Três poderes impotentes, autonomia com harmonia, por Flavio Goldberg

Inapetentes sim, inapetentes para o exercício civilizado, dialógico de poderes que precisam se ajustar o que resta à pretensão megalomaníaca de alguns que se acreditam donos do destino do Brasil.

Três poderes impotentes, autonomia com harmonia.

por Flavio Goldberg

Os sucessivos conflitos entre os três poderes da República, legislativo executivo e judiciário marcam a história política brasileira nas últimas décadas.

Impeachment, renúncia, suicidio, golpes são o sintoma manifesto de um sistema anti-sistêmico em que um dos países mais poderosos por sua população e recursos naturais do mundo fica à mercê de um regime oligárquico em que alguns grupos monopolizam a riqueza sobre a indigência, através da corrupção, da manipulação midiática e da força.

Cabe aqui lembrar Sampaio Doria “o chefe de Estado ou é o rei hereditário e perpétuo, cuja vontade decrete e execute as leis, ou é um caudilho que, usurpando ao povo a soberania, decrete como poder pessoal as leis que execute, ou mande executar. Um e outro, onipotentes e irresponsáveis. Os governados estão paralisados e sem voz, sob o jugo sem partilha do déspota, coroado ou sem coroa”.

O povo na ânsia de sobreviver pelos canais políticos duramente, conquistados estatue a Constituição com os braços distributivos de Poderes que devem se entender de forma autônoma com harmonia.

Mas, infelizmente, a ganância desenfreada que almeja a onipotência implica na impotência.

Quanto mais o Legislativo invade o Executivo exigindo cargos, favores, funções, o Executivo castra o STF e este, por sua vez se pretende soberano sem limites, mais e mais os três poderes se paralisam no instante dramático em que milhões de pessoas estão encarceradas, sem trabalhar, estudar, transitar, enfim viver, na conformidade de uma estratégia para enfrentar terrível pandemia que ceifa o futuro da nação.

Aliás uma estratégia que invoca as tendências ditatoriais de tiranetes confusos e violentos que se apoiam na política de uma O.M.S. que por definição, corre desvairada atrás de uma virose que desnudou a falência de TODOS os sistemas de saúde contemporâneo em todo o mundo.

Inapetentes sim, inapetentes para o exercício civilizado, dialógico de poderes que precisam se ajustar o que resta à pretensão megalomaníaca de alguns que se acreditam donos do destino do Brasil.

A compreensão no socorro de Marcuse, o início da civilização, fundação do governo do pai sobre os filhos.

Sem que isto signifique a única saída, as palavras de Felipe Ramirez: “O parlamentarismo é cortesia cívica, tolerância, discussão pública, tradição; é, pois, sistema exótico em regimes de caudilhagem”.

Flavio Goldberg, advogado e mestre em Direito.

Redação

1 Comentário

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  1. A herança da escravidão e como lidamos com ela, da pior maneira possível, nos marca e nos condena. Estamos perdidos. Ia dar nisso, com ou sem coronavirus.
    Os poderes, a começar pelo judiciário, estavam despreparados para qualquer coisa, de pertencer a um país, uma nação. Corromperam-se na falta de com promisso com a própria lei. E judiciário sem o império da lei é bandidagem cruel. Como é.
    No governo do PT, o judiciário e as instituições como as FFAA, viram uma oportunidade de tomar o poder, usar seu poder, “governar o país”, ter um país “só deles”, fazer o que bem quer. D’aí o golpe, imoral mas dentro da sua normalidade, dentro do espírito do maior descompromisso e irresponsabilidade.
    O mundo era ideal, comandado por um país guerreiro, terrorista e idolatrado por todos. Um mundo idiota e idiotizado. Um mundo do trump, um mundo do bozo.
    Agora, com dois meses de corona virus , fica claro o despreparo de todos. Dois meses e cada dia mais perdidos. Completamente sem noção e descompromissados com algo que seja “povo”.
    Está aí, escancarado, o despreparo de todos os tais poderes, com destaque para o judiciário.
    Por isso o desespero explicável e esperado do inexplicável bolsonaro e seus 57 milhões de votos da globo et caterva. Na crise que pede um lider, e não um malandro esperto, fica tudo no ar.
    E os economistas? Que despreparo. Sumiram. Pior que tudo isso. Guedes, dando palestras em bancos, representa bem este desastre.

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