O inimigo comum imaginário criado pelo diabo que não existe

Charge de Ivan Cabral

do blog do Marcio Valley

Há uma máxima, atribuída ao poeta francês Charles Baudelaire, segundo a qual o maior truque realizado pelo diabo foi convencer a todos de sua própria inexistência. Grande esperteza. O diabo sabe que o povo estará pronto para adotar uma atitude passiva e se acomodar quando restar convencido de que determinado mal é fruto de lenda urbana, de teorias da conspiração ou da histeria de poucos. Nada como a inação popular para quem deseja o poder. Em terra de apáticos, o mal ativo será rei.

O diabo, porém, é ainda mais maligno. Não satisfeito em, num passe de alquimia, transmutar uma existência concreta, a sua própria, em delírio de poucos para, com isso, se tornar invisível, a liberdade da invisibilidade lhe proporciona realizar outra façanha alquímica extraordinária: metamorfosear uma inexistência, o éter, em medo coletivo palpável. Isso porque o diabo sabe que a melhor maneira de conquistar, manter e ampliar o seu poder é através da criação de um inimigo comum que, unindo o povo num propósito, direcione a energia coletiva para o objetivo desejado pelo mal.

O diabo, quando encarnado em Hitler, utilizou essas duas ferramentas: primeiro, para sua ascensão na política alemã, quando a propaganda dissipava os possíveis medos decorrentes de sua personalidade maligna então já perfeitamente identificável, e, segundo, quando, já alçado ao poder, criou dois grandes inimigos comuns dos alemães: os comunistas e os judeus.

Contra os comunistas, Hitler utilizou-se da chamada Operação de Bandeira Falsa (False Flag), incendiando o Reichstag (Parlamento Alemão) e culpando os comunistas pelo evento, com o apoio da imprensa alemã da época. Com base no episódio, Hitler conseguiu aprovar uma legislação com inclinação totalitarista, suspendendo ou mitigando as liberdades civis do povo alemão.

Com relação aos judeus, Hitler disseminou a ideia de que a derrocada alemã na 1ª Guerra e na crise econômica da época era o resultado de uma grande conspiração internacional de judeus ricos, banqueiros e industriais.
Mais contemporaneamente, pensadores sérios sustentam que o diabo, agora encarnado em George W. Bush, realizou uma nova Operação de Bandeira Falsa: o atentado de 11 de setembro, contra as torres gêmeas americanas. Segundo tais analistas, o suposto atentado teria sido idealizado pela inteligência americana (CIA), com o beneplácito da Casa Branca, e realizado pelos próprios militares americanos.

Pode ser, pode não ser, mas é fato que, a partir do evento, foram criados o Ato Patriota e um órgão ainda mais maligno do que a CIA, a NSA (National Security Agency). A partir do Ato Patriota, pessoas, americanas ou não, podem ser presas sem motivação, por tempo indeterminado, sem direito a advogado, sem direito a habeas corpus e sem direito a julgamento, bastando que sejam classificados como suspeitos de prática ou colaboração com o terrorismo. Além disso, espalhou-se a informação de que a inteligência americana é capaz de monitorar amplamente as conversas telefônicas e as informações que transitam pela internet, inclusive e-mails, não somente de pessoas comuns, mas de autoridades poderosas, como os dos presidentes de países como a Alemanha, França, Argentina e Brasil.

Sabe-se que o totalitarismo se alimenta do medo coletivo de violação do sigilo sobre as crenças e opiniões individuais.

Nesse sentido, não há diferença alguma entre um suposto direito estatal americano de defesa contra o terrorismo e o direito que os soviéticos possuíam de proteger o interesse comunista ao exigir que todos vigiassem e denunciassem uns aos outros, como um eficiente aparato de disseminação do medo coletivo da atuação do Estado. Em ambos se encontra o vírus da doença totalitarista e seu consequente sintoma da manutenção de reserva mental sobre ideias e opiniões no seio da população.

Juristas comparam, com plena razão, o Patriot Act com o nosso famigerado AI-5 dos tempos da ditadura.

