A política do Blog, a política no Blog, Marina Silva e meu voto em Dilma

Escócia-Reino Unido, 1:00 am. O sono se foi, e os meus botões ainda tratando da abertura recente do Blog para dois posts consecutivos declarando voto em Marina Silva. A questão não é ser contra a opção de cada um, mas o que está por trás desse cenário.

Todos nós, cadastrados ou não, temos a convicção que o jornalista Luis Nassif tem como bandeira a pluralidade. Tanto é que diversos colegas, inclusive eu, temos nossas opiniões elevadas a post em algumas ocasiões. Isso é louvável, mas o esforço do Nassif para ser plural nos faz lembrar como a Política é a base de todas as relações, e aqui no Blog não poderia ser diferente.

Eu, Francy Lisboa, sou reconhecidamente votante de Dilma e poderia muito bem elencar série de fatores que contradizem os recentes  loas para a candidata Marina Silva. Mas, primeiro, eu gostaria de fazer a reflexão sobre o jogo político dentro dos quatros linhas do campo do GGN.

Volto ao esforço do capitão do Blog em ser e parecer ser plural. Sintomas dessa necessidade é a constante contradição dos posts em relação à chamada polarização PSDB x PT. São diversos os posts dando conta das politicas de Estado desenvolvidas e operacionalizadas nos Governos petistas, como por exemplo, aquela referente ao renascimento da indústria naval brasileira. Contudo, ao mesmo tempo, parece haver esforço para tentar passar a crença de que PT e PSDB são “iguais”. Não, eles não são Nassif!

Não sou eu quem está dizendo. São os posts aqui desse espaço que mostram como a necessidade de fazer política é vital para respirar os ares de imparcialidade e não cair desgraçadamente na alçada dos chamados “Blogs sujos”. É como se os posts dissessem: é diferente, mas é igual. Fala-se das politicas sociais, do projeto nacional desenvolvimentista se contrapondo ao projeto mais liberal, e no final, o esforço para contrabalancear a narrativa e assim nadar nas águas da imparcialidade.

Pois bem, ao elevar duas claras propagandas políticas em favor de Marina Silva, o Blog nada mais faz do que continuar na toada de se vestir de pluralidade, o que é louvável, mas no meu entendimento, esse esforço não precisaria chegar a este ponto. Como disse um colega, a fama do Blog como imparcial já está estabelecida. Falou em Nassif, falou em ter vozes divergentes, pois mesmo que aqui pareça ter o predominio governista petista, todos tem voz. Aliás, esse é um ponto interessante e eu não saberia responder. Qual a proporção relativa de pessoas que comentam ou escrevem posts no Blog? Será mesmo que todos que frequentam o Blog são governistas como alguns afirmam? Ou será que os simpatizantes do Governo são aqueles com maior disposição para escrever e comentar? Isso somente o Nassif poderia nos brindar.

Existem historias de vida que podem servir de base para intitular um post como “Por que eu votarei em Dilma nesse ano”, ou “Por que votarei em Aécio”, apesar de achar este último título mais complicado. As razões para votar em A ou B dependem de cada um, e é ai que entramos em choque com a opinião alheia, não com ânimo belicoso, mas para argumentar. Pois, assim como nós reconhecidamente incomodamos alguns, também podemos ficar incomodados com opiniões que não concordamos.

Ai entra o debate Marina x Dilma. Há uma palavra bastante utilizada: “credibilidade”. Primeiro precisamos definir: credibilidade em relação ao que? Segundo, credibilidade para quem? Existe um enorme vácuo entre o desejo e a realidade. A retórica da preservação ambiental é algo que particularmente irritante para mim uma vez que estou diretamente envolvido com a pesquisa na área. O cetismo que possuo, e acredito ser compartilhado por muitos, é fruto da constatação óbvia de que o Brasil não pode ficar a mercê do sopro dos ventos, assim como as chamada mudanças climáticas estão sendo utilizadas como barreiras protecionistas não convencionais, as quais ainda não estão sujeitas ao julgo da Organização Mundial do Comércio.

O Brasil precisa melhorar infraestrutura para atender os anseios de uma população que começa a ter destaque no cenário mundial não apenas como o país das bundas e do futebol. A população começa a fazer o êxodo contrário, se espalhando cada vez mais pelo inteiro do Brasil, o que já gera e gerará pressão sobre os recursos naturais. No nível atua de demanda, que tem como modelo o país do Walt Disney, a população não vai querer saber se os bagres podem ou não namorar, ou se a perereca é endêmica. Como Marina vai resolver isso? Marina tem credibilidade para quem? Para as pessoas que já atingiram seu potencial de consumo ou para a massa sedenta para consumir mais?

É um erro associar somente Marina Silva ao esforça de um Brasil sustentável. As políticas agrícolas dos Governos petistas possuem méritos que vão além da vontade de “parar para conservar”. Exemplo é o volume cada vez maior de recursos destinado ao programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), o qual tem como objetivo base reduzir as emissões de gases do efeito estufa por meio de incentivos financeiros aos produtores querendo se adequar a atividades agrícolas menos intensiva, preservando desde nascentes até a capacidade regenerativa dos solos. Apesar da contratação dos primeiros dois anos 2009 e 2010 ter sido baixa, o numero de contratos no plano ABC vem crescendo desde 2011 (Ângelo, 2012), e mostra que produtores brasileiros estão se conscientizando de que barreiras ambientais não convencionais poderão afetar suas vendas em futuro próximo.

Percebam. Essa grande ação não é vista como preservativa, pois não tem a aura messiânica por trás, mas sim o trabalho de gestores, tais  como meus colegas engenheiros agrônomos, florestais, agrícolas,  zootecnias, veterinários, biólogos e cientistas sociais. Sem a figura central em que se possa vestida a roupa da conservação ambiental estéril. Afinal, não se trata disso, é preciso casar as coisas. Nossas necessidades e a preservação, e isso os Governos petistas vem se empenhando. Mas é claro, falou em natureza, pensou em Marina Silva, como se a defesa da Amazônia  por esta fosse a única coisa a representar anseio “verdadeiro” de preservação.

É até engraçado quando se joga o jogo de tabuleiro do “emcimadomurismo” e se afirma que Dilma, Aécio e Marina têm projetos similares, e o que definirá é a credibilidade. Ora. A tal credibilidade “mariniana” vem sendo desmoronada ao longo dos últimos quatro anos quando a imaculada Marina se acercou da nata da matilha financista. Lobos que depois de se forrarem degradando recursos naturais e vidas aqui, mesmo que indiretamente,  posam agora como protetores da natureza. O discurso de Lara Resende de que quem chegou, chegou, e quem não chegou não chega mais, é de causar arrepios. Mas mostra a má fé de se colocar o projeto atual, claramente destoante, como sendo igual ao dos outros candidatos. Ora, se é igual então porque eles esbravejam?

Alguém aqui realmente acha que Belo Monte, transposição, Jirau, etc, sairiam se Marina estivesse no poder? Claro que não! Logo, não dá para dizer que são iguais. Ficar falando em sustentabilidade me lembra de palavras chaves que alguns cientistas usam para impressionar as bancas editorias munda afora, afinal, escrever “esse estudo busca sustentabilidade das sustentações em um mundo que precisa se sustentar sustentando a natureza” leva as lágrimas os editores encantados pelo tema do aquecimento Global.

Mas e quanto ao nosso agronegócio? Sei bem que aqui temos um ranço conservador histórico, mas é inegável o seu papel ontem, hoje, e no amanhã, como o Brasil sendo um dos poucos que dispões de áreas ociosas para manter a produção de proteína animal sem a necessidade de pressão sobre o meio ambiente (Strassburgh et al., 2014). É preciso negociar com os que lhe veem com desconfiança. O Agronegócio sempre viu no PT a “ameaça vermelha”, mesmo assim o Governo não para de rolar a divida desse setor e ano após ano a Plana Safra aumenta seu quinhão com financiamento de maquinas a se perder de vista e com juros baixíssimos. Marina iria ter disposição para ir em frente com as negociações ou iria dizer: “para que mais maquinas e equipamentos, vamos ser sustentáveis e blá blá blá?

Por fim, as opiniões são bem vindas, desde que sejamos honestos. Certa a vez eu escrevi que explorar as contradições é técnica corrente por aqui. E eu acabo de fazer exatamente isso. Não se trata de arrependimento. Não voto em Marina e voto em Dilma porque ela tem CREDIBILIDADE relacionada ao gerenciamento de projeto de nação e mais, tem coragem de colocar a cara à tapa, faz sim política, simplesmente cede e exige contrapartidas. A CREDIBILIDADE relacionada ao salvamento da natureza é importante, e ela vem sendo feita sem a necessidade de se criar personagens messiânicos, sem o intento de parar tudo para preservar, como fazem os verdadeiros gerentes e pensantes de uma nação. Marina Silva precisa aprender que o povo brasileiro não tem vocação para extrativista. Para chegar e apenas dizer salve a Mãe Terra! Só mesmo com a ajuda de anéis em dedos com valores e intenções bem definidos e DIVERSOS dentro mosaico chamado  Brasil. Para que todos unam seus poderes, pobre Marina, terá que ceder. Perceberá então que o país não precisa de ativista na presidência e sim de uma politica gerente, e essa se chama Dilma Rouseef.

 

Literatura citada

 

Angelo, C., 2012. Brazil’s fund for low-carbon agriculture lies fallow. Nature, http://

dx.doi.org/10.1038/nature.2012.11111.

Strassburgh et al. 2014. http://dx.doi.org/10.1016/j.gloenvcha.2014.06.001

Redação

59 Comentários

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  1. Sobre a “imparcialidade”

    Embora o dono do Blog seja responsável pelas postagens que aparecem na capa ou não, eu, na condição de leitor “independente” (não filiado – formal ou emocionalmente) a nenhum partido, considero excelente que os posts que seguem “contra a corrente” sejam alçados à primeira página, por um motivo muito simples: a maioria dos comentaristas, ou pelo menos aqueles que postam mais, são eleitores confessos do PT, alguns deles com um comportamento que beira o fanatismo. Tanto é que, a meu ver, a fama deste blog de ser “petista” vem muito mais do conteúdo dos comentários que das postagens (embora o fato do Nassif ser ligado à EBC certamente interfere também – o que reflete a imaturidade da discussão política no país mas isso é assunto para outro post). Assim, embora nem sempre concorde com eles, acho sempre muito bem-vindas as intervenções de autores como o Motta Araújo e o Zibell, intervenções essas comumente “espancadas” pelos “drones” da militância.

