Bolívia alfabetizada

Por Cida Medeiros

Ainda sobre a erradicação do analfabetismo na Bolívia, segue o texto que está num dos sites mais lidos na Venezuela sobre o tema, para ver o tom desta mobilização social

Luego de tres años de movilización social se logró la hazaña
Bolivia: Tercer país de América Latina libre de analfabetismo
Por: Venezolana de Televisión
Fecha de publicación: 21/12/08
http://www.aporrea.org/internacionales/n125912.html

Comentário

Seria bom alguém trazer alguma informação adicional de fontes oficiais, tipo UNESCO.

Por Cida Medeiros

Por que é tão difícil de acreditar assim..

Muitas destas matérias têm contraponto:

“The Bolivian project is an example and surely it’s going to inspire other countries to implement similar programs,” UNESCO officer Edouard Matoko said during the ceremony. Clique aqui.

Por Ricardo Martini

A própria Cida Medeiros traz a segunda parte da notícia: daqui a algum tempo começa uma nova fase no programa, para continuidade do processo.

Pelo que deu para entender no que eu li aqui e em outros sites, é mesmo um caso de alfabetização funcional, o que é um processo que não é difícil de ser feito. Para lembrar, existiu na época do regime militar o MOBRAL, que alfabetizou rudimentarmente muita gente.

A questão é se as fases seguintes do processo serão levadas adiante e, mais importante ainda, se a qualidade do ensino,como um todo, será boa e acessível a toda a população.

O caso boliviano pode ser entendido, talvez, como um ‘bolsa-família’ da educação…pelo menos, insere parte da população marginalizada que jamais teve condições de sequer entrar em uma escola. Mas ainda há um longo caminho até uma educação de qualidade, de fato.

Quanto à qualidade do ensino, uma boa matéria saiu há 2 semanas no Washington Post: clique aqui.

Fala sobre como empresas brasileiras, como a Vale, investem na educação dos funcionários, já que a educação pública gratuita e o pouco acesso à formação técnica não permite que a população tenha o nível educacional necessário.

Na página da UNESCO, há uma página que lista os programas de alfabetização e educação no continente americano: clique aqui.

Luis Nassif

36 Comentários

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  1. Revelação

    Chávez anuncia
    Revelação

    Chávez anuncia descoberta de plano para assassinar Morales

    Publicada em 22/12/2008 às 09p0m
    O GloboEFE

    CARACAS – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que em conversa por telefone, no domingo, seu colega boliviano, Evo Morales, lhe revelou a descoberta de um plano para assassiná-lo. Segundo Chávez, o plano contra Morales é conseqüência dos “sucessos” do governo boliviano e da impossibilidade da oposição de conseguir o poder por meios democráticos.

    – Na medida em que a oposição boliviana não pôde ganhar por meio de eleições, nem pelo referendo, nem pelo golpe de Estado, buscam o magnicídio. Cuidado, disse a ele – disse Chávez em seu programa de rádio e televisão “Alô Presidente!”, o último do ano.

    Chávez afirmou que a ligação de Morales teve por objetivo agradecer ao governo e ao povo venezuelanos pela ajuda dada para que a Bolívia fosse declarada, no sábado, livre de analfabetismo.

    – Ele me disse que descobriram um plano de assassinato contra ele. Não vou dar mais detalhes, porque o governo da Bolívia os dará – afirmou o venezuelano.

    ” Proibi a mim a liberdade de sair. Faço meu trabalho, e cumpro a prisão. É um dos mecanismos para reduzir riscos de atentado ”

    Chávez disse que, frente a uma eventualidade como a denunciada por Morales, ele optou por viver como “um preso”.

    – Optei por ser um preso. Daqui, por exemplo, irei para minha cela (palácio de Miraflores, sede do governo). Proibi a mim a liberdade de sair. Faço meu trabalho, e cumpro a prisão. É um dos mecanismos para reduzir riscos de atentado – afirmou Chávez.

    http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/12/22/chavez-anuncia-descoberta-de-plano-para-assassinar-morales-587502493.asp

  2. Concordo, Fabio. Eh
    Concordo, Fabio. Eh espetacular mesmo.

    O problema eh a continuidade. Ja “tentaram” erradicar o analfabetismo do Brasil, mas descobriram que nao havia razao alguma pra ter uma populacao esclarecida. Por isso o senador do Amapa eh do Maranhao.

