Celeridade da Samarco é questionada em reunião com atingidos

Fotos: Marina Wang [veja mais]

Jornal GGN – Após o rompimento das barragens de Fundão e Santarém na região de Mariana (MG), vêm sendo realizadas reuniões públicas para se debater o processo de reconstrução das comunidades. Equipes autônomas de comunicadores estavam atentos e presentes em três das reuniões realizadas esse ano nos dias 5, 12 e 19 de janeiro (terças-feiras). A presente matéria está em sintonia com os relatos e anotações das seguintes equipes: Coletivo Margarida Alves, Rádio Brota e Bento Fala.

 

Exatamente dois meses após a tragédia, deu-se o primeiro encontro, em 5 de janeiro. A empresa Samarco foi quem conduziu as pautas da reunião, apresentando um balanço das ações realizadas pela empresa até aquele momento. São elas: trabalho e renda, volta às aulas, atendimento psicosocial, moradia temporária, cultura, monitoramento das barragens, entre outras. O relato do encontro, publicado na página do Coletivo Margarida Alves finaliza destacando que “ao longo da apresentação restou claro que tem ocorrido reuniões com as comissões atingidas a porta fechadas, aparentemente sem a presença do Ministério Público”.

A reunião seguinte, realizada no dia 12 de janeiro, também conduzida pela Samarco, foi marcada por intervenções impacientes dos que lá estavam. Intervenções questionando o uso de termos como beneficiários e agronegócio vieram a tona nos áudios apresentados abaixo:

E o vídeo a seguir, gravado pelos uruguaios Marcelo Aguilar e Pedro Cayota, apresenta uma forte intervenção mineira.

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Atingidos pelo rompimento de barragens criticam Janeiro Cultur…

|Tragédia do Rio Doce|Em reunião promovida pela Samarco com cerca de 200 atingidos pelo rompimento das barragens na região de Mariana (MG), moradores protestam ao se depararem com uma proposta de agenda cultural para ‘entreter’ os atingidos. “Eu estou perdendo tempo aqui com vocês falando isso. Se a gente fizer essa agenda cultural, a gente continua com a lama lá. Não fica embromando a gente não, resolve esse trem mais rápido para nós. Revolve o terreno. Se tiver que pagar indenização, paga. Não estou aguentando esse trem mais não”, reclamou um dos moradores.O encontro aconteceu na terça-feira (12), Centro de convenções de Mariana, na cidade mineira. As atividades da programação do chamado “Janeiro Cultural” da Samarco deveria ter cerca de 1 mil pessoas, e somente 15 se inscreveram.Vídeo: Marcelo Aguilar e Pedro Cayota.

Publicado por Brasil de Fato em Quarta, 13 de janeiro de 2016

 

Nesse dia, foram retomadas as considerações da última audiência pública na presença de um juiz a respeito do processo das indenizações. Uma família manifestou que ela perdeu a casa em Bento, mas como tem casa em Mariana também, não foi considerada na indenização da primeira audiência. Falaram pra ela que seu caso entra na próxima audiência pública, a ser realizada dia 20 de janeiro. Também foi destacado que as vítimas trabalhadoras da Samarco não entraram no debate no momento porque o processo corre na justiça do trabalho.

A última reunião a ser destacada na presente matéria ocorrida dia 19 de janeiro, no Centro de Convenções de Mariana. Dessa vez, sem a presença da Samarco e com número menor de participantes. Na reunião foram ouvidos um coletivo de arquitetos populares, que apresentaram uma proposta de acompanhar o processo de reconstrução. Também falou o Coletivo Margarida Alves a respeito da frente jurídica. Um promotor evidenciou a importância da presença das margaridas e disse que elas podem ajudar em algum tipo de negociação mais específica, esclarecendo direitos, etc. Depois falou o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), também sobre direitos dos atingidos, legislação de barragens, etc. E por fim falou o Conselho Municipal de Saúde na linha de auxiliar em questões referentes a saúde. Agradecemos o grupo Bento Fala pelo relato desse último encontro.

Nas atas disponíveis na página do Bento Fala, verifica-se, nas reuniões, a participação dos seguintes: Comissão dos Atingidos de Paracatu, Bento Rodrigues, Ponte do Gama, Pedras e Campinas, Prefeitura de Mariana, representantes da Samarco e do Ministério Público, GESTA, MAB e equipes autônomas de comunição.

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Redação

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