PM acaba com o Samba em Campinas

Ferimento de bala de borracha

Por Robson

Escrevo com o nariz ainda irritado e os olhos ardendo.

Sempre que ouve-se falar que a Polícia Militar agiu com violência para reprimir manifestações fica a dúvida: não houve um motivo? A polícia não foi atacada antes, ou não agiu na defesa do bem estar da população? Arruaceiros não estavam no meio da multidão, sendo necessário dispersá-la para impedir danos maiores?

Não. Não foi o que testemunhei.

A noite no distrito de Barão Geraldo, famoso por abrigar minha querida UNICAMP, seguia tranquila. Como todas essas noites de carnaval, havia folia. O bloco Cupinzeiro animava os foliões, enquanto que em cantos dispersos alguns grupos se reuniam para ouvir funk ou outros ritmos.

Cerca de uma hora da manhã o bloco Cupinzeiro dispersou. Logo em seguida, conforme alguns já sabiam, uma roda de samba que se reune mensalmente em Barão Geraldo se formou na praça do côco, exatamente onde o bloco Cupinzeiro havia se dispersado.

A praça do côco é um lugar fantástico. Originalmente uma praça central de uma avenida pouquíssimo movimentada, praticamente sem nenhum trabalho de urbanização, ela foi adotada por um vendedor de côco que a transformou em um dos melhores pontos culturais de Barão Geraldo. Para quem passa por perto no sábado pela manhã é parada obrigatória.

O samba corria solto, a roda estava empolgada, e nem pode-se dizer que havia tante gente: imagino que de 500 a 1000 pessoas circulavam pela praça.

Eu estava em um ponto estratégico, em cima de um palco.

Não havia tumulto, não havia correria, não havia grupos sordidamente tramando contra a ordem pública. Nenhuma briga ocorria naquele momento. Aliás, tenho o hábito de, nesses eventos, não ficar parado. Circulei por toda a área anteriormente. Muitas vezes. Não vi UM tumulto sequer. Tudo em paz, até que surgiu a primeira bomba de gás lacrimogêneo.

A polícia, em sua clássica formação de choque, sequer se anunciou. Vindo pelos fundos da praça, seu primeiro movimento contra uma reunião pacífica e alegre foi essa: atirar bombas no meio da multidão para  assustar e intimidar. 

A correria foi imediata. Pela situação pacífica anterior, pouca gente entendia o que estava acontecendo. Muitos apenas se davam conta de que a fumaça era gás lacrimogêneo quando começavam os efeitos. Foi o meu caso.

Enquanto a PM começava sua diversão, dei a volta por do grupo de policiais. Era o lugar mais seguro, do meu ponto de vista. Observei o grupo detidamente. Eram cerca de 10 motociclistas, 15 ou 20 em formação de tropa de choque e mais a mesma quantidade fora de formação, creio eu.

Tentei fotografar, mas infelizmente as imagens e vídeos que consegui são de uma qualidade lastimável. Provavelmente hoje surgirão imagens melhores.

Não procuravam nada. A única atitude foi dispersar, atirando bombas de gás lacrimogêneo nas aglomerações que ainda restavam. Estudantes, mulheres, idosos. Não lembro de ter visto crianças, mas não duvido.

Houve balas de borracha. fotografei um dos rapazes atingido. 

Não presenciei um único ato de reação, exceto verbal. Acompanhei uma menina apontando o dedo na cara de um policial de moto.Filmei, temi que ele avançasse sobre ela, como vi alguns policiais tentando fazer com outros rapazes.

Em dado momento acabei passando a frente dos policiais, pois eles haviam recuado em uma esquina. Enquanto a maioria dispersava tentei continuar fotografando e, com a calma de alguém que se entende como um cidadão que não pode ser forçado a fazer ou deixar de fazer nada senão em virtude da lei, sentei-me calmamente na calçada para rever o que havia fotografado. Quando os PMs virarm a esquina a ordem foi direta: circular, andar para a frente. Confesso que temi levar uma surra de cassetete pela impertinência de ainda estar tentando se comportar como um cidadão que não deve nada.

 Argumentei que minha casa ficava na outra direção, mas caminhei, me deixando ficar pra os lados. Mais duas vezes policiais me falaram para andar, mas me deixei ficar para trás. Acabei voltando para a casa de uma amiga, onde algumas pessoas horrorizadas com a atitude obtusa da polícia se agruparam.