  3. O que a gente acaba
    O que a gente acaba descobrindo com estas iniciativas é que são precisos menos de 3 anos para alfabetizar mais de 800 mil pessoas, que são necessários menos do que os milhões do Bailout enviado às empresas para erradicar a fome no mundo… muito menos do que se imagina como o projeto Espaço Conviver, na cidade de Prata, Paraíba. Além do site ser lindo, com os pífaros, inúmeros projetos ligados às questões do semi-árido.
    http://www.cvida.org.br/

    Enfim, o que falta é solidariedade, vontade política, humanismo.

  4. Segundo o blog chavista (sim,
    Segundo o blog chavista (sim, o Aporrea é um blog chavista, para quem não sabe…), Cuba, Bolívia e Venezuela são os três países que erradicaram o analfabetismo na América Latina.

    Lendo isso, lembro-me das estatísticas de analfabetismo brasileiras. Por aqui, diz-se que 96% (aproximadamente) das crianças em idade escolar são alfabetizadas. Será REALMENTE que elas sabem ler e escrever? O que não falta por aqui são pessoas funcionalmente analfabetas, incapazes de escrever uma frase com sujeito, verbo e objeto. Pelos nosso critérios frouxos, são classificados como alfabetizados pois conseguem assinar o nome ou porque cursaram o primeiro ano primário com aprovação automática.

    Quais serão os critérios aplicados na Venezuela e na Bolívia?

    Apenas para implicar: Cuba realmente erradicou a praga do analfabetismo. Só falta agora erradicar a praga que faz com que a população só possa ler aquilo que é aprovado pelo partido comunista.

  5. Caro Chato,

    a notícia foi
    Caro Chato,

    a notícia foi publicada em vários sites no Brasil e fora daqui como a BBC, como segue abaixo. Espero que agora você se sinta melhor. Sugiro ler as matérias completas e ver que foi a Unesco que reconheceu que esta Meta do Milênio foi cumprida lá na Bolívia.

    Mesmo alguns de nós termos tido acesso à educação, ainda há um longo caminho a percorrer, inclusive a nós mesmos para sermos considerados pessoas sábias. Aos bolivianos este caminho foi iniciado com esta iniciativa. Deixemos que elas trilhem esta estrada. E Torçamos para andem muito nela.

    http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7794293.stm

    Bolivia declares literacy success

    A 30-month campaign to teach thousands of poor Bolivians to read and write has made the country “illiteracy free”, President Evo Morales has declared.

    The “Yes I can” campaign, designed by Cuba and paid for by Venezuela, has helped more than 800,000 Bolivians.

    Under Unesco standards, a country can be declared free of illiteracy if 96% of its population over the age of 15 can read and write.

    In 2001, a census found nearly 14% of Bolivians were illiterate. (…)

  6. Bolívia sem analfabetos e
    Bolívia sem analfabetos e Venezuela agora com IDH maior que o Brasil. Claro que a direita e seu PIG se calam diante disso. Só sabem cuspir que Morales, Correa e Chavez são ‘ditadores’ (paradoxalmente eleitos pelo povo).
    Com esses três países não possuem a desculpa que têm em Cuba, de chamar Fidel de ditador, mas mesmo caem no ridículo de chamar. Sempre tem uma classe média desatenta que acredita.

  7. Se for verdade, a Bolívia
    Se for verdade, a Bolívia está de parabéns. O Brasil pode até enviar uma missão para estudar seu método. Aqui entre nós, porém, tenho minhas dúvidas se toda aquela população indígena, sem tradição de linguagem escrita, em parte morando em pequenos povoados, realmente foi alfabetizada, ou até se aprendeu a desenhar o nome, como era comum no antigo Mobral.

  8. Chato:

    deve ter muito
    Chato:

    deve ter muito brasileiro, dito “letrado”, que sabe falar melhor inglês do que muito estadunidense….

    A questão do analfabetismo funcional serve para todos nós.

    O ineditismo do que ocorreu na Bolívia é o fato de mais de 800 mil pessoas terem iniciado um processo de aprendizado. Aprender é para sempre. Este é um fato de interesse jornalístico, por isto foi largamente noticiado.

  9. Outra coisa, dear Chato:

    85%
    Outra coisa, dear Chato:

    85% dos 800 mil bolivianos que tiveram acesso às informações são mulheres.

    Minha mãe acessou no Nordeste até o que seria hoje o terceiro ano primário na sua infância, numa escola rural.

    Anos depois, quando os filhos começaram a estudar, ela toda orgulhosa de estar proporcionando algo melhor para os filhos, começou a entrar em contato com este mundo. Lenta e gradualmente, pois não era sua prioridade de vida. À medida que os anos foram passando, ela foi se interessando mais e mais.