    Pessoalmente, e na mesma toada, gostaria muito de ver outros posts argumentando a razão de votar no Aécio, no Eduardo Jorge, na Luciana, até no pastor (arrrrgh, desculpa, minha “imparcialidade” não vai tão longe). Eu mesmo tomei a decisão (pelo menos até o momento) de votar no Eduardo Jorge, uma vez que me identifico muito com o programa dele, e eleição em dois turnos serve para isso mesmo – é fundamental que mostremos por meio do voto que temas que hoje são fringe como a legalização das drogas e do aborto têm sim o apoio de uma parcela crescente da sociedade. Além disso, ele defende o parlamentarismo com voto distrital misto – um sistema que consegue aliar as vantagens do voto distrital (proximidade ao eleitor, menor número de candidatos, diminuição do custo das campanhas) com as da lista fechada (fortalecimento dos partidos, enfraquecimento do paroquialisto …). Sem contar nas propostas de reforma administrativa, que são muito mais concretas que o “cortem os ministérios pela metade” do Aécio. Eu reconheço muitas qualidades no governo Dilma, e provavelmente votarei nela no segundo turno, mas acho um imenso desperdício votar nela no dia 3, ignorando outros candidatos que, apesar de serem hoje nanicos, oferecem um programa de governo muito mais atraente que o dos “3 grandes”. Se eles não ganharem votos desde já, como essas ideias vão chegar ao mainstream ?

    Por último, em relação às credenciais ambientais do governo Dilma, é inegável que houve progressos, como bem citado pela autora do post. No entanto, fatos como a falta de reajustes nos preço da gasolina (causando enormes danos à indústria do etanol e gerando fortes externalidades negativas) e o fomento incessante à indústria automobilística são exemplos de como o governo atual está longe de ter as credenciais “ambientalistas” que a autora a ele apregoa.

    1. Nao apregouo ambientalismo ao

      Nao apregouo ambientalismo ao Governo. Ele simplesmete tem as politicas que sao destinadas ao casameneto entre preservacao e producao, nao apenas o conservacionismo paralisante. Concordo que fomentar a venda de carros pode ter sido um erro. Mas uma coisa eh certa, quem jah tinha carrro quando era mais dificil comprar nao vai , pelo “bem da natureza” abdicsar dele. Por que entao quem vem depois, que sempre quis ter seu 1.0 na garagem nao pode dirigir? Tem que respeiar o meio ambiente e tal. Isso soh mostra que queremos fazer o certo desde que nao nos afete. Fernando Haddad estah certissimo ao dizer que as pessoas querem uma revolucao sem que nada mude.

      A pergunta parece obvia, mas a resposta nao eh simples:

      Por que depois que a massa passou a comprar carro, o “comprar um carro” encontrou eco no discurso de conservacao da natureza? Pelo visto, todos nos temos um pouco de Andre Lara Resende: quem chegou, chegou, quem nao chegou…nao pode mais.

      1. Eu entendo sua lógica, o que

        Eu entendo sua lógica, o que eu não concordo é que a ideia que o acesso a carros particulares pela maior parte da população seja socialmente meritório. Veja,essas pessoas estão comprometendo parcelas significativas do seu orçamento com financiamentos a juros altíssimos (dinheiro que elas poderiam usar em outros setores com potencial muito maior de ganhos à economia), apenas porque: 1. o transporte público deixa muito a desejar; 2. o carro ainda é, no Brasil, um símbolo de que a pessoa “chegou lá”. Nos Estados Unidos, que são a “meca” do transporte individual, já há pesquisas indicando que os mais jovens estão perdendo o interesse em ter um carro próprio, optando por guardar seu dinheiro para outras atividades. Da mesma forma, já ouvi argumentos que veículos antigos, sem condições de permanecerem nas ruas, não podem ser apreendidos porque seus proprietários não teriam condições de comprarem um carro mais novo. Ora, novamente estamos deixando de atacar o problema principal (transporte público deficiente) e adotando uma política quase “assistencialista”, com efeitos negativos para toda a população (poluição, acidentes, engarrafamentos etc).

        Também não concordo que “quem já tem carro não abre mão dele”: o meu está na garagem de casa nesse momento, uma vez que uso a bicicleta para vir ao trabalho todos os dias.

        1. Marcos, vc nao ter abrido mao

          Marcos, vc nao ter abrido mao do seu automovel eh raridade. Eu particularmente nem gosto de dirigir, isso me estressa. Ter carro nao eh sinonimo de ter status, eh uma necessidade em muitas ocasioes, obviamente gerada pelo fraca infraestrutura de transportes. Eu jah andei comentando por aqui, e muitos irao me criticar, mas ainda acho que nem mesmo 10 trilhoes de reais sendo gastos para resolver os problemas do Brasil serao suficientes. O problema nao estah soh nos recursos, infelizmente, ele estah na gente, na sociedade brasileira.Mas eu tenho esperanca..sempre.

           

          Abs

  2. Excelente comentário. Disse 

    Excelente comentário. Disse  o que eu penso.

    Proponho sempre a leitura do blog para os meus alunos. Acho que é importante a credibilidade que o Nassif construiu com o blog plural. De todo modo a tomada de posição acaba acontecendo pelos comentários.

    Agora é  hora de assumir uma visão crítica em relação à Marina e ao que ela representa sem perder a visão  crítica também  em relação ao  projeto de Brasil do PT. 

    1. CONCORDO

      Basta dizer que, em matéria de democracia de verdade, temos aqui vários comentaristas neoliberais – lembro de cabeça o Aliança, o Andre Araújo e o Rebolla, notórios comentaristas que, ainda que se opunham à maioria aqui e se sujeitem à comentários muitas vezes jocosos ou mesmo sejam acusados de trollagem, jamais tiveram seus comentários negados ou censurados, inclusive dialogando com os “governistas” do blog. Tente você, um governista, comentar no blog de um partidário do PSDB para ver o que lhe acontece.

  3. Concordo.
    Creio que muitas

    Concordo.

    Creio que muitas vezes Nassif pretende querer ser “mais realista do que o rei” , no “pluralismo”.

    Isso gera alguns desconfortos  e manifestações que também podem ser lidas de forma muito diferente da supostamente desejada por ele.

    Repito o que escrevi ontem. O voto é secreto. Quem quiser declarar o seu que o faça. Mas o faça pesando, comparando, refletindo sobre a história desse país. Espero que a mídia não seja a bússola para comentaristas desse Blog, né não.

    Depois de 60 anos vividos e de muitas e muitas campanhas também vividas e enfrentadas, declaro de novo meu voto em Dilma, pra continuar melhorando o país.

  4. A politica do Blog..

    Vá embora não Francy, fique, continue aqui os incomodados que se mudem, continue e escreva todos os dias coisas verdadeiras como estas.

  5. É a explanação do sentimento

    É a explanação do sentimento de que EU NÃO ADMITO NADA QUE NÃO SEJA UMA EXALATAÇÃO AO LULO PETISTMO.

     

  6. A PROPAGANDA TÁCITA E A EXPLÍCITA

    Será que o tácito (nos milhares de comentários), muitas vezes, não diz  muuuuito mais que o explícito (nos poucos posts, como o criticado hoje). 

    Acompanho o blog nas origens, desde o parto. O comandante do blog tem, desde sua atuação na mídia tradicional, a marca da imparcialidade.

    Mas no coletivo, com o crescimento do blog, a “pureza” desses valores de fundação sofreram arranhões. Pro-fundos..

    Qualquer visitante, que não conheça a história desse espaço democrático de reflexões, tenderá a concluir (equivocadamente) que o blog tem certo tom partidário, e não propriamente plural. Isso não me agrada embora entenda, até certo ponto.  Claro, que é um contraponto, até certo compreensivel, diante do massacre da mídia dominante. Por outro lado seria desejável mais autocrítica nos comentários, e redução nos excessos de exaltação a personalidades políticas preferidas.

    Assim, ao publicar o post de declaração explícita de voto a Marina, o líder do blog, sensatamente promove “reequilíbrio de forças”, para a dificílima empreitada de assegurar a melhor dose de pluridadade aqui.

     

     

     

     

     

     

  7. Eu creio que a melhor

    Eu creio que a melhor contribuição que o Nassif deu ao Governo foi, há uns 2 ou 3 anos, ter começado a escrever mostrando que o Governo ia muito mal na principal área, que é a economia.

    Ele mostrou, lá no início, os erros que estavam cometendo, que ajudaram a minar a credibilidade deste Governo.

    E o Governo não se mexeu. Não trocou o ministério fraquíssimo que Dilma escolheu. Não se propôs a dialogar com a sociedade, apontando planos, pelo menos, de médio prazo, de solução dos principais problemas, alguns que hoje são quase consenso.

    Agora as chances de derrota para Marina são muito claras e não vai adiantar culpar imprensa. Se ocorrer, Dilma vai perder por sua própria incapacidade, infelizmente, de não reconhecer erros e corrigí-los.

    Quanto ao blog a única coisa que sinto falta são mais textos do Nassif (ou mesmo algum outro colaborador) sobre os bastidores da politica, aqueles geralmente com fonte em off ou mesmo textos de opinião. Os principais comentaristas de politica que geralmente são elevados a post são praticamente todos ótimos textos. Creio que quanto mais plural o Blog, melhor será.

     

     

    1. Calma lá Daniel

      “Agora as chances de derrota para Marina são muito claras e não vai adiantar culpar imprensa”

      De qual imprensa estamos falando?

      Daquela que a 11 anos tenta nos convencer que estamos num “horizonte de eventos de um Buraco Negro Hiper Massivo” com seus apagões e wormholes das mais variadas matizes (aéreo, elétrico, de abastecimento, eletromagnético, de lideranças)?

      Daquela que esconde dos brasileiros as obras e realizações, as físicas e as sociais, todas elas, do Governo Federal, desde que o Planalto passou a ser ocupado por Lula-Dilma?

      Daquela que a partir de 2003 passou a denunciar Ministros de Estado até pela compra de tapioca, vomitando para a população essa compra como ato corrupto inominável e crime inafiançável… enquanto esconde a todo custo tudo quanto é irregularidades dos “homens bons” e “mulheres boas” das oposições a Lula-Dilma-PT?

      Daquela que agora está toda prosa com Marina Silva, a bala de prata que eles tanto vem tentando emplacar desde 2003?

      Não me venha com essa Daniel, se Dilma e o PT perderem o Planalto para essa de tal de “nova política” (Marina Silva) ou até para a outra que não é tão nova assim (Aécio Neves) em 2014, essa imprensa tem sua parcela de culpa sim no cartório, e muita.

      1. Parcela pode ter, mas e daí

        Parcela pode ter, mas e daí ?

