Brincando de Guerra

Brincando de Guerra.

Almir Forte

O clima no país continua com a temperatura altíssima, como se o calor cachoeirense se espalhasse comprometendo o clima político em Brasília, fazendo com que o Presidente da Republica e seus ministros resolvessem os problemas como se estivessem sentados em volta de uma mesa de bar, em Marataízes, a espera da próxima cerveja.

Pois, após o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, exportar o PCC para o restante do país, sob o pretexto de evitar grandes motins em suas prisões, transformou os presídios dos Estados do Norte, Nordeste e Centro-oeste em verdadeiros barris de pólvora, que agora explodem com mais de cem mortos até o momento.

E o Presidente Michel Temer, que primeiro classificou o massacre no presídio do Manaus como um “acidente pavoroso”, agora reúne governadores, secretários de segurança, brincando de estadista e sonhando ser Napoleão, promete enviar o auxilio das Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – para ajudar a combater os motins, que agora denominou de um “drama infernal”.

Mas, o verdadeiro drama é o seu governo, que depois de derrubar suas próprias previsões econômicas para o Brasil, não consegue ter uma proposta concreta para esse caos generalizado nos presídios, que vai se tornando rotina em nosso dia a dia nos noticiários, e, ao que tudo indica, sem qualquer previsão de terminar.

Esperar que as Forças Armadas resolvam a crise do sistema penitenciário brasileiro é brincar com nossa inteligência. É dizer que não temos no Brasil um grande número de especialistas e estudiosos sobre esse assunto que poderiam contribuir para uma solução. No entanto, o governo não tem mais credibilidade nem para convidar essas pessoas que, certamente, teriam enorme prazer em colaborar.

A grande pergunta é até quando a sociedade vai presenciar e esperar que se formem dentro dos presídios pequenos estados, minúsculos países, comandados por facções criminosas que transformam o estado brasileiro tão impotente que precise mobilizar suas Forças Armadas para combater cerca de trezentos ou quatrocentos criminosos que estão cercados em uma prisão.

Não se admite que um Presidente da República seja tão incapaz, tão insignificante e incompetente ao ponto de dizer para o mundo que está mobilizado suas tropas militares, numa verdadeira campanha de guerra, para combater alguns detentos que ousaram desafiar as normas das penitenciárias e impor suas próprias leis.

Ao tomar essa atitude, o governo está dizendo que não tem mais capacidade de comandar o país, está dizendo que tem menos autoridade que um diretor de Penitenciária, que não é digno- embora já saibamos disso- de ocupar tão importante função.

Esse, ainda é o resultado do golpe parlamentar-jurídico-midiático que assistimos no ano passado, que afastou uma presidente eleita, que não cometeu qualquer crime de responsabilidade, para colocar em seu lugar uma verdadeira quadrilha, que por ter certeza da impunidade, não vê importância em resolver o caos do sistema penitenciário por acreditar que seu futuro não será nesse mesmo local.

 

 

 

 

Redação

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