A poesia de Rabindranath Tagore

Enviado por jns

Liberta-me dos laços da tua doçura, amada minha!

Basta deste vinho de beijos.

Esta pesada nuvem de incenso afoga o meu coração.

Abra as portas e deixe que a luz do sol penetre.

Estou perdido em ti, abafado nas garras dos teus afagos.

Liberta-me do teu feitiço e devolva-me a virilidade para que eu possa oferecer o meu coração libertino.

 

Rabindranath Tagore, alcunha Gurudev, foi um polímata bengali.

Como poeta, romancista, músico e dramaturgo, reformulou a literatura e a música bengali no final do século XIX e início do século XX.

Como autor de Gitânjali, que em português se chamou “Oferenda Lírica” e seus “versos profundamente sensíveis, frescos e belos”, foi o primeiro não-europeu a conquistar, em 1913, o Nobel de Literatura.

Rabindranath Tagore (07/05/1861 – 07/09/1941

Foto-manipulação: Christophe Kiciak

 

 

Redação

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  1. Minha Canção (RT)

    Minha canção te envolverá com sua música, como os abraços sublimes do amor. Tocará o teu rosto como um beijo de graças. Quando estiveres só, se sentará a teu lado e te falará ao ouvido. Minha canção será como asas para os teus sonhos e elevará teu coração até o infinito. Quando a noite escurecer o teu caminho, minha canção brilhará sobre ti como a estrela fiel. Se fixará nos teus lindos olhos e guiará teu olhar até a alma das coisas. Quando minha voz se calar para sempre, minha canção te seguirá em teus pensamentos.

      1. Vai canoeiro

                            Nuvem negra cospe fogo
                            Seu barquinho a navegar
                            Pecador nasce sem medo
                            Sai pro mar para pescar
                            Vai canoeiro…
                            Vai no balanço do mar
                            Vai canoeiro

                            Vai no balanço do mar
                            Lança a rede canoeiro
                            Lança a rede no seu mar
                            Pescador nasce sem medo
                            Logo cedo sai pro mar
                            Todo dia vai e volta
                            Seu sustento vem do mar
                            Vende o peixe lá na praia
                            Põe as velas pra secar
                            Na sua casinha de palha
                            Seu amor vai encontrar

                            Solano

        [video:https://youtu.be/0k4_aVOKesY width:600]

    1. Barco Abandonado

                         A minha vida é um barco abandonado 
                         Infiel, no ermo porto, ao seu destino. 
                         Por que não ergue ferro e segue o atino 
                         De navegar, casado com o seu fado? 

                         Ah! falta quem o lance ao mar, e alado 
                        Torne seu vulto em velas; peregrino 
                         Frescor de afastamento, no divino 
                         Amplexo da manhã, puro e salgado. 

                         Morto corpo da ação sem vontade 
                         Que o viva, vulto estéril de viver, 
                         Boiando à tona inútil da saudade. 

                         Os limos esverdeiam tua quilha, 
                         O vento embala-te sem te mover, 
                         E é para além do mar a ansiada Ilha. 

                        Fernando Pessoa, in ‘Cancioneiro’

                       

                        Foto-manipulação: Christophe Kiciak

  2. Se me é negado o amor (RT)

    Se me é negado o amor, por que, então, amanhece;
    por que sussurra o vento do sul entre as folhas recém nascidas?
    Se me é negado o amor, por que, então,
    A noite entristece com nostálgico silêncio as estrelas?
    E por que este desatinado coração continua,
    Esperançado e louco, olhando o mar infinito?

    1. eu

                         velho barco delírio

                         remo a vida sobre um fio

                         eu canoeiro solitário desafio

                         levo a dor do mundo nesse rio

                        

                         Foto-manipulação: Christophe Kiciak

      1. Barcos e canoeiros

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=f4gYX0tlWso%5D

         

        A SAGA DOS BARCOS

        Não apague as marcas, deixe-as pelas águas, com os remos
        abandone-as a esmo
        entregue-as ao porvir
        dos rios serão as almas dos que chegarem de outras vezes.

        Os silêncios e os murmúrios 
        o que importarão,
        se o que sempre valerá serão os sonhos das águas
        e seu próprio silêncio.

        Que restem as pegadas
        as súplicas
        os seixos
        as ramas
        que restem ! 

