Porque não votar em Aécio Neves. Parte I

Porque não votar em Aécio. Porque as soluções apresentadas por eles, conservadores e neoliberais não se adaptam à realidade brasileira.

O Brasil é um país pobre. De muitas desigualdades. Com graves problemas em diversas áreas. Saúde, educação, segurança, transporte.

Até bem pouco tempo atrás, 12 anos, para ser mais exato, as chances do cidadão subir na vida eram poucas. E subir não no sentido de galgar postos de trabalhos, dentro de uma hierarquia empresarial. Mas aquela em que o sujeito corte o ciclo vicioso da miséria. Aquela em que não precise acordar como bicho e sair a caçar comida. Sem perspectiva alguma de melhoras. Sem poder pensar. Sem ter tempo de se planejar. Estudar. O luta pela sobrevivência não permite  tais “luxos”.

Então, o que fazem essas pessoas que não tem a mínima chance perante a vida? Ou ficam no seu canto e assim vivem. Transmitindo para seus  filhos a miséria e o conformismo diante da realidade. Ou saem de seus lugares e vêm “tentar a vida” em outras paragens, mais desenvolvidas.

Muitos nortistas e nordestinos vieram para sudeste maravilha. E aqui diante da mínima oportunidade conseguiram alguma melhora. Não sem antes sofrer todo tipo de discriminação, certo?

Eles tiveram muita coragem para sair de sua cidade natal. Deixar os seus. Abandonar mãe, pai, irmãos e amigos não é fácil.

Por que vieram então? Vieram porque a fome, a sede e a falta de trabalho, de perspectiuva os impeliam a isso. E não porque não gostavam de sua região. Ou amavam o sul/sudeste. Nada disso. É só perguntar a eles. Vieram por necessidade. Extrema necessidade.

Aprenderam a dançar tango, bolero, rock, fox-trot. Escutar jazz, country, blues. E ver seu xote, xaxado, forró vilipendiados pelo preconceito.

Sua culinária substituída pela alemã, japonesa, francesa, italiana. Suas roupas pelo jeans.

Perderam suas raízes culturais. Sua história.

Alguns venceram. Outros não. Mais tentaram. O que poderiam fazer, não é mesmo? Afinal, eles também sonham. Todos almejam dar melhor condições de vida para sua mãe. É um pecado? Claro que não.

E o significa essa atitude deles, se não sair do labirinto da miséria?

Agora imaginem se todos os habitantes desses lugares pobres resolvessem imigrar? O que aconteceria?

O sudeste maravilha fecharia as fronteiras. O preconceito, racismo aflorariam. Seria um tal de doutores, cientistas, economistas, sociólogos explicarem porque os sudestinos e sulistas não poderiam permitir essa diáspora.

Vamos nos ater apenas no Brasil república. O que os sucessivos governos fizeram para evitar que essas pessoas imigrassem, na base do desespero absoluto, para os centros mais desenvolvidos? Fora a repressão policialesca.

Na república velha construíram açudes. Já na nova o doaram cestas básicas,  vale gás, e um arremedo de bolsa escola foram as providências tomadas.

Agora, pergunto: esses projetos resolveram o problema da miséria? Diminuram o número de retirantes? Não, não resolveram nada e, digo mais, amplificou. São cem anos de miséria. Cem anos dos mesmos mandando no país. E pouco ligando para os destinos de muitos.

Então é eleito o Lula. Imigrante. Discriminado. Sabe o que é viver no sertão. Sabe o que é ser tratado como animal. Sabe o mal que faz ao ser humano perder o auto-respeito, a dignidade.

Com o olhar sensível institui o bolsa-família. Com regras: quem recebe é a mulher, a vacinação tem que estar em dia, os filhos em idade escolar recebem um adicional e etc.  O dinheiro sai da CEF,  direto para as beneficiadas pelo programa. Sem intermediários. E, como não adiante exigir sem dar condições, viabilizou a acesso ao profissional da saúde. E construiu escolas.

Este não é um espaço para muitos detalhes sobre o Bolsa. Quem se interessar por um estudo mais aprofundado sobre o tema recomendo a leitura do “Vozes do Bolsa Família”, de Walquiria Leão Rego e Alessandro Pinzini.

A Dilma aperfeiçoou e melhorou os mecanismos de fiscalização. E aumentou o número de beneficiados.

É um programa reconhecido e adotado internacionalmente.

O Brasil foi um dos raros que diminuiu a fome no mundo.

O governo do PT foi o único que até hoje pôs o dedo na ferida da desigualdade. Combateu a miséria de frente, sem medo. Deu oportunidade de vida aos necessitados de ajuda. Sem a precisão de deslocamento. Mesmo com o risco de perder as eleições.

O PSDB diz que vai continuar esse projeto. Até brigam pela paternidade. Se bem que, se eles fossem o pai, o filho estava na roça. Pois, foi chamado de bolsa-esmola. Bolsa-Vagabundo. Esculacharam com o rebento.

Bem, eles não vão, em hipótese alguma, continuar. O social não é a deles. A prioridade não é o tornar a sociedade menos injusta. Eles são pelo mercado e pelo estado mínimo. Assim como os outros anteriores ao PT. Não tem jeito. Falta tudo aos tucanos. Tudo.

Eles irão administrar o governo como se uma empresa fosse. E o que fazem os empresários diante de uma crise? A primeira coisa é demitir e cortar gastos.

Agora como demitir o cidadão brasileiro? Simples, cortar verbas para o social. Marginalizando grande parte dessa população. Mais uma vez.

O PSDB é desse time. E não se iludam, caso Aécio eleito , na primeira crise interna ou externa, o dinheiro dos programas sociais serão desviados. Através do DRU (Desvinculação de Receitas da União). É o fim do bolsa-família.

O motivo? Refazer o superávit primário. Equalizar as contas. O déficit fiscal. E todas essas balelas do economês.

Duvidam? Olhem o que aconteceu com a Grécia, Portugal, Espanha, Itália e tantos outros diante da crise de 2008. Cortaram  salário do funcionalismo público, verbas do social. Jogaram no colo dos trabalhadores o prejuízo. Tudo isso para não deixar os bilionários das finanças na mão. Um grupo de quatro a cinco pessoas.

E o Brasil? Atravessou a turbulência criando mais empregos, investindo, incentivando consumo, abaixando impostos. Os impactos foram mínimos.

Por que o PT age dessa maneira? Porque a prioridade é não sacrificar quem, por si só, já é sacrificado. Lula/Dilma priorizam o trabalho, o emprego e as questões sociais e não o capital pelo capital.

Outra coisa: o capitalismo vive de crises. Sempre tem crise. Os ricos ganham muito com a crise.

Sinceramente, você acha que Aécio, o Serra, o Armínio Fraga, FHC teriam essa visão do social? Eles priorizariam o trabalho? O emprego? Os programas sociais?

Só com a atuação incisiva do estado é que podemos resolver as injustiças sociais. E os tucanos não pensam assim. Eles são pelo estado mínimo, como frisamos anteriormente. O mercado ajusta essas injustiças. É sentar e esperar.

Pelo bem do Brasil, dos brasileiros o Aécio Neves não pode ser eleito. Os avanços sociais foram muitos. Não esperem dos tucanos os que eles  não podem dar. A solução dos problemas da desigualdade.

Redação

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