    Hoje ela não somente lê, escreve, discute e participa com sua opinião. Para muitas mulheres como minha mãe o processo é longo. Sabe ler e escrever portanto toca a estas mulheres de outras maneiras, não é para começar a ler Tolstoi logo de cara.

  10. Lembro de ter visto notícia
    Lembro de ter visto notícia semelhante há mais de 3 meses.

    Na época, fiquei me perguntando o que impedia o Brasil de fazer algo semelhante.

    Concluí que a poucos interessa que isto venha a acontecer. Seria uma revolução!

  11. A exemplo da libertação dos
    A exemplo da libertação dos escravos e forma republicana de governo, o Brasil será também o último a erradicar o analfabetismo?

  12. Cara Cida,

    Obrigado por
    Cara Cida,

    Obrigado por esclarecer. Segundo os critérios da UNESCO, também seremos um país “livre do analfabetismo”, pois mais de 96% das nossas crianças estão tendo acesso ao excelente ensino brasileiro. Questão de tempo!

    A propósito, a reportagem da BBC é baseada em declarações do próprio Evo Morales, você percebeu?

    Será que esses 800.000 bolivianos estão REALMENTE alfabetizados ou será que se tratam de analfabetos funcionais que foram declarados alfabetizados pelo governo apenas por terem participado do tal programa?

    Tudo que se pede é o mínimo de pudor crítico diante de notícias bombásticas disparadas por governantes.

  13. Cida,
    na próprio notícia
    Cida,
    na próprio notícia consta “Bolivia declares literacy success”. Quem disse que a Bolívia estava livre do analfabetismo foi o próprio país e não a UNESCO ou a BBC.
    A BBC não corroborou a informação, apenas a publicou.

  14. O interessante é que os
    O interessante é que os únicos países latino-americanos que conseguiram erradicar o analfabetismo entre a população com idade escolar são governados por Presidentes de Esquerda.

    Deve ser ‘mera coincidência’…

  15. Graaaaande coisa! Talvez até
    Graaaaande coisa! Talvez até o Brasil consiga essa façanha mudando seus critérios de taxa de analfabetismo.

    Esse é o grande problema de não existir um critério padrão para se apurar tal indicador.
    E é do interesse de qualquer governante dar essa notícia. Como não é possível checar tais informações, prefiro desconfiar.

  16. A própria Cida Medeiros traz
    A própria Cida Medeiros traz a segunda parte da notícia: daqui a algum tempo começa uma nova fase no programa, para continuidade do processo.

    Pelo que deu para entender no que eu li aqui e em outros sites, é mesmo um caso de alfabetização funcional, o que é um processo que não é difícil de ser feito. Para lembrar, existiu na época do regime militar o MOBRAL, que alfabetizou rudimentarmente muita gente.

    A questão é se as fases seguintes do processo serão levadas adiante e, mais importante ainda, se a qualidade do ensino,como um todo, será boa e acessível a toda a população.

    O caso boliviano pode ser entendido, talvez, como um ‘bolsa-família’ da educação…pelo menos, insere parte da população marginalizada que jamais teve condições de sequer entrar em uma escola. Mas ainda há um longo caminho até uma educação de qualidade, de fato.

    Quanto à qualidade do ensino, uma boa matéria saiu há 2 semanas no Washington Post:
    http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/12/08/AR2008120803747.html
    Fala sobre como empresas brasileiras, como a Vale, investem na educação dos funcionários, já que a educação pública gratuita e o pouco acesso à formação técnica não permite que a população tenha o nível educacional necessário.

    Na página da UNESCO, há uma página que lista os programas de alfabetização e educação no continente americano:
    http://portal.unesco.org/education/en/ev.php-URL_ID=57288&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html

  17. Bem… para confirmar isso
    Bem… para confirmar isso basta ir a Puerto Suarez, cidade lindeira com o Brasil, próximo a Corumbá. Minha última visita por lá (cerca de dois anos atrás), não mostra esse avanço todo aí e nem uma expectativa de isso ocorrer.
    Aliás… se a notícia não for muito tendenciosa, talvez uns 50 por cento das cifras apresentadas sejam a aproximaçao mais real dos números verificados, o que não diminui o mérito do avanço.

  18. Enquanto isso o país de Paulo
    Enquanto isso o país de Paulo Freire ainda tem uns 10% de analfabetos, sem falar nos funcionais. E um nível de ensino muito inferior ao da Argentina ou do Uruguai, por exemplo.
    Mas somos os únicos penta-campeões mundiais de futebol, não tá bom?