         É justamente essa coisa que culpar o agente externo que não resolve o problema. A culpa é da imprensa, e daí ? Quem é o maior anunciante da mesma ? O Governo, ora. Se o Governo pensa assim, então teria, que de alguma maneira, agir contra a imprensa. Outra opção é tratar de resolver seus próprios problemas, que a despeito da imprensa, são reais. Ou o  ministério mediocre é fictício ? Fazenda e BC que pararam de se comunicar ? A perda de um bom nome com o de Nelson Barbosa ? É tudo realidade ora.

        Se ficarmos culpando só a imprensa o Governo vai passar e vai achar que perdeu porque fez tudo certo.

  8. xclente.
    gostaria de ter

    xclente.

    gostaria de ter escrito este post.

    parabéns.

    e tb acho que a pluralidade de opinões aqui no blog é a melhor marca da grande carreira hjornalística do nassif, embora algumas vezes a gente não goste muito dessas visões neoliberais meio extremistas que parecem desconhecer  o ambiente mundial de crise economica claramente criada por este modelo economico evidentemente fracasssado – vide o alto desmprego e a financeirização da economia principalmente na europa e eua. 

    na europam  inclusive, o sistema de financeirização que se apropria da produção acabou assumindo o poder político em alguns países, como na itália.

    .crises políticas são frequentres no continente europeu,. esta da frança talvez não seja a última.  

    o temor maior é que este tipo de modelo comprovadamente fracassado  seja reinstaurado no brasil e retornemos aos problemas anteriores a 2003 quando esse modelito insaciável das privatizações  conseguiu quebrar o país tres vezes.

    esse é o ponto crucial do problema.

    é preciso discutí-lo como vem sendo aqui.

    é preciso mesmo apontar a essencia das questões, pois se não discutirmos o país pode deslisar para crises insuportáveis – principalmente para quem lutou tanto para que pelo menos alguma coisa de bom fosse feita nestes últimos doze anos.

    se não colocrmos nosssas posições, a história nos cobrará.

    ou individualmente, a memória não nos redimirá´da omissão.

  9. Esperar comportamentos

    Esperar comportamentos estadistas de nossos governantes naTerra Brasilis é utopia, basta fazer uma breve leitura da qualidade do nosso Congresso, ou mesmo da nossa mais alta Côrte de Justiça. A reboque, por conseguinte as oposições que alí se instalam, seja do PT ou PSDB, em sua grande maioria sobrevivem de intrigas e do velho toma lá, dá cá.

    Democracias maduras e consistentes não se consolidam com menos de 100, 200 ou até mais anos.

    O ponto é; porque votar em Dilma ou votar em Marina?   A meu ver, o texto de Francy Lisboa traz luz ao bom debate, sem filtros ideológicos.

  10. PORQUE VOTO EM DILMA
    Alguem

    PORQUE VOTO EM DILMA

    Alguem para escrever que a politica ambiental do governo Dilma é boa deve estar em viagem,  escrevendo de longe em algum outro continente, sem saber o que aqui acontece.

    Caso contrario veria pela televisão que, no interior paulista, vizinhos ja se agridem a socos e pontapes,porque o caminhão pipa foi a casa de uns e não de outros.

    No pais de maior potencial hidrico da terra estamos começando a ficar sem agua, a brigar por agua.

    Como eu, creio que a maioria dos frequentadores deste blog vota na Dilma.

    Mas duvido que 90% dos comentaristas saibam o nome da ministra do meio ambiente.

    É claro que o desmatamento intensivo no estado de São Paulo não aconteceu durante o governo Dilma.

    Foi um estrago começado ha anos.

    Porem, mesmo diante da crise de abastecimento que beira o tragico, o caos, não vejo nenhuma politica seria de proteção aos mananciais, alem de se esperar por mais chuvas no proximo ano..

    Existem muito discurso e, ao mesmo tempo, um desmantelamento dos orgãos de fiscalização ambiental, que ja eram pessimos.

    Não da mais para dizer que, porque o ex vice presidente americano sai pelo mundo “defendendo a natureza”, o problema não exista, que seja apenas uma “conspiração dos paises ricos contra os pobres”.

    Tambem é.

    Os ricos nunca perdem uma oportuniade para abocanhar mais um pedacinho, mas, mesmo assim, nada mais oportuno de que começarmos a nos preocupar seriamente com a falta de agua.

    Ao mesmo tempo que digo tudo isso não acredito na sinceridade do discurso de “proteção a natureza”  da nossa messianica candidata Marina.

    Não precisamos ir longe.

    Basta ver a escolha de seu vice, o deputado gaucho defensor dos trangenicos na camara.

    Marina não é respeitada nem no Acre, onde as pessoas conhecem mais de perto as suas ações.

    Sobre o Aecio nem vale a pena falar.

    Sua candidatura é a prova maior de que uma parcela significativa dos mais ricos não esta preparada para dispor do poderio politico e responsabilidade que tem.

    Ja vivemos a amarga experiencia de ter um playboy despreparado e imaturo na presidencia e mesmo assim o mesmo engano é repetido.

    O pior é que o playboy atual ainda é ligado ao partido que no poder quebrou o pais tres vezes,entregou a comunicação, o minerio e parte de nosso petroleo a interesses estrangeiros.

    So não vendeu o Cristo Redentor, porque era muito pesado para ser levado,

    O governo Dilma tem, como disse acima, uma pessima politica ambiental.

    Pior ainda a cultural e pessima a de comunicação.

    Erra em muitos pontos, mas ainda é um governo infinitamente mais confiavel de que nas mãos de qualquer um dos opositores.

    Tem compromissos assumidos com os grandes interesses nacionais e com a parcela de brasileiros mais necessitada de atenção do governo.

     

  11. Existem alguns fenômenos que

    Existem alguns fenômenos que não conseguimos explicação lógica. Mesmo com toda campanha realizada nos últimos anos contra a presidenta Dilma,só os números apresentados pelo seu governo já seriam suficientes para que os eleitores a quisessem novamente.

    No entanto,o que observa-se é uma dificuldade imensa em travar esta disputa.Antes da morte do ex-governador de Pernambuco,as candidaturas encontravam-se empacadas e,agora,com a entrada de sua candidata a vice,as coisas tomaram rumo incerto.

    Não dá para dizer que trata-se do novo.A candidata substituta do falecido já foi ministra de estado por longos 5 anos,já foi senadora da república e,mesmo cercada por tudo que tem de mais retrógrado na política brasileira,ainda tem a desplante de apresentar-se como o novo.

    Até aí é normal. Candidatos usam e abusam de intitular-se isso ou aquilo. O fenômeno que não conseguimos expllicar é o porquê,em determinados momentos,este tipo de coisa cola

    Ontem,em sua coluna na Folha de São Paulo,o jornalista Jânio de Freitas comentava sobre a morte de Getúlio,dizia ele “No dia 23,o país estava endoidecido de ódio a Getúlio,no dia 24 enlouquecido de paixão e saudade”.

    É esperar que não precisemos,60 anos depois,de um novo 24 de agosto.

  12. Porque não vou votar em Marina

    Marina acredita que a mudança está no voluntarismo.
    Que o sistema é virtuoso e as pessoas o corrompem.
    É exatamente o contrário.
    Daí sua proposta de governar com “os melhores e mais éticos”, como se não fossem os esquemas de poder
    que subjugassem as práticas.
    Mas é um discurso palatável em um país de formação cristã conservadora. Formação essa que permeia todo
    discurso político, goste-se ou não.
    Para Marina, dada sua religiosidade, isso adquire status de “verdade absoluta”, o que a torna facilmente
    capturável por interesses menos, digamos, santos.
    Tal qual os rebanhos religiosos, de qualquer cunho.
    Não se trata de desmerecê-la por sua crença, mas de constatar que as premissas de sua crença a leva a
    determinados caminhos.
    Daqui de onde olho, me parece que ela propões um colegiado de cardeais, ou de pastores, ou de profetas,
    capazes de tornar melhor e mais ético um sistema em si conspurcado em lugar de alterar as condições em
    que se dá a luta política.
    Fica fácil estabelecer paralelos com exemplos históricos nada desejáveis.
    Não é a toa que tanto ela quanto seus eleitores desdenham a necessidade de reforma política, afinal
    trata-se de reformar os homens para um padrão de excelência por eles determinados e não pela política.
    Eu acredito que ela, e muitos de seus eleitores, não agem com má intenção, o que não modifica os efeitos
    dessa ação.
    Ela tem a vantagem de não ter sido exposta e poder levar adiante seu discurso, ao contrário do que ocorre
    com o PT e o PSDB.
    Acho até que é justa a indignação dela e de seus eleitores com o status quo (petistas, não sejam pretenciosos
    de achar que o status quo é total responsabilidade do PT).
    A questão é a solução que propõe e que não vai mudar coisa alguma para melhor.
    Tal qual os preconceitos raciais, de genero, de idade, as principais causas da insatisfação social ficam escamoteadas e, em algum momento, manifestam-se,  mesmo que sem direção, sem consciência para si.
    Por mais que o governo do PT tenha feito para melhorar a vida das pessoas, certamente é também consciente de que não foi o bastante.
    Para mim e tantos outros que viveram, na prática ou por solidariedade, a dura realidade dos desfavorecidos, há nem tanto tempo assim estão  claras as melhorias.
    Para quem tem um pouco de vontade, basta percorrer os jornais, revistas, estatísticas
    passadas e constatar.
    E sabemos também como tem sido árdua a luta para que isso acontecesse.
    Justamente porque as circunstâncias permanecem as mesmas.
    Nesse ponto entra a crítica ao petismo institucional (que não é o objetivo aqui e agora), mas não vejo em Marina
    a possibilidade de mudar essas circunstâncias.
    Aliás, em muitos de seus eleitores (e meu referencial não é o blog), o que vejo é apenas o desejo de mudar as moscas.
    Para o bem ou para o  mal, as cartas estão dadas e o jogo eleitoral vai ser feito com elas.

    Quanto ao tempo dado a Marina, seja em posts no blog, seja na TV, isso pode ser visto tanto como um bem quanto um mal. Muitas vezes ter pouco tempo para falar pode ser um bem.
     