No Brasil, ambos os artifícios – False Flag e criação de inimigo comum – já foram historicamente utilizados, bastando recordar a atuação da imprensa por ocasião da ditadura militar, quando se utilizou o medo do comunismo e da degeneração do tecido familiar como supedâneo de uma suspensão da democracia e dos direitos e liberdades individuais. Poder-se-ia ainda exemplificar com a atuação de D. Pedro I no arremedo de independência do Brasil, mudança pensada e materializada para se manter tudo como já estava, com Portugal no comando de sua colônia “independente” (no episódio, Portugal era o diabo que não existia).

Atualmente, está mais uma vez em andamento o expediente de criação de um inimigo comum, desta feita personificado em um partido político, o PT. Novamente a mídia é a ponta de lança do processo. Primeiro, esconde-se o diabo, fingindo que ele não existe. O diabo, no caso, é a política econômica ultra liberal exigida pelos grandes conglomerados, com liberdade total de movimentação do capital, intensificação do rentismo, com liberdade para os papéis meramente especulativos, aumento dos juros públicos e redução da taxação, desterritorialização do processo produtivo e mitigação dos direitos trabalhistas. Finge-se que nada disso guarda relação com as sucessivas crises econômicas, que nada mais são do que o freio de arrumação do sistema, com prejuízo conduzido à conta exclusiva da parcela mais pobre da população. Comentaristas econômicos sérios da grande mídia fazem o papel de avalizadores desse sistema podre.

Escondido o diabo, cria-se o inimigo comum: o partido que representa o oposto do que desejam os grandes conglomerados. Para isso, todos os males da nação, que são históricos, sistêmicos e inevitáveis se não realizadas profundas alterações no sistema político, são colocados na conta desse partido. Para isso, esconde-se toda e qualquer conquista, todo resultado positivo. Se a divulgação de algo positivo for inevitável, deve ser relativizado, a ele devendo ser contraposto um ponto negativo com estardalhaço, ainda que ninguém fosse capaz de evitar esse lado negativo imediatamente. Essa estratégia diversionista de argumentação é chamada sofisma do mundo ideal.

Se esse partido permite que as instituições funcionem e notícias de corrupção começam a pipocar e pessoas poderosas comecem a ser presas, nada de congratulações pelo republicanismo. Nada de divulgar opiniões abalizadas, como a do filósofo e professor universitário Mário Sérgio Cortella, segundo o qual “não podemos perder o foco do que vivemos hoje no Brasil, que não é o auge da sujeira, mas o começo da limpeza”. Pelo contrário, invertam-se os valores e coloque-se na conta desse governo toda corrupção, ainda que seja evidente que sempre tenha existido e que jamais antes alguém tenha investigado.

Criam-se, então, dois gigantescos factoides midiáticos, o “mensalão” e o “petrolão”, omitindo, é claro, que os esquemas não são de partido, mas emergências do próprio sistema político corrompido. Ao invés de se lutar pela modificação desse sistema doente, parte-se para a fulanização e criação de um culpado: o partido político popular que chegou ao poder.

Disseminada a ideia histérica de que a retirada do PT do poder erradicaria todos os males do país, está formado o ambiente perfeito para a modificações legislativas e até mesmo jurisprudenciais que reduzam os direitos e liberdades individuais e permitam alcançar esse resultado.

Grande parte do povo, convencida de que o “partido mais corrupto da história” pretende se “eternizar no poder”, não percebe que certas medidas são extremamente prejudiciais à sociedade.

Amplia-se desmesuradamente o poder do Ministério Público, que deixa de atuar como fiscal da lei e garantidor do devido processo legal para se tornar sócio do resultado da investigação e cúmplice do linchamento midiático. É olvidado o fato de que, na maior parte dos países civilizados, o órgão que investiga (a polícia) não acusa, o órgão que acusa (o MP) não investiga e o órgão que julga (o judiciário) não investiga e nem acusa. Isso é basilar em termos de obediência ao princípio de inocência, garantia do devido processo legal e do amplo direito de defesa, garantindo a ação isenta, imparcial e impessoal do Estado na persecução criminal.

O cidadão, insuflado pela mídia, não percebe que poderá vir a se tornar um Joseph K, personagem de Kafka, e ser esmagado por esse mesmo Ministério Público, agora munido de poderes majestáticos, se por uma dessas desventuras da vida, tiver o azar de se tornar réu numa ação penal.

