A ameaça de morte que vem das capas de revista, por Francisco Julio Xavier

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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A ameaça de morte que vem das capas de revista

por Francisco Julio Xavier

É grave! Se leva para a história uma vexatória e desprovida de sanidade fase de esculhambação geral da integridade da nossa democracia – jovem e promíscua. A postura da grande imprensa de direita é grotesca, não tem outra palavra para definir. Muniz Sodré não teria tempo hábil para diagnosticar outras teorias que escrachasse o lado pobre da imprensa brasileira. Usa de um viés jornalístico para enganar os leitores e incita-os ao ódio partidário, por meio de manchetes sensacionalistas e fuziladoras. O que vemos é que não se defende – que deveria ser um papel social da mídia – o fim da corrupção, que segue escancaradamente, meio que institucionalizada pelo “Ordem e progresso” brasileiro.

Em meio a tantas informações desencontradas, a mídia coloca em destaque um único personagem, que é focado – sem ‘provas, mas com convicção’– como o fundador da corrupção no país – nação essa que tem 516 anos de troca de escambos, propinas e paus-brasil para contar histórias sórdidas.

Esta semana a Revista Veja colocou em destaque uma artimanha já prevista historicamente pela maquiavélica arte de fascistas em exterminar aquilo ou aqueles que incomodam seus planos macro de dominação. A Revista plagia a Newsweek que colocava na capa, cinco anos antes, Muammar al-Gaddafi, presidente da Líbia, decepado quando foi morto em 20 de outubro de 2011. Em outras palavras, a Veja coloca em letras garrafais – usando de simbolismo aterrorizante – o desejo de morte do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesse caso não precisou usar de editorial para dizer o que fazer, apenas indicou e deu o veredito. Repito! É grave essa postura da imprensa. Essa fase de investidas para a queda definitiva de Lula já tinha sido alertada pelo ex-presidente da Espanha, Felipe Gonzáles: “vão querer te processar, cassar ou prender. Se não conseguirem, vão tentar te matar”.

A frase faz sentido tendo em vista as inúmeras investidas da imprensa e da ‘Justiça’ em barrar a candidatura para 2018. Em março de 2015, em matéria no El Pais, Felipe Gonzáles já havia alertado também sobre a possibilidade de instauração de um ‘Governo dos juízes” no Brasil, no qual daria cabo de prender, mesmo com apenas a ‘convicção”, àqueles que afetam os planos sórdidos do congresso, judiciário e de empresários.

Em última pesquisa divulgada, Lula aparece à frente de todos os candidatos possíveis para o pleito de 2018, uma consente mais que comprobatória para a forca do presidenciável, que já afirmou está ao passo do terceiro mandato.

Na matéria também é desencadeada a artimanha. As linhas trazem as ênfases às 149 páginas de processo. A mesma astúcia foi realizada durante um debate na rede Globo entre Lula e Collor na primeira eleição direta após o Golpe Militar de 1964. O diretor da Emissora, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, em entrevista ao programa Dossiê da Globo News, confessa a farsa montada com intuito de manchar a imagem do Lula e favorecer Collor. Na ocasião, o presidente que sofreu impeachment, carregava uma pasta em que afirmava estar cheias – na verdade estavam vazias – de processos que incriminariam o adversário, Lula.

A perseguição a Lula não seria normal, tendo como precedentes um covil de peças do xadrez com valiosas riquezas oriundas de atos ilícitos.

O que há de se concluir é a alta jogada da mídia em bombardear e destruir imagens sem ter as devidas provas, dando ênfases apenas a suposições. Algo desse tipo ocorreu no Caso da Escola Base, onde várias carreiras foram abaladas, e até hoje com sequelas irreparáveis.

Vidas e imagens arruinadas devido a insensatez da mídia grotesca e de profissionais da justiça, que nada tiveram de justo para resguardar. Neste caso a ‘justiça’ foi mais uma vez injusta e tendenciosa, amante dos holofotes.

As capas falam de morte, de aniquilação, perseguição e deixam sombreado o favorecimento em detrimento de outros, sem perdão, meia culpa ou remorso. Mortes a alguns, glórias a outros. Uns são cristos, outros são soltos a la Barrabás, aclamados pelo povo por ter feito desgraça, sendo desgraçado.