        Odonir Oliveira

         

        1. Beijo da Saudade

          Nas tuas ondas cristalinas
          Deixa-me dar-te um beijo
          Na tua boca de menina

          Deixa-me dar-te um beijo, óh Tejo
          Um beijo de mágoa
          Um beijo de saudade
          Para levar ao mar e o mar à minha terra

          Na bôs onda cristalina
          Na tua boca de menina
          Um beijo de mágoa
          Pá bô levá mar, pá mar leval’nha terra
          Pá bô levá mar, pá mar leval’nha terra

          [video:https://youtu.be/3CIaoEWImt4 width:600]

        2. Beijo da Saudade

          Ondas sagradas do Tejo
          Deixa-me beijar as tuas águas
          Deixa-me dar-te um beijo
          Um beijo de mágoa
          Um beijo de saudade
          Para levar ao mar e o mar à minha terra

          Nha terra ê quêl piquinino
          È Cabo Verde, quêl quê di meu
          Terra que na mar parcê um minino
          È fidjo d’oceano
          È fidjo di céu
          Terra di nha mãe
          Terra di nha cretcheu

          Nas tuas ondas cristalinas
          Deixa-me dar-te um beijo
          Na tua boca de menina

          [video:https://youtu.be/yPriTp-RFXE width:600]

  3. Malba Tahan

    Conheci Tagore e Khalil Gibran através do Homem que Calculava.

    Um livro portentoso: você aprende matemática, um pouco de árabe, poesia e um pouco do islamismo, tudo num livro só.

    Ganhei de presente de aniversário em 1986, num hotel em Fortaleza. No saguão estava Dominguinhos, que autografou o frontispício. É um dos meus livros mais queridos.

  4. Amor Pacífico e Fecundo

    Não quero amor 

    que não saiba dominar-se, 

    desse, como vinho espumante, 
    que parte o copo e se entorna, 
    perdido num instante. 

    Dá-me esse amor fresco e puro 
    como a tua chuva, 
    que abençoa a terra sequiosa, 
    e enche as talhas do lar. 
    Amor que penetre até ao centro da vida, 
    e dali se estenda como seiva invisível, 
    até aos ramos da árvore da existência, 
    e faça nascer 
    as flores e os frutos. 
    Dá-me esse amor 
    que conserva tranquilo o coração, 
    na plenitude da paz! 

    Rabindranath Tagore, in “O Coração da Primavera” 
    Tradução de Manuel Simões 

    1. Canoeiro

                         Benilson Toniolo 

                         Não escapei da fuligem 
                         Que o tempo me impôs. 
                         Outros rostos me interrogam 
                         Todas as tardes: 
                         Errei de novo? 
                         Alguns amores me enganaram, 
                         Outros nem chegaram a nascer. 
                         Traí muitos, por neles não ter crido. 
                         Os amigos permanecem intocados, 
                         À espera que eu os descubra. 
                         Fujo sempre de pássaros, 
                         Pela angústia que me causa 
                         Sua breve liberdade. 
                         Sou um andarilho, que a cada dia se despede 
                         E busca aquilo que não sabe. 
                         O vento, que no calor da madorna 
                         Acaricia as canoas à beira-rio, 
                         Bem que podia ser eu…

                         Vai canoeiro…

                         

                          Foto-manipulação: Christophe Kiciak

                          [ Trecho inicial do poema de Benilson Toniolo ]

  5. Ser poeta – Ildo Lobo

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=zWyRw2rpuLM%5D

     

    N’Cria Ser Poeta

     

    S`na mundo tem mornas e mornas dedicód

    Tónt morna bô te mereçê

    S`beleza ta trazê inspiração

    Esse bô beleza, ê más cum belo horizonte

    Infeitód cum bom pôr do sol

    Ô um arco-íris mut bem d`stacód.

    Amim djam cria ser poeta

    Pám fazê um mar di poesia

    Pám cumpará que`ss bô beleza d`natureza

    Parsem nem mar, nem lua cheia

    Nem sol brilhante, nem noit serena

    Ta cumpará q`bô formosura e bô corpo.

    Pombinha mansa di odjos meigos sem maldade

    Bô corpo formoso mas sem vaidade

    T`armá quess bô sorriso inocente

    Sorriso doce qui ta espertá alguem ambição

    Nem q`for d`box tud humilhação

    `m crê comquistá bô coração.

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