Enaltece-se largamente o ativismo político judiciário, que se utiliza de uma ação penal para atemorizar o governo, ainda que para tanto tenha que passar por cima do princípio de inocência, criar mecanismos inéditos, casuísticos, para condenações sem provas, como a utilização distorcida da teoria do domínio do fato, além de inaugurar a condenação sem fundamento probatório, “com base na literatura jurídica”. Outros magistrados se utilizam de mecanismos menos nobres, realizando divulgações seletivas de trechos da ação penal como forma de atingir determinados alvos e objetivos.

O cidadão, cegado pelas manchetes, não enxerga o perigo para toda a sociedade de se permitir a um juiz uma condenação sem fundamento em prova concreta de autoria.

Combatem-se iniciativas democráticas, como os conselhos populares, evitando-se à todo custo a participação popular na tomada das decisões públicas, o que inviabiliza o exercício da democracia direta prevista constitucionalmente.

O cidadão, completamente desorientado pela imprensa, reduz-se a si mesmo a massa de manobra e vislumbra a própria participação direta na decisão política como um perigo para si e para a sociedade.

Ridiculariza-se a ideia de uma constituinte exclusiva para a reforma política.

O cidadão, com a visão estreitada pelos antolhos do “efeito manada”, não percebe que, inexistindo um modelo perfeito de parlamento para reformar o sistema pelo qual o parlamentar foi eleito, muito mais imperfeito será aquele composto por parlamentares que pretendam ser reeleitos pelo mesmo sistema. Um parlamento limitado no tempo e no objeto certamente terá mais liberdade de atuação, pois não se verá imediatamente vinculado ao modelo que lhe conferiu o poder.

Legaliza-se a participação dos conglomerados financeiros no financiamento das campanhas, fortalecendo o desequilíbrio entre as forças eleitorais de cada eleitor, fazendo letra morta do mais importante princípio da democracia, que é dar a cada um um voto de igual valor e peso, e, assim, garantindo o domínio do Congresso Nacional pelas bancadas de interesses corporativos, como a rural, a religiosa, a das empreiteiras, a dos bancos e outras.

O cidadão, idiotizado pela escandalização seletiva, não se incomoda pela quase total inexistência de formação da única bancada que, de fato, importa: a bancada parlamentar do povo. Caminho aberto para a perpetuação da perversa desigualdade de patrimônios e rendas.

Propagandeia-se incansavelmente que uma empresa estatal, a Petrobras, fez um mal negócio em Pasadena e foi envolvida em um esquema gigantesco de corrupção e que, por isso, está a um passo da falência, por culpa do PT, ainda que os números desmintam essa versão e mesmo que isso resulte em um prejuízo várias vezes maior para a empresa e para o país do que o valor supostamente roubado.

O cidadão, embalado por essa cantilena de sereia midiática, é afogado sem se dar conta de que a empresa quadruplicou sua lucratividade desde a troca de partido no governo federal (de 8 bilhões de reais, em 2002, para 24 bilhões, em 2013), aumentou em oito vezes o seu valor de mercado, até antes da escandalização, de US$ 15,4 bilhões, em 2002, para US$ 116,3 bilhões, em 2014.

E não se fala, ou se fala bem baixinho, sobre todo e qualquer resultado positivo. Nada sobre o incremento, a partir do governo Lula, no efetivo da Polícia Federal, no incrível aumento na quantidade de operações policiais que esse aumento do efetivo permitiu, na desenvoltura com que o Ministério Público começou a funcionar como instituição e a produzir ações penais a partir dessas operações, sobre a multiplicação no número de varas federais a permitir o andamento dessas ações penais e mesmo sobre o mérito na nomeação de ministros do Supremo que se sentiram livres para julgar de acordo com suas convicções.

E tampouco se vêem noticiados os avanços no ensino técnico a partir de centenas de novas escolas federais inauguradas, a abertura do ensino superior às pessoas mais necessitadas proporcionada por iniciativas como Prouni e Fies, a melhoria do atendimento médico de base alcançado pelo super-atacado programa Mais Médicos. Programas como Caminhos da Escola, que fornece veículos para a condução escolar de qualidade para regiões carentes jamais são mencionados, sequer em notinhas de pé-de-página.