  19. Acabar com o analfabetismo em
    Acabar com o analfabetismo em três anos. Acho que a notícia está um pouco otimista. Ou então desenvolveram um novo método de alfabetização revolucionário.

  20. Entrei no google e digitei
    Entrei no google e digitei ‘Bolívia erradica o analfabetismo’ e dezenas de sites já publicaram a notícia pelo mundo afora. Até o ‘The Miami Herald’ a divulgou… Então, creio que não há como contestar a veracidade da informação, não.

  21. Mais um dado:

    O IPS News
    Mais um dado:

    O IPS News publicou matéria em Maio já trazendo vários detalhes sobre o programa. Me lembra o método Paulo Freire pela descrição em alguns momentos:

    http://ipsnews.net/news.asp?idnews=37692
    EDUCATION-BOLIVIA: Literacy Drive on Full Steam
    By Bernarda Claure

    Credit:Indymedia

    LA PAZ, May 10 (IPS) – Coipasa is ahead, with Chipaya on its heels. Right behind them are Urubichá and Guarayos. The competitors are not race horses but rural villages and towns in Bolivia racing to declare themselves free of illiteracy.

    The starting shot was fired last year by the government’s national literacy programme, which is using the Cuban literacy teaching method “Yo sí puedo” (Yes I Can).

    The target is to eradicate illiteracy, along the lines established by the Millennium Development Goals (MDGs) adopted by the international community in 2000, and the objectives of the Education for All movement led by UNESCO, which aims to meet the learning needs of all children, youth and adults by 2015.

    Some 1.2 million of Bolivia’s 9.2 million people do not know how to read or write.

    In Bolivia, South America’s poorest country, 70 percent of the population lives below the poverty line. A similar proportion of the population is made up of indigenous people, the great majority of whom are poor.

    Adult illiteracy is high among Bolivians living in impoverished rural communities and the slums ringing the country’s cities. Most slumdwellers have no access to basic services like electricity, clean water or sanitation, much less schooling, according to the Ministry of Education and Culture.

    The leftist government of President Evo Morales, who is himself indigenous, has poured funds into efforts to reach this segment of the population, offering university scholarships, incentives for teachers who join the literacy drive, free eyeglasses, TV sets and VCRs as teaching tools, and solar panels for communities without electricity, to enable them to use the new equipment for the videotaped adult literacy classes.

    Those involved in the literacy drive have their work cut out for them. For example, the coordinators of the campaign in the western province of Oruro identified 25 illiterate people in a specific municipality, with whom they began the course in April 2006.

    Five moved away or dropped out for different reasons. And to get the other 20 to complete the course, which is made up of 65 half-hour videotaped lessons, the literacy instructors and their supervisors had to actually knock on the students’ doors and convince them of the benefits that the eradication of illiteracy would bring the community.

    “Sometimes we had to actually chase down students to keep them in class,” said Octavio Colque, the literacy coordinator in that area, where Coipasa and Chipaya are located.

    Moreover, he told IPS, “it was very difficult to teach them basic reading and writing skills, which is why it took us a whole year.”

    The incentives offered by the government have helped. For instance, the top adult literacy students who go on to complete their primary and secondary school studies can win scholarships to attend university in Cuba.

    And in Chipaya, Cuban optometrists visited the village as part of their aim to distribute 200,000 pairs of eyeglasses to newly literate Bolivians. In just under a year, 226 Chipaya Indians learned to read and write with the Yo Sí Puedo method, which will soon begin to be applied in Bolivia’s cities as well.

    A big challenge is that not all of Bolivia’s indigenous people are fluent in Spanish, while for now, the majority of adult literacy lessons are given in Spanish. Of the 15,000 literacy posts throughout the country, only 88 provide teaching in Quechua or Aymara, the main indigenous languages spoken in Bolivia.

    The government is addressing the problem, however. Minister of Education and Culture Víctor Cáceres told IPS that “We are overcoming these details. In Cuba, we taped 65 classes in Aymara and Quechua, using Bolivian actors and situations, with which we launched bilingual literacy classes in March. By the middle of the year we should also be teaching literacy skills in Guaraní.”

    Nevertheless, the depth of the results has been questioned. Professor Mario Yapu, who has carried out research on the educational reforms adopted in Bolivia in 1994, told IPS that “It would appear that the results — in this case, the eradication of illiteracy — are more important than the people themselves, because what this method would seem to be creating is functionally illiterate people.”

