Enviado por Paulo F.
Revendo pequenas e grandes assimetrias
Do Diário de Notícias de Lisboa
Planeta Media: A lengalenga dominante
por J.-M. NOBRE-CORREIA
Ucrânia. Em termos militares e diplomáticos, a Guerra Fria terminou no início dos anos 1990. Mas, no jornalismo, ela continua perfeitamente ativa…
O jornalismo é uma profissão extremamente difícil. Sobretudo se a redação de que o jornalista faz parte for numericamente reduzida e tiver falta de especialistas. Mas a condição de cidadão que procura compreender a atualidade é ainda pior! Porque se confronta então, nos media, com uma enxurrada de banalidades desprovidas do mais elementar conhecimento do assunto. E desprovida sobretudo de todo e qualquer sentido crítico em relação à lengalenga do discurso dominante.
Ora, “os media são americanos”, escrevia o sociólogo britânico Jeremy Tunstall no título do livro que publicou em 1977. E a seleção como a fabricação da informação veiculadas no “mundo ocidental” são largamente americanas, no sentido estado-unidense da palavra. Concebidas até ao início dos anos 1990 como armas da Guerra Fria contra a União Soviética. E depois como armas de arremesso contra a Rússia, potência capaz ainda de fazer frente aos EUA.
Manda-se assim para a Ucrânia gente que não fala nem ucraniano nem russo, e cuja “competência” sobre o assunto lhe vem da leitura do International New York Times e da visão da CNN ou da Fox. E que se põe a debitar banalidades. Ignorando tudo da história da Ucrânia e da Crimeia. Insistindo que há uma base russa na Crimeia: e quantas estado-unidenses há na Europa (começando pelos Açores)? Que há lá soldados russos: e quantos estado-unidenses há na Europa (começando por Bruxelas e Mons, na Bélgica)?
Dizem depois que a Crimeia não pode constitucionalmente separar-se da Ucrânia, esquecendo que pregaram o contrário do Kosovo em relação à Sérvia. Que o referendo na Crimeia é ilegal, quando a Catalunha e a Escócia vão fazer o mesmo. Que a intervenção da Rússia na vizinha Ucrânia será ilegal, como se intervenções sem conta dos EUA em países estrangeiros não o fossem. Repete-se o que media patrioteiros dominantes dos EUA dizem. E os diretores da informação até esperam que assim seja. Porque, jornalisticamente, não é nada fácil ir a contracorrente da lengalenga dominante…
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Para mim, essa é a pior
Para mim, essa é a pior situação da contemporaneidade: a ausência de informações, e a presença de divulgação de ignorância. O Capitalismo revela cada vez mais sua natureza e alma bárbara, a se confrontar com a civilização diariamente.
E os bestas daqui da pátria
E os bestas daqui da pátria só lastreando seus pontos de vista nessas matrizes de lavagem cerebral. Desde o final da segunda guerra mundial que o Estados Unidos impuseram goela à dentro do mundo ocidental os seus interesses através desse martelar continuo midiático e hollyudiano.
Texto
Este texto é muito bom, pois com ele consegui fazer uma pesquisa muito importante que irá valer nota.