil está diminuindo sua

    O Brasil está diminuindo sua importancia e peso geopolitico, esse é um mini-tema e essa postura não mudará coisa alguma mesmo porque esse discurso de “abertura” é protocolar, ninguem se lembra do tema do ano passado.

     

    1. Temas passados.

      André, talvez sua memória precise de um “refrêsco” e se assim for, leia o texto do Luka, e se lembrará que o tema da abertura dos anos anteriores, feita em New York, foram a crise economica, o diagnóstico desta, e o prognóstico adotado pelo Brasil e a condução da nossa política economica, que foi seguida por muitas nações irmãs.

      Desta vez, o tema será política externa e tenha certeza, de que após este discurso de abertura e de “aviso” aos outros países, que será feito em palavras “duras” pela Pres. Dilma,a política externa norte-americana, vai mudar sua forma de enxergar o mundo, ou perder a credibilidade, ora meio que arranhada.

      O que o sábio e experiente comentarista, chama de pêrda de importancia e peso geo-político ?

    2. Temas passados.

      André, talvez sua memória precise de um “refrêsco” e se assim for, leia o texto do Luka, e se lembrará que o tema da abertura dos anos anteriores, feita em New York, foram a crise economica, o diagnóstico desta, e o prognóstico adotado pelo Brasil e a condução da nossa política economica, que foi seguida por muitas nações irmãs.

      Desta vez, o tema será política externa e tenha certeza, de que após este discurso de abertura e de “aviso” aos outros países, que será feito em palavras “duras” pela Pres. Dilma,a política externa norte-americana, vai mudar sua forma de enxergar o mundo, ou perder a credibilidade, ora meio que arranhada.

      O que o sábio e experiente comentarista, chama de pêrda de importancia e peso geo-político ?

    3. Defenda o seu país!

      Não foi isso que você falou para quem estava criticando o funcionário aloprado da embaixada brasileira em La Paz?

      Você gosta mesmo é de falar grosso com a Bolívia e fininho com os EUA?

    4. o discurso do Brasil não tem

      o discurso do Brasil não tem peso politico algum.  e apenas o 1º por uma decisão tomada em 1944.  O pais não é respeitado por sua sua força politica, mas apenas pelo seu potencial de compras junto aos demais paises.  O pais não tem respeito nem mesmo dos seus vizinhos e nossa diplomacia anda a reboque da venezuelana e argentina, como ficou claro na trapalhada do Paraguai!

       

      o discursinho de vitima do Brasil diante da espionagem americana e cansativo, foi somente para ganhar pontos politicos internamente!

  2. Estilo “bateu-levou” de Dilma.

    Descontada a liturgia protocolar, que a cerimonia de abertura deste encontro exige, acredito que mesmo recomendada a respeito pelo Itamarati, a Presidenta Dilma, dará um “puxão de orelhas” no Obama, e o fará repensar a política externa norte-americana, e as ações, por ele desconhecidas(e achavam que só o Lula, “desconhecia  fatos improbos de seu governo”)do Depto de Estado, e das espionagens dos serviços secretos(e os nem tanto) em países amigos, e que consideravam-se protegidos.

  3. Não disse EUA ou Obama…

    Popularmente podemos dizer que a presidente “mijou para trás”, falou e falou, mas as palavras cruciais foram omitidas…

    Ainda proferiu uma batatada… a ONU regular a internet… Vá ver se os cidadãos estão na esquina ou vá catar coquinho! Com regulamentação da ONU a rede jamais terá transparência ou liberdade de expressão.

    Ao invés de afirmar a soberania nacional brasileira utilizou a espionagem americana para se curvar ao governo mundial.

    1. Defenda o seu país!!!

      Melhor é ser governado pelos EUA, que não respeitam nem mesmo o Conselho de Segurança da ONU quando querem jogar bombas nos outros?

      Quem diz que a Internet é livre e não é controlada pelos EUA ou é um completo idiota ou um completo canalha!!!

      Como diria o AA: DEFENDA SEU PAÍS!!!

      Ou você também é desses que falam groooosso com a Bolívia e fininho com os EUA?

      1. O binarismo limítrofe

        Atualmente temos muitas coisas que não prestam ocorrendo na internet, sejam crimes ou espionagem, porém na maioria dos países podemos postar o que queremos. Leis para a sua regulamentação são totalmente negativas, do projeto brasileiro do mensaleiro tucano Eduardo Azeredo aos PIPAs e SOPAs americanos, possuem como únicos objetivos restringir e proibir.