    The functionally illiterate technically know how to read and write, but are unable to perform even the most basic tasks using language.

    In the Yo Sí Puedo method, students learn to read by establishing an association between letters and numbers, since even illiterate people work with numbers every day, selling or buying products in the market, for example. Thus, the classes move from the familiar (numbers) to the unfamiliar (letters).

    Despite the difficulties and obstacles, the race is on. Coipasa and Chipaya — near the border with Chile, in one of Bolivia’s poorest regions — are competing for second and third place.

    The first town to declare itself free of illiteracy was Tolata, in the central province of Cochabamba, where a white flag was raised on Apr. 12 to declare victory in a contest with 27 other villages that are also in the final stretch.

    This year, the programme will be extended to a total of 329 municipalities.

    The Yo Sí Puedo method has also been implemented in Venezuela, Argentina, Brazil, Mexico and Paraguay. Venezuela declared itself to be “illiteracy-free” last October 2005, when it announced that nearly 1.5 million adults had learned to read and write over the previous two years.

    Bolivia has the sad distinction of being the South American country with the highest illiteracy rate. The fourth national progress report on the MDGs, released in December 2006, indicated that 13 out of 100 people over the age of 15 do not even know how to write their name.

    That is not much higher than Peru’s adult illiteracy rate of 12.3 percent and Brazil’s 11.4 percent, but is a far cry from Chile’s 4.3 percent or Argentina’s 2.8 percent — the statistics presented in the U.N. Development Programme’s (UNDP) Human Development Report 2006.

    Limited progress had already been made in Bolivia in recent years, as indicated by the fact that illiteracy among adults between the ages of 15 and 44 declined by 1.5 percent from 1999 to 2004.

    The national progress report on the MDGs says the goal is to reduce the illiteracy rate to 2.2 percent by 2015, since completely eradicating illiteracy is a nearly impossible task, given the country’s geography, characterised by remote mountain and jungle areas.

    According to population projections, that would mean around 122,000 illiterate adults in 2015, the deadline set by the MDGs, whose scope includes the fight against poverty, hunger and illiteracy. (END/2007)

  22. Cara Cida,

    Achei
    Cara Cida,

    Achei interessante que voce tenha citado a reportagem da BBC, pois tal reportagem apenas descreve a comemoracao sobre a suposta erradicacao do analfabetismo e deixa bem claro que nao houve uma verificacao externa de tal erradicacao. Isso vindo da BBC que eh bem simpatica aa esquerda (tanto na AL quanto em casa tambem)

    Essa historia eh um repeteco da erradicacao do analfabetismo na Venezuela. Anos atras, Chavez comemorou com toda fanfarra o fim do analfabetismo em seu pais, soh que tal facanha nao ocorrreu. As proprias estatisticas oficiais venezuelanas mostram isso.

    Conhecendo um pouquinho sobre a Bolivia, realmente nao dah para acreditar.

    Tendo lido sobre o historico de programas macicos de alfabetizacao de adultos, nao dah para acreditar (tais programas nunca foram bem sucedidos).

    Nao vamos nem discutir qual seriam os incentivos para os adultos bolivianos analfabetos, em sua maioria esmagadora trabalhando em fincas de subsistencia, usando tecnicas agricolas e produtividade pre-colombianas, para se esforcarem – pois eh dificil para um adulto! – para aprenderem a ler.

    Simplesmente a historia eh absurda, nao dah para levar a serio, eh uma fabula para os credulos.

    Agora, se voce quiser acreditar, se isso faz-te sentir melhor, pelo menos tome responsabilidade: no futuro, quando voce ouvir sobre os 10% ou 15% de analfabetos ainda existentes na Bolivia, entenda e internalize a ideia que os bolivarianos e sua imprensa alternativa mentiram para voce.

  23. Quem já andou pelas ruas e
    Quem já andou pelas ruas e mercados de Santa Cruz de La Sierra, a cidade mais importante da região “rica” boliviana, onde a resistência “cruceña” a Evo Morales tem se revelado das mais hostis, claramente ansiosa pelo golpe, entende que o que está em questão aqui menos do que o número dos novos alfabetizados ou do quanto de alfabetização foi possível adquirir neste curto espaço de tempo é a conversão da alfabetização em uma questão política. A decisão “revolucionária” está em assegurar aos pobres bolivianos o básico.

    Só alguém desprovido do sentido de humanidade pode pretender esvaziar o sentido dessa iniciativa.