De tudo que vi, concluo que não houve motivo justo. Não houve sequer um pedido anterior dos policiais para que o grupo se dispersasse. Pessoas pacíficas ouvindo samba no carnaval sendo atacadas por policiais com gás lacrimogêneo e sangue nos olhos faz parte de uma realidade que às vezes negamos mas que fatalmente nos atinge. Não havia protesto, não havia tumulto, só samba, alegria e homens fardados que se aproximaram sorrateiramente e atiraram bombas em uma multidão ordeira e pacífica.

Ficou em mim a impressão de fomos cobaias. Pareceu-me que a nossa polícia precisa treinar seus  homens para a copa, e sem tempo hábil ou eventos explosivos suficientes acontecendo, usou o que tinha à mão. Atacou um grupo pacífico que se divertia para testar sua capacidade de dispersar reuniões. Não consigo ver outra justificativa plausível.

Amanhã o carnaval continua. O bloco mais famoso de Barão Geraldo, “Berra Vaca”, irá andar pelas ruas, precedido pelo “Maracatucá”, que deverá tocar por cerca de duas horas. Estarei lá e planejo ir embora quando o sol raiar. Mas por precaução, levarei uma máquina fotográfica decente. Se a idéia é que sejamos cobaias,  quero que o  experimento seja muito bem documentado.

 

Redação

49 Comentários

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  1. Ontem eu escutei uns barulhos

    Ontem eu escutei uns barulhos parecidos com bombas da minha casa. Estou simplesmente indignado com a atuação da PM, mas não surpreso, afinal o treinamento deles é esse: porrada primeiro, perguntar depois, ou nem perguntar continuar metendo bala…

  2. Eu vi tudo
    Concordo com todas as palavras descritas.
    No momento do ataque da polícia estava com alguns amigos atrás da multidão que se aglomerava em frente ao palco. Antes que uma bomba fosse atirada bem no meio do público outras três bombas já haviam sido disparadas porém acertaram as árvores. Assustado com a situação fomos direto para o carro enquanto toda multidão se dispensava, também notei uma parede de policiais em formação que gritava e mandava que os foliões fossem sentido contrario.
    Reforço que também não presenciei qualquer briga, vou dizer dinovo não houve QUALQUER BRIGA e os policiais acabaram com um momento tão bacana onde todos ali curtiam.

    1. Policia e Barão Geraldo

      Olá

       

      pelo que li em outros lugares e pelo estado do distrito hoje, houve briga sim;

      parce que foi um grupo que não tinha nada a ver com nada, não era do bloco, não estava no carnaval, só começou a quebrar lojas do centro; uma dona de loja, das que foi atingida disse que seu funcionário viu um grupo pequeno que do nada começou a quebrar os vidros;

      buenas, e aí? 

      ai que nossa despreparada [ ou será preparada?] polícia passou a tratar a todos como bandidos perigosos… ao invés de se concentrar no problema foi dispersando tudo e dispensando a todos um tratamento imbecil, sem explicar, só mandando, só querendo terminar seu trabalhinho mais cedo pra ir pra casa;

      ao invés de avisar que havia um problema e conversar, ela manda, grita, ameaça;

      não importa quem é e o que está fazendo, vira ordem geral;

      sai da frente que o Bloco da PM quer passar… no destaque o senhor Geraldo Alckmin e seu aliado o prefeito Jonas…

       

       

  3. Estranho…

    Como ex-extudante da Unicamp, já vi vários carnavais na Praça do Côco. Depois de formado e mudar de Campinas, sempre ia pra lá, convidado por amigos. Não lembro de confusão.

    Só que público aumenta mais a cada ano.

    Essa reação desproporcional da PM soa bizarra demais.

    Cabem perguntas:

    1- Será que não houve tumulto mesmo?

    2- Tudo estava sob “controle” mesmo?

    3- Algum vizinho não aguentou a barulheira e chamou a patrulha? ( a tal praça é área residencial)

    4- Será que a “agregação” da “nova-classe-média”  ( não os universitários) ouvindo funk deu um ar de bandalhismo ao evento, o que assustou a patrulha?

    5- Será que estamos na eminência de um novo “golpe de estado”?

     

    Não estou defendendo a PM, só quero entender. 

    Já vi o Berra-Vaca fazer coisas bem mais “ousadas” no Carnaval de Barão e não acontecer nada.

    E não me lembro de ter visto na minha vida a patrulha dispersar blocos pacíficos de carnaval com gás e balas de borracha.