        Podemos fazer uma comparação grosseira da internet com sistemas rodoviários, as estradas nacionais se interligam nos EUA e se transformam em rede mundial. É uma situação desconfortável? Sim, pois ficamos submetidos aos interesses deles, mas para evitar este mal não devemos criar um maior. Até o momento as interferências americanas não impediram o livre trânsito de informações.

        O risco da proposta de um marco regulatório mundial será a abertura do debate sobre o que pode ser ou não inserido na internet, apenas isto já se configurará num retrocesso. Para evitar o controle do tráfego pelos servidores americanos é financeiramente viável e tecnologicamente possível a criação de “atalhos” que possibilitem a transferência dos dados entre países sem a intermediação yankee. Para que isto aconteça não é preciso a existência de uma autoridade mundial para tratar do assunto, a simples proposta para o estabelecimento desta instituição é deletéria.

        Uma convenção mundial sobre a internet irá contemplar nos seus debates os interesses políticos dos países e os econômicos dos “criadores de conteúdo”, e esta discussão se dará por via diplomática. Ora, sabemos que esta mistificação tende ao “consenso”, então na melhor das hipóteses irão preservar legalmente a censura imposta por governos como o chinês, o saudita e o iraniano, ao mesmo tempo que darão cobertura para a voracidade das empresas que produzem direitos autorais travestidos como cultura. Teremos menos liberdade e mais custos…

        O controle informal dos EUA sobre a internet, que pode ser evitado livremente por qualquer país disposto a investir para superar esta limitação, é menos prejudicial que um marco regulatório formal e restritivo, mesmo que de comum acordo entre todos os países.

        Mauro, o seu binarismo limítrofe quando é possível reduzir qualquer problema numa situação EUA X …….., o deixa cego para as questões realmente importantes. Substituir a ingerência de fato dos americanos, por uma de direito da ONU, enfraquecerá a soberania dos países e será mais um passo para um governo mundial.

        1. É melhor se informar antes de dizer asneiras!

          Tem certeza que você leu ou ouviu ou assistiu o discurso da Dilma?

          Todos os ativistas sérios da liberdade na rede no Brasil, incluindo o CGI brasileiro, são totalmente favoráveis à aprovação do Marco Civil da Internet.

          Você está, querendo ou não, confundindo as propostas reacionárias dos tucanos (como o AI5 -Digital do Azeredo) com o Marco Civil.

          O Marco Civil quer, entre outras coisas, garantir o pincípio fundamental da Neutralidade da Rede!

          Você é contra ou a favor da Neutralidade da Rede?

          Seria bom você ler  abaixo a parte do discuros da Dilma sobre esse assunto:

           

          Na ONU, Dilma propõe governança global para internet

          Presidenta Dilma Rousseff durante abertura da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

          Presidenta Dilma Rousseff durante abertura do debate geral da 68ª Assembleia-geral das Nações Unidas. Foto: roberto stuckert Filho/PR

          A presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (24), durante discurso de abertura da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet e de medidas que garantam uma efetiva proteção dos dados.

          Dilma afirmou que as recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial. No Brasil, a situação foi ainda mais grave, pois dados pessoais de cidadãos e da própria presidenta da República foram indiscriminadamente objeto de interceptação.

          “Lutei contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender de modo intransigente o direito à privacidade dos indivíduos e a soberania de meu país. Sem ele – direito à privacidade – não há verdadeira liberdade de expressão e opinião e, portanto, não há efetiva democracia. Sem respeito à soberania, não há base para o relacionamento entre as nações”, disse.

          Dilma propôs a implementação de mecanismos multilaterais capazes de garantir os seguintes princípios: Liberdade de expressão, privacidade do individuo e respeito aos direitos humanos; Governança democrática, multilateral e aberta; Universalidade que assegura o desenvolvimento social e humano e a construção de sociedades inclusivas e não discriminatórias; Diversidade cultural, sem imposição de crenças, costumes e valores; e neutralidade da rede, ao respeitar apenas critérios técnicos e éticos, tornando inadmissível restrição por motivos políticos, comerciais e religiosos.

          neutralidade1

          Para a presidenta, este é o momento de se criar as condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra, por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestrutura de outros países. Segundo Dilma, a ONU deve desempenhar um papel de liderança no esforço de regular o comportamento dos Estados frente a essas tecnologias.

          No discurso, a presidenta afirmou que não se sustentam os argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo, pois o Brasil é um país democrático que repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas. Ela disse ainda que o Brasil “redobrará os esforços para dotar-se de legislação, tecnologias e mecanismos que nos protejam da interceptação ilegal de comunicações e dados”.