    Quanto ao problema do analfabetismo funcional, convido os “ilustrados” paulistas, responsáveis pela perpetuação ditatorial do tucanato à frente do Estado de São Paulo, a examinar os resultados da política educacional que se tem adotado no estado no aproveitamento de português e matemática pelos estudantes. Convidem um aluno de um curso superior privado, noturno, a fazer a leitura de dois parágrafos em voz alta, para saber o que é analfabetismo funcional.

  24. Para quem tiver interesse em
    Para quem tiver interesse em estudar o contexto, sugiro acompanhar o trabalho de Federico Fuentes no site abaixo, disponível em inglês e espanhol:

    http://www.boliviarising.blogspot.com/

    Bolivia’s indigenous people are rising up and reclaiming a new homeland. An exciting national revolution is unfolding in Bolivia today, with its indigenous peoples at its core. The movement to refound Bolivia is an inspiration to many around the world. Bolivia Rising aims to bring news and analysis about this revolution to english speakers.

  25. “Entrei no google e digitei
    “Entrei no google e digitei ‘Bolívia erradica o analfabetismo’ e dezenas de sites já publicaram a notícia pelo mundo afora. Até o ‘The Miami Herald’ a divulgou… Então, creio que não há como contestar a veracidade da informação, não.”

    Sim, eh verdade que o Morales anunciou que a Bolivia erradicou o analfabetismo. Ninguem discute isso.

  26. Um pouquinho de perspectiva
    Um pouquinho de perspectiva sobre a Bolivia de Morales.

    Evo eh presidente desde 2006.

    A Bolivia era o pais mais pobre da America do Sul quando ele tomou posse.

    Desde 2006, a Bolivia tem crescido menos que o resto da regiao, o que significa que a distancia entre a Bolivia e o resto da regiao tem AUMENTADO desde que Morales tomou posse.

    Alias, vale lembrar que nos 10 anos antes de Morales tomar posse, a Bolivia vinha crescendo a taxas superiores que a media da regiao.

    Entao, resumindo: antes de Morales a Bolivia convergia para a media da America do Sul, depois de Morales, perdeu o rumo e tem ficado para tras.

    Daih a necessidade de “alfabetizar” as massas e outras magicas.

  27. Caro Eudes

    a questão é: o
    Caro Eudes

    a questão é: o desenvolvimento que a Bolívia vinha tendo nos “dez anos antes de Morales” era pra quem….

    Para que outros sejam incluídos no processo de desenvolvimento social é necessário parar, organizar, implementar e aí prosseguir.

    O desenvolvimento que vinha ocorrendo em marcha não somente na Bolívia, como também em outros países do mundo, aquele que segrega, que diz “olho por olho farinha pouca meu pirão primeiro” é que está em cheque em boa parte do mundo dito civilizado. Aliás esta é a discussão de fundo desta notícia da alfabetização: civilização ou barbárie.

    Quem estudou mais a fundo o processo de alfabetização ali, o bolsa família aqui etc. vai ver que não se trata de dar migalhas – esta aliás é a lógica de quem acha que trabalhar para o desenvolvimento das pessoas pode ser lido levianamente como esmola. Trata-se de segmentar o atendimento das necessidades. No caso dos índios na Bolívia tudo começa com dignidade e auto-estima.

    É impressionante como alguns comentários aqui são preconceituosos, do tipo “não li, não vi e não gostei”.

  28. É possível encontrar a
    É possível encontrar a barbárie tanto entre os índios bolivianos como em todas as sociedades. A violência é uma prática social, inclusive para reclamação dos direitos. Este tem sido o recurso utilizado até agora. Defender pontos de vista pela força.

    Paralelamente a esta prática, existe o trabalho árduo para manter o diálogo e elevar a consciência sobre a sua importância. Não é fácil dialogar, pois demanda ouvir e estudar, conhecer.

    Na internet é possível encontrar índios gritando por respeito à sua maneira, como mencionado pelo Eudes, como também é possível encontrar muita coisa. A começar por um trabalho que detalha a situação educacional da Bolívia em relação aos demais países latino
    http://br.youtube.com/watch?v=Shq4jWii6NY

    – um seminário em Santa Fé, apoiado pelo Unicef demonstrado abaixo, que nos auxilia a entender estes processos de alfabetização tanto de crianças como de adultos. Tudo é uma questão de escolha – descobrir o que as pessoas estão fazendo:

    Introducción al marco teórico del Seminario de Alfabetización Inicial para escuelas rurales.
    http://br.youtube.com/watch?v=oOIYlqIEe14

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