    Uma coisa é fato (e isso eu testemunhei):

    O carnaval “alternativo” de Barão Geraldo começou com um pequeno grupo e vem crescendo a cada ano. Agregando  várias “tribos” além dos universitários. E nisso não há controle. Aliás este é o espírito do carnaval não? Liberdade.

    Mas…

    Quanto mais gente, menos controle.

    Se eu fosse você iria ao Distrito Policia de Barão saber o que houve de “errado”, pra não levar pneu nas costas de novo.

     

    1. Vc nao leu o texto .. só

      Vc nao leu o texto .. só isso!! 🙁

      E essa pergunta aki

      4- Será que a “agregação” da “nova-classe-média”  ( não os universitários) ouvindo funk deu um ar de bandalhismo ao evento, o que assustou a patrulha? 

      Esse comentário é cheio de preconceito. bem digno da “nova-classe-média”.. 🙁

       

      O carnaval “alternativo” de Barão Geraldo começou com um pequeno grupo e vem crescendo a cada ano. Agregando  várias “tribos” além dos universitários. E nisso não há controle. Aliás este é o espírito do carnaval não? Liberdade.

      Carnaval alternativo ??? Carnaval típico.. bloco na rua ..

      O carnaval é feito para o povo .. não só universitários… as várias tribos ..

       

      Ai ai .. qta besteira .. qto preconceito .. qta alienação ..

      1. Argumentação

        Você argumenta mal hein minha filha?

        Para que não interpretem mal a sua análise leviana do meu texto vamos aos pontos:

        1- Quando digo “agregação da nova classe média”, estou falando em um fato real, visível, daqueles que antes não tinham o direito (?) ou grana(?), ou até desembaraço (?) para se autorizar a participar de um evento criado por universitários e afins – esses sim, na sua maioria de classe média alta. É só dar olhada nas repúblicas da Vila São João, Guará e também na Moradia estudantil.

        2- O Carnaval de Barão vem mudando sim. Eu estava lá qando começou nos anos 90. Obviamente que acho um absurdo qualquer movimento no sentido de tolher a participação de qualquer pessoa. Mas…existem as “tribos” sim, que foram se agregando com o passar do tempo ao evento. Playboys, patricinhas, “nativos” de Barão, Campineiros “da gema”, etc, etc  O Carnaval de Barão não é mais aquele grupo original do Berra Vaca ( que girava em torno de pessoas ligadas à UNICAMP e agregados). E você sabe disso. Eu acho isso ruim? De jeito nenhum! O país é livre. A festa também. Mas é um fato. Quer você goste ou não.

        3- Chamei o carnaval de Barão de “alternativo” sem nehuma inteção capciosa. É alternativo pois não é uma escola de samba institucionalizada, e permite a participação livre de todo mundo. Você deve ter grilado com as minhas aspas. 

        4- Quando se cria um evento aberto, do qual todos podem participar, o controle é praticamente enexistente. E aí me perguntam: você acha isso ruim? Não acho nada.  É de saber até do mundo mineral que em manifestações abertas tudo pode rolar. As passeatas e brec-brocs estão aí para não me deixar mentir. 

         

        Grande abraço

    2. Eduardo
      A única coisa

      Eduardo

      A única coisa estranha foi o comportamento arbitrário da polícia.  Fiz algumas das suas perguntas a mim mesmo.

      1 – não houve tumulto locamente. Talvez em alguma outra região de Barão Geraldo, mas nem os ecos do tumulto que dizem ter havido chegaram à praça do Côco antes dos policiais.

      2 – Totalmente sob controle. Não havia nem mesmo aquelas brigas comuns.

      3 – Bomba de gás lacrimogêneo por que um vizinho reclamou do barulho? Nunca ouvi falar desse protocolo de ação da PM. Bom saber, não vou deixar TV alta depois das 22hrs..    😉

      4 – A roda era de samba. Em alguns pontos um pouco distante havia pessoas ouvindo funk. Muito poucas. Em alguns momentos eu era um deles, admirando as meninas dançando. Pode ser machismo, mas não é crime.

      5 – Me pareceu mais uma decisão equivocada de algum ‘jênio’ de tratar todo mundo na rua naquele momento como vândalo.

       

       

      Tb acho que o carnaval de Barão cresceu demais, e eventualmente poderia sair do controle. É que, pelo tamanho do evento, precisa-se de muitos policiais no local. E muitos policiais juntos parece ser sinônimo de confusão.

      1. Meu caro,
         
        Controle total é

        Meu caro,

         

        Controle total é algo que não existe nesse tipo de evento.

        É claro que eu acho violenta demais a ação da PM.