          “Fizemos saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão. Governos e sociedades amigos, que buscam consolidar uma parceria efetivamente estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais. Elas são inadmissíveis”, disse.

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          1. Neutralidade sim, mas…

            Caso você tenha lido o que eu escrevi não deve ter entendido:

            O risco da proposta de um marco regulatório mundial será a abertura do debate sobre o que pode ser ou não inserido na internet, apenas isto já se configurará num retrocesso.

            Uma convenção mundial sobre a internet irá contemplar nos seus debates os interesses políticos dos países e os econômicos dos “criadores de conteúdo”, e esta discussão se dará por via diplomática. Ora, sabemos que esta mistificação tende ao “consenso”, então na melhor das hipóteses irão preservar legalmente a censura imposta por governos como o chinês, o saudita e o iraniano, ao mesmo tempo que darão cobertura para a voracidade das empresas que produzem direitos autorais travestidos como cultura. Teremos menos liberdade e mais custos…

            A internet não necessita de governança centralizada, mesmo que rotulada como democrática, multilateral e aberta… a própria existência deste mecanismo de autoridade irá podar a liberdade do usuário.

            Já que para você tudo é uma maravilha, como operacionalizar os itens 3, 4 e 5 sem fiscalização coercitiva…

            Quem irá determinar a universalidade que assegurará o desenvolvimento inclusivo e não discriminatório?

            Como garantir a tal diversidade cultural? Que coisa ridícula isto. A diversidade existirá de acordo com os que possuem acesso, basta garantir o acesso livre e em condições financeiras que impeçam a segregação econômica que a internet será tão diversa quanto os seus usuários.

            Como estabelecer os critérios éticos? Quem será o juiz?

            Qualquer regulamentação se traduzirá em limitação da liberdade!

            Você é daqueles que desejam senhores justos e não a liberdade!

            P.S. Basta um artigo para se garantir a neutralidade no tal marco civil:

            Artigo 1º. Nenhuma organização, independente da forma, natureza e objetivo da sua constituição, deve utilizar critérios que impeçam, limitem ou controlem o acesso a qualquer meio de comunicação ou transmissão eletrônico.

            Parágrafo único: A velocidade de transmissão será estabelecida conforme a tabela das tarifas vigentes na época da contratação.

             

          2. Você sabe o que é a Neutralidade da Rede???

            Pelo que voce escreveu, parece que você não tem a menor noção…

            http://pt.wikipedia.org/wiki/Neutralidade_da_rede

             Uma rede neutra é aquela que não discrimina o tráfego de pacotes a partir do seu conteúdo, fonte ou destino.

            A neutralidade da rede (ou neutralidade da Internet, ou princípio de neutralidade) significa que todas as informações que trafegam na rede devem ser tratadas da mesma forma, navegando a mesma velocidade. É esse princípio que garante o livre acesso a qualquer tipo de informação na rede.

            É uma filosofia que prega basicamente a democracia na rede, permitindo assim acesso igualitário de informações a todos, sem quaisquer interferências no tráfego online. Essa foi a concepção inicial da Internet, permitindo transferência de dados entre pontos (End-to-End), sem qualquer discriminação. Entretanto, certas práticas dos provedores de serviços da Internet (ISPs) e provedores de banda larga da Internet (IBPs), pontos importantes no desenvolvimento da Internet, originaram o debate sobre a neutralidade da rede. Como exemplos dessas práticas podemos citar: aplicações em tempo real; difusão de aplicações que usam muita largura de banda (P2P), (que demandam maior investimento no desenvolvimento da rede e que são incompatíveis com os modelos de cobrança dos provedores); o uso crescente de redes sem fio domésticas (que permitem compartilhamento da conexão com vizinhos, reduzindo as receitas dos provedores). Visando proteger seus interesses econômicos, muitos ISPs introduziram práticas que usuários acham ilegais ou prejudiciais para o futuro da internet, principalmente o chamado “traffic shaping”. ISPs tentam evitar que usuários usem roteadores sem fio, usem VOIP e programas de compartilhamento de arquivos. Além disso, alguns ISPs bloqueiam acesso a certos sites e filtram e-mails que contêm críticas sobre eles.

          3. Quantos professores de português você levou ao suicídio…

            P.S. Basta um artigo para se garantir a neutralidade no tal marco civil:

            Artigo 1º. Nenhuma organização, independente da forma, natureza e objetivo da sua constituição, deve utilizar critérios que impeçam, limitem ou controlem o acesso a qualquer meio de comunicação ou transmissão eletrônico.