Mas, engana-se que morrendo se mata. Quando um grande líder morre em combate, nasce o ser mito. A imprensa com medo da morte de suas capas nas bancas de revista, ataca até a morte. De quem? Não sabemos. Mas o fim, só começou.

Francisco Julio Xavier é Jornalista, graduado pela Universidade Potiguar 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

8 Comentários

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  1. o fernando henrique cardoso eh o legitimo homer simpson

     “QUEM É QUE NUNCA” olhou para uma foto, um desenho ou mesmo uma pessoa e disse: MEU EU CONHEÇO ESSE CARA DE ALGUM LUGAR! -Pois bem, como fã dos Simpsons, certa vez , mais precisamente quando ele estava privatizando tudo, notei a semelhança do José Serra com o senhor Burns dos Simpsons. E sempre uma coisa martelava na minha cabeça, em relação ao Homer Simpsons, pois ele também me parecia familiar. E não é que ontem ao ver a atitude “corajosa, do João Doria,  meio que kamikaze é verdade,  de colocar o FHC no seu horario politico, quando os candidatos do PSDB, sempre o esconde;” foi que percebi a “SEMELHANÇA FISICA ENTRE O FERNANDO HENRIQUE CARDOSO e o HOMER SIMPSONS”.  E o mais incrivel, foi quando li um fôlder dos simpsons, aí eu não acreditei. Então fui ao google, procurar uma descrição sobre o personagem Homer Simpson. E meu: “”””QUE ME DESCULPEM QUEM TINHA INTENÇÃO DE LANÇAR A BIOGRAFIA DO FHC””””; mas quem se aventurar a fazer isso “”””CORRERÁ O RISCO DE TER QUE RESPONDER POR PLAGIO”””. Cara, a descrição do Homer Simpson é a mesma que temos do Fernando Henrique Cardoso””””. 

  2. “As capas falam de morte, de

    “As capas falam de morte, de aniquilação, perseguição e deixam sombreado o favorecimento em detrimento de outros, sem perdão, meia culpa ou remorso. Mortes a alguns, glórias a outros. Uns são cristos, outros são soltos a la Barrabás, aclamados pelo povo por ter feito desgraça, sendo desgraçado.

    Mas, engana-se que morrendo se mata. Quando um grande líder morre em combate, nasce o ser mito. A imprensa com medo da morte de suas capas nas bancas de revista, ataca até a morte. De quem? Não sabemos. Mas o fim, só começou.”

    A história tem mostrado que defende um ideal com convicção e sinceridade de propósito não desiste jamais. De fato, é assustador o quanto a grande mídia “mata” hoje em dia, mas de certo modo, isso é bom, na medida em que traz a campo as pessoas sinceras e preocupadas com o bem comum, como tantas que se manifestam por aqui, nesse blog. É sempre bom constatar que não estou só em meus anseios.

  3. Revolta popular

    Agora sentimos na pele as causas do empastelamentos dos jornais na época do suicídio de Getúlio.

    A população revoltada invade Tribuna da Imprensa, jornal de Carlos Lacerda, derruba caminhões do jornal Globo.

    Os métodos são repetidos. Ataques sem fim a líderes que, de alguma forma, são obstáculos a seus projetos. Desacreditar, desqualificar todos os projetos que visam combater a desigualdade sócio-econômica. Deveria ser ensinado em sala de aula.

    O artigo de Roberto Amaral sobre a união/desunião das esquerdas e seus resultados. Quando ciclicamente os fascistas querem impor pela força seus projetos nefastos a desorganização do povo precipita sua derrota. Toda prova do Enem deveria abordar uma questão nesse sentido. As ditaduras vencendo devido à divisão das forças populares. Divisão provocada pela vaidade e atuação das mídias corporativas.

  4. A Veja de Mino Carta deve

    A Veja de Mino Carta deve estar se revirando no túmulo,  de dor ou de riso. Aliás, já escrevia genial humorista,  “-só dói quando rio”. Nunca imaginei que os Civita fossem tão imbecis,  abrindo mão do digno legado de Mino Carta, optando por esse lixo que falece de nenhuma credibilidade. Patológico exemplo de suicídio jornalístico…

     

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