        Só quero entender mais “sociologicamente” o que houve.

        Não acusar um lado nem outro ( e  alguns outros também…)

  4. Passei em Barao setindo

    Passei em Barao setindo Campinas a 1p0 e havia muito movimento de policia. Percebi que banheiros quimicos estavam deitados ao lado do Santander. Acreditava que alguém fazia arruaça. A tropa de choque estava ao lado do Burguer King. Estava indo buscar meu filho no Circulo Militar e retornei às 2p0 a Barao Geraldo. Passei pela Sta Isabel e virei sentido praça do Coco. Estava muito corre corre e tive que dar uma volta grande para sair do tumulto. Tinha muita gente correndo e a tropa de choque atirando bombas. Na praça do Coco nao vi nenhuma anormalia na rua (depredação, etc…). 

    Nunca vi tanta gente em Barao Geraldo no carnaval como desta vez. Haviam vários grupos andando a pé no tapetão as 2h00.

    1. Eu acho que foi isso. Em

      Eu acho que foi isso. Em algum lugar de Barão Geraldo houve arruaça e a polícia militar resolveu isso tratando qualquer aglomeração no distrito como ajuntamento de baderneiros.

    1. Versões

      Esses fatos não contradizem minha versão. Meus olhos não alcançaram o disitrito todo, naturalmente.

      O fato é que a paz era completa na praça do côco antes da polícia chegar.

      A distância entre a praça do locais de vandalismo é grande. Centenas de metros. O supermercado depredado deveficar a um quilômetro. Não se justifica atacar um grupo isolado e pacífico.

      Além disso, se algum conflito tivesse chegado até ali, nós deveríamos estar sendo defendidos pela polícia e não atacados.

       

      1. O outro lado

        Na casa onde moro jogaram pedras. Ela é perto do supermercado onde houve o furto de eletrodomésticos.

        É lógico de chama-se e polícia nesses casos.

        Foram os “foliões” que começaram a bagunça

        Pare com isso de demonizar a polícia e vitimizar os vândalos

        1. Há foliões e foliões

          Há foliões e foliões Marcos

           

          Se houve bagunça perto da sua casda a polícia deveria ter restringido sua ação àquela localidade, e não ter levado pânico e violência para um outro lugar que estava pacífico até então.

  5. Moro em frente a praça

    Estava tudo tranquilo, a festa já estava no final, quase nem ouvíamos mais a música aqui de casa. Meu marido estava na janela acompanhando o fim da festa e, não, nada de sinais de tumultos ou qualquer outra coisa que pudesse tentar justificar o que ocorreu. De repente, foram várias bombas de gás (eu contei 9), correria pra todos os lados, linhas de policiais com aqueles escudos de corpo inteiro, e os cães de toda a vizinhança latindo desesperados. A fumaça entrou em casa e nós mesmos sentimos o efeito do gás lacrimogêneo. Ficamos sem saber o que pensar pois a dimensão da ação da polícia nos sugeria que havia uma situação de grave risco aos cidadãos. Mas, pelo jeito, foi mais uma reação bastante desproporcional da PM anunciando como a banda irá tocar nesse ano de copa. Realmente inadmissível. 

    1. Erraram o tumulto

      O tumulto era na av. Santa Izabel, onde o pessoal que foi solicitado a desligar o som alto se revoltou e saiu quebrando. O batalhão de choque foi chamado e viram a aglomeração na praça do Coco e desceram o pau no povo.

      Duvido que a guarda municipal ou a PM vai assumir o erro. Ainda mais com a mídia pró PSDB, não vão falar a verdade.

  6. Publicado no Correio

    O quarto dia de Carnaval no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, terminou em pancadaria e repressão da Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) na madrugada desta terça-feira (4). Um grupo isolado iniciou um quebra-quebra na Avenida Santa Izabel, região que concentra o comércio, o que, segundo informações da PM, iniciou o confronto. Foliões que aproveitavam a festa no Bloco do Souza foram atingidos por bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. O cenário no distrito nesta terça era de destruição. Pelo menos cinco comércios, entre eles um supermercado, tiveram prejuízos. Uma agência do banco Santander teve sua fachada quebrada e o interior pichado. Sete pessoas foram levadas para a delegacia. 