            Parágrafo único: A velocidade de transmissão será estabelecida conforme a tabela das tarifas vigentes na época da contratação.

          4. Vamos tentar mais uma última vez

            Mas vamos tentar mais uma última vez.

            Não se trata da velocidade de acesso dos usuários, mas sim da velocidade de distribuição dos pacotes pelos provedores de conteúdo.

            A velocidade de distribuição dos pacotes tem que ser a mesma, independente dos conteúdos.

            Se um usuário tem banda-larga de 1 Mega ou 100 Megas, não é a questão aqui.

            A questão aqui é que os pacotes distribuídos pelo Nassif ou pela Globo, por exemplom, devem ter a mesma velocidade de distriuição, para um mesmo usuário.

            O que você escreveu acima não contempla nem de longe a Neutralidade da Rede.

            Entendeu agora!?

          5. A) Não estou falando

            A) Não estou falando especificamente do usuário final, aquele que tem acesso apenas ao conteúdo.

            B) Caso você tenha lido verá que não fiz diferenciação entre a empresa de “telefonia”, os portais, etc.

            C) Quando falo “Nenhuma organização, independente da forma, natureza e objetivo da sua constituição,” estou englobando tudo, do governo (em todas as suas esferas) à empresa que faz a conexão ou qualquer outra organização com condições de impor critérios que “impeçam, limitem ou controlem o acesso a qualquer meio de comunicação ou transmissão eletrônico.”. Ou seja, quem “distribui os pacotes” não pode impedir, limitar ou controlar o acesso ao seu conteúdo em nenhum meio de comunicação ou transmissão eletrônico…

            D) A velocidade de transmissão é o “medidor” do “consumo”. Então todos os serviços contratados, mediante pagamento, não poderão sofre nenhum tipo de alteração unilateral por vontade de quem o provê… deve entregar o que foi contratado. Para o consumidor doméstico ou o usuário institucional…

            Por favor: quando ler, preste atenção para entender…

             

  4. Pode até dar uma bronca no

    Pode até dar uma bronca no titio Obama para marcar posição, mas sem, no plano interno, incentivar tecnologias e rede própria para nos livrarmos da nossa dependência excessiva aos estrangeiros, esqueça, vamos continuar sendo espionados a vera e sem dó.

    Aliás, e o PNBL? A quantas anda?

  5. Já perceberam como a cada dia

    Já perceberam como a cada dia o Obama está mais parecido com o Busch? Dentro de poucos meses até meio vesgo vai ficar…

  6. A íntegra do discurso da presidenta Dilma

    Embaixador John Ashe, Presidente da sexagésima-oitava Assembleia-Geral das Nações Unidas,

    Senhor Ban Ki-Moon, Secretário-Geral das Nações Unidas,

    Excelentíssimos Senhores Chefes de Estado e de Governo,

    Senhoras e Senhores,

    Permitam-me uma primeira palavra para expressar minha satisfação em ver um ilustre representante de Antigua e Barbuda – país que integra o Caribe tão querido no Brasil e em nossa região – à frente dos trabalhos desta Sessão da Assembleia-Geral.

    Conte, Excelência, com o apoio permanente de meu Governo.

    Permitam-me também, já no início da minha intervenção, expressar o repúdio do Governo e do povo brasileiro ao atentado terrorista ocorrido em Nairóbi. Expresso as nossas condolências e a nossa solidariedade às famílias das vítimas, ao povo e ao Governo do Quênia.

    O terrorismo, onde quer que ocorra e venha de onde vier, merecerá sempre nossa condenação inequívoca e nossa firme determinação em combatê-lo. Jamais transigiremos com a barbárie.

    Senhor Presidente,

    Quero trazer à consideração das delegações uma questão à qual atribuo a maior relevância e gravidade.

    Recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial.

    No Brasil, a situação foi ainda mais grave, pois aparecemos como alvo dessa intrusão. Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais – muitas vezes, de alto valor econômico e mesmo estratégico – estiveram na mira da espionagem. Também representações diplomáticas brasileiras, entre elas a Missão Permanente junto às Nações Unidas, e a própria Presidência da República tiveram suas comunicações interceptadas.

    Imiscuir-se dessa forma na vida de outros Países fere o Direito Internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas. Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania. Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos e civis fundamentais dos cidadãos de outro país. Pior ainda quando empresas privadas estão sustentando esta espionagem.

    Não se sustentam argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo.

    O Brasil, Senhor Presidente, sabe proteger-se. O Brasil, Senhor Presidente, repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas.

    Somos um país democrático, cercado de países democráticos, pacíficos e respeitosos do Direito Internacional. Vivemos em paz com os nossos vizinhos há mais de 140 anos.