O terreno político atual está preparado para a guerra total que está prestes a se iniciar a partir da Operação Lava-Jato: a retirada do PT do poder ainda que ao custo de quebrar a economia brasileira. A única coisa que interessa, para esses grupos financeiros aflitos, é extirpar o PT do governo brasileiro, pouco importando as consequências. Se a Petrobras quebrar, se as maiores empreiteiras do Brasil quebrarem, isso será considerado apenas um efeito colateral aceitável.
Interessante lembrar que, quando o governo era do PSDB, partido desejado pelos conglomerados financeiros, a quebra de grandes empresas, como os bancos, era considerada inaceitável, dados os custos sociais e econômicos envolvidos. Por conta disso, bilhões foram transferidos aos banqueiros para salvar a banca, através do Proer, praticamente sem demonstração de indignação dignas de monta.

Aliás, o governo da própria metrópole tucana, os Estados Unidos, injetaram trilhões de dólares nos cofres particulares da banca para salvar sua economia. Nisso, porém, parece que nossos vira-latas não seguem o modelo.

Repetindo a estratégia política trágica que gerou 1964, o Brasil encontra-se novamente nesse estado político perigoso, onde as instituições democráticas são esgarçadas constantemente, sem reflexão crítica e sem que se pesem as consequências.

Já se ouvem, aqui e ali, rumores de insatisfação que vão se avolumando. Mas tais rumores não são unívocos, possuem dois tons. Um de cada lado.

O ponto de rompimento não está longe. O Brasil de hoje, porém, não é mais o país antiquado da década de 1960. Se lá a tragédia foi silenciosa, porque somente a imprensa detinha o poder de divulgação, hoje as vozes são múltiplas pela internet e a farsa poderá resultar em sangrenta coloração.

Tomara o Brasil não seja tragado na luta entre o inimigo comum imaginário e seu criador, o diabo que não existe.

No blog: http://marciovalley.blogspot.com.br/2015/02/o-inimigo-comum-imaginario-criado-pelo.html

Redação

28 Comentários

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  1. Parabéns Marcio Valley

    Que belo texto.

    Tem nele trechos que devemos disseminar por todos os cantos do país. Mais ainda, devemos mostrar ao exterior aquilo que acontece por aqui. Enquanto o pensamento internacional mostrava um Lula capaz de diminuir o sofrimento das classes menos privilegiadas, a nossa elite começou costurar uma maneira de destruir tudo aquilo que foi conquistado e agora estamos à beira de um precipício, que pode nos levar a uma sangria entre irmãos. Isto não seria novidade, basta olharmos para o que aconteceu com São Paulo em 1932. Pra defender o interesse de alguns, as famílias paulistas mandaram seus filhos, sem nenhum treinamento militar, à luta contra exércitos armados.

  2. O arrogante autor,

    O arrogante autor, seletivamente, pula toda a propaganda petista e de esquerda. Lembremos que a presidanta disse que a petrobrás está sendo atacada por inimigos internos e externos, assim como Nícolas Maduro, que culpa o imperialismo americado pelo fracasso do seu governo e desabastecimento. Eleição de um inimigo comum não depende de ideologia.

    Quanto cita os avanços do lucro da Petrobrás, convenientemente esconde a evolução da sua dívida, depois da eleição do modelo de partilha, que força a empresa a pesados investimentos.

    Considera todos que discordem de suas idéias como idiotas cegos seguidores da mídia. Esquece que muitos deles, na tentativa de ter uma visão inparcial, se é que é possível, acessam esse site, claramente de orientação esquerdista, e fianciado pela governo petista.

    Inverte cabalmente os fatos, culpando os investigadores e não corruptos pelos danos provocados a economia brasileira.

    Mais uma vez, de maneira repetitiva, incita a um pensamento maniqueista, onde nós, da esquerda, somos os bons, e os da direita, os maus. Como se o PSDB fosse de direita…

    Tenta, mais uma vez, pela repetição, infundir a idéia que este governo deixa as instituições funcionarem. Bem, não é o que parece, visto a primeira CPI da Petrobrás, as recentes invervenções do ministro da justiça e a tentativa de tirar das mãos do juiz Moro o controle da investigação e delegá-la a CJU, efetuando acordos de leniência sem a obrigatoriedade da delação premiada, o que é muito conveniente para o PT.