    A confusão em Barão Geraldo começou por volta das 2h. Uma comerciante que teve a fachada da sua loja depredada relatou que um grupo que não participava do Bloco do Sousa começou a quebrar o comércio local. Maria Inês Souza Ribeiro que é dona de uma loja de chocolates relatou que no momento da confusão, um segurança contratado por ela estava no local. “Ele me ligou para dizer que do nada um grupo começou a quebrar a loja. A minha sorte foi que a polícia agiu rápido e evitou que eles entrassem. Mesmo assim tive o prejuízo com a porta de vidro que foi quebrada. Com os estilhaços, também perdi produtos”, disse. 

    A Banca Central também foi alvo do grupo. A porta foi danificada mas nada foi levado. Segundo informações dos moradores, um supermercado que fica na Rua Albino José Barbosa de Oliveira foi saqueado e uma farmácia também teve sua porta danificada. 

  7. Estive no carnaval de Barão

    Estive no carnaval de Barão Geraldo todos os dias. Este ano foi o mais tranquilo de todos (até a noite de ontem), era até emocionante o tanto de gente que ocupava as ruas andando pra la e pra ca tranquilamente. Mesmo com tanta gente nas ruas eu vi apenas uma briga, coisa que já foi mais frequente ali no centro.

    Quem estava na rua ontem sabe exatamente o que era o clima de festa e alegria com um monte de gente pulando e brincando no carnaval. E não eram apenas os universitários, eu mesmo não sou um. Tinha um monte de amigos meus, encontrei filhos de outros amigos e até a mãe de uma amiga. Todo mundo na rua, de todas as ‘tribos’ e gerações brincando o carnaval. 

    Foi um crime o que a PM fez ontem… até agora não me conformo de terem usado o CHOQUE…

  8. Palhaçada, palhaços, e bandidos

    Morei 10 anos em Barão Geraldo. 6 deles a menos de 500 metros de onde aconteceu essa tragédia, porque não tem outro nome pra dar a isso.

    Em 2009 fui assaltada saindo de casa, a mão armada, a poucos metros dali. A polícia chegou 2 horas depois de eu ter ligado. Disseram que não podiam fazer nada, nem o BO. A delegacia de Barão, fechada a noite, tampouco podia resolver meu problema. No dia seguinte, fui a delegacia fazer o BO. Eles não quiseram fazer meu BO, disseram que não iria dar tempo (era 15h da tarde, e a delegacia fechava as 17h00). Tive que ir ao Taquaral pela noite, pra conseguir um documento, que só ocupa espaço nas minhas pastas de arquivo.

    A polícia não ligou pro que aconteceu. Era só mais um caso de violência, e afinal, nem estuprada fui. Só tive problemas em dormir por meses, sempre achando que alguém estava entrando na casa, e que “ele”iria voltar.

    Em outros tempos, para caminhar 100 metros a casa da minha vizinha, saía com um facão amarrado a cintura. Em menos de 2 semanas, 5 casos de estupro ou tentativas de estupro registradas em Barão, também perto de casa. A polícia não compareceu, não tinha tropa de choque alguma vasculhando as matas da fazenda Rio das Pedras ou as ruas de Barão, atrás disso.

    Agora quando o dano é ao patrimônio, e não às pessoas, todo mundo é bandido. Inclusive, melhor causar dano às pessoas, com balas de borracha e gás lacrimogênio, em gente que nem perto dos vidros quebrados do comércio da av. Santa Isabel estava, do que dialogar e atuar à serviço dos cidadãos. 

    Truculência e violência são as estratégias da PM paulista para lidar com o que quer que seja.

    A palhaçada é feita por esses bandidos de farda, que possivelmente nem sabem o que estão fazendo.

    A festa de brincar, a bagunça, a alegria, estão proibidas. E mais um vez, um vidro quebrado vale mais que o corpo das pessoas, que voltaram pra casa com feridas das balas de borracha no corpo.

    E pra quem tem facebook, segue um vídeo.
    https://www.facebook.com/photo.php?v=828985093783830

  9. carnaval tem máscara, e

    carnaval tem máscara, e máscara é coisa de black bloc. Logo, o grupo carnavalesco saiu às ruas já com INTENÇÃO de vandalismo, é claro!

    e o nassif ainda tem a pachorra de falar sobre o radicalismo da esquerda de mãos dadas à direita. Negro pobre morre todo dia na mão da PM, agora é a classe média branquinha que está apanhando duro. Oras, alguém tem que radicalizar a parada, já não dá mais para aguentar esses militares!! A palavra “democracia” soa cada dia mais sem sentido nesse país, e não é culpa da Dilma não, pode ser com ela ou com a Marina ou com o Aécio, claramente não é isso que vai mudar a situação.