    Como tantos outros latino-americanos, lutei contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender de modo intransigente o direito à privacidade dos indivíduos e a soberania de meu País. Sem ele – direito à privacidade – não há verdadeira liberdade de expressão e opinião e, portanto, não há efetiva democracia. Sem respeito à soberania, não há base para o relacionamento entre as Nações.

    Estamos, Senhor Presidente, diante de um caso grave de violação dos direitos humanos e das liberdades civis; da invasão e captura de informações sigilosas relativas às atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional do meu País.

    Fizemos saber ao Governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão.

    Governos e sociedades amigas, que buscam consolidar uma parceria efetivamente estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais. Elas são inadmissíveis.

    O Brasil, Senhor Presidente, redobrará os esforços para dotar-se de legislação, tecnologias e mecanismos que nos protejam da interceptação ilegal de comunicações e dados.

    Meu Governo fará tudo que estiver a seu alcance para defender os direitos humanos de todos os brasileiros e de todos os cidadãos do mundo e proteger os frutos da engenhosidade dos trabalhadores e das empresas brasileiras.

    O problema, porém, transcende o relacionamento bilateral de dois países. Afeta a própria comunidade internacional e dela exige resposta. As tecnologias de telecomunicação e informação não podem ser o novo campo de batalha entre os Estados. Esse é o momento de criarmos as condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra, por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestrutura de outros países.

    A ONU deve desempenhar um papel de liderança no esforço de regular o comportamento dos Estados frente a essas tecnologias. E a importância da internet, dessa rede social, para a construção da democracia no mundo.

    Por essa razão, Senhor Presidente, o Brasil apresentará propostas para o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet e de medidas que garantam uma efetiva proteção dos dados que por ela trafegam.

    Precisamos estabelecer para a rede mundial mecanismos multilaterais capazes de garantir princípios como:

    1 – Da liberdade de expressão, privacidade do individuo e respeito aos direitos humanos.

    2 – Da Governança democrática, multilateral e aberta, exercida com transparência, estimulando a criação coletiva e a participação da sociedade, dos governos e do setor do privado.

    3 – Da universalidade que assegura o desenvolvimento social e humano e a construção de sociedades inclusivas e não discriminatórias.

    4 – Da diversidade cultural, sem imposição de crenças, costumes e valores.

    5 – Da neutralidade da rede, ao respeitar apenas critérios técnicos e éticos, tornando inadmissível restrições por motivos políticos, comerciais, religiosos ou de qualquer outra natureza.

    O aproveitamento do pleno potencial da internet passa, assim, por uma regulação responsável, que garanta ao mesmo tempo liberdade de expressão, segurança e respeito aos direitos humanos.

    Senhor Presidente, Senhoras e Senhores,

    Não poderia ser mais oportuna a escolha da agenda de desenvolvimento pós-2015 como tema desta Sessão da Assembleia-Geral.

    O combate à pobreza, à fome, à desigualdade constitui o maior desafio de nosso tempo.

    Por isso, adotamos no Brasil um modelo econômico com inclusão social, que se assenta na geração de empregos, no fortalecimento da agricultura familiar, na ampliação do crédito, na valorização do salário e na construção de uma vasta rede de proteção social, particularmente por meio do nosso programa Bolsa Família.

    Além das conquistas anteriores, retiramos da extrema pobreza, com o Plano Brasil sem Miséria, 22 milhões de brasileiros, em apenas dois anos.

    Reduzimos de forma drástica a mortalidade infantil. Relatório recente do UNICEF aponta o Brasil como país que promoveu uma das maiores quedas deste indicador em todo o mundo.

    As crianças são prioridade para o Brasil. Isso se traduz no compromisso com a educação. Somos o país que mais aumentou o investimento público no setor educacional, segundo o ultimo relatório da OCDE. Agora vinculamos, por meio de lei, 75% de todos os royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde.

    Senhor Presidente,

    No debate sobre a Agenda de Desenvolvimento pós-2015, devemos ter como eixo os resultados da Rio+20.

    O grande passo que demos no Rio de Janeiro foi colocar a pobreza no centro da agenda do desenvolvimento sustentável. A pobreza, Senhor Presidente, não é um problema exclusivo dos países em desenvolvimento, e a proteção ambiental não é uma meta apenas para quando a pobreza estiver superada.

    O sentido da agenda pós-2015 é a construção de um mundo no qual seja possível crescer, incluir, conservar e proteger.

