O programa TVGGN recebeu, na última segunda-feira (25), o deputado estadual Renato Freitas (PT-PR), alvo de sucessivos processos de cassação por quebra de decoro parlamentar e que compartilhou com o GGN a suposta complacência da mídia e autoridades paranaenses com casos de corrupção no Estado.
“Grupos que estão tentando cassar mandato são o Legislativo Estadual, por conta da denúncia de caso de corrupção de presidente de Assembleia Ademar Traiano, que é do PSD, partido também do governador Ratinho Jr., além das forças políticas municipais, já que fui cassado na Câmara de Curitiba por conta de uma manobra absurda sobre o protesto pela vida que foi feito de forma pacífica. MBL tentou construir uma correlação de forças desfavoráveis a mim, que durou algumas semanas e foi suficiente para que eles me cassassem. Retornei ao mandato, mas ficaram esses antagonistas”, explicou o entrevistado.
Segundo o deputado, o governo do Estado, chefiado por Ratinho Júnior (PSD), dono da Rede Massa Comunicação e o Ministério Público, acobertaram o recebimento de propina de Ademar Traiano (PSD), também deputado federal e presidente da Assembleia Legislativa do Paraná.
Denúncia
Traiano e o ex-deputado Plauto Miró teriam recebido, pelo menos, R$ 100 mil de propina em 2015 de Vicente Malucelli, então diretor da TV Icaraí, então prestadora de serviço da TV Assembleia e primo de Joel Malucelli, presidente do Grupo J.Malucelli.
Investigados pelo Ministério Público paranaense a partir de maio de 2020, ambos assinam acordo de não persecução penal em dezembro de 2022, confessaram os crimes, devolveram o dinheiro, pagaram multa que somadas passaram de R$ 740 mil e não foram processados.
“Fui fazer um levantamento do porque o MP-PR estar sendo tão bonzinho com o Ademar Traiano, porque ele já tinha outro acordo de não persecução penal, que também foi colocada em sigilo, também não deu processo, também não deu em nada”, comenta Freitas.
O deputado petista aponta que, além das propinas, Traiano também estaria contratando mais servidores comissionados do que o permitido, pagando salários acima do teto constitucional, o que”indicaria uma rachadinha.
“Mas o MP foi lá e fez um acordo com ele. Logo depois, fez outro acordo e também colocou em sigilo. Fui ver porque o MP é tão bondoso com ele e descobri que durante o período de presidência do Ademar Traiano na Assembleia Legislativa do Paraná, ele criou por Lei 594 novos cargos para o MP, mais auxílio creche e outros penduricalhos”, continua.
Financiamento
Renato Freitas atribui a Joel Malucelli, empresário de uma das famílias mais ricas da região Sul, o financiamento dos casos de corrupção de Amauri Traiano. O grupo da família, por exemplo, ganhou um processo de licitação na ordem de R$ 8 milhões para assumir a comunicação da Assembleia Legislativa do Paraná. “Por detrás do corrupto há sempre um agente corruptor.”
O parlamentar critica ainda a autonomia dada aos ministérios públicos na Constituição de 1988, por não refletirem bem os interesses do povo. “O Ministério Público não é eleito pelos promotores, mas indicado pelo chefe do executivo. Isso gera um grande problema”, finaliza o entrevistado.
Assista a entrevista na íntegra no canal do Youtube do GGN ou no link abaixo:
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