  10.  
    Aí uma pista concreta pro

     

    Aí uma pista concreta pro que aconteceu:

    http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/03/capa/campinas_e_rmc/157901-carnaval-de-barao-geraldo-tem-invasao-e-depredacao.html

    A questão, talvez então, esteja bem clara: quando a polícia é chamada a intervir (e, se for isso mesmo, ela foi), por que exerce sempre o MESMO padrão: porrada, bombas, dispersão, etc??? Será que não há outra estratégia pra isolar o grupo de vândalos, SEM tratar todo mundo ali como se fosse vândalo??!!

    O Brasil ainda é militarizado!! Isso vai dar merda um dia!! Retroceder pra uma ditadura não é tão impossível assim.. Infelizmente!! Questão de tempo, argumentação mal intencionada na mídia (pra justificar as ações violentas da polícia) e alianças políticas.. E tudo isso já tá acontecendo.. 

     

     

     

  11. Agora aguenta
     
    Foi como eu

    Agora aguenta

     

    Foi como eu previ. Ficam se envolvendo em manifestações sem ordem, alguns estimulam a violência, e deixa o país em clima de medo e de guerra civil. Agora qualquer coisa gera a paranóia e reações extremistas, por parte dos dois lados.

    Isto vai evoluindo até o país beirar uma guerra civil, e então basta uma gota de água para transbordar um balde.

    Será que o país precisa mesmo disto? Quem ganhou alguma coisa até agora? O Governo perdeu alguma popularidade que seja com isto?

    Em uma guerra todo mundo perde e ninguém ganha. Gente inocente acaba sendo discriminada por causa dos erros de outros.

    O único caminho possível é o da não violência como pregava Mahatma Ghandi, e isto começa em nós, rcuando se preciso for mas nunca ferindo.

    Que o povo brasileiro diga não á violência insuflada pela direita, pela mídia, pela esquerda radical, evite as manifestações que podem ser usadas contra a causa dos manifestantes e seja pela paz, estes são os meus votos.

  12. Algumas correções

    Participei de uma reunião agora a tarde para debater esse assunto, e aqui vão alguns esclarecimentos.

    – Não foi apenas a PM que participou desse ataque.  A tropa de choque em questão e os motociclistas eram da GM.

    – A PM participou com táticos móveis.

    – Apesar do discurso oficial ser de que tudo começou com a tentavia da polícia de esvaziar uma região próxima onde estariam havendo depredações, muitas pessoas não viram esses lugares depredados antes da ação da polícia. A velha questão do ovo e da galinha.

    – Testemunhas ouviram grupos de policiais conversando entre si, dizendo que se queriam baderna, agora era a vez deles fazerem baderna e que ia acabar com tudo. 

    – Tb há relatos que tudo começou depois que um policial foi agredido ao separar uma briga. Ligado ao dito acima, explica alguma coisa.

    – Estranha-se o fato de a tropa de choque da GM ter aparecido tão rapidamente. A impressão que fica é que esperava-se apenas alguma desculpa para iniciar o processo de esvaziamento da região. Mal feito, por sinal.

     

  13. Parece até piada

    Classico discurso de esquerdista e comunista…

    “Estavamos parados como santos e a policia chegou batendo …”

    Disrcursinho barato hein… o pior é que tem trouxa q acredita nisso.

    Pelo amor de Deus…. Alguem mesmo acha que a policia iria tirar viaturas do Batalhão de Choque para “Sem motivo” bater em pessoas que estavam ouvindo música???

     

    Acho q isso é muito lança perfume na cabeça junto com muita noticia da russia invadindo a ucrania…

    1. “Alguem mesmo acha que a

      “Alguem mesmo acha que a policia iria tirar viaturas do Batalhão de Choque para “Sem motivo” bater em pessoas que estavam ouvindo música???”

      Também não acredito nisso. Mas acho que a coisa é bem pior, quem mandou o Choque para dispersar o pessoal em Barão (havia acontecido alguma arruaça sim, mas muito longe da praça do Coco e pelos relatos que recebi responsabilidade de não mais que um grupo de meia-dúzia de bêbados que jogou pedras em algumas vidraças) sabia que não era nem de longe caso para eles estarem lá. Mas como em outras manifestações, a PM foi lá e desceu o cacete. Isso tem sido muito útil para criar o clima de caos onde as Raquel Sheherazade da vida se reproduzem que nem mosca em esgoto de matadouro. Pois é, a quem interessa criar essa atmosfera de baderna ?  Isso está cada vez mais com cheiro de preliminar para golpe de 1o de abril – vamos criar o caos, depois nos apossamos dele.