    Ao promover, Senhor Presidente, a ascensão social e superar a extrema pobreza, como estamos fazendo, nós criamos um imenso contingente de cidadãos com melhores condições de vida, maior acesso à informação e mais consciência de seus direitos.

    Um cidadão com novas esperanças, novos desejos e novas demandas.

    As manifestações de junho, em meu País, são parte indissociável do nosso processo de construção da democracia e de mudança social.

    O meu governo não as reprimiu, pelo contrário, ouviu e compreendeu a voz das ruas. Ouvimos e compreendemos porque nós viemos das ruas.

    Nós nos formamos no cotidiano das grandes lutas do Brasil. A rua é o nosso chão, a nossa base.

    Os manifestantes não pediram a volta ao passado. Os manifestantes pediram, sim, o avanço para um futuro de mais direitos, mais participação e mais conquistas sociais.

    No Brasil, foi nessa década que houve a maior redução de desigualdade dos últimos 50 anos. Foi nesta década que criamos um sistema de proteção social que nos permitiu agora praticamente superar a extrema pobreza.

    Sabemos que democracia gera mais desejo democracia. Inclusão social provoca cobrança de mais inclusão social. Qualidade de vida desperta anseio por mais qualidade de vida.

    Para nós, todos os avanços conquistados são sempre só um começo. Nossa estratégia de desenvolvimento exige mais, tal como querem todos os brasileiros e as brasileiras.

    Por isso, não basta ouvir, é necessário fazer. Transformar essa extraordinária energia em realizações para todos.

    Por isso, lancei 5 grandes pactos: o pacto pelo Combate à Corrupção e pela Reforma Política; o pacto pela Mobilidade Urbana, pela melhoria do transporte público e por uma reforma urbana; o pacto pela Educação, nosso grande passaporte para o futuro, com o auxílio dos royalties e do fundo social do petróleo; o pacto pela Saúde, o qual prevê o envio de médicos para atender e salvar as vidas dos brasileiros que vivem nos rincões mais remotos e pobres do país; o pacto pela Responsabilidade Fiscal, para garantir a viabilidade dessa nova etapa.

    Senhoras e Senhores,

    Passada a fase mais aguda da crise, a situação da economia mundial ainda continua frágil, com níveis de desemprego inaceitáveis.

    Os dados da OIT indicam a existência de mais de 200 milhões de desempregados em todo o mundo.

    Esse fenômeno afeta as populações de países desenvolvidos e em desenvolvimento.

    Este é o momento adequado para reforçar as tendências de crescimento da economia mundial que estão agora dando sinais de recuperação.

    Os países emergentes, sozinhos, não podem garantir a retomada do crescimento global. Mais do que nunca, é preciso uma ação coordenada para reduzir o desemprego e reestabelecer o dinamismo do comércio internacional. Estamos todos no mesmo barco.

    Meu país está recuperando o crescimento apesar do impacto da crise internacional nos últimos anos. Contamos com três importantes elementos: i) o compromisso com políticas macroeconômicas sólidas; ii) a manutenção de exitosas políticas sociais inclusivas; iii) e a adoção de medidas para aumentar nossa produtividade e, portanto, a competitividade do País.

    Temos compromisso com a estabilidade, com o controle da inflação, com a melhoria da qualidade do gasto público e a manutenção de um bom desempenho fiscal.

    Seguimos, Senhor Presidente, apoiando a reforma do FMI.

    A governança do fundo deve refletir o peso dos Países emergentes e em desenvolvimento na economia mundial. A demora nessa adaptação reduz sua legitimidade e sua eficácia.

    Senhoras e Senhores, Senhor Presidente,

    O ano de 2015 marcará o 70º aniversário das Nações Unidas e o 10º aniversário da Cúpula Mundial de 2005.

    Será a ocasião para realizar a reforma urgente que pedimos desde aquela cúpula.

    Impõe evitar a derrota coletiva que representaria chegar a 2015 sem um Conselho de Segurança capaz de exercer plenamente suas responsabilidades no mundo de hoje.

    É preocupante a limitada representação do Conselho de Segurança da ONU face os novos desafios do século XXI.

    Exemplos disso são a grande dificuldade de oferecer solução para o conflito sírio e a paralisia no tratamento da questão israelo-palestina.

    Em importantes temas, a recorrente polarização entre os membros permanentes gera imobilismo perigoso.

    Urge dotar o Conselho de vozes ao mesmo tempo independentes e construtivas. Somente a ampliação do número de membros permanentes e não permanentes, e a inclusão de países em desenvolvimento em ambas as categorias, permitirá sanar o atual déficit de representatividade e legitimidade do Conselho.