  13. O Blog precisa bombar….

    O Blog precisa bombar.. O Nassif e sua equipe sabem que posts como o do Gunter suscitam reações e o blog bomba…

    O Gunter tem a pachorra de escrever as coisas que acredita.. O Blog, sabendo que terá repercussão, joga ai na tela e, em geral, esses posts são bem comentados.. A maioria sensata aponta as tolices e todos ganham…

    No post em que o Gunter apoia a Marina, apareceu um comentário que indicava a estratégia protelatória que a Marina usou como relatora no Senado.. Ou seja.. se o post objetivava dar algum crédito à candidata, o resultado foi oposto.. surgiram mais fatos que nos dão bases para contraindicar o voto na herdeira do Campos. Teve anos como relatora de assunto polêmico e não se manifestou. Não convocou debate popular.. etc.. Preferiu se omitir e terminar o mandato sem ficar mal (ou bem, depende do ponto de vista) na fita…

    O mesmo ocorre com o Motta Araújo.. são caras que escrevem… Embora escrevam aqueles textos que diríamos assim, “Que maravilha! Como escrevem bem!!” Mas para os propósitos de manter os diálogos aquecidos e o blog em relevo servem muito bem…

    Eu acho de mau gosto, mas toda semana nos mandam (e hj não é exceção) os textos do lunático Aldo Fornazieri… Os méritos são os mesmos, suscitam debates acalorados… Situação em que é possível identificarmos tolices com embalagens bonitinhas e, pontualmente, algumas boas ideias.

    Jornalismo é isso…

    O PT aqui está muito bem representado..

    Eu sou pt, jamais deixarei de votar no PT… E não posso me dar ao luxo de escolher candidatos por simpatia ou sintonia com minhas bandeiras prediletas.. Estamos no meio de mudanças estruturais que, se interrompidas agora serão prenuncio de catástrofe coletiva. Uma guinada pró rentismo nesse momento jogará o país na desesperança total com a política.. Uma eventual vitória de Osmarina seria selar tudo que o PIG quer.. Fazer se crer que na política não se obtém nada e que os operadores financeiros e de relevo não devem estar nas mãos dos políticos e das políticas públicas…

    Vivemos uma revolução nas políticas públicas, no papel do estado como fomentador do desenvolvimento social e econômico. As politicas para a educação não podem parar agora.. ainda não fermentaram e se abortadas nesse momento seria uma desgraça para o povo do país. Educação é algo bem ingrato aos políticos (não é á toa que os antigos governantes a negligenciaram). Os investimentos maciços em educação só colherão seus frutos após uma ou duas gerações.. São metas de médio e longo prazo… É o tipo de investimento que não tem retorno imediato. Um exemplo histórico foi a sucessão de Brizola em 87. Brizola investiu maciçamente no modelo dos CIEPS e apostava na eleição do saudoso Darcy Ribeiro para continuar seu governo no RJ. Em paralelo, o governo federal PMDB lançava o plano Cruzado que bombou de imediato. O PIG só falava bem do plano cruzado e literalmente detonava tudo relativo aos cieps. foi um bombardeio piguiático imoral, desproporcional, criminoso.. e numa época que não havia blog do Nassif.. Resultado, Darcy que tanto investiu e se dedicou a educação perde a eleição… FHC foi na mesma onda… Plano Real e facha de presidente.. Dilma e o PT agem corretamente, investem em educação mas cometem o erro de não contrapor o PIG com uma lei dos médios…. Têm muito o que mostrar em realizações.. Vamos ver se o povo está mais maduro…

    Finalizando… Eu não tenho o dom da escrita. Mas creio que aqueles que tem habilidades, devem escrever.. é o que o Gunter e o Motta fazem… O Nassif já alçou alguns comentários meus a post do blog.. Agradeço a ele, embora ele tenha alçado os comentários sem me avisar… Não sou cadastrado por um problema técnico.. Nunca soube porque o sistema do blog não aceita meu e-mail… e-mail que é meu mesmo, e funciona perfeitamente como bem o sabem alguns amigos aqui do blog. Pelo que entendo, a política é essa e é difusa (tipo marina), passem a escrever que serão prestigiados…

    1. Carlos Dias

      Por favor, poderia entrar em contato conosco? Sua colocação de que o sistema não aceita seu e-mail precisa ser investigada. Quando o GGN e o Blog foram fundidos, o Hotmail criava problemas. Você tentou neste período ou é anterior a isso? A fusão foi em maio de 2013. Poderia nos informar? O contato é [email protected]

      Obrigada!

      1. Oi Lourdes, obrigado pela atenção.

        Quero que entenda que não fiz nenhuma crítica ou reclamação.. E não creio em sabotagem, nada disso..

        Recordo que no momento em que eu estava me cadastrando houve uma falha qualquer na internet.. Muito provavelmente aqui mesmo, muito instável.. Isso foi lá por volta de 2011 ou 2012.. (Eu já frequentava o blog). Nas tentativas subsequentes o sistema informava que o meu e-mail já era cadastrado e não me dava opções de corrigir o problema.. alguns colegas do blog disseram que se eu quisesse entrar, teria que usar outro e-mail… Eu, por preguiça, não quis fazer outro e-mail… Me chateio com essas tabelas na internet.. E dai, como me limito a comentar e nunca tive maiores problemas, continuei como não-cadastrado… A equipe do blog sempre me tratou muito bem e até tive alguns comentários elevados a post do blog. Agradeço.

         Não conheço as vantagens de me cadastrar, e reafirmo que estou muito bem aqui como não cadastrado, não percebo diferença de tratamento da administração do blog. Sou muito bem tratado e jamais tive qualquer comentário censurado.

        Apenas mencionei esse fato, pois frequentemente alguns analistas aqui tentam desqualificar comentadores não cadastrados…

        De fato não tentei me cadastrar após a fusão em maio de 2013.

        Vou tentar me cadastrar ao longo da semana quando encontrar um tempo aqui.

        Muito obrigado pela atenção. Grande abraço, parabéns pelo bom trabalho.

  14. Breve (!) reflexão e declaração de voto

    Olá, Francy e amigos!

    Ontem acompanhei estupefato a marolice em torno da declaração de voto de um de nossos convivas. Inicialmente achei que se tratava de uma tempestade em copo d’água, que a postagem era ideologicamente fraca, tecnicamente inconsistente, factualmente claudicante e que estaria destinada a definhar-se. Ledo engano! Percebo que milhares, milhões, talvez, das intenções de voto tem o mesmo teor esvaziado e a natureza das torcidas (organizadas ou não) de times de futebol. As opiniões que estamos nos acostumando a ler – e nos chocar – são rasteiras, deseducadas, incultas e arrogantes, o mais das vezes baseadas em mentiras, várias delas perigosas – como os apoios à volta da ditadura, que certamente colocaria a vida de muitos de nós em risco – racistas, machistas, xenofóbicas e emburrecidas. Postagens frequentes na rede sobre a necessidade de privatizar a USP, por exemplo, tem me causado exasperação!

    Compreendo, portanto, o seu esforço civilizacional, tanto que participa ativamente deste espaço oferecido pelo Nassif, verdadeira ilha de paz num mar revolto. Compreendo também o esforço do Nassif que, se entendo bem, tem uma palavra que resume suas intenções: “inovação”. Para que a inovação se realize, é preciso “ouvir” todas as possíveis fontes, provocá-las e permitir sua expressão. Deste embate, deve nascer algo relevante. Acho que é assim que ele pensa. Trata-se de uma presunção minha, é verdade, mas baseada em seu comportamento histórico. Compreendo e defendo, portanto, sua opção de elevar a postagem do blog a opinião do Gunter. Defendo, também, a postura do mesmo, declarando seu voto, mesmo porque não a conheci como deselegante. Acho até que é bom para que eu, comigo mesmo, exercite minha argumentação e sei que a vc não basta isto: é preciso manifestar-se, contrapor-se, dar a cara a bater e ir para o enfrentamento. Minhas energias para isto, a caminho de minha sexta década, estão se arrefecendo, o que, no entanto, não me impede a reflexão.

    Sei que postagens longas, com extensa exposição da razões e fatos, são chatas e em geral não tem impacto algum, mas o farei em sua homenagem!

    Posto isto, sou obrigado a recuperar historicamente, de modo breve, a esperança que senti quando FHC foi eleito. Ainda que não fosse com meu voto, acreditei que ele poderia – e o faria – realizar as tarefas de reforma que caberiam à burguesia: modernização do estado, incentivo à educação, apoio à ampliação dos direitos constitucionais sociais, reforma agrária, melhoria do panorama da saúde pública, modernização das relações trabalhador-empresa, combate às desigualdades regionais, ao atraso histórico, ampliação do espectro de nossas relações internacionais e sedimentação das relações comerciais, trazendo, assim, o país a um outro patamar de exportação de bens industrializados e oferecendo à população uma maior capacidade de consumo. Seu governo limitou-se a uma precária estabilização econômica, muito mais para atender aos anseios dos oligopólios, temerosos de uma quebra das relações institucionais vigentes, do que aos intereses diretos da população em geral (ainda que, como subproduto, tenham tido algum ganho). Em momento algum ofereceu “redeas soltas” ao desenvolvimento, não inovou, conteve salários, segurou o consumo e refreou a expansão industrial, não investiu em infra-estrutura, multiplicou exponencialmente o endividamento e entregou preciosos bens do estado a preços aviltantes.

    Tivemos que esperar o governo de um partido que, inicialmente, se colocava muito mais à esquerda do que a administração que fez! Porém, não enganou ninguém! A carta de Lula dirigida ao país na época de sua eleição deixava claro que não derreteria as relações vigentes. Os doze anos desta administração estão aí. Não vou delongar-me listando suas virtudes ou falhas.

    A pergunta que faço agora é fundamental: há alguém, algum candidato, partido ou proposta que seja, capaz de dar uma continuidade consequente a este projeto levado a cabo nos últimos 12 anos?

    Aécio também não nos engana. Na verdade, se nos ativermos a seu discurso, não fica claro qual é o seu projeto de país! Ele só se identifica quando recuperamos a sua história:  a administração que perpetrou em Minas é seu cartão de visitas. Agradeço, mas não mereço: o modelo do PSDB/FHC é canhestro, retrógrado e ineficiente, míope em sua concepção, entreguista em sua essencia e maléfico em suas consequencias. Já provou-se como tal.

    Por outro lado, vários interlocutores já haviam previsto que os grandes opositores ao PT dele mesmo nasceriam. Alguns honrosos, como Erundina, outros nem tanto. Qual deles, como partido (PSTU, PCO, PSOL) ou como pessoa (F Weffort, Cristovão Buarque, Heloísa Helena, a propria Erundina, etc) poderiam levar adiante o país, sem desmontá-lo ou vilipendiá-lo?