  14. insatisfação

    Estive no carnaval da praça do coco no sábado, e presenciei uma discussão entre um senhor de nome Jorge Com funcionários da emdec e com policiais da pm, nessa discussão ele gritou com todas palavras que era amigo  pessoal do  Baggio e que iria dar um jeito nisso (no carnaval, pois ele  odeia) dizia que nao consegue dormir, e brigava com quem parava o carro na frente de sua casa.que tal uma investigação mais apurada pra saber se nao foi favorecimento pessoal do Baggio para este senhor? 

  15. Nassif, aqui vai três videos

    Nassif, aqui vai três videos que fiz no momento da repressão. Na hora em que o choque chegou, ninguém entedeu que era o choque… demorou para o pessoal reagir e entender a situação. No video, você poderá ver que todos foram pegos desprevinidos e muita gente desmaiou e passou mal.

    O nome do bloco era “Black BLOCO SAMBA DO SOUZA”, vai ver que a PM confundiu com os “black block’s” e colocou em prática sua operação padrão contra os manifestantes (ops, fuliões), rsrs.

     

    http://youtu.be/xuy8StwNnJQ

    http://youtu.be/3XSBbRory8s

    http://youtu.be/7kPSoLPvmAM Este video conta um pouco como foi que essa pessoa foi atingido por uma bala de borracha no peito

     

     

  16. Repressão militar

    Estamos diante da verdadeira face do sistema opressor, em pleno 2014, com multiplos recursos tecnológicos, vivemos ações covardes de suspensão dos direitos constitucionais, que são apoiadas por uma sociedada arcaica, conservadora e hipócrita. E pulverizada pela mídia mercenária e sem função. A luta deve se intensificar e não enfraquecer! 

    DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA JÁ!

  17. (falta de) Preparo…

    Nada mais a dizer sobre a polícia. Em qualquer aglomeração de pessoas, ainda mais no carnaval, há sempre a possiblidade de surgir alguma confusão. Se bem que acompanhei o Cumpizeiro do começo ao fim, fui embora para casa por volta da meia noite e não vi um incidente sequer. Também não vi muitos policiais durante a passagem do bloco (se é que vi algum). Será que não era o caso de se preparar mais para prevenir conflitos, brigas e arruaças, em vez de deixar a baderna se iniciar e sair batendo e jogando bomba em todo mundo? Aproveiro para dizer que o Cupinzeiro foi bom demais e compartilho do testemunho do autor quando diz que havia não só jovens, mas muitos idosos e crianças no bloco também. Tudo pacífico e alegre, enquanto estive por lá – como deve ser o carnaval.

  18. Sou jornalista e faço parte

    Sou jornalista e faço parte de uma força policial de Campinas, que por normas internas necessito omitir qual. Não estou aqui com carta de defensor da Polícia Militar ou da Guarda Municipal. Sei que, às vezes, há excessos, mas sei também que isso é uma excessão.

     

    Me espanta uma pessoa ter um espaço em um jornal e usá-lo para escrever tantos absurdos senão, vejamos:

    “Não havia tumulto, não havia correria, não havia grupos sordidamente tramando contra a ordem pública. Nenhuma briga ocorria naquele momento”. É impossível você fazer tal afirmação, pois como é que você pode saber se há ou não algum “tramando contra a ordem pública”? Você poderia, no máximo, dizer que do ponto onde estava não se via tumultos ou brigas.

     

    Trabalhei apenas um dia em Barão Geraldo (domingo), e neste dia houve vários casos de tumultos e vandalismo provocados por uso excessivo de álcool e drogas.

     

    “A polícia, em sua clássica formação de choque, sequer se anunciou. Vindo pelos fundos da praça, seu primeiro movimento contra uma reunião pacífica e alegre foi essa: atirar bombas no meio da multidão para  assustar e intimidar”. É de uma boçalidade tremnenda, falta de senso e desconhecimento pensar que a polícia vai atacar uma “reunião pacífica e alegre”. Há mais de 300 anos o cientista Issac Newton formulou a lei da Ação e Reação: Para toda interação, na forma de força, que um corpo A aplica sobre um corpo B, dele A irá receber uma força de mesma direção, intensidade e sentido oposto; toda força que um corpo recebe é conseqüência da força que ele aplicou. Quando há confrontos as duas partes são prejudicadas. Há policiais e manifestantes feridos. Um guarda municipal foi parar no hospital devido a uma pedrada. A polícia evita ao máximo entrar em confronto, até porque no dia seguinte, muitas vezes  ela será atacada na imprensa. Desconhecimento por pensar que a tropa de choque ao combater vândalos que depredavam o patrimônio público e o particular tem que “se anunciar”. A surpresa é uma das armas usadas para prender os criminosos destes atos.