    Senhor Presidente,

    O Debate Geral oferece a oportunidade para reiterar os princípios fundamentais que orientam a política externa do meu país e nossa posição em temas candentes da realidade e da atualidade internacional. Guiamo-nos pela defesa de um mundo multilateral, regido pelo Direito Internacional, pela primazia da solução pacífica dos conflitos e pela busca de uma ordem solidária e justa – econômica e socialmente.

    A crise na Síria comove e provoca indignação. Dois anos e meio de perdas de vidas e destruição causaram o maior desastre humanitário deste século.

    O Brasil, que tem na descendência síria um importante componente de nossa nacionalidade, está profundamente envolvido com este drama.

    É preciso impedir a morte de inocentes, crianças, homens, mulheres e idosos. É preciso calar a voz das armas – convencionais ou químicas, do governo ou dos rebeldes.

    Não há saída militar. A única solução é a negociação, o diálogo, o entendimento.

    Foi importante a decisão da Síria de aceder à Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas e aplicá-la imediatamente.

    A medida é decisiva para superar o conflito e contribui para um mundo livre dessas armas. Seu uso, reitero, é hediondo e inadmissível em qualquer situação.

    Por isso, apoiamos o acordo obtido entre os Estados Unidos e a Rússia para a eliminação das armas químicas sírias. Cabe ao Governo sírio cumpri-lo integralmente, de boa-fé e com ânimo cooperativo.

    Em qualquer hipótese, repudiamos intervenções unilaterais ao arrepio do Direito Internacional, sem autorização do Conselho de Segurança. Isso só agravaria a instabilidade política da região e aumentaria o sofrimento humano.

    Da mesma forma, a paz duradoura entre Israel e Palestina assume nova urgência diante das transformações por que passa o Oriente Médio.

    É chegada a hora de se atender as legítimas aspirações palestinas por um Estado independente e soberano.

    É também chegada a hora de transformar em realidade o amplo consenso internacional em favor de uma solução de dois Estados.

    As atuais tratativas entre israelenses e palestinos devem gerar resultados práticos e significativos na direção de um acordo.

    Senhor Presidente, Senhoras e Senhores,

    A história do século XX mostra que o abandono do multilateralismo é o prelúdio de guerras, com seu rastro de miséria humana e de devastação.

    Mostra também que a promoção do multilateralismo rende frutos nos planos ético, político e institucional.

    Renovo, assim, o apelo em prol de uma ampla e vigorosa conjunção de vontades políticas que sustente e revigore o sistema multilateral, que tem nas Nações Unidas seu principal pilar.

    Em seu nascimento, reuniram-se as esperanças de que a humanidade poderia superar as feridas da Segunda Guerra Mundial.

    De que seria possível reconstruir, dos destroços e do morticínio, um mundo novo de liberdade, de solidariedade e prosperidade.

    Temos todos a responsabilidade de não deixar morrer essa esperança tão generosa e tão fecunda.

    Muito obrigada, Senhores e Senhoras.

     

  7. O Brasil faz o discurso de

    O Brasil faz o discurso de abertura por causa de uma “”tradição inaugurada”” em 1947. A tradição não foi inaugurada numa disputa de palitinho, como deve pensar quem conhece o mundo em conversa de bibocas.

    A tradição existe porque o Brasil era um dos oito paises Aliados que ganharam a Segunda Guerra e em consequencia dessa vitoria fundaram a ONU, cuja primeira assinatura na ata de fundação é dos EUA e a segunda é a do Brasil, então um dos paises chaves do condominio da ordem global, muito mais importante relativamente do que hoje.

    Naquele periodo conturbado a Chabcelaria estava a cargo de Oswaldo Aranha e o Brasil operava como potencia de real importancia geopolitica.

    1. “A tradição não foi

      “A tradição não foi inaugurada numa disputa de palitinho, como deve pensar quem conhece o mundo em conversa de bibocas.”

        Meu caro, você não é o único nem somos apenas 5 o que sabemos do porquê dessa tradição. Agora qual o motivo de sua grosseria, justo de você que volta e meia reclama (com razão) da estupidez de uns e outros em relação aos que se contrapõem?

        A impressão que fica, ao menos para mim, é que você – mais uma vez, incansavelmente – quer defender sua “Home of the Braves and Land of the Free”, mas na ausência de qualquer argumento minimamente aceitável joga (quer dizer, tenta) o assunto para a lateral e aproveita para instilar seu ofídico desprezo por quem é menos culto – desprezo esse que por sinal só apequena a você, não aos outros. Acertei?

