Tag: Romério Rômulo
Nesta confusão dos demônios, por Romério Rômulo
Qualquer tempo é o tempo / E sobre ele eu não sei.
Morre-se em Minas. Pode-se morrer em Minas. Por Romério Rômulo
Recorto vozes e calo / Qualquer sujeito no breu.
Dos portais de Villa-Lobos, meu outono, por Romério Rômulo
Pela fera em visão de abandono / Na crueza infiel da melodia
Quem me beijava/se eu nascesse amanhã?, por Romério Rômulo
Sei dos parafusos e da ferrugem / Sei dos motores, mas não sei das gentes.
Genealogia, por Romério Rômulo
Corpos sem osso quase, quase irmãos / casados como dia e noite casam.
Vamos chamar o vento, Dorival Caymmi!, por Romério Rômulo
De Caymmi, da Bahia, num momento / Um corpo em vento leve a se bailar
Meu corpo, só um espaço, por Romério Rômulo
A carne, puro bagaço / O meu fim, o meu começo.
A luz de Petra Costa é um facão sem corte, por Romério Rômulo
Sem Petra a vida não seria a mesma / e seu sinal é a liberdade.
O fogo que perturba a tua alma, por Romério Rômulo
Eu trago uma missão filha da puta / Que sempre traz a morte e emperra a gente
É palpável o mistério das coisas, por Romério Rômulo
Todo mistério é um estado que me come.
Por cidades que andei/pisei mais onde pisei, por Romério Rômulo
Num rito colossal de paz e guerra / se sobre a tua mágoa eu me fizer / eu vou minar teu coração de terra.
Menina, me grita agora/tens um irmão, tens um rei?, por Romério Rômulo
Posso morrer na demora / de amores que nem criei.
O mês de dezembro foi-se, por Romério Rômulo
Tudo é um jogo / de terra e fogo
Te dou de mim/o que couber tua mão, por Romério Rômulo
Sou pouco / e vendo um corpo com tantos anos / de uso
A casa do meu silêncio, por Romério Rômulo
É nela que encontro sempre / a minha água mais limpa / É nela que enterro sempre / o meu poema mais sujo.
Humanamente forte, humanamente frágil, por Romério Rômulo
Quem precisar de mim / que me devore!
A moça do Freud, 2 – por Romério Rômulo
digo que sou poesia / camarada do Adelzon / e um certo Carlos Scliar / fez meu retrato em crepom.
O mundo é muito cedo/e é de quem arde, por Romério Rômulo
Te peço perdão, moça, se pequei / Pelos teus olhos e neles me rasguei.
O amor é sempre um mastro de navio, por Romério Rômulo
A solidão espera / A lágrima presa no olho, derretida / Como chumbo da aldeia.
Quando tudo chegar e eu me for, por Romério Rômulo
Vou sobretudo dizer / da necessária visão dos meus domínios