     

    Não sei se você é jornalista, mas se for, gostaria de lembrá-lo de algo que você deve ter aprendido na faculdade: ater-se aos fatos, mesmo que em textos como este de depoimento. Quando você diz que havia “mulheres, idosos. Não lembro de ter visto crianças, mas não duvido”, você está incitando ao seu leitor a ser contrário à ação da policial, praticamente os chamando de covardes ao possivelmente jogar bombas em idosos e crianças… Se você, como assume, não viu crianças, não coloque isso em seu texto.

     

    “Não presenciei um único ato de reação, exceto verbal”. Não foi por reação verbal que o GM foi parar no hospital, mas por causa de uma pedrada. Inclusive viaturas foram apedrejadas.

     

    “De tudo que vi, concluo que não houve motivo justo”. Você chegou a esta conclusão após ouvir as duas partes? Ah, lembrei, você deve ter faltado às aulas em que isenção e imparcialidade foram ministradas. Você não ouviu a versão policial, né? Você já tinha sua conclusão!

     

    Mais absurda ainda é a afirmação: “Ficou em mim a impressão de fomos cobaias. Pareceu-me que a nossa polícia precisa treinar seus  homens para a copa, e sem tempo hábil ou eventos explosivos suficientes acontecendo, usou o que tinha à mão”. Isso é de um no sense tamanho que quase não merece resposta.

     

    Proponho um dia no país sem as forças policiais. Seria simplesmente o caos!

    1. Proteger e servir

      Que tal propormos uma polícia equilbrada e justa Nel?

      Toda vez que alguém questiona o trabalho da polícia alguem sugere esse absurdo. O que faríamos sem as forças policiais? É obvio que a polícia é necessária. Mas como qualquer outra autoridade ou poder, deve ser sempre avaliada e questionada. A polícia não é infalível, e deveria prestar contas sempre que questionada.

      Que fique claro: não tenho nada contra a polícia. Tenhos amigos, primos e conhecidos policiais. Interesso-me pelo trabalho da polícia, acho bonito quando é bem feito. 

      Nel, um bom leitor sabe diferenciar os fatos das observações de quem escreveu. Não subestimo a inteligência de quem leio – ao contrário. Então, tenha a boa vontade de assumir que nada do que relatei foi inventado. Você pode ignorar minhas conclusões, mas para ignorar os fatos terá que me chamar de mentiroso. E aí, bem, não há mais espaço para diálogo. 

      Na Praça do Côco não havia confusão. É fato, corroborado por diversos outros testemunhos.  Talvez a ironia do ‘pessoas tramando sordidamente contra a ordem pública’ lhe tenha escapado. Vc pode achar boçalidade por que não concorda – sua opinião –  mas  fato é que a polícia atacou sim uma reunião pacífica. E até agora nenhuma das duas corporações assumiu o fato.

      Concordo contigo sobre o elemento surpresa. Contra criminosos, seria bacana. Contra cidadãos cumpridores da lei é no mínimo estúpido.

      Qto a ouvir ambas as partes, durante os conflitos a população questionou o porque da operação, sem respostas. Ambas – GM e PM –  não assumiram posteriromente que atiraram gás lacrimogêneo e bombas de borracha na praça do côco. Não há versão policial. Acho que seria diferente se a ação não tivesse sido desastradamente sem sentido.  Enfim, sou testemunha de que isso ocorreu. Eu não preciso ouvir ambas as partes para descrever o que houve por que eu estava lá. Descrevi fatos e fiz minhas observações. 

      Finalizando, meu artigo não é jornalístico. É um relato acompanhado da minha opinião sobre os fatos. Sou um cidadão consciente e cumpridor da lei que se sentiu tratado como bandido.

       

  19. Alckmin retribui e manda

    Alckmin retribui e manda forte abraço a todos os trouxas de Campinas que votaram nele e naquela marionete tucana que ele pôs na prefeitura. Pior chacina da história da cidade e falência do sistema hídrico do estado serão suas “marcas” em 2014. Eleitor paulista só pode sofrer de síndrome de Estocolmo. Vota num calhorda, pulha, incompetente e corrupto só para não eleger os candidatos do “partido dos mensaleiros”. É patético, pra dizer o minimo.

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