Brasil precisa endireitar a sociedade estimulando o talento e o trabalho

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Enviado por Alexis

ECONOMIA, CULTURA E POLÍTICA

Sabemos que mais de 520 bilhões de dólares depositados em paraísos fiscais, fora do Brasil, pertencem a poucos maus brasileiros. Naquela quantia deve estar a recente história de corrupção neste país.

SEGUINDO O DINHEIRO:

1.       Controlar movimento: Voltar com a CPMF, desta vez com abrangência apenas às movimentações mais volumosas, gerando dinheiro para a saúde e taxando um pouco mais aos mais ricos;

2.       Fiscalizar, anualmente, as declarações de impostos de todos os cidadãos brasileiros visando aumento injustificado de patrimônio. Obrigatório para empregados e agentes públicos;

3.       Agilizar, dar máxima transparência e desburocratizar contratações públicas, para reduzir custos e evitar a excessiva “valorização” (e risco de corrupção) de agentes públicos que participam do processo, direta ou indiretamente;

4.       Agir com rigor em relação às contas de brasileiros no exterior. Acabar com sigilo e dar o nome aos bois. Checar essas quantias com as declarações de renda. Trazer de volta esses dinheiros;

5.       Imprimir maior conteúdo técnico e, ao mesmo tempo, simplificar a ação de determinadas varas no judiciário em matérias tributarias, financeiras e contáveis.

LEI DE GERSON:

No geral, falta uma ação da sociedade em contra da proliferação da Lei de Gerson. A sociedade deve de algum modo valorizar as ações corretas e, pelo contrário, punir ou criticar as ações incorretas, em geral, desde jogar lixo na rua até gastar água ou energia em excesso.

TRABALHO VS. NEGÓCIO:

Generalizou-se no Brasil, nas camadas mais altas da sociedade, que o bom para o Brasil é o ambiente de negócios e não o ambiente de trabalho. É muito diferente trabalhar dentro de um negócio, que apenas fazer negócios dentro do negócio. Explico-me: Em ambiente onde participo, uma elevada porcentagem de pessoas vivem ou querem viver fazendo negócios e não trabalhando em alguma coisa onde sejam mais preparados. Ou seja, muitos querem ganhar alguma % por indicar alguém, por dar um telefonema a um amigo, e etc. Há poucos que querem trabalho mesmo para executar e fazer. Estes últimos estão condenados a pagar vultosas comissões a esses atravessadores de “negócios”.

A RELAÇÃO CAPITAL – TRABALHO:

A antiga relação CAPITAL + TRABALHO = GERAÇÃO DE RIQUEZA, foi deturpada por dois lados:

a)      O capital foi sublimado para nuvens de donos de dinheiro, não de empresários propriamente ditos. A antiga figura de empresário que coloca capital no seu negócio está em extinção, e agora o empresário é quase um trabalhador que colocou o seu nome na reta para tocar um negócio. O dinheiro saiu da esfera real e agora o dinheiro ganha apenas dinheiro, pela renda e juros. Pessoas têm dinheiro, mas não querem ser empresários (para que?);

b)      Entre o Capital e o trabalho criou-se uma categoria de pessoas espertas que ganham na comissão, na porcentagem, no lobby. São milhares de brasileiros que ocupam esta posição esperta, que lida com a corrupção, participando desonestamente da antiga equação de capital e trabalho, levando por fora apenas porque conhece alguém, porque pertence a alguma agremiação ou partido, porque está num cargo-chave, etc.

Esta deturpação das regras lógicas da economia real (que inclusive deu origem a muito partidos políticos em nível global, no final do século XIX ou começos do século XX) tem feito:

·         Desestímulo a quem trabalha e produz mediante o seu talento;

·         Desestimulo a quem investe o seu próprio dinheiro em produto ou serviço com base no trabalho;

·         Desestimulo para quem investe no Brasil;

·         Assalariados trabalhar para ter a sorte, um dia, de ocupar um cargo-chave. Isso substituiu a realização pessoal pelo trabalho;

·         O empresário propriamente dito quase já não existe.

O anterior ocorre em qualquer atividade lucrativa e empresarial (no futebol, no meio artístico, etc.).