    Insiste em tratar o golpe de 64 como um golpe de direita, e não um contra-golpe que evitou que o Brasil virasse uma Cuba, sonho dos terroristas, e não guerrilheiros revolucionários, que mataram centenas de inocentes, o que, convenientemente, foi abafado na comissão da mentira.

    Basicamente, todo o texto pode ser usado com o argumento inverso de que há uma teoria da conspiração onde as esquerdas unidas do Foro de São Paulo planejam a instituição do comunismo em toda a américa latina. Mas claro, esse teoria é da direita, que é má, então é obvio que é uma fantasia.

    No final, termina com uma ameaça muito parecida com a do ex presidente e seu comandante em chefe do braço armado do PT, o MST:  “Eles não sabem do que somos capazes.”

     

     

     

    1. Pena, prezado, mas queria

      Pena, prezado, mas queria tanto ler teu texto. Sabe por que não o faço? Ora, como dar atenção ao que escreve um comentarista que se apresenta como IDIOTA INÚTIL? 

      Um conselho: antes de comentar não esqueça de tirar a chupetinha e tomar o todinho. 

      1. JB, uma coisa é certa: não
        JB, uma coisa é certa: não falta ao Sr. em questão conhecimento de sua condição. Soube escolher o apelido.

        Já quanto ao resto…

      2. Pois eu acho que o sr. leu

        Pois eu acho que o sr. leu sim. Só que não gostou, afinal, ofende sua “religião” . E como não tem argumentos, decidiu atacar o autor, que é o modus operandi do petismo. Na falta de argumentos, desclassifique o adversário.

        Muitos “crentes” não podem ver TV, pois é pecado, diz sua religião. Parece que o mesmo ocorre com os petistas. Melhor nem abrir uma Veja ou Estadão. Vai que eu perca a fé… vai que eu comece a duvidar das construções ideológicas que a direção do partido inventa… Melhor não, afinal, uma vida inteira de convições arraigadas no funda da minha alma que a esquerda é o bem e a direita o mal.

         

    2. E o arrogante comentarista

      E o arrogante comentarista justifica, com este comentário “idiota e inútil” seu próprio apelido, visto que sua covardia o faz omitir seu verdadeiro nome…

    3. idiota inutil

      Se voce leu todo o texto e, com sinceridade, voce  continua dando sustentação para tanta abobrinha, ou uma ou outra: ou voce tem dificuldades mentais e o termo idiota lhe coube como uma luva ou voce é muito mal intencionado e esta procurando colocar a discordia onde existe a concordia. Prefiro crer na segunda hipotese e ai voce só da sustentação á teoria conspiratoria produzida pelo autor. Então, como disse nosso amigo, solte a chupeta e va tomar o todinho antes de escrever tantas “abobrinhas” (para não ser chulo).

  3. A histeria da mídia nos faz

    A histeria da mídia nos faz acreditar que estamos cercados de bandidos. É dificil a pessoa comum,  que olha para o lado e vê outros cidadãos tentando levar uma vida normal e honesta, digerir essas informações distorcidas e escandalosas. Todavia essa histeria deixa sementes malignas que aos poucos vão se transformando em inconsciente coletivo onde “todos são desonestos menos eu…”

    Num país de total impunidade, como de fato somos, vive-se numa guerra de “Imagens”. Ataca-se a imagem de um, de outro, de todos. No fim tem aquela sensação de que nada mudou “mas o síndico é ladrão e continua síndico”. A China já foi o paraíso do Ópio, e colônia da Ilhota Inglaterra. Hoje é a nação mais próspera do mundo.São extremamente bem-sucedidos na sua reconstrução como Nação. Não se constrói um pais apenas com imagens positivas ou negativas. É preciso premiar quem merece e punir exemplarmente quem também faz juz. A começar pelos maus Juízes e toda a justiça contaminada, arcaica e podre.

  4. As vezes tenho a impressão de

    As vezes tenho a impressão de que a mentira consegue convencer mais pessoas do que a verdade. Tenho observado que as pessoas acreditam facilmente em mentiras, mesmo naquelas mais absurdas e, por outro lado, duvidam das verdades mais lógicas e claras.  Acho que vai chegar um tempo, se ainda não chegou, que será eticamente justificável usar a mentira para convencer as pessoas a fazerem o que elas deveriam fazer caso lhes fossem dita a verdade. Mundo bizarro.

