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Do Terra
Mera existência de Fidel é um freio para Cuba, dizem exilados
Às vésperas do aniversário do líder cubano, exilados em Miami dizem que, mesmo não mandando no país, Fidel freia reformas urgentes para a ilha
Importantes figuras do exílio cubano em Miami consideraram nesta segunda-feira que Fidel Castro, que completa 87 anos amanhã, terça-feira, “já não manda” e vive um “declive vertiginoso”, embora sua mera existência seja um “freio” às reformas urgentes que querem ver na ilha.
É o oitavo aniversário de Fidel desde que delegou o poder ao irmão Raúl em 31 de julho de 2006 por causa de uma grave doença, mas para o exílio cubano não há nada para comemorar.
Carlos Alberto Montaner, escritor e jornalista
“Fidel já não manda e sua decrepitude tem brilhos cada vez menos frequentes de lucidez, mas sua mera existência é um freio às reformas urgentes que o país necessita”, destacou o escritor e jornalista cubano exilado Carlos Alberto Montaner.
Fidel é uma espécie de zumbi stalinista que vaga aos trancos e barrancos entre as fileiras do poder
Carlos Alberto Montaner escritor e jornalista cubano exilado
Com sarcasmo, Montaner descreveu Fidel Castro como uma “espécie de zumbi stalinista que vaga aos trancos e barrancos entre as fileiras do poder”.
Huber Matos, ex-comandante da revolução
Por sua vez, Huber Matos, o único dos comandantes históricos da revolução cubana exilado, disse à que Fidel é, “a esta altura, um velho carregado de culpa pela traição ao povo cubano e pelas muitas desgraças que trouxe ao mundo”.
O dano que Fidel fez vai demorar muito a sarar
Huber Matos ex-comandante da revolução cubana
Matos, 94 anos, se mostrou muito cético diante da possibilidade de uma “recuperação rápida” do país se o sistema comunista cair. “Quando se acabe todo este período, vamos ter de voltar a fundar a República”, não só no âmbito institucional, mas no terreno dos valores éticos e morais, comentou.
“O dano que Fidel fez vai demorar muito a sarar. Perderam-se totalmente os valores morais (na ilha). O povo aprendeu a roubar, a mentir”, disse o ex-comandante, que ficou 20 anos preso por divergências ideológicas com Fidel Castro.
Matos mostrou sua vontade ferrenha de viver para “ver a mudança em Cuba e dar conselhos para uma nova fundação República, que hoje é um grande sítio manuseado pelos Castro e um povo desesperado pela fome e a perda de valores”.
Ramón Saúl Sánchez, líder do Movimento Democracia
“A desconstrução da imagem de Fidel Castro diante do povo cubano e da comunidade internacional é vertiginosa, vão se dar conta que foi um ‘militarzinho’ latino-americano”, declarou Ramón Saúl Sánchez, presidente da organização do exílio Movimento Democracia.
Vão se dar conta de que Fidel foi um ‘militarzinho’ latino-americano
Ramón Saúl Sánchez presidente da organização do exílio Movimento Democracia
Mas o doloroso para Saúl Sánchez, é que “dezenas de milhares de vidas que Fidel cerceou não possam ter aniversário, enquanto ele comemora ainda”.
Na opinião do ativista cubano, o “pior castigo” para Fidel Castro é o que encara neste momento: o fracasso de um sistema e um regime imposto pela “força do fuzil e o abuso”, e não pela “força moral”, e contra o qual se rebelam os cubanos. “A vida é sábia”, disse.
Orlando Gutiérrez, diretor do Diretório Democrático
Para Orlando Gutiérrez, diretor do Diretório Democrático, a imagem de Fidel sofreu uma “grande deterioração diante do povo de Cuba” e a “gente sabe que se trata de um assassino e um mafioso” e um dos “grandes arquitetos do totalitarismo do século XX”.
Fidel foi um dos grandes arquitetos do totalitarismo do século XX
Orlando Gutiérrez diretor do Diretório Democrático
Gutiérrez qualificou de “absolutamente desprezíveis” as felicitações e reconhecimentos que enviam alguns governos latino-americanos e presidentes aliados a Fidel Castro.
“A maioria dos cubanos não compartilha esses festejos e desejam que este homem nunca tivesse nascido”, sentenciou Gutiérrez, para quem, apesar de Fidel Castro “já não lidar com os assuntos diários do Estado”, mantém uma influência chave em temas como a “ocupação da Venezuela”.
Antonio Díaz Sánchez, membro do conselho coordenador do Movimento Cristiano de Libertação
Castro “tem zero capacidade de influência” nos assuntos de Estado, mas a “junta militar que governa Cuba e herdou o poder de Fidel mantém o regime totalitário que ele manteve com o poder absoluto”, ressaltou Antonio Díaz Sánchez, membro do conselho coordenador do Movimento Cristiano de Libertação (MCL) em Miami.
Concretamente, Fidel já não é sequer uma “figura consultiva” e sua imagem é utilizada por um regime liderado por seu irmão Raúl, entregue ao nepotismo de “parentes e seguidores que empregam um mecanismo de simulação de vontade de mudança”, concluiu Díaz Sánchez.
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