ORIGEM CULTURAL NO BRASIL

Tudo vem desde menino indo a Disney, seguindo pelas compras em Nova Iorque, culminando na compra de imóvel em Miami, sinalizando que esse é o fim dos seus dias ou meta de vida.

Brasil (e o mundo todo) está andando meio torto, e a sociedade caminha para isso. A esfera política vive; se nutre; e é eleita dentro desses princípios.

Para mudar o quadro acima é uma tarefa gigantesca, econômica e cultural. Parece que desaprendemos a sermos brasileiros e precisamos de um banho histórico de Barão de Mauá até Antônio Ermírio de Moraes.

Brasil precisa endireitar a sua sociedade: estimulando o talento e o trabalho (desestimulando o ganho por QI – quem indicou); a educação; a cultura; a consciência cívica, etc. A solução está por aí: um país será desenvolvido mesmo quando os seus habitantes sejam desenvolvidos.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Apenas uma ressalva, Alexis.

    Apenas uma ressalva, Alexis. Proponho a expressão “melhorar a sociedade” ao invés de “endireitar a sociedade”. É que “endireitar” nos evoca direita, palavra de má fama em nossa terra, por conta do histórico pouco recomendável de muitos  direitistas nativos.

  2. O que você acha?

    Bom dia a todos,

    caro autor, desculpe-me, mas o brasil NÃO precisa   “ENDIREITAR” a “SOCIEDADE”.

    Aliás, o que o brasil não precisa e de “endireitar-se”.

    Quanto ao estímulo do trabalho , isso não representa nenhuma novidade. Melhor dizendo, não é que o “Brasil”  precisa estimular o trabalho e o talento. Isso ele, “o Brasil”,  já o fez. A CR/88 que já tem seus 26 anos estimulou, exatamente, o trabalho e o talento! Trata-se de  um dos fundamentos do “Brasil”.

    Em seu texto você elenca uma séria de possibilidade para que este FUNDAMENTO aconteça. Acredito que é exatamente ai que moro, ops, que mora o problema.  

    E para sintetizar muito, o que realmente precisa no Brasil – que é um país rico – passa mais ou menos pelo seguinte:

    Enfrentamento claro, aberto, transparente e com linguagem acessível para a maioria, do CONFLITO DE INTERESSES, nele incluído o conflito de distribuição.

    Nesse sentido, segue a minha contribuição para que possamos iniciar um debate sobre nossas “regras do jogo”.

     Alguém ai sabe me dizer de forma clara, transparente, precisa e com linguagem acessível para a maioria como está repartida a riqueza neste país?

    Quem tem o que e onde?  Sugestão de fonte para esta pesquisa: Declaração de imposto de renda.

    Com estes dados poderíamos também descobrir como está dividida a propriedade em praticamente todas as suas formas, tais como:

    Ações de organizações S/A

    Propriedade de terras, imóveis.

    Dinheiro, ouro, títulos ( inclusive públicos) etc.

    Enfim, vamos fazer um levantamento amplo destas informações.

    Com este levantamento em mãos, ai sim, vamos estimular o TALENTO, a MERITOCRACIA, o TRABALHO etc.

    Aliás, de estimular faríamos um “benchmarking” com os talentosos que conseguiram vencer , com muito mérito, e progredir nesse país de grandes talentos. Que tal?

     

    Seria um ótimo caminho para um debate de ideias,  não? O que você(s) acha(m)?

    Saudações

     

     

     

     

    1. Obrigado

      Caro Mogisénio

      Obrigado pelo seu comentário.

      Sobre o titulo do post, já foi explicado abaixo.

      Sobre o seu comentário, me temo que ele foque numa espécie de fechamento de balanço, passando a régua e ver quem é quem.

      O que proponho é um conjunto de ações que, gradativamente, caminhem para o desenvolvimento do povo e, com isso, ao desenvolvimento do Brasil.

       

  3. Os itens 2 e 4 já são

    Os itens 2 e 4 já são previstos em lei e existem órgãos específico para essa finalidade, como Receita Federal e COAF. Quanto ao item 1, sou totalmente contra a CPMF, porque já pagamos impostos demais, e na cabeça dos governantes nunca passa cortar despesas, só aumentar impostos.

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