    Marina Silva? Suas contradições foram bem identificadas por Cládio Dantas Sequeira e Josie Jeronimo aqui. Faço um resumo:
    – agronegócios (23% do PIB e 37% da MDO) – como acomodará o suposto conservacionismo a este interesses?
    – direitos civis: casamento e adoção por homoafetivos e aborto – como acomodar a Assembléia de Deus a estas pressões por direitos sociais?
    – sistema de licenciamento ambiental: desaprova abertamente o abrandamento das regras, a redução da cadeia burocrática e fica numa “sinuca de bico” diante, por exemplo, da política energética nacional.
    – presidencialismo de coalisão: trata-se de agente provisória dentro do PSB e, sem partido, como poderá garantir a composição de um governo estável se ela mesma proclama a falência do presidencialismo de coalisão?

    Como já disse, agradeço mas não mereço!

    Voto Dilma por um projeto de continuidade. Não posso aceitar que nosso modelo tenha que ser o de um castelo de cartas: pessoas e partidos comportarem-se como o vento, que derruba o que até então foi construído com grande esforço, responsabilidae e consequencia, para colocar exatamente o que no lugar?
    Grato a todos e abraços generalizados.
    Força, Francy!

  15. Que me desculpem os “sonháticos”

    Motivos que me levam a não votar em Marina Silva e catar não-votos pra ela:

    – É uma pentecostal fundamentalista e criacionista, por ser uma fundamentalista defende inclusive posições conflitantes com os ideais de alguns extratos de nossa sociedade, como os “sonháticos” membros das associações GLS e defensores da descriminalização de drogas “leves” (como a liamba) espalhadas Brasil a fora… os “sonháticos” (Iludidos? Revoltados com a “durona” e “inacessível” Dilma Roussef?) estão entrando de cabeça e tudo na nave da fadinha encantada da floresta mágica da 3ª via… mas a candidata, sonsa como é, não fala nada disso…

    – Portanto, com a sua eventual e indesejável (pra mim pelo menos) vitória, adeus Estado Laico e Democrático Brasileiro… mas a candidata, sonsa como é, não fala nada disso…

    – Tem apoio de uma rede internacional golpista e sionista (da qual participa também o “humanista” George Soros) que patrocina assa historieta macabra da “3ª via” em qualquer país onde eles vejam risco de desalinhamento com o pensamento da banca rentista mundial e distanciamento do “American Way Of Life”… mas a candidata, sonsa como é, não fala nada disso… e seus seguidores, abduzidos como estão, nunca virão acreditar nisso…

    – É financiada e apoiada por sumidades como o Banco Itaú, Rede Globo de Televisão e uma parcela dos ruralistas (apesar de ela dizer ser uma frenética adversária do “agronegócio maléfico às borboletas e ao mico-leão dourado”)… mas a candidata, sonsa como é, não fala nada disso… e seus seguidores, abduzidos como estão, sabem disso mas acreditam religiosamente na “independência” e “boa vontade” da Enviada Para Nos Livrar dos Pecados Cometidos (notadamente nos últimos 11 anos)…

    – O Itaú… foi de onde saíram aquelas vaias (lembram?) na Dilma durante a abertura da Copa…

    – É a queridinha, agora, da Globo, da Folha, da Veja e de todos os que querem a qualquer custo apear Dilma e o PT…

    – A Globo… aquela TV onde nas novelas os negros e negras e pobres são sempre humilhados, sempre são serviçais na maioria dos personagens e bandidos(as) também em alguns outros da sua grade de “dramaturgia que retrata a alma dos brasileiros”;

    – Não diz com exatidão aquilo que pretende fazer com nossa economia ou macro economia, vindo sempre com os mantras dissimulados e já cansativos da tal “sustentabilidade”, “sociedade do conhecimento”, “diversidade”, como se somente a Ecologia e a visão “cósmica e holística” fosse capaz manter empregos, feiras, mercados, estradas, portos, supermercados, shopings e indústrias funcionando;

    – Entre seus mentores econômicos estão pessoas como Lara Resende, esse astro mor do staf da era FHC, de triste lembrança para boa parcela de brasileiros, mas a candidata, sonsa como é, não fala nada disso…

    – Foge, como gato foge de água quente, de qualquer interrogativa sobre sua visão e desejos sobre Ciência e Tecnologia para o nosso país e, quando decide falar alguma coisa, vem novamente com os clichés da “sustentabilidade” e de atitudes “politicamente corretas”…

    – Defende uma ecologia messiânica que vai nos tornar, por baixo, a ser uma economia de 305ª categoria, uma vez que gritam até contra a construção de hidrelétricas e turbinas de aviação… mas a candidata, sonsa como é, não fala nada disso…

    Marina Silva, desde que começou a mostrar nacionalmente toda essa sua aura de fragilidade, de coitadinha injustiçada pelos abutres do PT e de entidade mágica que veio de uma floresta encantada e utópica pode até enganar os incautos, fãs da Globo, fãs de Luciano Huck, fãs do Fasutão, virgens convictas, celibatários, “puros de coração e de espírito” e “sonháticos”, a mim nunquinha enganou.

    Marina Silva é um engodo a serviço das forcas mais sórdidas que conhecemos, nacionais e internacionais, sua eventual vitória nos trará coisas horríveis, algumas que já vivemos num passado nem tão distante, e outras que vão literalmente apunhalar e ferir de morte uma parte festiva dessa turma de “sonháticos” que embarcou nessa nave incerta e soturna que tem, para mim, no lugar de uma “fadinha encantada” empunhando um sabre de luz “verde” controlando uma viagem para um hiperespaço onírico e maravilhoso, um dissimulado e expertíssimo Darth Vader ou até algo além e mais sinistro que isso: um maléfico Imperador Palpatine.

    Como não sou de trocar o certo, ou quase certo, pelo duvidoso, e ainda por cima um duvidoso que me causa tremores só em pensar na possibilidade das consequências negativas que ele carrega, meu voto é em Dilma.

     

     

  16. Excelente.

    Concordo em tudo com este texto. Voto Dilma porque ela me representa. Sou trabalhador, um governo em que os salários valorizaram acima da inflação e o mínimo chegou a mais ou menos 300 dólares,  deve continuar. Do outro lado Marina está de braços dados com o Itaú, tem videos de economistas desse banco dizendo que os salários valorizaram demais e é  hora de acertar a casa. Não precisa ser gênio para saber que se a Marina ganhar, muito provavelmente haverá aumento de juros e outras políticas pró mercado financeiro. É o tal do negócio casado, vote em Marina e leve o Itaú junto e o mundo financeiro. Quanto ao blog, deve ser plural. As opiniões dos marinistas não me incomodam. Eu vivo no mundo real, é este que me preocupa, se posso pagar minhas contas, se meu salário vai subir, se posso dar uma vida melhor para meus filhos. Me preocupa também se meu vizinho está bem, se não passa necessidades. Hoje vivemos o melhor período de nossa economia, eu falo da economia real, aqui na base da parâmide. Tem gente que vive em um nível que tanto faz as políticas públicas, esses podem fazer graça e votar só para ver no que vai dar. Podem filosofar sobre isso e sobre aquilo, tanto faz pra ele. Eu tenho o direito de comprar um carro novo, agora que posso, não vou porque um um banqueiro decidiu que não posso. E infelizmente tem muita gente que não é representada por banqueiros, mas estão caindo nesse conto. Esse foi o grande erro do PT não politizar as conquistas de seu governo, poderemos pagar um preço alto por isso. Com tudo, estou animado a Dilma tem chances apesar de todos os problemas de vencer essa batalha, vamos juntos até o fim.

  17. Mistura esquisita de argumentos

    Acho que o texto utiliza bons argumentos políticos pró Dilma, mas não apoio a argumentação sectária sobre os rumos do blog. Embora já não me considere exatamente “petista”, também declaro que votarei em Dilma, e desejo que o blog permaneça exatamente com a linha atual, dando destaque a textos apoiando e criticando a todos os candidatos e seus colaboradores. Não há porque ser diferente!

    O blog fez sua reputação por ser da maneira como é, todos tem voz, e a moderação é executada de maneira democrática e consciente… Estas características é que dão credibilidade ao espaço e o tornam único na rede. 

    Um abraço.

    PS: também faço minhas as palavras argutas da colega Maria Luisa no comentário das 10:48 hs.

    1. “O blog fez sua reputação por

      “O blog fez sua reputação por ser da maneira como é, todos tem voz, e a moderação é executada de maneira democrática e consciente… Estas características é que dão credibilidade ao espaço e o tornam único na rede.”

       

      Acho que nunca teve nunca teve um comentário “filtrado” pelo simples fato de ser diferente.

      Uma vez fiz um comentário anti-comunista, dizendo que a ditadura era horrenda e injustificável, mas tão horrenda quando ela seria a implantação do Brasil do comunismo pretendido pelos vários grupos da luta armada.

      A moderadora era uma comuna. Desnecessário dizer o que aconteceu com o meu comentário :-).

      1. Olha…

        Olha Xará Alvarez, nunca soube de ninguém colocando ideias ou ideologias aqui e foi censurado. Só vi serem brecados baixarias e alguns tipos de provocações. Inclusive há vários comentadores habituais que são liberais (alguns ultra) e até pró ditadura por aqui… Eu estou por aqui a tempos…

        Bom cabe ao pessoal do blog responder sua afirmação.

        Um abraço.

  18. Ser plural, independente,

    Ser plural, independente, permitir contraditório, etc., não deve ser uma auto-alegação, deveria ser uma constatação.

    É facílimo estabelecer um perfil deste blog: Petista, anti-israel, anti-evangélico, pró-aborto, pro-feminismo, pró-gay. Isso para citar algumas poucas bandeiras.

    Não há, nesta constatação per si, demérito algum, uma vez que isso foi-se forjando ao longo do tempo, pelos que aqui foram voluntariamente se abancando. No entanto, demérito há, quando se rechaça sem argumento algum, pelo simples fato de ser diferente, os que não comungam do mesmo perfil.

  19. Francy matou a cobra e mostrou o pau

    Em relação ao blogo do Nassif, não há discussão, é plural, e um dos mais abertos ao debate entre posições contrárias. Quase sempre de forma civilizada. Não conheço outro.

    Quanto ao post da Francy, eclarecedor. Eu, que também voto na Dilma, estou mais focado na questão dos tucanos genéricos (financistas claro) que cercam a Osmarina. A Francy desmonta o lado ambientalista dela. E para completar o Nassif já mostrou como o verdismo está se casando com o rentismo na candidatira “sustentável”.

    A questão secularista em tese seria outro motivo. Mas aí vem o Gunter e declara voto nela. Por enquanto não vi outra razão a não ser o “antipetismo adquirido”. Mas aguardo que um dos excelentes comentaristas do Nassif venha para discuitir com mais conhecimento de causa, para mostrar ao nosso querido Gunter, o equívoco de sua escolha

    1. Prejulgamento na campanha dos outros é refresco.

      Se alguns comentaristas só conhecem uma tecla, atribuir “antipetismo” a qualquer pessoa que não acredita no mesmo que se acredita, fazer o quê?

