Esquema Berlusconi derruba Mário Monti

Por Marco Antonio L

O amargo adeus de Monti alimenta o clima de incerteza na Itália

Yahoo

Cristina Cabrejas.

Roma, 9 dez (EFE).- O anúncio surpreendente e cheio de amargura da renúncia do presidente do Governo da Itália, Mario Monti, em assim que for aprovada a Lei de Orçamentos, gerou uma clima de incerteza sobre o que vai acontecer nos próximos dias no país, tanto no âmbito econômico como no político.

O diretor do jornal “Corriere della Sera”, Ferrucio de Bortoli, descreve neste domingo o “mal-estar” e “a amargura” de Monti pela retirada de confiança do partido de Silvio Berlusconi, o que lhe levou a tomar esta decisão.

Segundo De Bortoli, Monti “teria preferido que lhe tirassem do Governo diretamente com um voto de censura, ao invés de sair desta maneira”.

Monti se referia às duas questões de confiança não votadas pelo partido Povo da Liberdade (PDL) no Senado e às duras críticas à política do governo feitas na Câmara dos Deputados pelo secretário desta legenda e aliado de Berlusconi, Angelino Alfano.

Sobre a decisão de Monti também pesou a candidatura de Silvio Berlusconi às eleições, da qual soube no caminho de volta à Itália após uma reunião econômica em Cannes (sul da França).

Por isso, Monti decidiu, segundo revela o diretor do “Corriere della Sera”, anunciar sua intenção de renunciar, pelo bem do país, um sábado, com os mercados fechados, e com a intenção de que na segunda-feira, quando abrir a Bolsa, as águas estejam mais tranquilas.

Um dos maiores temores após o anúncio de Monti é qual será a reação dos mercados e, sobretudo, do prêmio de risco, que sob o governo de Monti caiu de 575 no fim da era Berlusconi para 300 pontos em novembro de 2012.

O “Corriere della Sera” também especula uma hipótese que ganhou força nas últimas horas – a de que agora que Monti já não tem a pressão do governo, fique livre para concorrer nas eleições com o apoio de uma coligação.

A imprensa italiana se pergunta também sobre o que vai acontecer nos próximos dias com as leis que ficarão pendentes no Parlamento sem serem aprovadas e com a possível data das eleições gerais.

Como se lia na nota da Presidência da República que anunciava a renúncia de Monti após a aprovação do Orçamento Geral, agora o primeiro-ministro terá que comprovar se os partidos estão dispostos a votá-la.

Após a aprovação dos orçamentos, acrescentava a nota, “e após consultar o Conselho de Ministros, Monti oficializará sua irrevogável renúncia”.

Tudo aponta que as eleições serão em fevereiro, já que é preciso esperar 45 dias (no máximo 70) da dissolução do Parlamento até o dia das eleições e além disso coincidiriam com o pleito regional em Lácio, Lombardia e Molise, o que geraria uma grande economia para os cofres do Estado.

O governo pretendia que a lei que contém os Orçamentos chegasse ao Parlamento para sua aprovação por volta de 18 de dezembro, por isso poderia estar aprovada antes das festas de fim de ano.

Desta forma, podem ficar sem ser aprovadas leis importantes como o decreto “Ilva”, que salvaria momentaneamente a siderúrgica de Taranto, que dá trabalho a cerca de 20 mil pessoas, e também o Decreto de Crescimento, que contém várias medidas para a modernização do país.

Por enquanto, Berlusconi não se expressou sobre a decisão de Monti, mas alguns de seus correligionários, como a deputada Daniela Santanche, não tiveram dúvidas de declarar “que foi o primeiro triunfo” de “Il Cavaliere”. EFE

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador