Dilma se reúne com sindicalistas

Jornal GGN – Ontem, segunda-feira (8), a presidente Dilma Rousseff recebeu no Palácio do Planalto representantes das centrais sindicais. A reunião durou quase duas horas e os sindicalistas apresentaram uma pauta que inclui a proteção do salário mínimo, correção da tabela do Imposto de Renda, redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário. Dilma prometeu criar uma mesa permanente de negociação com as centrais e tratar esses temas a partir do mês que vem. 

Após ser criticada por movimentos sociais, Dilma tem reunião de 2 horas com centrais

Por Luiza Damé

Do O Globo

Presidente prometeu tratar de reivindicações a partir do próximo mês

Ao lado de Manoel Dias e Mercadante, Dilma recebe centrais sindicais – Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA — Depois de ser criticada por não receber os movimentos sindicais, a presidente Dilma Rousseff abriu as portas do Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, às centrais sindicais. A reunião, que não tinha uma pauta definida, durou quase duas horas, e os representantes do movimento sindical apresentaram uma pauta de consenso que inclui a proteção do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda, a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário. Dilma prometeu tratar desses temas a partir do próximo mês, em uma mesa permanente de negociação com as centrais.

— Fomos convidados para esta reunião com a presidente. Foi uma reunião que não tinha uma pauta programada, mas nós achamos que foi de muita importância essa retomada de diálogo. Nós colocamos a nossa pauta — disse o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

A Força Sindical, segundo Torres, além dos temas em comum com as demais centrais – Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) -, manifestou preocupação em relação aos direitos dos trabalhadores nas obras atingidas pelo escândalo da Petrobras.

— As empresas começaram a não pagar os trabalhadores. Essa crise da Petrobras começou a chegar aos assalariados. Essa é uma grande preocupação que ainda está localizada no Recife, em Porto Alegre e no Rio — disse Torres.

O sindicalista afirmou que Dilma prometeu chamar a direção da Petrobras para debater a situação dos trabalhadores. A Força Sindical sugeriu que a Petrobras pague na Justiça do Trabalho os direitos dos trabalhadores das empreiteiras contratadas pela empresa. O valor pago seria descontado do total do contrato.

— É uma preocupação da presidente também. Primeiro temos de garantir os direitos dos trabalhadores. São 5.000 em Recife, sem salários, da Alusa. No Rio Grande do Sul, mais de 1.000 foram demitidos pela Iesa. A Coperj, no Rio, a informação é que estava havendo atrasos. Qualquer obra que pare agora, são muitos trabalhadores na rua. Não estamos querendo acobertar. Que puna quem te de ser punido, mas os trabalhadores não podem pagar essa conta — afirmou Torres, acrescentando:

— A presidente disse que é uma injustiça com os trabalhadores e que tem de achar medidas que garantam os direitos dos trabalhadores.

Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, na reunião Dilma prometeu encaminhar ao Congresso medida provisória para corrigir a tabela do Imposto de Renda a partir do próximo ano. A presidente já havia editado medida provisória nesse sentido, mas perdeu a validade durante o recesso branco do Congresso, no período eleitoral. Dilma não falou em índice, mas as centrais querem no mínimo a reposição da inflação do período. Nos últimos anos, o governo tem dado 4,5%.

— A pauta que interessa aos trabalhadores, que é não perder o poder de compra do salário mínimo, que seja corrigida a tabela do Imposto de Renda, que o fator previdenciário seja discutido, a presidente disse que a negociação vai ter continuidade no governo dela. É importante também a preocupação dela com a manutenção do nível de emprego — afirmou Freitas.

O movimento sindical quer que o governo negocie uma nova fórmula de correção do salário mínimo. A atual — que considera o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e a inflação oficial do ano anterior — vale até o próximo ano. O temor das centrais é o discurso recorrente entre economistas de que a correção do salário mínimo gera inflação.

— A presidente não se comprometeu com a fórmula. Ela se comprometeu com a valorização — disse Freitas.

— A fórmula atual deixou a gente feliz até agora. Temos de discutir o aperfeiçoamento da fórmula _ completou Torres.

Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Manoel Dias (Trabalho) também participaram da reunião.

Redação

8 Comentários

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  1. Deu na Band News

    O procurador geral da república, Rodrigues Janot, teria sugerido a Dilma que demitisse toda a diretoria da Petrobras, inclusive a Graça Foster. Alguém sabe de mais algum detalhe sobre este assunto?

     

      1. E eh uma cara de pau

        E eh uma cara de pau tremenda!  Quais quadros tecnicos ele sugere?

        Ou eles caem do ceu?

        Caindo do ceu so quadro politico tucano, isso sim.

  2. A sugestão do Janot é razoável

    Procurador-geral critica gestão da Petrobras e sugere demissão de diretoria

    http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/12/09/procurador-geral-critica-gestao-da-petrobras-e-sugere-demissao-de-diretoria/

    Jornal do Brasil 

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta terça-feira (9) que a gestão da Petrobras se confugira num “cenário  desastroso”, e sugeriu a demissão da diretoria da estatal. As declarações foram dadas durante a celebração do Dia Internacional contra a Corrupção. Janot defendeu a punição de todos os envolvidos no esquema de corrupção.

    “Diante de um cenário tão desastroso na gestão da companhia [Petrobras], o que a sociedade brasileira espera é a mais completa e profunda apuração dos ilícitos perpetrados, com a punição de todos, todos os envolvidos. […] Esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar previamente culpa, a eventual substituição de sua diretoria, e trabalho colaborativo com o Ministério Público e demais órgãos de controle”, afirmou o procurador-geral.

    Rodrigo Janot destacou ainda o momento de turbulência do país. “O país se vê convulsionado por um escândalo que, como um incêndio de largas proporções, consome a Petrobras e produz chagas que corroem a probidade administrativa e as riquezas da nação”, enfatizou, reforçando que por ser uma empresa de capital misto com controle majoritário da União, a estatal deveria rever suas estratégias de combate à irregularidades.

    1. “enfatizou, reforçando

      “enfatizou, reforçando que por ser uma empresa de capital misto com controle majoritário da União, a estatal deveria rever suas estratégias de combate à irregularidades”:

      Porque ele nao se preocupa em fazer bem o trabalho DELE somente?

  3. esse é o diálogo que importa

    esse é o diálogo que importa à presidente e aos trabalhadores

    , pois é o segmento que pode sustentar o seu governo.

     como se ve historicamente, em tempos de crise,

    quem tende a perder mais é o trabalhador.

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