      Hoje dizem que há peso religioso na campanha de Marina, mas no dia em que houver um candidato de oposição ao PT que seja LGBT, o que se dirá, que o programa desse candidato tem “viés gayzista”? 

      Quem fez campanha desqualificando kit antihomofobia ou PLC 122/06 não foi Marina, foi Serra.

      Quem suspendeu ambos programa e projeto-lei não foi Marina, foi Dilma. (Junto ao abandono da atualização do Código Penal nas questões de aborto e maconha.)

      Quem faz campanha desqualificando pessoas por religião, novamente e aí óbvio, não foi Marina.

      A campanha de Dilma usa religião. E os retrocessos na área foram no governo dela.

      Temos que lidar com fatos e perspectivas reais.

      O PT, agora, é quem precisa decidir se deseja propagandear em redes sociais uma imagem “pró-evangélicos” ou se deseja que seus militantes façam comentários “anti-evangélicos”. Eu, pessoalmente, além de achar os dois caminhos um erro, acho contraditório o uso simultâneo. É desagradar a gregos e a troianos.

      O programa de Marina segue o de Campos, igualmente centrista. Não mudou nada, ela o havia aceito enquanto vice.

      E não há nada evangélico nem antissecularista no programa dela.

      Se alguém votar nela será por ser de centro (maioria da população brasileira) e não gostar de mistura de religião na política (maioria, também, da população brasileira.)

      O apoio à Marina é o mais uniforme (vide Datafolha), quer seja por classe social (renda/escolaridade) quer seja por religião quer seja por região do Brasil. 

      É a minoria que fica com realpolitiquices e chama os outros de ingênuos ou analfabetos políticos.

      A velha política é sempre assim: “quando eu uso preconceitos a meu favor, é “realpolitik”, é bom, é para o bem maior. Quando o adversário usa discurso inclusivo, é oportunismo, é conspiração.”

      Alguns querem um desses programas para o Brasil. Eu quero outro.

       

       

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=6-xMKiohZtI%5D

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=rHSz4iq25W8%5D

      1. Ser a favor de um BC

        Ser a favor de um BC independente, por lei, não é propriamente ser centrista. E com a equipe econômica que Marina tem muito menos ainda. Para ver a diferença entre nosso BC e o FED leia Discurso de Janet Yellen agrada economistas. A primeira fala da nova presidente do FED está voltada para a questão do emprego. E nosso BC?

  20. Pluralidade só nos blogs ?

    O problema da pluralidade no blog do Nassif é o contexto.

    A mídia tradicional como um bloco age como um partido político, o mais organizado e influente de toda a oposição.

    Ora, se a mídia é totalmente partidária, porquê só os blogs TEEM de ser plurais ?

    A blogosfera tem sido a nossa trincheira contra o bombardeamento diário de um projeto de governo vencedor nas urnas e nas pesquisas.

    O Nassif tem todo o direito de ser plural o quanto quiser, afinal o blog é dele.

    Mas o meu senso de justiça me faz sentir que esse magnífico blog está a cada dia menos “sujo”.

    1. Discordo. Que viva a plualidade

      Não nos devemos nos igualar a eles, a mídia partidária. Não se precipitem ao ler (a leitura rápida e uma ligeira apressada interpretação é típica de internet): O Blog tem uma linha alternativa, é plural, só que vou além: Seria muito mais diferente e se destacaria de outros blogs que também têm (boa) mediação, seria um Blog realmente “sujo” se fosse mais aberto (isto sem deixar a linha editorial, que fique claro). Uma esquerda que não lê a direita não merece ser levada a sério, é esquerda dogmática do tipo : votei sempre, voto sempre e votarei sempre no partido A, B ou C. Temos na história recente cúpulas e bases dizendo que nunca fariam alianças com partidos A, B ou C. Ou noutro momento que , numa politicagem igualzinha às que pretendemos banir ou diminuir, logo (por omissão ou por estímulo claro) considerar A ou B como um novo Collor (e respeito quem recebeu, com curral ou não curral, o voto popular, alfabetizado, ou culto, ou, o que é muitíssimo pior, o semiculto, o letrado em nosso ssitema educacional péssimo de baixo a cima). A moderação não deveria passar mais que 2 comentários pela mesma pessoa. A moderação (ou mediação) deveria deixar bem claras as palavras vetadas no blog (não apenas os palavrões, pois há palavras que ferem e ofendem e magoam muito mais do que palavras convencionalmente tidas como palavrões). O contraponto deve ser estimulado, não o contraponto pela metade que só fortalece sutilmente a mesmice. As mesmices. Há bons argumentos – do pouco que sei da intelectualidade independente, que é a verdadeira e livre intelectualidade, tendendo mais à esquerda do que o mais á esquerda participante deste blog, com bons argummetnos pela Marina e pela Dilma. Claro que há gente pensante e muito pensante no PSDB. José Arthur Gianotti, que foi do grupo que estudou realmente Marx não tem um, umzinho sequer na blogosfera que discuta Marx com ele, só pra um exemplo. Talvez um Wanderley Guilherme dos Santos e muitos outros que há e que se recusam a aparecer em quaisquer mídias.

      Não sei em quanto tempo esse comentário irá ao ar, e se for. Voto na Dilma, não morro de amores, mas voto. Não “darei” todos os meus votos ao PT (não sou e quero distância desses fanáticos, me refiro a um ou outro daqui). Claro que depende do agrupamento político, mas aas vezes, nalguma cidade ou mesmo nalgum estado, há diferentes PTs piores do que PSDBs, botar tudo no mesmo saco é ficar de olhos vendados (e de cabeça… bem…. deixa pra lá…). Há agrupamentos que em regiões do país deixam muito a desejar e seriam tragédias se fossem ou forem eleitos.

  21. Minha percepção

    Bom dia,

    Sempre leio os textos deste blog e os seus comentários , contudo é a 1° vez que faço um comentário.

    Queria agradecer o Nassif por nos presentear com um blog tão rico de informações que nos faz crescer como cidadãos.

    Tendo a mesma atitude do Francys,  votarei para reeleição da presidenta Dilma Roussef. Mas porquê?? 

    Poderia ficar aqui elecando várias argumentações ou comparação de indicadores; que são válidos, pois são estes num sistema gestão nos orientam se estamos no caminho certo; mas colocarei a minha percepção, é claro, é subjetiva. Faço isso porque não sou gabaritado para discutir economia, apesar que tento através dos textos postado neste blog entender.

    Sei que temos muitos problemas e muitos desafios a serem vencidos, mas nos últimos anos houve uma melhora considerável na vida dos brasileiros. Percebe-se isso quando olhamos ao nosso redor e vemos pessoas do convivio social conquistar os seus objetivos com maior facilidade, não acho que seja porque o brasileiro esteja mais qualificado ou esteja correndo mais atrás do tempo perdido, pois como dizia Lula, “o povo brasileiro não desisti nunca”, mas sim, porque aumentou-se consideralmente as oportunidades, na minha opinião isso se deve as políticas adotadas no governo Lula e Dilma. Sem fala das obras de infraestrutura que estão sendo realizadas que poderam nos tornar cada vez mais competitivos, sei que a competividade não se passa só pela infraestrutura, mas é um dos itens mais complicados para serem concluídos, pois ficamos muito tempo sem investir. 

    Ainda não vejo candidatos com programas de governos que venham trazer novos programas, ampliar os programas já existentes ou até melhora-los, pois tem muita gente nesse país que precisa destas políticas sociais. Por isso, meu voto é na Dilma.    

    Deixo claro que não tenho partido, nunca fui beneficiado diretamente pela políticas do governo atual e não sou pago para falar o meu sentimento. Contudo, sei que muita gente nesse país precisa destas políticas implementadas, pois o descaso com o povo brasileiro foi muito grande.

    Espero ter contribuído.

    Grande abraço!!!!

     

     

     

       

     

     

     

     

  22. Objetividade X Subjetividade

    Se a subjetividade de Marina ganhar sem uma equipe de apoio para tratar de temas do qual ela não entende, ela irá sofrer. O maior problema de Marina é que devido a rejeição pelo projeto que o PT e Lula abraçaram em 2007, ela deixou de desenvolver suas idéias de forma objetiva e está parada em subjetividade sem conseguir compreeender tudo o que ocorreu de alta politica pública no país. Veja que ela falou de apagão na semana passada enquanto Dilma mostrava na tv tudo o que fora feito nos governos Dilma-Lula, inclusive grandes investimentos que ela rejeitara por ver todo o país a partir do seu ângulo apenas. Por este motivo, a ascenssão da população brasileira que despertou a demanda de novas exigências, é destoante do que Marina tem a oferecer. O povo corre sim chance de se iludir com Marina de forma grandiosa, pois aposta que uma nova política possa aprofundar as mudanças que somente a integração de diversas areas do conhecimento (como Nassif tem defendido) pode oferecer ao país. Isso fora muito bem colocado pela Francy de forma precisa:

    ‘O Brasil precisa melhorar infraestrutura para atender os anseios de uma população que começa a ter destaque no cenário mundial não apenas como o país das bundas e do futebol. A população começa a fazer o êxodo contrário, se espalhando cada vez mais pelo inteiro do Brasil, o que já gera e gerará pressão sobre os recursos naturais. No nível atua de demanda, que tem como modelo o país do Walt Disney, a população não vai querer saber se os bagres podem ou não namorar, ou se a perereca é endêmica. Como Marina vai resolver isso? Marina tem credibilidade para quem? Para as pessoas que já atingiram seu potencial de consumo ou para a massa sedenta para consumir mais?’

     

    Aliás, o texto é uma obra prima sobre o que significa o desenvolvimento de uma política ambiental sustentável com a inserção ao processo de um grupo importante para o Brasil como o agronegócio. E o PT, assim como o Haddad em São Paulo, tem feito muito em integrar políticas públicas chamando para o debate diferentes grupos do capital e da socieade para se construir soluções. Somente a má compreensão ideológica (parte da mídia), preguiça de se pensar o Brasil (Aécio), ou rejeição da reestruturação e integração de políticas públicas desde o seu ponto de partida (MARINA) ainda no primeiro mandato de Lula. Por este motivo, o Nassif colocara que Aécio é mais previsivel do que Marina, pois apesar da sua preguiça de pensar o Brasil o ligar ao financismo, Marina rejeita em grande a ordem de desenvolvimento das políticas púbicas desenvolvidas no Brasil desde o segundo mandato de Lula. Por isso para ela basta apenas fazer promessas de concessão ao mercado sem entender o momento da economia do mundo atual, e daí a idéia mirabolante de governar a partir de si sobre todos, inclusive sobre Lula e FHC. Isso é messiânismo e subjetivismo puro, e nem Armeinio Fraga emprestaria sua imagem para uma liderança destas. Para ele, nada seria mias natural esperar o momento que viria depois disso aí. 