  5. Que pena

    Fazia tempo que nao via um post com argumentos tao bem postos. Confesso que senti um arrepio de medo nas duas palavras finais do penultimo paragrafo. Que pena estarmos vivendo este momento. Que pena que o Brasil ao longo de sua historia sempre se depare com o muro insensato dos entreguistas mesquinhos. Estes preferem que sejamos quintal, desde que eles tenham acesso a sala, mesmo que para tanto tenham de tirar os sapatos a fim de que sejam revistados, ja que capachos nunca sao confiaveis.

  6. Concordo no geral com o

    Concordo no geral com o texto. Reflete minha percepção na maioria dos pontos enquadrados. Entretanto, algumas afirmações discordo, de outras afirmo estarem equivocadas:

    1) O NSA-National Security Agency, não foi fundada após os eventos de 11 de setembro, mas em 1952. 

    https://www.nsa.gov/about/cryptologic_heritage/60th/index.shtml

    2) Absolutamente desproporcional o nivelamento abaixo reproduzido:

    Nesse sentido, não há diferença alguma entre um suposto direito estatal americano de defesa contra o terrorismo e o direito que os soviéticos possuíam de proteger o interesse comunista ao exigir que todos vigiassem e denunciassem uns aos outros, como um eficiente aparato de disseminação do medo coletivo da atuação do Estado. Em ambos se encontra o vírus da doença totalitarista e seu consequente sintoma da manutenção de reserva mental sobre ideias e opiniões no seio da população.

    Juristas comparam, com plena razão, o Patriot Act com o nosso famigerado AI-5 dos tempos da ditadura.

    Os EUA são formalmente e na experiência diária uma democracia. Não tem nenhum sustentação formal ou prática comparar a legislação contra o terrorismo, feita no calor daquela tragédia, com o AI-5. Primeiro porque não foi parido por um Poder usurpador como era o que promulgou o ato brasileiro. Segundo porque tinha um alvo específico e foi devidamente aprovado pelo Congresso americano, inclusive com data marcada para acabar. Terceiro porque o AI-5, como o próprio nome indica(Institucional porque intencionava implantar uma “nova” ordem) simplesmente consolidou uma ditadura cruel com todas as suas consequências: torturas, perseguições, engessamento do Judiciário, anulação do Poder Legislativo, cerceamento da liberdade de expressão e de imprensa e mais uma gama de absurdos jurídicos e políticos. 

    1. JB Costa, você tem plena

      JB Costa, você tem plena razão quanto à data de fundação da NSA. Eu pretendia dizer, no texto, que “um órgão ainda mais maligno do que a CIA, a NSA, se agigantou no estrutura do governo americano”, mas encurtei demais a frase. Mas, esse é o sentido. Quanto à comparação com o AI-5, não há dúvida de que os EUA são, ao menos formalmente, uma democracia. Pode ser que divirjamos um pouco no que entendemos por democracia. Porém, não há dúvida alguma de que o Ato Patriota nada tem de democrático e que possui nítida inclinação totalitarista, cujo principal objetivo é causar o medo coletivo e difuso. Além disso, extirpa do cidadão direitos consagrados desde a Declaração dos Direitos Humanos e, até então, considerados inalienáveis. Quanto a ser provisória essa lei, bem… é discutível qual a extensão de tempo necessária para se considerar algo “provisório”. O Ato Patriota já está em vigor há quatorze anos, o que alcança quase uma geração inteira. E outra: a provisoriedade do mal atenua a sua malignidade? Por mim, penso que não. Acredito que a indignidade não possui data de validade. Além disso, não acredito na dimensão que dão ao terrorismo (muitos “ataques terroristas” foram planejados por governos, principalmente o americano, valendo lembrar o primeiro “ataque” ao WTC). É mais histeria e estardalhaço do que fato. Não podemos esquecer a produção de “fatos” inventados para dar sustentação à invasão do Iraque. Iraque e Afeganistão são, hoje, lugares muito piores para um ser humano viver do que antes das “invasões redentoras”. Tampouco creio numa guerra contra o terrorismo que produz um número de mortos muito superior ao dos terroristas. Valeu, pelo estimulante comentário, JB. Grande abraço.