    2. Alguém aqui disse que o

      Alguém aqui disse que o Brasil passou a inaugurar a Assembléia geral da Onu apartir dos governos do PT? Sinceramente, acho que é um ato falho seu. Sabe-se que é a partir de 47, pelas razões que voce disse. Agora, voce poderia restringir-se a uma função informativa, tipo Wikipédia, invés de afirmar que nessa época o Brasil era mais relevante do que hoje (?!)

      Em 1947 o Brasil não era nem a maior potência da America do Sul. A Argentina tinha uma economia maior e consequentemente mais influencia regional

      1. Negativo. A Argentina era um

        Negativo. A Argentina era um pais agro pastorial de dimensão e população muito menor do que o Brasil, era sem duvida mais influente e de maior poder regional do que é hoje mas não era uma economia maior do que a do Brasil, muito mais diversificada. Por outro lado, a atitude dubia, evasiva e mercenaria da Argentina durante o conflito deixou-a com PESSIMA situação diplomatica, a ponto de só ter ingressado na ONU, onde seria barrada como foi a Espanha, por influencia do Brasil.  Mesmo tendo ingressado na ONU a Argentina continua a ter relações frias com os EUA, tendo seu Embaixador Spruille Braden sido expulso por Peron em 1946.

  8.  
    Dona Dilma acertou um

     

    Dona Dilma acertou um direto de esquerda nas fuças do Obama. Os brasileiros adoraram. Enquanto isso, os vira-latas, coitados, descabelam-se ao tomar conhecimento do golpe certeiro, atingindo em cheio a cara da hipocrisia, da mentira e do porta-voz do Trrorismo de Estado.

    Orlando

     

  9. Duvido que Obama tenha

    Duvido que Obama tenha perdida um minuto de sono preocupado com o discurso da Dilma. É um problema, mas um problema menor para ele que tem abacaxis bem mais azedos para descascar. De todo modo os americanos não vão parar de espionar. Obama vai enrolar diplomaticamente mas vai continuar espionando tudo e todos. Seu esforço total ira sim para evitar que outros Snowdens possam aparecer para estragar a festa no NSA. 

    1. Ladrão pego com a bôca na botija

      O ladrão  (de informações e negócios) Obama foi pego com a bôca na botija e está disfarçando com não fosse nada! É somente isto, disfarçe da safadeza praticada. Tanto é disfaçr que está tentando pegar o Snowden para condená-lo a morte, pela exposição dos crise perpetrados. Esta é a penalidade imposta pelos USA aos cidadãos americanos que ousem denunciar as canalhices de seu governo. Que lição de governo democrático, de liberdade de expressão e de liberdade para seus cidadãos. Hoje os USA são o país mais militarizado do mundo, vivendo um estado de guerra perene, de modo a que os reais detentores do poder (os que mandam em todo governo, seja democratas ou republicanos, os que faturam com as guerras, os que criam crises para ganhar nas especulações financeiras, quebrando países e colocando milhões (ou bilhões ?) na miséria) possam exercer o seu domínio, de modo a parecer um governo  limpo e democrático. Mas o pior não é este fato,  o pior e que temos dentro do Brasil ( e tambem em outros paises) um bando de lacaios que apoiam estas ações, defendendo os nossos agressores e penssando que vão ganhar algo com isto. Como são otários!   

  10. Quando ninguém sabia do discurso

    Sem a net e a tv a cabo estes discursos passavam batido.

    Não são o caso hoje em dia.

    Têm de serem considerados, o peso dos oradores dá dimensão e comprometimento a nações, quiça ao planeta.

    A espionagem através da internet robotizada ganhou graus expoenciais de  potência, comparar fotografias de uma minox com este Prism é de chorar.

    O problema é sério. Na minha opinião, implica diretamente no Governo Mundial Unilateral, com a derrocada de todas as soberânias nacionais incondicionalmente a favor de um seleto grupo de privilegiados e dignos do maior ódio possível.

    É o sonho de verão de todos os grupos que gozam de relativo poder e influência em todos os tempos da história, que prova por A+B que isto não funciona, não funcionou e permite prever que NÃO FUNCIONARÁ, ou seja, só vai criar problemas e atrasos para os humanos, como sempre.

  11. Ensaio de Orquestra

    Dilma dá o tom grave no felliniano Ensaio de Orquestra da ONU enquanto o dissimulado Obama, o Cara de Paisagem, na escuta – todo ouvidos no fone via satélite NSA – da Voz do Brasil [em off course!], com destaque sintonia fina para a pitoresca “vozes búlgaras” do fantástico Canto Coral do Gran Circo Planalto Central.

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