    Se Marina ganhar, os financistas farão as reformas que o mercado quer, depois um factóide qualquer virará escândalo afastadando os apoiadores informais de Marina que a deixarão isolada. Através do escândalo e que o país andando mais manco e com uma população desacreditada nela pelas reformas financeiras dificeis que virão, somadas a um desmonte de grande parte das políticas públicas, abrirão um terreno de areia movediça sob ela sem lhe dar capacidade de governança nenhuma. Daí ou ela vira uma rainha de fato naquele que era seu governo baseado em subjetivismo e deixe que outros tomem a rédea, ou é descartada como Collor. O problema são os estragos e piora das espectativas futuras que isso trará ao país. Tanto o povo quanto o mercado que se cuidem. Messiânismo de Bush foi capaz de gerar múltiplas crises nos EUA, desde financeira quanto de governança interna e externa. No Brasil do nosso tamanho isso seria muito pior. 

  23. pluralidade, muro ou besteirol mesmo?
    Em nome da tal pluralidade, da-se voz à qq argumento oco … vai entender.

    Sobre a marina cercar-se de figuras conhecidas desse Blog – e.g. André Lara Rezende e, como andam dizendo, Serra – nenhuma palavra até agora.

    A má vontade com o PT, Lula e Dilma é tanta que até mesmo André Lara Rezende? E aquela história do cambio em “os cabeças de Planilha”?

    Qdo Lula acertava , aqui se dizia que era por intuição. Já a Marina não conseguiu nem fundar um partido, e vcs esperam que ela vai conseguir gerir alfuma coisa? A capacidade de se auto-enganar é algo fascinante.

    Depois a teimosa é a Dilma …. vai entender!

  24. Questões

    Ando refletindo sobre os posts e comentários sobre o tema e me parece que estamos divagando sobre o principal cargo executivo mas esquecendo que iremos votar também para dois cargos fundamentais do legislativo nacional: senador e deputado. Há críticas e mais críticas perfeitamente cabíveis aos membros do Congresso Nacional e eles, como nossos representantes mais imediatos, deveriam merecer mais atenção até que o próprio presidente – que, fora a criticada medida provisória, é mais um administrador que qualquer outra coisa.

    O desconhecimento sobre o funcionamento do Legislativo e a falta de importância que nós mesmos damos a esses votos beira o ridículo. Eu deixo aqui um desafio: quem aqui lembra em quem votou para deputado federal em 2010? E senadores?

    É claro que eleger a presidente é muito importante, e pela conjuntura do que há de oposição e dos projetos de país na mesa, essencial. Mas não deve ser o único foco.

  25. Bravo, Francy

    Excelente análise do blog, do momento político, e das “entrelinhas” traiçoeiras de alguns comentaristas.

    Francy Lisboa nos brinda com um artigo que transpira clareza, honestidade e profundidade.

    Demonstra que o problema não é declarar as preferências, inclinações e opções, e sim saber fazê-lo com maturidade, que as vezes  falta aos torcedores que por aqui se manifestam ora com a roupagem de vítimas, ora com a de imparciais, ou de agressores, bem no estilo de determinado jornalista da Veja.

    Tudo o que se espera de um comentarista de um blog que procura manter um alto nível de informação e debate.

  26. Muito bom o texto da Francy,

    Muito bom o texto da Francy, bem escrito, fundamentado.

    Sobre essa polarização PT vs PSDB, a principal responsável é a imprensa e o PSDB que, na falta de propostas convincentes, adotaram o anti-petismo como discurso. É nisso que se baseia a campanha do PSDB, ela é anti-petista e pronto.

    A estratégia apartidária da Marina foi uma adaptação do discurso do anti-petismo, adapatado para o “contra tudo que está aí”. O discurso da marina é uma radicalização, pois demoniza toda a classe política.

    Ambos os discursos são anti-democráticos, avessos ao debate e carentes de propostas. Aécio já prometeu medidas impopulares e responsabilidade fiscal, agora promete aumento do bolsa família e outros benefícios. Marina é defensora da nova política, com a participação de políticos como Serra, Feldman, Heráclito Fortes e Bornhausen, exemplos jurássicos de como se fazer política.

    A diferença quando o PT adota estratégia parecida, definindo diferenças com seus adversários, encontra-se no fato do governo se basear em fatos concretos. As propostas de Aécio e Marina são generalidades impraticáveis, é um discurso vazio, que só fica nas intenções. Nada de concreto. Por outro lado, quando o PT diz que seus adversários irão privatizar a Petrobrás, promover o desemprego, causar recessão, está dizendo alguma mentira?

    A política econômica de Aécio e Marina é a mesma, baseada no neoliberalismo financista, e a política brasileira se polariza não entre petistas e tucanos, mas entre desenvolvimentistas e neoliberais. Simples assim, qualquer promessa que não considere esse jogo de forças é falsa.

  27. Por que voto em Aécio

    Por que votarei no Aécio

    Se a ideia é que o blog publique defesas de votos nos diversos candidatos, vai aí minha defesa do voto em Aécio Neves. Como marco zero da minha argumentação, reconheço várias ações altamente meritórias do governo Lula: os programas de inclusão social, a expansão do nosso sistema universitário e técnico, um apoio mais robusto à nossa pesquisa científica, principalmente no tempo em que o MCTI esteve nas mãos de Sérgio Rezende. Mas grande parte dos avanços nos setores econômico e social são decorrentes do período de enorme afluência por que passou mundo turbinado pela China. Nosso PIB cresceu na média da América Latina e Caribe (ALC), a redução da miséria também esteve na média da região, e essas mudanças a nível continental não podem ser atribuídas seriamente a governos singularmente eficientes e especialmente sensíveis para questões sociais.

    No período Dilma, os avanços têm sido modestos. Estamos entre os lanternas da ALC em crescimento do PIB e nossa inflação não está entre as menores. Nesses pontos, é difícil negar o papel do governo Dilma. Distintamente de Lula, que reconhece não ter conhecimento técnico para gerir um país com a complexidade do nosso, exerceu todo o seu brilhantismo político para ouvir e obter, principalmente dos seus ministros, o melhor desempenho possível. Seus bons ministros lhe ensinaram até mesmo que vários dos fundamentos da política de FHC deveriam ser preservados. Dilma não sabe ouvir. Julga-se dotada de uma enorme capacidade gerencial e sabedora de todas as soluções. Escolheu propositalmente ministros medíocres e submissos aos seus mandos, nem sempre minimamente corteses. Só aceitaram ser ministros da Dilma pessoas dispostas a receber pitos humilhantes. Ao Jorge Gerdau, ela disse para escolher que ministério ele queria ocupar, e a resposta foi: nenhum. Mas aceitou ser seu principal assessor em assuntos de gestão. Quase sempre levando consigo Vicente Falconi, um dos mentores do choque de gestão de Aécio, teve inúmeras reuniões com Dilma e sua equipe, até que no final desistiu e saiu de cena por ver que estava falando para quem não era capaz de entender. Não é possível um diálogo produtivo entre Dilma e Mantega de um lado e Gerdau e Falconi do outro.

    A posição tanto de Dilma quanto de Lula em relação ao agronegócio sempre foi reticente. Isso porque as bases petistas são clara e historicamente oponentes do agronegócio. Mas diante da realidade inegável que só o agronegócio tem livrado nosso PIB de considerável queda, o governo Dilma o tem apoiado com crédito adequado. O que tem limitado o crescimento da nossa produção de grãos, de algodão e de carne é a deficiência da logística, coisa para a qual o governo acordou muito tarde. O financiamento da Embrapa também não tem crescido na taxa necessária. Com isso, a empresa teve de deixar de lado programas como o de desenvolvimento de cana própria para o clima e o solo do cerrado. A falta de recursos para desenvolvimento de sementes geneticamente mais avançadas deixou os agricultores nas mãos da Mosanto e da Cargill. O plantio direto, componente importante a Agricultura de Baixo Carbono, foi e ainda é considerado por importantes setores do governo como algo perverso, pois antes do plantio o capim tem de ser morto por herbicidas como o roundup, que é coisa do demônio porque produzido pela Monsanto. Não estou negando que os herbicidas provocam danos, mas estes podem ser minimizados drasticamente com manuseio adequado.

    O Reuni pretendia ser não só um programa de expansão, mas de também de modernização do ensino superior. Houve expansão, mas o projeto acadêmico do nosso ensino superior regrediu enormemente, como reconhecem entidades como a Academia Brasileira de Ciências e a SBPC. Ficou menos flexível, carregado de excesso de disciplinas e cheio de novos cursos absurdamente especializados. Isso numa era em que mundialmente se reconhece que os cursos universitários não devem tentar acompanhar o dinamismo do recorte das profissões, e sim formar pessoas com base científica e conceitual bastante para que elas sejam capazes de se adaptar a novas profissões. Nosso projeto pedagógico ficou mais dispendioso e mais anacrônico.

    Finalmente, falemos de Aécio. O apedrejamento a que ele foi submetido ultimamente pelos governistas é baseado em factoides e em boatos sobre sua vida privada. Quando o ESP publicou a matéria sobre a construção de um aeroporto em terras desapropriadas de um seu tio, o Luiz Nassif apontou imediatamente que o jornal transformara em manchete um fato irrelevante. Mas depois, Aécio foi transformado na Geni do blog, sob o silêncio do capitão.

    Aécio tem muito que mostrar sobre o seu governo em MG. Pegou o estado quebrado, sem condições sequer de honrar a folha de pagamentos de funcionários e em dois anos normalizou as coisas e o Estado voltou a crescer. Lula alegou que MG cresceu porque o Brasil cresceu, mas deixou de explicar por que razão sob o governo de Aécio a participação mineira no PIB brasileiro subiu de 8,7% para 9,3%, apesar de uma discriminação impiedosa do governo federal. Como revelam os dados do governo federal, Minas tem o melhor ensino público básico do País e o melhor atendimento médico do Sudeste.