  7. A pergunta é: O que devemos fazer?

    Excelente texto. Tudo bem que as pessoas que procuram ler e pesquisar opiniões fora dos veículos “oficiais” com Jornal nacional e Veja, possuem maior discernimento e entendimento que os demais que vão sendo tragados pela mídia conservadora e interesseira de grupos econômicos. Mas, e resto da população? Como fazer para informá-las, não apenas no boca a boca dos ambientes no trabalho, nos bares, nas universidades, em casa? Penso que a sociedade comprometida com as mudanças sociais, políticas e econômicas devem estar atentas a mobilizarem-se em defesa de tudo que foi conquistado até aqui, senão seremos tragados pelo profundo atraso. 

  8. Qualquer semelhançacom a

    Qualquer semelhançacom a atualsituação do Brasil não é mera coincidência, como contraponto aos dizeres que apareciam antes dos filmes nacionais…

  9. Por tudo que tenho lido,

    Por tudo que tenho lido, parece que estamos chegando aos finalmente. Se vamos ter que enfrentar toda a chantagem, a barbeiragem, as ameaças  da oposição, esse é o momento. Quando o autor mencionou a falsa bandeira a imagem que me veio foi a de Eduardo Cunha. Esse veio para salvar a manutenção do que há de mais perverso nas relações políticas e empresariais, sustando de vez o processo que já estava ganho no STF e no qual Gilmar sentou em cima. E la nave va…

  10. Mude o nome do diabo para entender o imaginário da militância

    A estratégia de false flag e inimigo comum é muito utilizado também pela militância e nas campanhas eleitorais. Vários exemplos podem ser citados:

    1. A Elite Branca Paulista ou somente a Elite. Sem definir o que é a elite ou quem são seus membros há uma ideia vaga e geral que devemos combater uma classe de individuos que, a rigor não se define, nem se materializa. Ao mesmo tempo temos no Instituto Lula, nos Ministérios e em outros cargos nomeados pelo governo, inclusive no STF, uma esmagadora maioria branca. Muitos deles também paulistas e, em algum sentido, podendo ser “definidos” como elite.

    2. O mercado. Sem definir contra o quem lutamos me parece também uma forma de manter a combatividade contra o diabo rezando para Satanás.

    3. Adversários da campanha eleitoral. Nesse caso a colocaram Marina Silva como uma neoliberal despreparada que iria “vender” o Brasil aos bancos e tirar do Brasileiro suas conquistas sociais. 

    4. FHC e o PSDB. Recentemente o velho ex-presidente tem sido o nome mais citado dentre o de todos os ex-presidentes da história do Brasil, superando até mesmo o de Lula nas manifestações da militância.  Vendem a imagem de um inimigo do Estado, que representa o poder econômico e que tem os interesses mais sórdidos sobre o País e ainda como sendo o culpado das piores tragédias nacionais. De forma similar a todo o PSDB.

    5. Os Estados Unidos. Identificado pela militância como a raiz de todos os males do mundo globalizado. Dissemina-se a crença de que os Estadunidenses e seu sistema imperialista devam ser combatidos a qualquer custo.  Os mesmos que propagam essas ideias são usuários e clientes dos Estadunidenses Google, Facebook, Apple, Microsoft, Yahoo, dentre outros. Também assistem cinema e seriados Estadunidenses e adotam discursos LGBT (sigla orginária nos Estados Unidos – note que a gíria Gay no LGBT foi mantida no Brasil para guardar a associação com o movimento iniciado na Califórnia). Além disso também comemoram quando os Estados Unidos se aproximam de Cuba.  

    Para ser justo com a história, Hitler e o partido Nazista (Partido Nacionalista dos Trabalhadores Alemães) tinha o capitalismo como inimigo também (http://quotes.liberty-tree.ca/quote_blog/Adolf.Hitler.Quote.1CA3).

    Assim é só mudar o nome do diabo e manter a mesma velha estratégia…

  11. Se essa elite for na onda dos

    Se essa elite for na onda dos USA é claro que o diabo vai atuar. Vide a Ucrânia e as dezenas de países que foram na onda devassa.

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