Aécio e Jereissati ameaçam Doria e cogitam relançar Leite como candidato do PSDB

José Aníbal e Pimenta da Veiga também participaram de encontro em Brasília, no qual se discutiu possíveis mudanças na chapa tucana

Prévias do PSDB ganham espaço em pesquisa eleitoral, com Eduardo Leite e João Doria disputando o cargo de presidenciável em 2022
Foto: Rodger Timm/Governo do RS/Flickr

Uma reunião realizada na última terça-feira (8/2), em Brasília, alimentou ainda mais os questionamentos dentro do PSDB à candidatura de João Doria à Presidência da República representando o partido.

Foram cinco os caciques tucanos que estiveram presentes no encontro: Aécio Neves (MG), Tasso Jereissati (CE), José Aníbal (SP), Pimenta da Veiga (MG) e Eduardo Leite (RS). A pauta foi a insatisfação do grupo com a performance de Doria nas pesquisas.

Aécio e Jereissati seriam os líderes desse grupo, que vem pressionando o presidente da legenda, Bruno Araújo (PE) a pressionar Doria por uma mudança de rumos em sua campanha, ou por sua substituição por Eduardo Leite.

Desde 27 de novembro, quando foi oficializado como presidenciável do partido – após vencer Leite e Arthur Virgílio (AM) nas eleições prévias –, Doria tem mantido um tímido quinto lugar em todas as pesquisas, sempre atrás de Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) e muito abaixo dos líderes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL, candidato à reeleição).

Além disso, seu percentual tem variado sempre entre 2% e 4%, e raramente supera esse patamar – por exemplo, na pesquisa Quest/Genial, divulgada nesta quarta-feira (9/2), ele apresenta 2% das intenções de voto no “cenário 1”, e 3% no “cenário 2”.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é o nome que o grupo pretende instalar como novo candidato, apesar de este ter sido derrotado por Doria nas prévias do partido – 53,9% contra 44,6% para o paulista.

Em declaração dada ao G1 nesta quarta-feira, o político gaúcho explicou a reunião do dia anterior dizendo que “mais que o baixo desempenho nas pesquisas, o que mais preocupa estes líderes do partido é a altíssima e persistente rejeição que o candidato escolhido tem no seu próprio estado a 45 dias de deixar o mandato. Se não consegue mostrar tendência de melhora no mandato, pode ser ainda mais difícil depois”.

Por sua vez, José Aníbal disse à coluna “Painel”, da Folha de São Paulo que “há uma inquietação. Como você compõe chapa para disputar eleições com uma campanha que tem 4% de intenção de votos? Mas não é só isso. É que não tem o que dizer, não tem discurso, não tem proposta”.

Segundo o ex-senador por São Paulo “o PSDB tem uma história de protagonismo. Esse cara (Doria) não oferece nenhum protagonismo ao PSDB. Nem pessoal, nem programático, nem de audácia. Não tem nada”.

Doria reagiu às críticas classificando o encontro em Brasílio como “jantar de derrotados” e dizendo que “o PSDB não se resume a cinco pessoas, não é o velho PSDB da mesa do vinho. Um pequeno grupo querendo tomar decisão por todos (…) o PSDB é um partido sem dono. Vencer ou perder é parte do jogo democrático, mas é preciso ter grandeza para saber perder e saber vencer”.

Redação

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