    Aécio vem formulando seu programa de governo assessorado por pessoas de grande competência, como Anastasia – cuja competência foi louvada pela Dilma – Vicente Falconi, Alysson Paulinelli, o maior ministro da agricultura que o país já teve, e outros. Paulinelli foi quem fez a recém-criada Embrapa (1973) funcionar, e por meio do programa Polocentro, trouxe a fronteira agrícola do Brasil para o cerrado, anteriormente considerada terra imprestável. Os governistas criticam especialmente o assessoramento de Armírio Fraga, talvez a pessoa mais hábil do Brasil na manipulação de finanças. Questionam a postura neoliberal do Fraga. Mas esquecem que quem dita o norte do país é o presidente, do ministro o que se espera e deseja é competência técnica para tocar o programa. Quem aqui neste blog entregaria seu dinheiro para ser administrado pelo Mantega¿ Para o Fraga, até o Soros, considerado mundialmente um gênio das finanças, entregou.

  28. Meu voto em Aécio

    Por que votarei no Aécio

    Se a ideia é que o blog publique defesas de votos nos diversos candidatos, vai aí minha defesa do voto em Aécio Neves. Como marco zero da minha argumentação, reconheço várias ações altamente meritórias do governo Lula: os programas de inclusão social, a expansão do nosso sistema universitário e técnico, um apoio mais robusto à nossa pesquisa científica, principalmente no tempo em que o MCTI esteve nas mãos de Sérgio Rezende. Mas grande parte dos avanços nos setores econômico e social são decorrentes do período de enorme afluência por que passou mundo turbinado pela China. Nosso PIB cresceu na média da América Latina e Caribe (ALC), a redução da miséria também esteve na média da região, e essas mudanças a nível continental não podem ser atribuídas seriamente a governos singularmente eficientes e especialmente sensíveis para questões sociais.

    No período Dilma, os avanços têm sido modestos. Estamos entre os lanternas da ALC em crescimento do PIB e nossa inflação não está entre as menores. Nesses pontos, é difícil negar o papel do governo Dilma. Distintamente de Lula, que reconhece não ter conhecimento técnico para gerir um país com a complexidade do nosso, exerceu todo o seu brilhantismo político para ouvir e obter, principalmente dos seus ministros, o melhor desempenho possível. Seus bons ministros lhe ensinaram até mesmo que vários dos fundamentos da política de FHC deveriam ser preservados. Dilma não sabe ouvir. Julga-se dotada de uma enorme capacidade gerencial e sabedora de todas as soluções. Escolheu propositalmente ministros medíocres e submissos aos seus mandos, nem sempre minimamente corteses. Só aceitaram ser ministros da Dilma pessoas dispostas a receber pitos humilhantes. Ao Jorge Gerdau, ela disse para escolher que ministério ele queria ocupar, e a resposta foi: nenhum. Mas aceitou ser seu principal assessor em assuntos de gestão. Quase sempre levando consigo Vicente Falconi, um dos mentores do choque de gestão de Aécio, teve inúmeras reuniões com Dilma e sua equipe, até que no final desistiu e saiu de cena por ver que estava falando para quem não era capaz de entender. Não é possível um diálogo produtivo entre Dilma e Mantega de um lado e Gerdau e Falconi do outro.

    A posição tanto de Dilma quanto de Lula em relação ao agronegócio sempre foi reticente. Isso porque as bases petistas são clara e historicamente oponentes do agronegócio. Mas diante da realidade inegável que só o agronegócio tem livrado nosso PIB de considerável queda, o governo Dilma o tem apoiado com crédito adequado. O que tem limitado o crescimento da nossa produção de grãos, de algodão e de carne é a deficiência da logística, coisa para a qual o governo acordou muito tarde. O financiamento da Embrapa também não tem crescido na taxa necessária. Com isso, a empresa teve de deixar de lado programas como o de desenvolvimento de cana própria para o clima e o solo do cerrado. A falta de recursos para desenvolvimento de sementes geneticamente mais avançadas deixou os agricultores nas mãos da Mosanto e da Cargill. O plantio direto, componente importante a Agricultura de Baixo Carbono, foi e ainda é considerado por importantes setores do governo como algo perverso, pois antes do plantio o capim tem de ser morto por herbicidas como o roundup, que é coisa do demônio porque produzido pela Monsanto. Não estou negando que os herbicidas provocam danos, mas estes podem ser minimizados drasticamente com manuseio adequado.

    O Reuni pretendia ser não só um programa de expansão, mas de também de modernização do ensino superior. Houve expansão, mas o projeto acadêmico do nosso ensino superior regrediu enormemente, como reconhecem entidades como a Academia Brasileira de Ciências e a SBPC. Ficou menos flexível, carregado de excesso de disciplinas e cheio de novos cursos absurdamente especializados. Isso numa era em que mundialmente se reconhece que os cursos universitários não devem tentar acompanhar o dinamismo do recorte das profissões, e sim formar pessoas com base científica e conceitual bastante para que elas sejam capazes de se adaptar a novas profissões. Nosso projeto pedagógico ficou mais dispendioso e mais anacrônico.

    Finalmente, falemos de Aécio. O apedrejamento a que ele foi submetido ultimamente pelos governistas é baseado em factoides e em boatos sobre sua vida privada. Quando o ESP publicou a matéria sobre a construção de um aeroporto em terras desapropriadas de um seu tio, o Luiz Nassif apontou imediatamente que o jornal transformara em manchete um fato irrelevante. Mas depois, Aécio foi transformado na Geni do blog, sob o silêncio do capitão.

    Aécio tem muito que mostrar sobre o seu governo em MG. Pegou o estado quebrado, sem condições sequer de honrar a folha de pagamentos de funcionários e em dois anos normalizou as coisas e o Estado voltou a crescer. Lula alegou que MG cresceu porque o Brasil cresceu, mas deixou de explicar por que razão sob o governo de Aécio a participação mineira no PIB brasileiro subiu de 8,7% para 9,3%, apesar de uma discriminação impiedosa do governo federal. Como revelam os dados do governo federal, Minas tem o melhor ensino público básico do País e o melhor atendimento médico do Sudeste.

    Aécio vem formulando seu programa de governo assessorado por pessoas de grande competência, como Anastasia – cuja competência foi louvada pela Dilma – Vicente Falconi, Alysson Paulinelli, o maior ministro da agricultura que o país já teve, e outros. Paulinelli foi quem fez a recém-criada Embrapa (1973) funcionar, e por meio do programa Polocentro, trouxe a fronteira agrícola do Brasil para o cerrado, anteriormente considerada terra imprestável. Os governistas criticam especialmente o assessoramento de Armírio Fraga, talvez a pessoa mais hábil do Brasil na manipulação de finanças. Questionam a postura neoliberal do Fraga. Mas esquecem que quem dita o norte do país é o presidente, do ministro o que se espera e deseja é competência técnica para tocar o programa. Quem aqui neste blog entregaria seu dinheiro para ser administrado pelo Mantega¿ Para o Fraga, até o Soros, considerado mundialmente um gênio das finanças, entregou.

  29. Melhorando o nível do debate

    Francy,

    Creio que agora encontramos o tom. Deixei o desafio ontem, pedi para você caprichar, e você deu conta do recado.

    Contrapor testemunhos pessoais, sobremaneira falando de assuntos que dominamos, é a maneira certa de encontrarmos um caminho que sempre exige novas rotas. A discussão séria na campanha política, que deveria ser o caminho escolhido numa democracia madura para o debate de ideias, vem sendo constantemente negada. Se foi A que começou, B não fez nenhum grande esforço para exigir outro comportamento.

    Candidatos são vendidos como rótulos e adversários são desqualificados moralmente, não por seus reais defeitos, mas por qualquer palavra de ordem que cause maior impacto.

    Fui e sou um apoiador crítico do PT, pois acredito que não é tecendo loas que se constroem novas realidades. Os acertos, não são facilmente localizáveis se forem políticas de longo prazo. Para sabermos em que política devemos insistir, a crítica é fundamental para o estabelecimento e aperfeiçoamento da rota. A provocação do Gunter foi, e é, fundamental para exigir mais de nós.

    Você deu hoje uma contribuição numa área que conhece de perto. Eu lanço agora um novo desafio. Que outros falem daquilo que entendem e forneçam também elementos para uma discussão madura.

    Ao Gunter, peço que volte a um assunto que domina e ao qual tem escapado, segundo ele por não ser relevante para ele no momento: a economia. É este, no meu ponto de vista, o ponto mais frágil da campanha de Marina: A política econômica de seus gurus. Como se dará a conciliação de suas preocupações ambientais com a posição radicalmente de “mercado” de seus assessores? Não vale apelar para “práticas sustentáveis”…Temos que discutir seriamente o consumo necessário e o enorme supérfluo que é disperso diariamente para satisfazer a necessidade insaciável deste “mercado”.

     O forte de Marina é, ironicamente, o seu ponto fraco. Já dizia um sábio provérbio lusitano (transmitido a mim pelo meu bisavô e ao que parece lavrado por Mira y Lopes): “Diga-me do que te gabas que eu direi o que te falta”. Como conciliar seu discurso ambientalista, que lentamente se transforma em discurso da sustentabilidade (existe uma grande diferença), com a “política de mercado” e o “tripé econômico” de sua assessoria econômica?

     

  30. Plural, sim. Neutro, não.

    O blog é isso, ele é vivo, orgânico, e tal qual uma criança, nasce, cresce e vai aos poucos formando opinião solida. Quem conhece o Blog do tempo do Uol, lembra de um Nassif com um pé no barco tucano de José Serra e outro no barco petista, de Lula. E mais tarde, desconstuindo o personagem José Serra, o governo em muito nefasto de Fernando Henrique Cardoso, desmascarando a tentativa de parecer imparcial da imprensa brasileira, abrindo a cortina do passado e nos lembrando de que hoje temos meras repetições da historia. O blog, então, tornou-se adulto evoluiu para um jornal, tem opinião fundamentada e é um dos poucos, nessa seara, que propõe todas as visões politicas, porém alerta para o que cada uma delas tem como objetivo, lembra constantemente sua historia, chama atenção para as escolas de pensamento e o que mudaria a partir da chegada ao poder de A, B ou C. A partir dai, cada um é livre, segundo sua capacidade intelectual, de fazer escolhas. 

     

  31. Impostômetro X Sonegômetro

    Estima-se que o total de dinheiro sonegado é cerca de 10 vezes o total de dinheiro perdido pelos cofres públicos por causa da corrupção. E já se provou que o imposto PER CAPITA no Brasil NÃO é alto, e sim compatível com sua a renda per capita. O problema com o imposto é seu caráter historicammente regressivo, quando deveria ser progressivo (mais ricos pagarem mais): a alíquota máxima de 27,5 do IR é brincadeira. Pois bem, quem apoia Marinete Financista? Itaú, Natura e Globo. Todas GRANDES sonegadoras. Pronto, agora medite bem e vote bem.

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