Nova equipe econômica assegura programas sociais e medidas “sem grande surpresa”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Depois de oficializar a escolha levantada como conservadora para a Fazenda, o novo representante do Ministério Joaquim Levy acalmou os indícios da radicalidade, e prometeu uma transição suave na política econômica do governo. “Não temos pressa de fazer um pacote com medidas relâmpago. A capacidade de cooperação entre os diversos órgãos deve levar a gente a fazer medidas. Elas vão ser, não digo graduais, mas sem pacotes, sem nenhuma grande surpresa”, disse em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (27).
 
Ao lado de Levy na equipe econômica, o novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, acrescentou que todas as novas medidas serão anunciadas com transparência, incorporando sugestões e ideias da equipe atual.
 
Se por um lado, as críticas mais duras vêm da esquerda, os mais conservadores temem pela continuidade do controle econômico nas mãos da presidente, sem brechas para a indepedência para que Levy modifique a política econômica. A esse questionamento, o novo ministro já adiantou: “A autonomia está dada. Acho que há suficiente grau de entendimento e de maturidade dentro da própria equipe [do governo]. A gente vai ver, dia a dia, como ocorre, mas acho que essa questão vai se responder de forma muito tranquila”.
 
Sobre os cotados para atuarem ao lado do ex-secretário do Tesouro Nacional, Levy disse que nos próximos dias nada será divulgado, lembrando que o momento é de transição, uma experiência “boa e positiva” e que é preciso respeitar “o processo e o rito”.
 
Preocupação entre os petistas, os programas sociais serão protegidos, afirmou Levy. O corte de gastos públicos para garantir o ajuste fiscal não afetará a principal bandeira do PT nesses 12 anos. Ainda assim, lembrou que será preciso fazer escolhas e definir prioridades.
 
“A continuidade da inclusão social depende da estabilidade, que depende do controle da inflação, que depende do equilíbrio fiscal. Não acho que essas coisas sejam contraditórias. [O ajuste fiscal] não implica renunciar a políticas recentes, mas simplesmente adequar a velocidade dos programas ao cenário econômico dos últimos anos”, defendeu.
 
Já na pasta de Planejamento, Nelson Barbosa colocou como alvo imediato o controle rigoroso da inflação, a estabilidade fiscal, e a continuidade da geração de empregos, adequando a “proposta orçamentária de 2015 ao novo cenário macroeconômico e ao objetivo de elevação gradual do resultado primário”, disse, na mesma coletiva para a imprensa.
 
Será ele o novo coordenador dos principais programas de investimento do governo federal, como o de Aceleração do Crescimento e o Minha Casa, Minha Vida. Anunciou que modernizará a gestão, desburocratizando os serviços públicos, para dar continuidade à melhoria da eficiência dos gastos.
 
Barbosa também alertou para a importância do apoio de parlamentares, governadores e prefeitos, além do setor privado. “Trabalharei especialmente em iniciativas para aumentar as taxas de investimento e a produtividade de nossa economia, de modo a consolidar um crescimento mais rápido da renda per capita com estabilidade monetária”, declarou.
 
Confira algumas iniciativas anunciadas pela equipe econômica para o próximo mandato de Dilma Rousseff:
 
https://www.youtube.com/watch?v=_a6NKU9JHS8 width:700 height:394
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. A emoção e simpatia de um

    A emoção e simpatia de um urso polar, dois super profissionais, sua tarefa será executada em um ambiente infinitamente mais complicado do que jamais se viu, será um “case” para escolas de economia.

  2. o temor do arrocho

    o temor do arrocho acabou.

    pelas entrevistas percebe-se que a

    ideia de gradualismo dos ajustes prevaleceu…

    então não há o que temer, pois a questão principal que moveu

    este governo nos últimos doze anos

    – a da inclusão social –

    permanece firme e forte,

    conforme declarações dos ministros escolhidos.

    a experiencia de ajustes feitos já em 2003

    – tb com levy e lula –

    é mais um fator positivo  a se ressaltar.

  3. Eu duvido que se Aécfo

    Eu duvido que se Aécfo tivesse sido eleito ele nomearia Mercadante como ministro da fazenda. Só tia Dilma  faz questão de não deiar gente da oposição desempregado.

  4. já estao no mesmo ambiente

    Ao menos é o que o fundo da foto diz. A mesma parede, a mesma moldura..

    fala-se em abertura para capitais externos interessados em Brasil. RESOLVIDO !!!

    Mesmo que os agourentos não queiram. Veremos quanto $$ chega querendo se instalar.

    É só saber aproveitar.

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